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INTRODUÇÃO

A população mundial cresce a cada dia, e esta necessita cada vez mais alimentos. Com o
aumento da produção aumenta a necessidade da criação de máquinas mais eficientes na
produção destes alimentos. Isto também ocorre na produção de batatas onde a maior
parte da colheita ainda é realizada manualmente, fato que, além de requerer maior
tempo e mão-de-obra, prejudica a eficiência da colheita.

O Brasil é um dos poucos países que ainda utiliza-se de mão-de-obra de catadores na


colheita da batata, por ser uma fonte até então barata e também a única forma de atender
o mercado consumidor, que visa em primeiro lugar, a aparência do produto.

A batata é uma das principais hortaliças produzidas no Brasil, rica em carboidratos e


também grande fonte de energia. Contém ainda sais minerais, vitamina C e, em
pequenas quantidades, vitaminas do Complexo B. A batata é originária do Peru, onde
era cultivada desde as épocas imemoriais pelo povo inca, ainda atualmente produzem-se
e se comercializam mais de 200 variedades de batatas.

Comparada com a mandioca a batata é mais fácil de ser colhida, pois os dois órgãos
vegetativos, os tubérculos, são plantados mais superficialmente.

Recentemente pesquisas baseadas em DNA revelaram que todas as variedades de batata


originaram-se de uma única variedade de planta originaria do sul do Peru. Em 1570 a
batata foi levada para a Espanha e, depois para todo o mundo. A produção mundial
chega a 300.000.000 de toneladas / ano.

Nos 30 últimos anos, a produção brasileira de batata cresceu cerca de 70% ocupando
cerca de 142.327 ha, com produtividade média de aproximadamente 23,70 t/ha e
produzindo cerca de 3.375.054 t no ano de 2007.

MÁQUINAS E IMPLEMENTOS PARA ARRANCAMENTO DE

PRODUTOS AGRICOLAS

Existem culturas em que o produto agrícola para comercialização está localizado abaixo
do nível do solo, como por exemplo, tubérculos, raízes bulbos e outros. Um exemplo
dessas culturas é a batata.

Existem máquinas que executam a etapa da colheita retirando o produto do solo e


deixando sobre a superfície, neste caso há necessidade da coleta e limpeza
posteriormente, a qual é feita manual ou mecanicamente. No Brasil existem poucas
máquinas com esta finalidade, embora no exterior a diversidade dessas máquinas seja
muito maior.

A COLHEITA MECANIZADA DEPENDE DE VÁRIOS FATORES

A escolha da área é o início para uma boa colheita mecanizada. Quanto mais plano e
mais longas forem às linhas maior será o rendimento da colheita, pois pelo motivo de as
maquinas serem longas deve-se evitar perdas de tempo com muitas manobras. O
preparo do solo também é um fator fundamental para viabilizar não só a produtividade,
mas também é fator decisivo para viabilizar a colheita mecanizada. Existem vários tipos
de solos com diferentes texturas, e também diferentes métodos adotados para cada
região, mas é necessário que o preparo seja feito em condições de pouca umidade
evitando-se assim a compactação do mesmo e a posterior formação de torrões.

A colheita mecanizada é uma somatória de todos os fatores pré-colheita, porém


cuidados devem ser tomados, evitando assim danos mecânicos na batata, a pele da
batata deve estar bem firme e o solo relativamente úmido para que se consiga remover
toda a terra que circula a batata, áreas muito secas desfavorecem a colheita, pois
dificulta a remoção do torrão e aumenta os danos, diminuindo assim o rendimento.
Também vem sendo utilizados na colheita da batata big-bags, pois promovem a
diminuição de danos na cultura ao mesmo tempo em que mantém a umidade sem
grandes variações, mantendo desta maneira a aparência do produto.

ARRANCADORA DE BATATAS

A arrancadora de batatas é uma maquina que trabalha na linha de plantio arrancando as


batatas e deixando sobre o solo para posterior recolhimento.

O Brasil é um dos poucos paises que ainda utiliza-se de mão-de-obra de catadores na


colheita da batata, isto por ser uma mão de obra barata e a única maneira de atender as
exigências do consumidor, que sempre visa em primeiro lugar à aparência do produto.

