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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA


DISCIPLINA: CULTIVO DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS II

Cultura do Sorgo [Sorgum biocolor L.]

Aurélio Paes Barros Júnior – Professor


aureliojr02@yahoo.com.br

Serra Talhada (PE)


2012
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo
1 Histórico e Origem

A origem do sorgo é
obscura, supõe-se que
ele seja proveniente
da África

No Brasil o sorgo deve ter chegado da mesma forma como chegou na América
do Norte e Central, por meio dos escravos africanos. Nomes como milho-
d’Angola ou milho-da-Guiné, encontrados na literatura e no vocabulário
nordestino, sinalizam que possivelmente as primeiras sementes de sorgo
entraram pelo Nordeste brasileiro.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo
2 Importância econômica

No Mundo

 O sorgo é, atualmente , o quinto cereal mais cultivado no mundo,


depois do trigo, do arroz, do milho e da cevada.

 A produção de sorgo na América do Norte, do Sul, Europa e Austrália se


destina principalmente à alimentação animal, ao passo na Ásia, África,
China e América Central, o grão é importante como alimento humano
básico.

 Os maiores produtores mundiais de sorgo são: Nigéria, Estados Unidos,


Índia, México, Sudão, China, Argentina, Austrália e Brasil.

 Os dez maiores consumidores de sorgo no mundo, são: Nigéria,


México, Índia, Estados Unidos, Sudão, China, Argentina, Etiópia, Burkina
e o Brasil.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 1 – Produção mundial de sorgo. USDA (2006)


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 2 – Consumo mundial de sorgo. USDA (2006)


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

No Brasil

 Por ser considerado como substituto do milho em seus vários usos, o


sorgo apresenta problemas para ser identificado pelos produtores e
consumidos como tal.

 Também, por ter sua origem em regiões semiáridas, foi apresentado


como rústico e resistente à seca, no entanto o sorgo é um pouco mais
tolerante ao estresse hídrico do que o milho e depende de boas práticas
culturais para atingir elevadas produtividades.

 O produtor de sorgo é quase que integrado com algumas firmas


produtoras de rações, visto que, nos canais normais de comercialização,
eles têm dificuldades de colocar o produto.

 A despeito das dificuldades de mercado encontradas pelos produtores


de sorgo, a cultura tem ganhado expressão econômica, com a produção
de sorgo granífero no Brasil, crescendo 587%, nos últimos 10 anos,
graças principalmente ao aumento da área cultivada (484,6%), com a
produtividade média da cultura crescendo apenas 17,5%.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 3 – Produção, área plantada e produtividade de sorgo, nas


diferentes regiões brasileira. IBGE (2008).
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 4 – Produção, área plantada e produtividade de sorgo, dos


principais estados produtores do Brasil. IBGE (2008).
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 5 – Produção, área plantada e produtividade de sorgo, dos


estados produtores do Nordeste. IBGE (2008).
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

3 Valor nutracêutico e utilização do sorgo

Tabela 6 – Valor médio de nutrientes do grão de sorgo


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 7 – Valor energético do milho e sorgo (grão).


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 8 – Diferentes formas de utilização de forragens de sorgo e


respectivas porcentagens de Matéria Seca (MS) e Proteína Bruta (PB) na
MS.
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 Utilização do sorgo
 O grão do sorgo pode ser utilizado na alimentação humana, podendo
substituir, em parte, a farinha de trigo na confecção de bolos, pudins,
salgadinhos, podendo também ser utilizado em pratos regionais como
cuscuz, angu, mingau, pamonha, canjica e pipoca.
 Na sua grande maioria o grão de sorgo é utilizado para a fabricação de
rações, principalmente de aves e suínos e uma pequena parcela na
industrialização de amido, açúcar, óleo, cera, cerveja e outros produtos.
 O sorgo forrageiro pode ser utilizado, tanto na forma de forragem
verde picada ou conservada como feno e silagem.
 O colmo do sorgo sacarino apresenta grande quantidade de açúcares, o
que o faz uma fonte de açúcar e álcool pouco inferior à cana-de-açúcar
(cerca de 8%). Os grãos, quando utilizados como matéria-prima na
produção de álcool, têm um rendimento cerca de 45% maior que o da
mandioca.
 O sorgo vassoura, como o nome já diz, para a produção de vassouras e
escovas.
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Toxidade dos Sorgos

Teor de ácido cianídrico


• Grau de toxicidade pode variar de planta para planta;
• Diminui com o crescimento da planta
• O meio, principalmente o clima e a temperatura influenciam o teor
de HCN
• A rebrota é mais perigosa.
• A silagem não oferece perigo em virtude da decomposição do
alcalóide durante o período em que o sorgo permanece no silo
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4 Botânica
4.1 Classificação botânica
Família : Gramineae
Gênero: Sorghum
Espécie: Sorghum biocolor L.

