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Cultura de arroz

Dentre os cereais mais cultivados e consumidos no mundo, o arroz merece destaque por
diversos aspectos: constitui alimento básico para mais de três bilhões de pessoas; ocupa
o segundo lugar em produção e extensão de área cultivada, tendo, em 2019, uma
produção de 755,5 milhões de toneladas de  grãos em casca, o que corresponde a 28,5%
do total de grãos usados na alimentação humana; é o segundo cereal mais cultivado no
mundo, superado apenas pelo milho, e seguido pelo trigo; desempenha papel
estratégico, tanto em nível econômico quanto social, para os povos das nações mais
populosas do mundo; ao contrário de outros cereais, o arroz é consumido quase que
exclusivamente por humanos; é um alimento em que o grão sai do campo e é consumido
praticamente sem processo de industrialização.
Armazenamento da cultura de arroz

O arroz pode ser armazenado em sacaria no sistema convencional ou a granel, em silos


ou em armazéns graneleiros. Atualmente também se armazena em big bags.

Para o armazenamento em sacaria, chamado de convencional, deve-se manter boa


ventilação nas pilhas. Além disso, para possibilitar a circulação do ar também por baixo
das pilhas, os sacos devem ser dispostos em estrados de madeira com altura mínima de
12 cm. Sempre que possível, deve-se limitar a altura das pilhas em 4,5 m.

A armazenagem a granel é mais adequada para grandes quantidades. Num silo metálico
ou num graneleiro (Figura 2), grãos relativamente pequenos, como os de arroz, exibem
comportamento diferente do de outras espécies de cereais de grãos maiores,
principalmente por apresentarem maior tendência à compactação e oferecerem maior
resistência à passagem do ar durante a aeração. Problemas decorrentes dessa
característica são contornados por meio de intrassilagem parcial ou total da carga do silo
e/ou de transilagens periódicas durante o armazenamento, a cada período de 60 ou, no
máximo, 90 dias. Para o armazenamento seguro, recomenda-se que o produto seja
guardado com teor de umidade dos grãos ao redor de 13%.

Recomenda-se o carregamento dos silos quando os grãos estiverem resfriados, ou


parcialmente resfriados após a secagem, e mantê-los sob temperaturas as mais baixas
possíveis, no máximo 18 °C, por aeração, com o objetivo de remover ou distribuir a
umidade e o calor acumulados.

Independentemente do sistema utilizado, o armazenamento do arroz por um período de


um ano não altera o sabor ou odor do produto, contudo, quando malconservado em
ambientes não controlados, principalmente sob umidade relativa alta, acima de 65%,
pode haver aumento da taxa respiratória dos grãos, ocorrência de processos de
fermentação, ataque de insetos e desenvolvimento de fungos, que refletem
negativamente na qualidade do produto, com alteração do sabor, inviabilizando assim o
consumo.

Para preservar a qualidade do arroz e prevenir perdas desnecessárias, é importante que


as condições de estocagem atendam aos cuidados para um armazenamento seguro. Para
verificar a umidade e a temperatura dentro do armazém, recomenda-se, como opção, o
uso de sensores e controle computadorizado da massa de grãos.
Pragas e doenças do Arroz

Todo ano, mas de um terço da produção de arroz é perdido por conta de pragas e
doenças. É importante conhecer os inimigos da sua plantação e planejar uma forma
ambientalmente consciente de lidar com isso. Você pode consultar um profissional local
licenciado para o controle apropriado das pragas e doenças do arroz. As pragas e
doenças mais comuns do arroz estão listadas abaixo.

Pragas

Bicho-folha e Cigarrinha; os bichos-folha (Delphacidae) as vezes atacam as hastes do


arroz. Por outro lado, as cigarrinhas (Cicadellidae) atacam as partes aéreas da planta. As
plantas atacadas têm uma coloração marrom escura, como se tivessem sido queimadas.