Fig. 1 e 2- Arrancadora de batatas e utilização demão-de-obra de catadores na colheita.

DESCRIÇÃO TÉCNICA

A arrancadora de batatas é montada e pode ser de disco rotativo, de dedos rotativos ou


de enxada:

Arrancadora de discos rotativos: é constituída por um chassi de chapas e barras de aço


onde estão montados um disco plano de corte vertical, uma lamina de corte horizontal e
um disco semelhante a arados de disco, que recebe movimento de rotação por meio da
TDP. Uma faixa de solo é separada pelo disco de corte e pela lâmina, e conduzida por
essa até o disco rotativo, o qual é angulado vertical e horizontalmente. O disco
arremessa as batatas junto com a terra para o lado esquerdo do trator. Possui também
uma barra guia para estabilização lateral.

Arrancadora de dedos rotativos: é de constituição semelhante a de discos rotativos,


porém um rotor ligado a TDP substitui o disco. Este rotor é formado por duas barras
radicais, com duas travessas na extremidade, onde está disposto um conjunto de três
dedos, mantido na vertical por outro rotor excêntrico. O fluxo de terra e batatas,
removido pela lâmina mais disco de corte, é enviado ao rotor, que arremessa para o lado
esquerdo do trator pela ação dos dedos. O disco de corte funciona também como
estabilizador da máquina.

Arrancadora de lâminas (enxada): é constituída por uma lamina frontal bipartida, com
aberturas na parte traseira, esteira rolante de barras de aço, acionada pela TDP, chapa
lateral e sistema de engate de três pontos. Pelo deslocamento do conjunto, terra e batatas
são elevados pela lamina e conduzidos pela esteira. A esteira separa as batatas da terra
transportando-as para a parte posterior da maquina, depositando-as sobre o solo.

ARRANCADOR E DESENRAÍZADORES

Arrancador: existem dois tipos: o primeiro é montado no sistema hidráulico de três


pontos do trator, e emprega um chassi de arado de disco. Possui uma roda para controle
de profundidade, uma lamina de corte e um disco rotativo acionado pelo eixo cardã
através da tomada de força do trator. No funcionamento, o disco rotativo recebe o fluxo
de terra e batatas removidas pela lâmina de corte, espalhando-os em forma de leque
sobre a superfície do solo, sem sofrer escoriações, estando prontas para serem coletadas
manualmente. A largura de corte varia de 30 a 40 cm, a distribuição de 40 a 150 cm, a
velocidade de trabalho é em torno de 6 Km/h e rendimento de 0,3 a 0,5 ha/h.

O segundo também é montado no sistema hidráulico de três pontos do trator. Possui


uma haste colocada lateralmente no chassi, parabólica e tendo na extremidade um dente,
em forma de “V”, possuindo na parte superior asas que facilitam a retirada do produto
do solo. O dente tem profundidade de 10cm e largura de 60cm. A largura do chassi é de
100cm.

Desenraizador-vibrador: semelhante ao usado no caso da mandioca, é um equipamento


montado no sistema de levante hidráulico do trator e acionado pela tomada de potência.
Consta de uma estrutura ou chassi dotado de uma roda de profundidade; na base do
excêntrico, com movimento vindo da tomada de potencia do trator. A roda de
profundidade avança pelo terreno por onde passou a roda do trator, permitindo uma
limitação de profundidade homogênea, independente das variações do terreno. O ângulo
de penetração da aiveca é regulado pelo terceiro braço do trator. Montada atrás da
aiveca a grade produz vibrações. Dessa forma a terra levantada pela aiveca é peneirada
e devolvida imediatamente ao solo, formando-se sobre a superfície desta uma fileira de
batatas arrancadas. A baixa vibração da peneira não danifica as batatas. O equipamento
possui também regulagem de deslocamento para o lado direito e para o lado esquerdo
do trator. Podendo assim ser ajustado as fileiras de plantação, independentemente da
distancia existente entre as mesmas. Consegue-se atingir a profundidade necessária para
a colheita das batatas, inclusive com distancias mínimas ou em terrenos acidentados.

