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A ética da biotecnologia moderna - Brasil Escola http://monografias.brasilescola.uol.com.

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A bioética não é pautada em proibições, limites ou vetos, e muito menos na necessidade


imperiosa que alguns vêem de que tudo seja regulamentado, codificado, legalizado.

RESUMO
O objetivo deste trabalho é analisar e a partir do estudo da bioética e transgênico, conflito gerado pela proposta da
introdução destes alimentos modificados geneticamente no Brasil. Levando em consideração os lados, de que o país não
se deve fechar para as novas tecnologias e por outro a enorme responsabilidade dos cientistas caso causem algum dano a
saúde, bem como os políticos que possuem a tarefa de aceitar ou proibir a pratica. A população brasileira, por sua vez vem
sendo o sujeito verdadeiro neste processo de adequação, que por sua vez deve estar adequadamente informada sobre as
principais vantagens e desvantagens do uso desses produtos. A participação e o controle social, no caso do uso dos
transgênicos, tornam-se a grande referencia para a decisão. De acordo, deve-se portanto recordar que, nas ultimas
décadas a chamada ética aplicada a uma importância especial é a ferramenta adequada nas áreas dos direitos humanos.

Palavras-chave: Biotecnologia, Bioética, Transgênicos.

ABSTRACT

My goal in this paper is to analyze and from the study of bioethics and transgenic conflict generated by the proposed
introduction of genetically modified foods in Brazil. Taking into consideration the sides, that the country should not be closed
to new technologies and the other the enormous responsibility of scientists if cause any harm to health as well as politicians
who have the task of accepting or prohibit the practice.The Brazilian population in turn has been the true subject in this
adaptation process, which in turn must be adequately informed of the main advantages and disadvantages of using these
products. Participation and social control in the case of the use of transgenics become a major reference for the decision.
Accordingly, one should therefore remember that, in recent decades the so-called applied ethics with a special importance is
the right tool in the areas of human rights.

Keywords: biotechnology, transgenic bioethics.

INTRODUÇÃO
O melhoramento genético de plantas, de maneira geral, vem sendo constituído em aspecto mais curto, econômico e
duradouro em se tratando da sustentabilidade da agricultura.

O melhoramento genético das plantas vem apresentando um crescimento significativo, já que, dentro de um plano de
agricultura sustentável possui grande importância, pois, seu desempenho é mais curto, econômico e duradouro.

Mesmo assim, esquemas de cruzamento e seleção dos melhores genótipos são selecionados de forma que prevaleçam as
características adequadas, ou seja, a escolha dos genes será aguçada, cada vez mais, a fim de torná-las mais diretas e
menos aleatórias neste processo de obtenção (GANDER et al., 1996).

Com a descoberta da lei da hereditariedade e a natureza química do material genético surgiu a biotecnologia moderna, que
por meio de métodos de desenvolvimento da biologia molecular permitiram a manipulação do material genético. Segundo
Gander et al. (1996), os pesquisadores americanos Stanley Cohen e Hebert Boyer descobriram essa nova ciência quando
conseguiram introduzir um gene de uma rã dentro de uma bactéria. Esta pesquisa trouxe um enorme favorecimento para o
melhoramento genético das plantas por possibilitar a sobreposição da barreira do isolamento entre os reinos, facilitando a
busca dos caracteres desejados.

Com isso, surgiram as plantas que carregam em seu DNA alguma característica de uma fonte diferente do germoplasma
paternal, denominadas de transgênicas. O melhoramento genético feito através de Agrobacterium, biobalistica,
eletroporação e outros, utilizam os cultivares de milho, soja, arroz, algodão, mamão, tomate, batata, feijão, dentre outros,
com características resistentes a pragas e doenças, alem de tolerância a uso dos herbicidas (FILGUEIRA, 2000).