Desfolhadores; muitos insetos (Lepidoptera, Orthoptera e Coleoptera) visitam as folhas


do arroz para se alimentar.

Insetos que atacam os grãos; Oebalus pugnax, conhecido como percevejo de arroz,
atacam plantas imaturas e se alimentam dos seus grãos.

Doenças

Ferrugem bacteriana; essa doença é causada pelo Xanthomonas oryzae. Ela ocorre tanto
em climas tropicais quanto temperados, com altos níveis de umidade. Ela é a principal
responsável pelo amarelamento das folhas.

Raia de folha bacteriana; essa doença também é causada pelo Xanthomonas oryzae. Ela
pode ser encontrada em plantas pouco saudáveis e machucadas em áreas com altos
níveis de umidade. Ela é a principal responsável pela secagem e escurecimento das
folhas.

Mancha marrom; é uma doença fúngica que infecta principalmente as folhas e a


panícula. Grandes manchas marrons começam a se espalhar por todas as folhas. É uma
das doenças mais perigosas do arroz e aparece frequentemente em campos com alta
umidade.
A melhor forma de controlar essas pestes e doenças é a prevenção. Plantadores de arroz
devem levar em consideração as seguintes medidas.

 É necessária a limpeza apropriada do campo e do equipamento usados nos


arrozais entre estações.
 Uso de Sementes Certificadas.
 Evitar a aplicação excessiva de fertilizantes.
 Em vários casos, a aplicação de pesticida não é permitida na janela de 40 dias do
semeio (pergunte a seu agrônomo local licenciado).
 Armazenamento apropriado dos grãos. Em vários casos, os grãos são
armazenados em recipientes com 13-14% de umidade.

Colheita

O ciclo biológico do arroz (dias desde a plântula até a colheita) vai de 95 dias
(variedades muito precoces) até 250 dias (variedades muito atrasadas). Variedades de
maturação médica podem ser coletadas em cerca de 120-150 dias após a semeadura.
Podemos notar que os grãos estão prontos para serem colhidos quando eles começam a
ter uma coloração amarela e ficam duros.

É muito importante colher as plantas de arroz na hora certa para maximizar a qualidade
e rendimento do grão. Se colhermos muito cedo, os grãos coletados serão imaturos e,
como resultado, eles terão uma baixa recuperação na moagem e se quebrarão
facilmente. Por outro lado, quando as plantas são colhidas tarde, o grão pode cair da
panícula e levar a grandes perdas. Como regra geral, a colheita deve começar apenas
quando os grãos amadurecerem em uma porcentagem de 80-85% ou se tiverem uma
coloração amarelo dourada.

A colheita pode ser manual ou mecânica. Na colheita manual, os trabalhadores colhem


as plantas de arroz dos arrozais usando facas afiadas. Então, eles limpam e separam
cuidadosamente as danificadas. A colhei mecânica pode ser feita usando máquinas que
combinam todas as operações, como corte, debulha e limpeza.

Manejo Pós-Colheita
Após a colheita, as sementes de arroz podem ser armazenadas normalmente em silos e
serem secados artificialmente para que a umidade da semente possa ser reduzida para
13-14%.

Processo de Secagem do Arroz

A secagem é um procedimento importante para reduzir a umidade do grão. Após a


colheita, os grãos normalmente contêm cerca de 25% de umidade. Se deixarmos elas
assim, isso pode levar a descoloração do grão e provável ataque de pragas. Então, antes
de guardar os grãos, na maioria dos casos, os fazendeiros podem secá-los. Existem duas
formas de secagem. Os métodos tradicionais e mecânicos. Na maioria dos casos, é
essencial secar os grãos até 24 horas após a colheita.

Secagem Tradicional

Por causa do seu custo baixo, quase zero, a secagem tradicional é a preferida e é feita
em vários países. Podemos secar o grão de arroz ao expô-lo à luz solar. Funcionários
podem espalhar os grãos em tapetes ou calçadas até secarem.