Desenraizador com esteira vibratória: também semelhante ao usado no caso da


mandioca é acoplado no sistema de engate de três pontos do trator e acionado pela
tomada de potência. Possui uma lâmina ou enxada bipartida que retira as batatas da
beira do solo. Em seguida, o material é conduzido a uma esteira que, ao movimentar-se,
vibra facilitando a separação da batata do dolo. A esteira é movimentada por rotação
vinda da tomada de potencia do trator, através do eixo cardã com catraca de segurança.

ARANCADORA E COLHEDORA DE BATATA

Ao contrário das arrancadoras as arrancadoras e colhedoras facilitam a colheita, uma


vez que arrancam as batatas, eliminam os torrões através de estrelas de borracha e
depositam as mesmas previamente em big bag’s, carroções ou caminhões. Estas
colhedoras possuem um sistema de amortecimento na queda para que as batatas não
sofram danos mecânicos, e também um saca palhas que separa as batatas das folhas e
ramos.
Fig 3 e 4- Arrancadora de batatas e colheita mecanizada.

PROCESSO DE COLHEITA MECANIZADA

1) As batatas são colhidas através de uma faca de extração com ângulo regulável. Um
sistema de rolos flutuantes controlam a profundidade do corte, acompanhando as
ondulações do terreno e evitando danos ao tubérculo.

2) Após o peneiramento dos torrões, as ramas são retiradas pelo sistema de limpeza que
mesmo em situações extremas mostra sua eficiência.

3) Através de uma esteira elevadora, as batatas são levadas até o sistema inteligente de
limpeza, onde os torrões são separados das batatas e descartados por uma esteira lateral.

4) Na última esteira, é feita a limpeza manual e em seguida as batatas vão para os Big
Bags, que depois de cheios, são liberados automaticamente através do sistema
hidráulico.

Fig. 5- Máquinas de colheita mecanizada.

MÉTODOS PARA ELIMINAÇÃO DA PARTE AÉREA

Para eliminação da parte aérea destacam-se três métodos mecânicos: serra ou gadanho
com barra de corte; trituradores da parte aérea e arrancadores de plantas.

Serra ou gadanho com barra de corte: é um sistema rápido mas apresenta como
inconveniente a necessidade de esperar algum tempo até que a folhagem seque. É
constituído por uma barra de corte com pés apoiados no fundo do sulco, que vai
cortando as plantas da parte alta dos sulcos.

Trituradores da parte aérea: são máquinas que destroem a parte aérea da planta
deixando-a em partes pequenas, permitindo o trabalho das colhedoras imediatamente
após sua operação. Há dois tipos principais:

→ Eixo vertical: são laminas que giram em alta velocidade.

→ Eixo horizontal: são laminas articuladas ou tiras de borracha que trabalham mais
próximos ao solo, eliminando melhor a vegetação.

Arrancadoras de plantas: são máquinas que trabalham em alta velocidade de modo que
arranquem apenas a parte aérea deixando os tubérculos enterrados. Os dispositivos
arrancadores podem ser duas correias sem fim ou tornos que giram em sentidos
contrários.

Existem inúmeros tipos de dispositivos para fazer o arranquio da batata, abaixo são
citados dois tipos:

Relha de uma só peça: é utilizada com equipamentos de tração animal ou mecânica, o


corte do solo se dá através da força aplicada abaixo dos tubérculos.
Relhas múltiplas: constituídas de duas ou mais relhas individuais e discos verticais
limitadores de largura. Entre as relhas e as peneiras separadoras existe um conjunto de
placas metálicas articuladas que empedem que as pedras entrem e fiquem entre as
relhas, evitando que esta se rompa.

Já no processo de separação das batatas, o mecanismo a ser utilizado deve ser de forma
eficiente e adequado, afim de evitar danos mecânicos aos tubérculos, por exemplo:

Levantador do molinete: sistema de hastes sujeitas ao controle de posição. Estas


arremessam a massa do solo com as batatas até uma peneira cilíndrica separadora. Para
utilizar este tipo de sistema é necessário que a linha anterior tenha sido colhida.