Dentre diversas vantagens que as técnicas ou mesmo os transgênicos podem proporcionar, destaca-se o aumento da
produção e da produtividade com redução de custos, alternativa para outros produtos agrícolas, o controle ambiental,
principalmente na redução ou extinção do uso de agrotóxicos, dentre outras.

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O melhoramento genético das plantas, fortalecido por refinadas ferramentas biotecnológicas e um grande manancial de
genoma tropical, traduz-se em uma das principais características para o desenvolvimento de uma agricultura saudável e
competitiva. Assim, o Brasil, um país em pleno desenvolvimento, que possui grande biodiversidade, recursos genéticos e
ampla capacidade competitiva no agronegócio, deve ir à frente à ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, para
reduzir as dependências externas em beneficio da sociedade(FONTES, 2002).

Entretanto, apesar da vantagem comparativa na obtenção de ganhos genéticos de seleção dos genótipos, devem ser
levados em consideração os organismos transgênicos devem ser submetidos a procedimentos de biossegurança, com
descarte daqueles indivíduos que possam estar fora do padrão estabelecido, que possam interferir na qualidade de vida e
saúde dos consumidores ou até mesmo causar efeitos maléficos ao meio ambiente (VALOIS, 2001).

BIOTECNOLOGIA E A ÉTICA
A bioética não é pautada em proibições, limites ou vetos, e muito menos na necessidade imperiosa que alguns vêem de
que tudo seja regulamentado, codificado, legalizado. Pelo contrário, baseada no respeito ao pluralismo moral, para ela, o
que vale é o desejo livre, soberano e consciente dos indivíduos e das sociedades humanas, desde que as decisões não
invadam a liberdade e os direitos de outros indivíduos e outras sociedades ( GARCIA, 1995).

A bioética está, exatamente, em libertar-se dos paternalismos que se confundem com beneficência. Historicamente, a
humanidade vem carregando o peso do maniqueísmo entre o “certo” e o “errado”, entre o “bem” e o “mal”, entre o “justo” e o
“injusto”. Para a bioética laica, o que é bem, certo ou justo para uma comunidade moral, não é bem, certo ou justo para
outra, já que suas moralidades (mores: costumes) podem ser diversas. Desta maneira, ao invés de pautarem-se em
proibições, vetos, limitações, normatizações ou mesmo em mandamentos, ela atua afirmativamente, positivamente. Para
ela, portanto, a essência é a liberdade, porém, com compromisso, com responsabilidade (MACHADO, 1982).

A bioética caracteriza-se, assim, por proceder à análise processual dos conflitos a partir de uma ética minimalista que possa
proporcionar - na medida do possível - a mediação e a solução pacífica das diferenças. Em situações nas quais “estranhos
morais” cheguem a posições inconciliáveis no contexto de temas situados nas últimas fronteiras do diálogo, como o aborto,
por exemplo, e em alguns momentos o tema dos transgênicos, nos quais provavelmente durante um bom tempo ainda se
estará trabalhando para a construção de um consenso universal, as únicas saídas parecem ser o diálogo e a tolerância
(GARRAFA, 1998).

O diálogo exaustivo e a tolerância, exercidos com responsabilidade são assim algumas das categorias utilizadas pela
bioética para possibilitar a construção de convívio pacífico entre indivíduos e coletividades de visões e posturas morais
diferentes (SFESZ, 1996).

BIOTECNOLOGIA E CONTROLE SOCIAL


Para algumas pessoas, no momento histórico pela qual passou a humanidade, existe o perigo de o melhoramento genético
das plantas vir a dominar o mundo, a sociedade, a natureza, sem mediação científica e anulando os conflitos sociais. As
mudanças genéticas possíveis – vegetais, animais e humanas – já alteraram irreversivelmente o curso da história (JONAS,
1990).