Secagem Mecânica

Esse método consiste em remover a água dos grãos com ar quente. Isso pode ser feito
com diferentes tipos de secagem.

O rendimento médio do arroz (sementes) por hectare é 3-6 toneladas. Em alguns países
como a Austrália e o Egito, o rendimento pode aumentar para incríveis 10-12 toneladas
(ou mais) por hectare. (1 ton = 1000kg = 2000lbs e 1 hectare = 2,47 acres = 10.000
metros quadrados). É claro que tais rendimentos podem ser alcançados por fazendeiros
experientes após muitos anos de prática.

Importância da cultura de arroz

O arroz é cultivado e consumido em todos os continentes. Destaca-se pela produção e


área cultivada, desempenha papel estratégico tanto no aspecto de valor econômico
quanto social e faz parte da dieta alimentar de grande parte da população mundial.
É alimento básico para cerca de 2,5 bilhões de pessoas e, segundo estimativas feitas pela
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), haverá, até
2050, uma demanda para atender ao dobro dessa população.

Além do papel econômico, o arroz também é um dos mais importantes grãos em termos
sociais. É o alimento de maior importância em muitos países em desenvolvimento,
principalmente na Ásia e Oceania, onde vivem 70% da população total dos países em
desenvolvimento e cerca de dois terços da população subnutrida mundial.
Aproximadamente 90% de todo o arroz do mundo é cultivado e consumido na Ásia.

Segundo os dados disponibilizados no site do United States Department of Agriculture


(Usda – www.fas.usda.gov), em 2019 foram consumidas 492,4 milhões de toneladas de
arroz beneficiado, sendo a população asiática a maior consumidora. Entre os países
asiáticos os destaques em quantidade consumida são os seguintes: China (143,8 t), Índia
(101,10 t), Vietnã (22,2 t) e Tailândia (10,5 t). Nas Américas, as distinções em
consumo, em primeiro e segundo lugar, são para o Brasil e os EUA, respectivamente.

Assim como na Ásia, o arroz é um produto importante na economia de muitos dos


países latino-americanos e faz parte da dieta da população, como nos casos do Brasil, da
Colômbia e do Peru. Também é um produto importante no comércio internacional,
como no Uruguai, na Argentina e na Guiana, como exportadores, e no Brasil, México e
Cuba, como importadores.

É um dos alimentos com bom balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e


15% da proteína per capita necessária ao homem. Trata-se de um alimento com grande
potencial para o combate à fome no mundo. Por sua vez, é uma cultura que apresenta
ampla adaptabilidade de cultivo considerando as condições de solo e clima.
Segundo dados nutricionais do arroz, disponíveis em http://www.dietasaude.com, uma
colher de sopa cheia de arroz branco cozido tem valor energético equivalente a 32 Kcal,
contendo, também 7,03 g de carboidratos e 0,63 g de proteínas.

Conforme se observa na Tabela 1, o consumo de arroz nos países da América do Sul é


expressivo e é componente primordial na dieta de grande parte da população.

O crescimento da produção de arroz no Mercado Comum do Sul (Mercosul), a partir


dos ingressos de novos países associados, como Chile, Peru, Equador, Colômbia,
Bolívia e Venezuela, reforçou a participação desse cereal na sustentação da base da
pirâmide alimentar das populações, atendendo a uma demanda significativa por parte
dos trabalhadores que buscam consumir o arroz, para suprir as energias despendidas nas
atividades diárias, principalmente as braçais, tanto na zona rural como urbana.
Cultura da soja

A soja é uma oleaginosa, pertencente à família Fabaceae, que abrange também plantas
como o feijão, a lentilha e a ervilha. A cultura desse grão é uma das mais importantes
para a economia mundial, devido às suas várias possibilidades de aplicação. Na
indústria alimentícia, por exemplo, ela é usada como matéria-prima na produção de
massas, chocolates, óleos, margarinas e maioneses, além de diversos outros alimentos.