 A cultura do sorgo é de grande utilidade em regiões muito quentes e


mais secas, onde não se conseguem boas produtividades de grãos ou de
forragens cultivando outras espécies como o milho por exemplo. Isso se
deve alguns fatores morfológicos do sorgo:
 Sistema radicular muito desenvolvido e fibroso, muito eficiente na
extração da umidade do solo;
 Reduzido nível de transpiração, com regulação estomática mais eficaz
que a do milho;
 Superfície foliar funcional mais reduzida que a do milho;
 Enrolamento das folhas durante períodos de estresse hídrico;
 Cobertura cerosa presente nos colmos e nas folhas da planta.
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5 Cultivares de sorgo

 O sorgo apresenta quatro tipos de cultivares com características bem

distintas: granífero, forrageiro, sacarino e vassoura.

 Sorgo granífero:

 Sorgo cultivado com a finalidade de produção de grãos. É uma planta

anual, de porte ereto, com estatura não ultrapassando normalmente 1,50

m, selecionada para facilitar a colheita mecanizada, com ciclo de 100 a

120 dias da semeadura à colheita.

 O potencial de rendimento de grãos pode ultrapassar 10 t/ha e 7 t/ha,

respectivamente, em condições favoráveis de verão e em cultivos de

sucessão (safrinha)
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Sorgo Granífero
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Sorgo Granífero
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Sorgo forrageiro:

 O sorgo forrageiro tem uma produção de matéria seca em torno de 26

a 29 t/ha (um corte), equivalente a produção do milho, com a vantagem

de o sorgo ser capaz de rebrotar e produzir até 60% da matéria seca em

relação ao primeiro corte e apresenta uma maior resistência a seca.

 No Brasil, cerca de 10 a 12% da área cultivada para silagem é com

sorgo, cujo corte, para fins de ensilagem, é feito quando os grãos estão

no estado pastoso, e ainda existem cultivares adaptadas para pastejo

direto, corte verde e feno.


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Sorgo Forrageiro
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Sorgo Forrageiro
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo
Sorgo dupla finalidade
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Sorgo sacarino:
 Além da cana, tradicionalmente utilizada para a produção de álcool, a
mandioca e o sorgo-sacarino são também alternativas renováveis
promissoras.
 Apresenta no colmo grande quantidade de açúcares fermentescíveis
(glicose, frutose e sacarose), o que o torna uma fonte de açúcares e
álcool pouco inferior a cana-de-açúcar (cerca de 8%). Após a extração do
caldo dos colmos, o bagaço que sobra fornece o combustível quase que
suficiente para o processamento de caldo.
 Como característica industrial importante, o sorgo é mais rico em fibra
que a cana, tem boa capacidade de rebrota, alta capacidade de produção
de colmos, alto acúmulo de açúcares no colmo e alta percentagem de
caldo extraído.
 Como desvantagem os colmos dos sorgos são mais finos, dificultando a
retirada da palha, no processamento, os colmos são moídos com as
folhas e sem as panículas, resultando em menor extração de caldo e
açúcares, a colheita mecânica carece de máquinas eficientes e o
rendimento de álcool é menor do que o da cana-de-açúcar.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 9 – Composição média do caldo e dos colmos de sorgo-sacarino e


de cana-de-açúcar.
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Sorgo vassoura:

 Utilizado, como o nome já diz, para a produção de vassouras e escovas,

devido a conformação das panículas, que se apresentam abertas e bem

ramificadas, com pequena percentagem de grãos, normalmente muito

pequenos.