Em outras palavras, as coisas que se deve evitar a todo custo devem ser determinadas por aquelas outras que deve
preservar a todo custo. Uma filosofia da natureza deve articular o É cientificamente válido com o DEVE das injunções
morais. Entre os grandes problemas práticos da bioética está a dificuldade em trabalhar a relação entre a certeza do que é
benéfico e a dúvida sobre os “limites”, sobre o que deve ser controlado e sobre o como isso deva se dar. E é precisamente
nesta fronteira insegura, que conta com tão pouca iluminação moral, que, com doses generosas de boa vontade, deparar
com a virtude da prudência ( de ALMEIDA, 1984).

Apesar de alguns críticos radicais (principalmente oriundos do fundamentalismo religioso) considerarem grande parte dos
avanços da ciência como “perigosos”, é impossível imaginar a atual estrutura biológica e societária como eterna e imutável.
Como disse o rabino Henry Sobel na reunião do grupo de estudos sobre Bioética” desenvolvida durante o Encontro
Internacional sobre Clonagem e Transgênicos promovido em Brasília pelo Senado, em junho de 1999: a natureza é
imperfeita, cria imperfeições biológicas nos campos vegetal, animal e humano, é papel da ciência, pois, ‘consertar’ essas
imperfeições. Um dos compromissos da ciência, portanto, é gestar o futuro, antecipando-se a ele por meio de descobertas
que venham realmente proporcionar benefícios e segurança à espécie humana. A mutabilidade da sociedade e do mundo é
uma certeza; a dúvida reside em estabelecer o “limite” ou “ponto” concreto até onde os avanços da ciência devam
acontecer (MACHADO, 1982).

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USO DOS TRANSGÊNICOS


Nos anos 30, acostumou-se à idéia de que a América Latina e o Brasil eram a terra do futuro... amávamos tudo aqui. Mas o
encontro não foi possível. “Nós vos esperamos no século XXI”. Realmente, no presente momento histórico, enfrentamos um
paradoxo ético insustentável: ao mesmo tempo em que, por exemplo, hospitais dos centros desenvolvidos do país estão
capacitados a realizar transplantes múltiplos de órgãos humanos, milhares de crianças e idosos morrem todos os anos
completamente desassistidos nos campos e nas cidades. Este me parece um dos pontos mais cruciais a serem debatidos
com a chegada dos transgênicos ao Brasil. Ao lado de tantos e tão agudos problemas remanescentes a resolver, não
devemos abdicar ao futuro. Mas com que grau de certeza podemos acreditar na “segurança” que nos é oferecida por
grandes empresas internacionais, que baseiam suas ações exclusivamente no lucro? E na ciência brasileira que, apesar de
episódios pontuais de bravura, detém uma parcela de contribuição abaixo de 1% na produção mundial? Apesar do brilho
inquestionável de algumas poucas estrelas nacionais e da luta diuturna de pesquisadores das nossas universidades e de
algumas empresas públicas, em que pese seus magros recursos e salários, também neste setor o Brasil é um país
periférico e dependente. Já faz um bom tempo que ciência e tecnologia, juntamente com saúde e educação, não são
prioridades brasileiras, seja no campo político ou orçamentário As palavras de “segurança”, no que se refere ao plantio e ao
consumo de transgênicos e provenientes de alguns setores acadêmicos brasileiros, portanto, apesar de singelas e
provavelmente sinceras, são frágeis, inconsistentes, no sentido de “pensamento próprio”. E, por isso mesmo, merece ser
considerada com evidentes reservas.(GARRAFA, 1998).

Retomando a Jonas (1990), vale a pena lembrar a passagem do seu livro princípio da responsabilidade, onde ele analisa
que a liberdade da pesquisa apóia-se exatamente no fato de que a atividade de investigar, juntamente com o conhecimento,
deve estar separada da esfera da ação. Porque, arremata ele, “na hora da ação, naturalmente, toda liberdade tem suas
barreiras na responsabilidade, nas leis e nas considerações sociais”. Se a ciência como tal, não pode ser ética ou
moralmente qualificada, pode sê-la, no entanto, a utilização que dela se faça, os interesses a que serve e as conseqüências
sociais de sua aplicação. Está inserido nessa pauta, também, o tema da democratização do acesso a todas as pessoas,
indistinta e equanimente, aos benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico às descobertas e invenções. Neste
sentido, parece-me indispensável agregar à discussão alguns referenciais que tangenciam as fronteiras do
desenvolvimento, sem obrigatoriamente limitá-lo: além da pluralidade, da prudência, da tolerância e da responsabilidade, já
mencionadas, é conveniente agregar a eqüidade e a justiça distributiva dos benefícios, além da participação e do controle
social no campo da democracia e dos direitos humanos.