Um dos seus componentes é a lecitina, que é usada na produção de salsichas, sorvetes,


barras de cereais, entre outros produtos. O elemento atua como um emulsificante,
componente que varia entre as texturas plástica e fluida, dando consistência aos
alimentos.

A sua aplicação na indústria química varia, podendo ser utilizada na composição de


plásticos, lubrificantes, vernizes, tintas, adesivos, cosméticos e solventes. O grão
também faz parte da produção de biodiesel. Além disso, sua aplicação se estende à
indústria de alimentação animal, sendo o farelo da soja o principal componente de
rações.

Mas por que a sua utilização é tão extensa e versátil? Os principais motivos para isso
são o elevado teor de óleo e também proteínas. Sem contar que, enquanto matéria-
prima, ela tem um padrão, podendo ser produzida e negociada por diversas nações,
apresentando alta liquidez e demanda.

História e expansão

A soja é originária de uma região denominada Manchúria, localizada no nordeste da


China. Entre o século XV e o começo do século XVII, os portugueses e espanhóis,
seguidos por outros países europeus, exploraram o mundo de maneira intensiva em
busca de rotas de comércio novas.

Foi então que, em XVII, eles descobriram e levaram a planta da China para o continente
europeu. Durante quase dois séculos, a soja permaneceu apenas como uma curiosidade
botânica, ficando exposta nos jardins da corte.
A sua chegada à América se deu por volta dos anos de 1890. Nos Estados Unidos, a
princípio, ela foi cultivada como forrageira, sendo utilizada na alimentação animal.

No Brasil, a primeira notificação que se tem sobre a soja é de 1882, na Bahia, mas só
em 1891 que novas cultivares foram introduzidas, visto que as primeiras não se
adaptaram bem. Posteriormente, já nas décadas de 1940 e 1950, o cultivo se expandiu
para o Paraguai, México e Argentina.

Importância da soja

A liderança da soja na agricultura brasileira se deve principalmente pelo retorno


econômico e versatilidade do grão, que pode ser utilizado pela indústria, como fonte de
proteína para a criação animal, produção de óleo vegetal ou até mesmo na produção de
biocombustíveis. Esses fatos entre outros, fazem da soja uma cultura amplamente
difundida, responsável por alavancar o PIB do país, em conjunto com as demais cadeias
do agronegócio.

A crescente demanda da soja, impulsionada pela versatilidade do grão, tem


intensificado a produção do grão no país, exigindo aumento da produção para suprir as
necessidades globais. Para 2029, a projeção é de aumento de 32% da produção, 22% do
consumo e 41% das exportações (Aprosoja Brasil, 2020), sendo a expansão da área
cultivada, uma das principais alternativas para o aumento da produção.

Além da importância econômica, a cadeia produtiva da soja desempenha papel social


essencial no Brasil, empregando milhares de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao
cultivo da soja, que contribuem para a economia local e regional, possibilitando o
crescimento desenvolvimento do país. Estima-se que a cadeia produtiva da soja reúna
no país mais de 243 mil produtores, e um mercado de 1,4 milhões de empregos
(Aprosoja Brasil).  Sem falar, que a soja esta presente na alimentação humana e animal,
sendo uma das principais, se não a principal fonte de proteína para a pecuária,
alimentando bilhões de pessoas.

No sistema produtivo, a soja possibilita rentabilidade e lucratividade de lavouras


produtoras de grãos, sendo a principal cultura de verão de Norte a Sul do país. Além
disso, tecnologias como o sistema plantio direto possibilitam a maior sustentabilidade
de lavoras sojículas, contribuindo inclusive para a redução da degradação ambiental.