 O colmo é mais fino e mais alto que os dos tipos apresentados

anteriormente.
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Sorgo vassoura
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

6 Exigências edafoclimáticas
 No Brasil, as zonas de adaptação da cultura se concentram no Sul
(plantios de verão), na região central do país (sucessão a plantios de
verão) e no Nordeste (plantios no semiárido, com altas temperaturas e
precipitação inferior a 600 mm anuais.

 O sorgo tolera mais o déficit e o excesso de umidade no solo do que a


maioria dos cereais e pode ser cultivado em ampla faixa de condições de
solo.

 O período mais crítico à falta de água é o florescimento. O sorgo grão


requer cerca de 25 mm de água após o plantio, 250 mm durante o
crescimento e 25 a 50 mm durante a maturidade.

A grande maioria dos materiais genéticos de sorgo requer


temperaturas superiores a 21°C para o bom crescimento e
desenvolvimento. A temperatura ótima para crescimento está em torno
de 33 a 34°C. Acima de 38°C e abaixo de 16°C a produção decresce.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

7 Manejo do solo
 Escolha da área:

 O sorgo se adapta a uma ampla gama de textura do solo e de pH. É


moderadamente tolerante à salinidade, com maior sensibilidade
durante a germinação e no início do crescimento.

 Preparo do solo :

 O sorgo vem ganhando espaço em sistemas agrícolas ou de


integração lavoura-pecuária, devido aos seus usos múltiplos.

 É importante o bom contato da semente com o solo para que haja


uniformidade de germinação e emergência. Assim, nos sistemas
convencionais de preparo, atenção especial deve ser dada à gradagem,
para promover a quebra dos torrões do solo.

 Em sistemas de plantio direto, os resíduos vegetais do sorgo formam


palhada de excelente qualidade e durabilidade.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

8 Adubação

 Por o do florescimento, 70, 60 e 80% do total de nitrogênio, fósforo e

potássio, respectivamente, já foram absorvidos pelas plantas.

 Recomenda-se que as adubações de cobertura, principalmente com N e

K, antecedam o período de florescimento, quando as plantas estiverem

com 30 a 40 cm de altura.

 No caso do sorgo granífero, a remoção de nutrientes do solo é intensa,

especialmente de N e K, o que mostra a importância da adubação de

cobertura.

 Em solos de textura média a arenosa ou em sistemas de alta

tecnologia, a cobertura pode ser feita com até duas aplicações.


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 10 – Limites normais da composição da folha e dos grãos de


sorgo-granífero.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo
Tabela 12 – Recomendação de adubação da cultura do sorgo granífero.
IPA 2008.

Cultivares: Variedades e híbridos comerciais


Espaçamento: 0,6 m entre linhas, com 8 plantas por metro (híbridos comerciais de
porte baixo de 1,4m).
0,8 m entre linhas, com 12 plantas por metro (cultivares de porte
superior a 1,6m).
Densidade: 133.600 plantas/ha e 150.000 plantas/ha
Produtividade média: 0,56 t/ha
Produtividade esperada: 3,5 t/ha
OBS: O nitrogênio em cobertura deverá ser aplicado aos 40 dias após o plantio.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo
Tabela 11 – Recomendação de adubação da cultura do sorgo forrageiro.
IPA 2008.

Cultivares: Variedades e híbridos comerciais


Espaçamento: 0,8 m entre linhas, com 12 plantas por metro.
Densidade: 150.000 plantas/ha
Produtividade média: 8 t/ha de matéria seca
Produtividade esperada: 15 t/ha de matéria seca
Matéria orgânica: Aplicar 30 m³/ha de esterco de curral ou 15 m³/ha de cama de
aviário, bem curtido.
OBS: O nitrogênio em cobertura deverá ser aplicado aos 40 dias após o plantio.
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9 Semeadura