Levantador de discos: consiste em um disco côncavo semelhante aos utilizados em


arrados, que é acionado pela tomada de potência através do cardã. Este possui
inclinação vertical e horizontal para facilitar o arremesso da massa de solo juntamente
com os tubérculos, deixando o produto parcialmente separado na superfície.

Esteira fixa: constituída de barras afastadas regularmente em uma posição longitudinal.


A massa de solo passa por essas barras ( peneiras ) nesse caso as batatas ficam
parcialmente separadas em condições a serem recolhidas.

MODELOS DE COLHEDORAS DE BATATA

Marca Comar Série SS2

Principais Características Técnicas:

• Potência exigível de 40 HP

• Via de largura regulável

• Comprimento, largura e altura respectivamente de 5,5 - 2,5 e 2,6m

• Peso de 2.150 kg

• Produção média diária de 1,2 ha

Outras Especificações

• Recolhedora automática, com escavação em fila do tubérculo (batata), com


componente dotado de fundo móvel transportador equipado com funções de limpeza

• Tremonha com descarga por nastro hidráulico

• Funcionamento do tipo mecânico no que respeita ao movimento dos nastros

• Funcionamento hidráulico para o accionamento da lança de reboque, recolhedor


elevador e descarga do depósito da tremonha

• Elemento desfolhador de duplo nastro


• Plano de selecção hidráulico, de velocidade variável

• Nastro de limpeza por ripas, de velocidade variável

Máquina colhedora de batata, com calibrador acoplado e receptor de pedras. Descarrega


a batata para tegão a granel ou para sacos de 1000 kg. O rendimento da colheita pode
atingir as 100 ton/dia. Só utilizável em grandes explorações.

Arrancador de batatas para uma linha com descarregamento lateral do produto. Permite,
numa só operação, arrancar e juntar as batatas limpas de toda a terra e prontas a serem
removidas por sistema manual. Rendimento: 15 ton/dia.

Arrancador de batatas destinado a explorações de média dimensão. Rendimento 1-


2ha/dia, podendo ser engatado aos 3 pontos de um tractor de 45/50cv.

Arrancador de batatas de fabrico nacional, com rendimento de 1ha/4 horas, exigindo um


trator à volta de 50 cv. É apropriado para explorações de média dimensão.

Arrancador de batatas de fabrico nacional adequado para tractores até 40 cv, podendo
arrancar 1ha de batatas por dia – adaptado para pequenas explorações.

CONCLUSÕES

A evolução da agricultura mecanizada aumenta significativamente no cenário mundial.


Na cultura da batata não poderia ser diferente, desde o plantio até a colheita há a
exigência de um trabalho rápido e bem efetuado, visando sempre aumento na produção
e qualidade no produto, e para que isto seja possível é visivelmente necessário que se
acompanhe esta evolução .

No Brasil a produção de batata não é de grande significância se comparada com a dos


maiores produtores mundiais, mesmo assim é o segundo maior produtor da América
Latina, e a produção e área de cultivo crescem a cada safra. Pode-se perceber assim que
no Brasil ainda existem muitas mudanças a ocorrerem, principalmente na mecanização
que ainda é inferior se comparada a grandes produtores. Porém estas mudanças
certamente virão com o passar dos anos e o aumento da produção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIB CENTRO DE INTELIGÊNCIA DA BATATA. Maquinário para colheita de batata.


Disponível em: <http://www.cinteligencia.com.br/cib/page/colhedora.htm>.