Colheita 

A colheita é uma importante etapa do processo produtivo da soja. À medida que as


plantas se aproximam da maturação, as folhas ficam amarelas e caem, as sementes
perdem sua umidade e é hora de iniciar a operação de colheita. Isso deve ser feito
quando cerca de 95% das vagens apresentarem uma coloração marrom ou cinza.

Quando a soja é colhida com teor de umidade por volta de 13% e 15%, há uma redução
em problemas mecânicos e de perdas. Vale lembrar que é importante que a manutenção
da colheitadeira esteja em dia, uma vez que, caso isso não aconteça, a produtividade
também poderá ser prejudicada. 

Principais pragas e doenças

As pragas podem atingir a lavoura de soja do plantio até a colheita e são um dos


principais responsáveis pelas perdas de produtividade.

Muitos insetos podem ser encontrados na lavoura de soja. Entre os que podem causar
danos à cultura, veja, a seguir, os principais:

Corós

Os corós que ocorrem em lavouras de soja incluem várias espécies e podem variar de
acordo com as regiões do país. A presença de corós na lavoura geralmente só é notada
quando começam a aparecer reboleiras de plantas com sintomas, distribuídas
irregularmente na lavoura.

Embora possam ocorrer durante todas as fases de desenvolvimento da soja, os corós são
particularmente nocivos logo após a emergência das plantas. A praga causa danos no
sistema radicular da soja, o que pode levar ao enfraquecimento, tombamento e à morte
da planta.  

Essas larvas têm um corpo recurvado e esbranquiçado, cabeça castanha/marrom,


podendo chegar a 4 cm de comprimento. O controle da praga pode acontecer de forma
biológica, ou seja, por meio de fungos e bactérias, mas também por meio do tratamento
de sementes.

Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

A lagarta-da-soja é a principal desfolhadora da soja no Brasil. Ela geralmente apresenta


coloração verde, com cinco estrias brancas longitudinais sobre o dorso. Em condições
de alta população, assume a coloração negra, mantendo as estrias brancas.

Inicialmente, as lagartas raspam pequenas áreas das folhas, perfurando-as. Quando estão
maiores, elas se alimentam da superfície foliar, inclusive das nervuras, o que pode fazer
com que as folhas sejam completamente consumidas. 

O dano causado pela lagarta-da-soja é constituído pela redução da área foliar. À medida
que aumenta o desfolhamento, os buracos unem-se e, nos casos mais severos, há perda
total da folha, inclusive das nervuras e do pecíolo.

Mosca-branca (Bemisia tabaci)

A mosca-branca é um inseto sugador que pode atingir mais de 500 espécies de plantas.
Ela tem cerca de 1 mm e a cor branca se deve à cera presente nas suas asas. Elas causam
danos porque retiram nutrientes das plantas, além de transmitirem doenças. 

A planta de soja, quando infectada, pode sofrer alterações no desenvolvimento


vegetativo e reprodutivo da planta, debilitando-a e reduzindo sua produtividade. A
mosca-branca se estabelece na face inferior da folha, suga a seiva, extraindo nutrientes,
podendo causar folhas com manchas cloróticas, murcha e queda.

A presença da mosca-branca na lavoura também forma a fumagina, fungo desenvolvido


por meio da excreção dos insetos na superfície das plantas, prejudicando a captação de
luz e, consequentemente, a fotossíntese. 

Ferrugem asiática, mancha-alvo, antracnose e outras doenças

Fungos e bactérias podem atingir a cultura da soja e causar doenças. Confira, a seguir,
algumas das principais doenças que podem acometer as lavouras. 

Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)


Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das doenças que mais preocupam os
produtores de soja. O principal dano causado por ela é a desfolha precoce, o que impede
o desenvolvimento dos grãos da soja, reduzindo drasticamente a produtividade da
lavoura. 

A doença pode acontecer em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. Sua


principal característica são os pontos mais escuros nas folhas inferiores da planta, se
comparado ao tecido sadio da folha. As lesões podem apresentar uma coloração verde-
acinzentada, evoluindo para uma coloração marrom-escura ou marrom-avermelhada,
podendo causar danos de até 90% nas lavouras.