 No decorrer da semeadura de sorgo, um importante aspecto é definir


o momento adequado da semeadura, a densidade populacional que
promoverá o rendimento máximo da lavoura.
 Época de semeadura
 É uma tarefa difícil estabelecer a época de semeadura para uma dada
região sem um conhecimento prévio das cultivares a serem cultivadas e
das condições ambientais em que se pretende desenvolvê-las.
 De uma forma geral, pode-se sugerir, para o sorgo-forrageiro, que a
semeadura seja entre setembro e novembro (início do período chuvoso)
para região sul, centro-oeste e sudeste e janeiro a março para região
Nordeste.
 O sorgo-granífero, que é cultivado normalmente após a soja precoce e
em alguns locais após o milho de verão e feijão das águas, ou seja, na
safrinha, tem sua data de semeadura dependente da época de colheita
da cultura antecessora.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 População de plantas
 A densidade populacional ou estande, definida como o número de
plantas por unidade de área por ocasião da colheita, influencia
diretamente o rendimento da lavoura de sorgo.
 Para cada sistema de produção existe a população que maximiza o
rendimento de grãos ou de fitomassa. A população ideal para maximizar
o rendimento de grãos de sorgo varia de 140 a 170 mil plantas/ha na
colheita, dependendo da cultivar, da disponibilidade hídrica, da
disponibilidade de nutrientes e da época de semeadura.
 Profundidade de semeadura
 A semeadura deve ser superficial, ao redor de 2 a 3 cm, em solos mais
pesados, que dificultam a emergência, ou quando a temperatura do solo
é mais fria, em função da época ou da região.
 Em solos mais leves, arenosos, a profundidade pode ser maior,
variando de 3 a 5 cm, aproveitando as condições mais favoráveis de
umidade do terreno.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Tabela 12 – Sugestões para semeadura de acordo com diferentes tipos


comerciais de sorgo, seus usos e seus espaçamentos recomendados.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

10 Manejo de plantas invasoras

 Como a planta de sorgo tem crescimento inicial lento, a falta de


controle de plantas daninhas nessa fase pode reduzir seriamente o
rendimento de grãos.

 A capina manual é amplamente utilizada em pequenas propriedades.


Em geral, são realizadas duas a três capinas durante os primeiros 40 a
50 dias após semeadura.

 O uso de cultivadores tracionados por animal ou trator ainda é um dos


métodos mais comuns de controle, mas apresenta como desvantagem
de causar injúrias ao sistema radicular e de não eliminar as plantas
daninhas na fileira de plantio, além disso, é incompatível com o plantio
direto.

 O uso de herbicidas, por ser uma operação de maior custo inicial, é


indicada para lavouras médias e grandes com alto nível tecnológico,
com expectativa de alta produtividade.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

10 Pragas da cultura do sorgo

 Pragas que atacam a parte subterrânea do sorgo:


 Larva-arame (Conoderus scalaris);
 Bicho-bolo, coró ou pão-de-galinha (Eutheola humilis, Dyscinetus
spp., Stenocrates spp.)
 Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)
 Pragas que atacam a região do colmo do sorgo:
 Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
 Broca da cana de açúcar (Diatraea saccharalis)
 Pragas que atacam as folhas do sorgo
 Pulgão-verde (Shizaphis graminum)
 Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
 Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 Pragas que atacam a panícula do sorgo:

 Mosca-do-sorgo (Stenodiplosis sorghicola)

 Percevejos da panícula

 Percevejo-do-arroz (Oebalus spp)

 Percevejo verde (Nezara viridula)

 Pássaros

 Pragas dos grãos armazanados do sorgo

 Gorgulhos (Sitophilus zeamais e S. oryzae)

 Traça dos cereais (Sitotroga cerealella)

 Roedores
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11 Doenças da cultura do sorgo

 Doenças decompositoras de sementes e causadoras de danos às


plântulas de sorgo:

Na semente em campo:

 Alternaria tenuis, Cladosporium sp, Cercospora sorghi, Colletotrichum


graminicola, Curvularia lunata, Drechslera turcica, D. sorghicola,
Fusarium moniliforme, F. semitectum, Macrophomina phaseolina, Phoma
sorghina, Rhizopus spp. e Sphacelia sorghi.

Na semente em condições de armazenamento:

 Aspergillus flavus, A. niger e Penicillium spp.

No solo:

 Pythium spp. e Fusarium moniliforme


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 Manchas e queimas foliares:

 Antracnose foliar (Colletotrichum graminicola)

 Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

 Ferrugem (Puccinia purpurea)

 Míldio-do-sorgo (Peronosclerospora sorghi)

 Podridões do colmo

 Antracnose-do-colmo (Colletotrichum graminicola)

 Podridão-vermelha-do-colmo (Fusarium moniliforme)

 Podridão-seca-do-colmo (Macrophomina phaseolina)

 Doenças da panícula e dos grãos

 Doença-açucarada-do-sorgo (Sphacelia sorghi)


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 Doenças dos grãos:

Presença de micotoxinas

 Aflatoxinas (Aspergillus flavus, A. parasiticus, A. niger, Penicillium


spp.).