Em 2009, o Brasil se tornou o segundo maior produtor de plantas geneticamente modificadas (GM) do mundo, atrás apenas
dos Estados Unidos. O plantio de soja, milho e algodão transgênicos alcançou a marca de 21,4 milhões de hectares
semeados, superando em 100 mil hectares a área plantada na Argentina (Isaaa, 2010). Desse total, 16,2 milhões de
hectares são plantados com soja Roundup Ready (tolerante ao herbicida glifosato), cinco milhões com milho Bt (resistente a
pragas) e 145 mil hectares com algodão transgênico, destes 116 mil correspondem ao algodão Bt e 29 mil são tolerantes a
herbicida.

Apesar do domínio da soja na produção de transgênicos no Brasil, o crescimento de lavouras geneticamente modificadas
em 2009 foi liderado pelo milho. A produção do milho transgênico foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio) em agosto de 2007, e, a partir de então, o plantio vem crescendo vertiginosamente. O aumento na
produção de milho transgênico na safra de 2009 foi de 400%, em comparação ao ano de 2008 (Isaaa, 2010). Na safra
2010/2011, estão disponíveis para o produtor 136 cultivares de milho transgênico, e as perspectivas são de produção
superior à safra passada (Embrapa, 2010).

LEGISLAÇÃO PROTETORA
Há abundante legislação Brasileira protetora do meio ambiente. Machado revisou e comentou sua totalidade até 1982 e,
mais recentemente, examinou a relativa à proteção às águas.

A Constituição de 1988 tem um capítulo especial sobre o meio ambiente, constituído pelo artigo 225. O parágrafo 1°, inciso
II deste artigo específica que incumbe ao Poder Público "preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as atividades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético"; e o inciso V, que cabe ao mesmo
Poder Público "controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente".

Outros documentos legais que devem ser mencionados são: (a) o Decreto Legislativo n°.2, de 3 de fevereiro de 1994, que
aprova a Convenção sobre diversidade Biológica, assinada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no período de 5 a 14 de junho de 1992; (b) a Lei n°. 8.974, de 5 de novembro
de 1995, que regulamenta os incisos II e V do parágrafo 1°. do artigo 225 da Constituição Federal; (c) o Decreto n°.152, que

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regulamenta a Lei n°.8.974 e estabelece a estrutura da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança; e (d) a Lei n°. 9.279,
de 14 de maio de 1996, intitulada Lei de Patentes.

Além disso, encontra-se em discussão, no Senado, um projeto de lei que dispõe sobre os instrumentos de controle do
acesso aos recursos genéticos do pais e dá outras providências, de autoria da senadora Marina Silva e, na Câmara dos
Deputados, outro projeto de lei sobre a utilização científica de animais, do deputado Sérgio Arouca. Esse último talvez
venha a receber um substitutivo, elaborado por representantes de várias sociedades científicas, e que seria encaminhado
pela deputada Vanessa Felippe (garcia, 1995).

Embora a mudança genética, protegia por lei, criaram-se a Lei n.º 11.105 de março de 2005, a fim de assegurar a
implantação de modificações genéticas.

Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o
consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados,
tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à
saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.

A Lei de Biossegurança tenta regulamentar duas polêmicas de uma só vez --a produção e comercialização de organismos
geneticamente modificados e a pesquisa com células-tronco.