Para o manejo da doença, é ideal respeitar o período de vazio sanitário, adequar a época
de semeadura da soja, além de realizar a rotação de fungicidas. A escolha dos fungicidas
deve priorizar o programa de manejo e levar em conta a utilização de produtos com
diferentes princípios ativos.

Saiba como a ADAMA vem se destacando no Consórcio de Rede de Ferrugem.

Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)

A macha-alvo é uma doença foliar causada pelo fungo Corynespora cassiicola. A


doença é uma das principais quando se trata da cultura da soja. Os principais danos
causados pela mancha-alvo são as manchas em formato circular, com o entorno amarelo
e um ponto negro central, por isso, o nome alvo.

O clima é um importante fator para o desenvolvimento das lesões nas camadas foliares
da cultura da soja e a infecção é favorecida pela alta umidade. A evolução da doença
pode levar ao desfolhamento precoce da planta e cultivares suscetíveis podem sofrer
perdas de até 50% de produtividade.

As principais estratégias de manejo recomendadas para essa doença são: a utilização de


cultivares resistentes, o tratamento de sementes, a rotação/sucessão de culturas com
milho e outras espécies de gramíneas e o controle químico com fungicidas.

Antracnose (Colletotrichum truncatum)

A antracnose é outra das principais doenças que afetam a formação das vagens da planta
da soja, sendo um grande problema nas áreas agrícolas do cerrado, devido às altas
temperaturas e elevada precipitação. É considerada uma doença de final de ciclo da soja
e, caso o ano seja chuvoso, a doença pode acarretar na perda total da produção.

Entre os principais sintomas, pode causar morte de plântulas e manchas negras nas
nervuras das folhas, hastes e vagens. Pode haver queda total das vagens ou deterioração
das sementes.

Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum)

O mofo branco é uma doença que tem a capacidade de infectar qualquer parte da planta.
A soja tem uma fase mais vulnerável a essa doença, que vai do estágio de floração até a
formação das vagens. O clima com alta umidade e as temperaturas amenas favorecem o
surgimento do fungo. Outro ponto que vale destacar é que uma vez que a doença surge
na área, ela é de difícil erradicação. 

Portanto, o uso de sementes certificadas e o tratamento de sementes são ações que


ajudam no controle da doença. Entre as recomendações de manejo estão a adubação
correta, o plantio direto, o espaçamento de linhas, a eliminação de hospedeiros e a
rotação de culturas. 

Mudanças climáticas 

O plantio de soja é suscetível às mudanças climáticas e esse é um dos maiores desafios


encontrados pelos produtores na atualidade.

Devido às mudanças climáticas, os padrões e os regimes de chuva têm se alterado. Por


isso, cada vez mais será necessário investir em inovações e sustentabilidade no
agronegócio. Além disso, estratégias para otimizar o uso dos recursos naturais, a
manutenção da biodiversidade e o e manejo integrado sustentável também devem ser
áreas prioritárias de investimento dos agricultores num futuro bem próximo.

Estações meteorológicas próprias

O clima é um dos fatores mais importantes para a agricultura. Como é algo impossível
de ser controlado, prever suas condições é a melhor forma do agricultor estar preparado
para agir.

Estações meteorológicas instaladas nas próprias lavouras de soja são capazes de reunir
dados de previsões climáticas num raio menor, aumentando o nível de acuracidade.
Com sensores de chuva e temperatura, elas têm se tornado uma ferramenta essencial
para tomada de decisão.

Adubação e correção do solo

Antes de iniciar o plantio, é necessário que o solo seja adubado. A adubação começa
com a análise do solo, segue com a correção da acidez e termina com a aplicação
correta do fertilizante. Portanto, para saber se um solo tem os nutrientes necessários em
qualidade e quantidade, deve-se primeiramente fazer sua análise.