 Zearalenona (Fusarium graminearum, F. moniliforme, F. subglutinans,


F. oxysporum).

 Fumonisinas (Fusarium moniliforme, F. subglutinans).

 Toxina T-2 (Fusarium sporotrichioides).

 Doenças causadas por vírus e nematóides:

 Mosaico-da-cana-de-açúcar

 Nematoides dos gêneros: Criconemoides, Pratylenchus e Meloidogyne


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12 Colheita e pós-colheita do sorgo

 A ocorrências de perdas qualitativas, em função do processo de


colheita, no momento de sua realização e das operações posteriores a
que o grão será submetido, interfere na produtividade final da cultura e
na qualidade do produto.

 É fundamental planejar com detalhes a colheita, a secagem e o


armazenamento, para obter na comercialização a maximização da
rentabilidade econômica.

 Perdas de pós-colheita em sorgo sempre ocorre, entretanto ela não


devem ultrapassar 5% da produção final de grãos, o que pode ser
atingido com colheita no momento adequado e processos de colheita
eficientes.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 Na prática, uma lavoura de sorgo é considerada fisiologicamente

madura quando as plantas estão totalmente secas, os grãos apresentam

umidade na faixa de 30 a 35% e com identificação da camada preta

(Black layer) na região compreendida entre o endosperma basal e a área

vascular do pedicelo dos grãos.

 Os grãos, a partir da maturação fisiológica, necessitam ficar

“armazenadas” no campo até atingir teor de umidade compatível com o

modo de colheita.

 Durante o período de “armazenamento” no campo, tanto a

produtividade como a qualidade do grão decresce com o tempo, por ação

de fatores bióticos e abióticos.


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 Em geral, o produtor inicia a colheita quando o grão atinge 14% de

água, que é a porcentagem base de comercialização.

A colheita do sorgo-granífero pode ser realizada manual ou

mecanicamente, e a opção de qual utilizar vai depender da área

cultivada, da mão-de-obra disponível e dos custos de operação. Desses, o

fator econômico é que efetivamente define a escolha.


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Ponto de colheita de Sorgo granífero


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Colheita de Sorgo granífero


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

Secagem e Armazenamento do sorgo

 A qualidade de grão de sorgo é função dos fatores pré-colheita, da


colheita propriamente dita e da pós-colheita. Com isso, para que se
obtenham grãos de sorgo com boa qualidade final, é preciso que,
imediatamente após a colheita, o produto seja submetido aos processos
de pré-limpeza e de secagem.

 A pré-limpeza consiste, basicamente, na remoção dos materiais bem


grandes e bem pequenos e bem mais leves do lote de grãos. Usam-se
máquinas de ar e peneira. As vantagens da pré-limpeza são:

 A facilidade de secagem;

 A redução de volumes a armazenar;

 A facilidade de transporte por elevadores;

 A facilidade de operação das máquinas subsequentes;

 A melhor condição de armazenamento.


Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 A secagem inicia-se tão logo os grãos tenham sido transportados à

unidade de beneficiamento e armazenamento. É a etapa em que se

reduz a umidade dos grãos para percentuais que minimizem sua

atividade metabólica e a possibilidade de ataques de fungos e insetos no

armazenamento, possibilitando colheitas próximas da maturidade

fisiológica e a manutenção da qualidade inicial do grão.

 De forma geral, os grãos de sorgo são armazenados com teor de

umidade ≤ 14%.
Cultivo de Plantas Alimentícias I - Cultura do sorgo

 O processo de armazenamento tem por função manter e/ou


minimizar alteração qualitativas e quantitativas causadas pela ação
fisiológica dos próprios grãos e por influências físicas e biológicas do
meio.

 Para se evitar ocorrências de danos no grão de sorgo durante o


armazenamento é necessário:

 Armazenar o produto com menos de 14% de água;

 Livre de danificações mecânicas causadas durante a colheita e a


secagem;

 Sem materiais estranhos ao produto;

 Livre de insetos (traças e carunchos) e de fungos.


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DISCIPLINA: CULTIVO DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS II

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