FERREIRA, Marcos David; CALBO, Adonai Gimenez (Coord.) Colheita e


beneficiamento de frutas e hortaliças. São Paulo: Embrapa Instrumentação
Agropecuária,

MUNDO DA BATATA. Produção mundial de batata. 2012. Disponível em:


<http://www.potato2012.org/en/world/index.html>.
WATANABE, INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA. Produtos da
linha agrícola. Disponível em:
<http://www.watanabe.com.br/produtos_categorias.php?c=14&l=1>

questões com
reuniões
mensais e
extraordinária
s, pois
possuem
umconselho
que toma
decisões
importantes.
S k

A relação
dos Sekita
com o alho
começou há
dez anos com
ape-nas cinco
hectares de
terra. A
produtividade
era de 11
toneladas
porhectare de
terra. Essa
produção
evoluiu para
duzentos
hectares
comprodutivi
dade de 17,5
toneladas de
alho por
hectare.
Makoto
contaque essa
questão de
mais pessoas
dilui os
custos e
pode-se
adquirir
maistecnologi
a, máquinas
etc. A
questão do
volume da
produção
também
émuito
importante.
Os
compradores
não fidelizam
quando a
produçãoé
pequena. Esse
problema foi
contornado
juntando
pessoas, mais
área,compra
de insumos,
controle
fitossanitário.
a aNaPa
Makoto
conhece a
associação há
oito anos e
tem visto os
re-sultados
positivos da
ANAPA,
principalment
e com relação
à
questão jurídi
ca,
antidumping,
mas “o
contato direto
com as
pessoas tem
sidomuito
importante”,
diz. “Eu vi
uma evolução
muito grande
tambémcom
relação à
seleção de
sementes e a
preocupação
da associação
emdifundir
conhecimento
para todos,
não só na
parte do alto
Parnaíba,mas
na região de
Cristalina
com essa
troca de
informações
agregandotod
os os
produtores,
mesmo com o
alho chinês
presente no
mercadobrasil
eiro. Para ele
o
agronegócio
perde muito
com a
questão do
alhochinês.
45
NoSSo alho
É
de
conhecimento
público que o
alho é a cul-
tura que mais
gera
concentração
de empre-go.
Estima-se que
para cada
hectare de
áreacultivada,
gera-se em
média quatro
empregos. É
umaatividade
que se
constitui
numa
alternativa de
renda ede
manutenção
dos
agricultores
nas pequenas
proprie-dades
rurais.Na
região Sul,
especialmente
na região
Nordes-te do
Estado do Rio
Grande do
Sul, cuja a
área
médiadas
propriedades
rurais é de
apenas 15
hectares, a
pro-dução de
alho, é uma
atividade
agrícola de
inverno
eprimavera,
que se
viabiliza
concomitante
mente com
aprodução de
uvas que tem
suas
atividades
intercaladas.
No passado
eram mais de
4 mil
propriedadesq
ue se
dedicavam à
cultura do
alho nesta
região.
Aquiacostum
a-se afirmar
que a reforma
agrária
aconteceuhá
134 anos
atrás com a
vinda dos
imigrantes
italianosem
nossa região
aonde as
propriedades
foram
dividasem
minifúndios.
Hoje,
infelizmente,
esse número
foireduzido, e
a produção
foi reduzida
em mais de
60%.Não
passando dos
1400 hectares
cultivados em
nossoEstado.
Essa drástica
redução
ocorreu
devido a
aberturado
mercado e
consequente
mente ao
crescente
volumede
importações
de alho da
Argentina e
da
RepúblicaPop
ular da China,
que em 2008
somando-se o
volumeimport
ado dos dois
países
ultrapassa um
total de
140mil
toneladas.
Esse volume,
é mais do que
o dobro
daprodução
Nacional.
Infelizmente,
o Governo ao
invésde
incentivar a
criação de
empregos no
Brasil e
apoiar
eincentivar os
produtores
nacionais ,
prefere gerar
ren-da e
empregos em
outros países,
ameaçando
com isso,a
sobrevivência
de milhares
de pequenos
agricultores.
Ainda
utilizamos no
Brasil apenas
30% da nossa
capa-cidade
produtiva e
com isso,
muitos
produtores
estãomigrand
o para a
cultura da uva