Os transgênicos são aqueles produtos acrescidos de um novo gene ou fragmento de DNA para que desenvolva uma
característica em particular, como mudanças do valor nutricional ou resistência a pragas.

A polêmica em torno do plantio e da comercialização dos transgênicos passa pelos campos econômico, social e ambiental.
Os defensores dos OGM argumentam que a biotecnologia aumentaria a produção de alimentos, o que, por sua vez,
reduziria a quantidade de brasileiros vítimas da fome.

No outro lado, estão os críticos dos transgênicos. Ambientalistas e algumas organizações de cientistas argumentam que
seus efeitos na saúde humana e no meio ambiente ainda são desconhecidos.

O texto da lei define que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) deve analisar tecnicamente o pedido
para o plantio dos transgênicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tudo isso, mais uma vez, resta dirigir o “fazer” com equilíbrio e prudência, entre as apertadas fronteiras do necessário e
do possível. A sofisticada intervenção tecnocientífica em um meio não somente natural como também cultural, atravessado
por atos de vontade e de escolha apaixonados, é tão “humana” quanto a ética, com a qual, neste pé, pode e deve
estabelecer diálogo.

E, nos casos extremos em que se torne impossível a sua consagração, é necessário, ou até mesmo indispensável, que a
referência concreta do agir paute-se nos limites mais avançados possíveis da ética e incorpore o tema da tolerância. Como
pano de fundo do cenário, a participação e o controle social adquirem importância fundamental.

Dentro do tema da democracia e desenvolvimento da ciência, portanto, não se pode deixar de abordar a questão do
controle social sobre qualquer atividade que seja de interesse público e/ou coletivo. Mesmo neste complexo tema dos
transgênicos, a pluriparticipação é indispensável, para a garantia de que a cidadania seja respeitada. O controle social, por
meio do pluralismo participativo, deverá prevenir o difícil problema de um progresso biotecnocientífico que reduz o cidadão
a súdito ao invés de emancipá-lo. O súdito é o vassalo, aquele que está sempre sob as ordens e vontades de outros,
representados neste debate pelo próprio rei, pelos cientistas, empresas ou políticos. Essa peculiaridade é absolutamente
indesejável em um processo no qual se pretende que a participação consciente da sociedade brasileira adquira papel de
relevo, através da educação, da informação e do acesso a esta e, se necessário, mais adiante, mediante uma consulta
plebiscitária na qual todos tenham possibilidade de externar suas opiniões.

O grande nó relacionado com a questão dos transgênicos não está na utilização em si da nova tecnologia, mas no controle
contextualizado, caso a caso, de cada uma das novidades. E este controle deve se dar em patamar diferente ao dos planos
científicos e tecnológicos: o controle é ético. É conveniente recordar que a ética sobrevive sem a ciência e a técnica; isto é,
sua existência não depende delas. A ciência e a técnica, no entanto, não podem prescindir da ética, sob pena de
transformarem-se em armas desastrosas para o futuro da humanidade nas mãos de minorias poderosas e/ou
mal-intencionadas.

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Os transgênicos não foram desenvolvidos para se resolverem os problemas da agricultura, são uma alternativa para o uso
dos melhores genótipos e, em diversas situações, como nos métodos de melhoramento genético tradicional são capazes de
gerar indivíduos apropriados às condições requeridas.

As condições normais não apresentam nenhum dano maléfico à saúde humana entre os milhões de consumidores dos
produtos transgênicos, torna-se necessário a analise adequada do risco e o monitoramento constante quanto a saúde
alimentar e a segurança ambiental.

As controvérsias e debates sobre o uso desses alimentos sem fundamentos justificáveis são inapropriados na medida em
que se possa influenciar negativamente, em pesquisa e crescimento tecnológico, o desenvolvimento de genótipos da maior
utilidade para o bem estar da humanidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Fonte: Brasil Escola - http://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/a-etica-biotecnologia-moderna.htm

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