A adubação consiste em adicionar ao solo a quantidade de nutrientes que preenche a


lacuna entre o que a planta exige e o que o solo pode fornecer, acrescentando também a
quantidade perdida. A perda dos nutrientes do solo é comum e ocorre naturalmente por
retirada e exportação pela parte colhida da planta, por lixiviação através da água da
chuva, por erosão, por imobilização pelos organismos presentes no solo e por fixação
pelas partículas do solo.

A correção do solo é feita por meio da calagem, isto é, da distribuição de calcário


agrícola no solo. Esta prática eleva o pH do solo, que na maioria das áreas agrícolas do
país tem caráter ácido. A calagem do solo também elimina o efeito tóxico do alumínio,
manganês e ferro para as plantas; aumenta a disponibilidade dos nutrientes para as
plantas como: fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro e molibdênio e aumenta
a atividade microbiana e a liberação dos nutrientes pela mineralização da matéria
orgânica.

3. Semeadura da soja

A fase de semeadura deve ser seguida de alguns cuidados. O primeiro deles é com
relação à temperatura do solo, que deve variar entre 20ºC e 30ºC, sendo 25ºC a média
ideal. Também é preciso ter atenção às chuvas, pois elas impactam especialmente na
definição da melhor época para o início do plantio.

Além da época de semeadura, é necessário levar em consideração aspectos relacionados


à operação, como a velocidade de deslocamento do conjunto trator e plantadora, e a
profundidade da semeadura (variando entre 3 e 5 centímetros). A escolha de cultivares
também é um fator relevante, e o produtor deve buscar aquelas que estão melhor
adaptadas à região. Esses últimos pontos ajudam na logística de colheita, com melhor
aproveitamento dos maquinários disponíveis, na redução de pragas e doenças e podem
amenizar perdas em safras com problemas climáticos.

Armazenamento da cultura da soja

O armazenamento dos grãos de soja ocorre basicamente em três etapas que são a
limpeza, a secagem e o armazenamento. A primeira etapa pode ser eliminada se durante
a colheita o processo de limpeza for eficiente.

A secagem é uma fase que caracteriza-se como o processo de remoção de água dos
grãos até os níveis que permitam o armazenamento. O teor de umidade é o principal
fator que governa as qualidades do produto armazenado, sendo de grande importância
também do ponto de vista comercial, pois ela pode alterar substancialmente o peso do
produto. Neste sentido, é importante compreender que a maturação fisiológica da soja
ocorre quando o grão está com umidade entre 45% e 50%, mas a colheita só é realizada
quando a umidade atinge entre 14% e 20%. Para armazenar por um período de até um
ano, recomenda-se a secagem até atingirem 11% de umidade. Mas, caso o
armazenamento seja maior que um ano, essa umidade deverá chegar entre 9% e 10%, a
depender da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar.

Durante o armazenamento, deve-se atentar também a temperatura dos grãos, movendo o


ar fresco através da massa de grãos. Esse procedimento constitui a aeração, que é a
operação em que se provoca, por meios mecânicos, a circulação do ar ambiente para
melhorar as condições de armazenamento. Os principais objetivos da aeração são:
impedir a migração de umidade; resfriar a massa de grãos e remover maus odores.
Como regra geral, os problemas de aeração podem ser minimizados mantendo a
temperatura dos grãos abaixo de 15° C para controlar o crescimento e a atividade dos
insetos.

Com isso, pode-se observar que o teor de água, a umidade relativa do ar e a temperatura
devem estar em equilíbrio para manter a qualidade do armazenamento dos grãos. Por
fim, é importante salientar que, durante o armazenamento, não se pode melhorar a
qualidade dos grãos, pois se colhidos e secos inadequadamente permanecerão com baixa
qualidade, sendo que o armazenamento não tem influência sobre esse aspecto.
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