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Colheita Mecanizada
Rio Paranaíba - MG
Agosto - 2013
1. COLHEITA MECANIZADA
Atualmente, para o cultivo de áreas muito extensas, não se admite mais a colheita manual,
sendo as lavouras dessas áreas colhidas mecanizadamente. Trata-se de uma operação de elevada
importância e sua execução deve ser planejada desde o preparo do solo, plantio e tratos culturais,
sob pena de, se uma dessas operações não ser realizada adequadamente, as perdas causadas pela
colhedora serem elevadas.
As vantagens da colheita mecanizadas são diversas, dentre elas, pode-se citar:
Reduz tempo de colheita
Permite maior área de plantio
Libera mais rapidamente a área para o início de novo plantio
Distribui palhada na área
Obtém produto com melhor acabamento
2. COLHEDORAS DE CEREAIS
A colheita de cereais envolve as operações de: corte, alimentação, trilha, separação e limpeza
do produto colhido.
Tipos de colhedoras de cereais
Combinada: Realiza todas as operações da colheita (corte, alimentação, trilha,
separação e limpeza), sendo dotada de fonte de propulsão própria.
Montada: Acoplada ao trator pelo SLH.
Arrasto: Tracionada pela BT, podendo possuir sistema de acionamento ou pela TDP.
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2.1. Constituição das colhedoras de cereais
A) Mecanismo de corte
O mecanismo de corte é a parte responsável pelo corte da planta a ser colhida. As colhedoras
devem permitir a troca do mecanismo de corte a fim de aumentar a sua versatilidade. Assim a
colhedora pode colher milho como também colher soja, bastando para isso trocar a plataforma de
corte.
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Separadores individuais
(A) (B)
Dedos retráteis
Barra de corte
Faca
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B) Mecanismo de alimentação
C) Mecanismo de trilha
(A) (B)
Figura 06 – Colhedora com cilindro de trilha radial (A) e cilindro de trilha axial (B).
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(A) (B)
Figura 07 – Cilindro de barras (A), cilindro de dentes (B).
C.2) Côncavo:
É uma estrutura ajustável localizada abaixo do cilindro de trilha formado por chapas
perfuradas curvas que auxiliam a trilha dos produtos. Dependendo do produto a ser trilhado, este
poderá ser ajustada a distância entre o cilindro de trilha e o côncavo para obtenção de uma trilha
mais eficiente. O côncavo envolve o cilindro em um angulação de cerca de 120°.
Figura 08 – Côncavo.
Cilindro batedor
Cilindro de trilha
Côncavo
D) Mecanismo de separação
Após a ação do cilindro trilhador sobre o material colhido, tem-se uma mistura de palha, grãos
debulhados, palha triturada e grãos não debulhados. O mecanismo de separação tem a função de
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retirar os grãos nessa mistura. A separação pode ser feita em três lugares diferentes: a grelha
formada pelas barras do côncavo, a grelha sob o cilindro batedor e o saca-palhas.
O saca-palhas é formado por peneiras do tipo escamas de peixe que com a vibração e o fluxo
de ar proveniente do ventilador transporta o produto sobre a peneira ao mesmo tempo que faz sua
separação até a saída na parte traseira da máquina.
Figura 10 – Saca-palhas
E) Mecanismo de limpeza
Saca-palha
Peneiras
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G) Picador de palha
O picador de palha é utilizado para fragmentar partes das plantas que passam pela colhedora,
permitindo uma melhor incorporação e degradação das partes picadas, além de facilitar o trabalho
de preparo de solo após a colheita. Eles podem ser posicionados sob a plataforma de corte ou
montado na descarga da colhedora.
As perdas durante a colheita mecanizada podem atingir valores muito altos se os diversos
mecanismos da colhedora não estiverem bem ajustados. Em alguns casos, estimam-se perdas
variando de 10 a 20% para a cultura do milho, dependo da cultura e tipo de máquina utilizada. Assim,
torna-se muito importante a verificação das perdas a fim de se evitar maiores prejuízos.
A verificação das perdas na colheita mecanizada de cereais é realizada seguindo-se a NBR
9740. De acordo com a tecnologia existente para colher cereais e com a correta metodologia de
análise de perdas, estima-se que o aceitável é entre 3 e 5%.
As perdas na colheita mecanizada são, na maioria das vezes, ocasionadas pela má regulagem,
manutenção e operação das máquinas, entretanto outros fatores podem contribuir. Para efeito do
estudo das perdas é possível classificá-las em:
A) Perdas devido à cultura:
Os fatores mais comuns são:
Seleção de variedade;
População de plantas;
Ocorrência de plantas daninhas;
Teor de água nos grãos;
Preparo e conservação do solo.
B) Perdas devido à máquina:
Os principais fatores envolvidos são:
Velocidade de trabalho da máquina;
Velocidade angular e posição do molinete;
Estado de manutenção da barra de corte;
Regulagem do transportador de corrente;
Velocidade do cilindro de trilha;
Distância entre o cilindro de trilha e côncavo;
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Abertura dos orifícios das peneiras;
Velocidade do ventilador.
A) Verificação da produtividade
Antes do início da verificação das perdas é importante se determinar a produtividade da
lavoura.
De posse de quatro estacas e barbante, monta-se uma armação retangular de 1 ou 2 m2, cujo
maior comprimento seja igual à largura de ataque da colhedora. Posiciona-se a armação
transversalmente à linhas de milho e colhe-se todas as espigas presas às plantas em pé na área
delimitada pela armação. Debulha-se e pesa-se os grãos repetindo-se o processo de três a cinco
vezes, deixando um espaço de 50 a 100 m entre os pontos de coletas.
Ex: 6.000 Kg ha-1
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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2001.
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