e de outras
frutas, au-
mentando a
oferta desses
produtos e
gerando
proble-mas
de mercado
também
nessas
culturas.Ente
ndemos que
para reverter
esse
quadro,precis
amos de
medidas mais
enérgicas do
governo
nosentido de
estabelecer
quotas de
importação e
épocasde
importações,
maior
fiscalização
no que se
refere
aqualidade e
sanidade do
alho
importado,
maior contro-
le e rigor na
observância
das normas
de
classificação
eembalagem
do produto
importado e
por fim, a
cobran-ça da
taxa
antidumping
incidente
sobre o alho
importa-do da
China.De
nossa parte,
para sermos
competitivos
epara que a
cultura do
alho seja
sustentável,
precisamosge
rar e
introduzir
novas
tecnologias
afim de
melhorar
aqualidade e
a
produtividade
.Não temos
outra
alternativa a
não ser alta
pro-
dutividade e
qualidade, e
isso só se
alcançará
com se-
mentes livres
de vírus e
com a
conscientizaç
ão de nos-sos
produtores da
importância
disso tudo.
Além
dissoprecisam
os incentivar
e desenvolver
o espírito de
orga-nização
dos
produtores
através de
grupos,
associações,c
ooperativas,
ampliar seus
conhecimento
s para fortale-
cer cada vez
mais a
produção.Nes
se aspecto
cabe salientar
e destacar a
im-portante
atuação da
ANAPA, que
nesses
últimos
mesesinovou
suas
atividades,
promoveu
encontros,
debates,curso
s, audiências
públicas,
contratou
diversas
assesso-rias e
desenvolveu
parcerias
afim de bem
desempenhars
ua missão na
luta e na
defesa dos
interesses dos
produ-tores
de alho de
todas as
regiões do
país.
T E C
N O L
O G I
A
o i
sc iavenin
Presidente da
AGAPA evice-
pres. da ANAPA
A
I
t
ância
a
C
t
a
A
na
peq
en
a
p
ie
a e
s
B a
i
N o S S o a l h
o
46
47
NoSSo alho
A revista
NossoAlho
decidiu, em de-
zembro de
2008,
nolançamento
da revista,que
na sua
segundaedição
escreveria so-
bre o agrônomo
Sér-gio Mário
Regina.
Odestino trouxe
umatriste
surpresa.
SérgioMário
Regina
faleceuem 11
de janeiro des-
te ano, antes de
poderreceber
um exemplardo
que seria mais
umdentre tantos
reconhe-
cimentos que
teve doseu
trabalho.Regina
, como era
conhecido, era
engenheiro
agrôno-mo,
nascido em
Varginha,
Minas Gerais.
Começou sua
carreiraprofissio
nal como
extensionista
rural no Estado
de Minas Ge-
rais,
preocupado em
unir os
segmentos
relacionados à
agricul-tura em
prol do
crescimento
conjunto da
produção
nacional,produt
ores e
comerciantes,
chegando a
trabalhar no
Ministérioda
Agricultura
Pecuária e
Abastecimento.
Era conhecido
por serum
entusiasta de
suas idéias e
conseguir com
que outros
abraças-sem
suas causas.
Sob sua
coordenação
foram
desenvolvidos
osPlanos
Nacionais de
Produção e
Abastecimento
(de alho,
batata,cebola,
tomate).Uma
das últimas
publicações
importantes
sobre Sér-gio
Mário Regina
foi de iniciativa
do SAGASP –
Sindicato
doComércio
Atacadista de
Gêneros
Alimentícios no
Estado de
SãoPaulo. O
livro Muito
Além da
Semente ( 2007
- ABJ
Editora)conta
boa parte da sua
história de vida
e seu trabalho.
Nosso
Alhoentrou em
contato com
alguns dos
muitos que
tiveram a opor-
tunidade de
trabalhar ao
lado de Sérgio
Mário Regina,
que aomesmo
tempo que
colecionava
amigos e
discípulos fiéis,
tam-bém
conseguia
produzir
inimigos.Algird
as Antonio
Balsevicius,
conhecido
popularmenteco
mo Dadá, atual
presidente do
SAGASP foi
um dos nossos
en-
trevistados.“Tiv
e a sorte e o
imenso prazer
de conhecer o
SérgioMário
Regina e de
acompanhar o
seu belíssimo
trabalho realiza-
do, na década
de 1970,
juntamente com
o Geraldo
Vieira, co-
nhecido como
Botão, e tantos
outros
colaboradores
que não
merecordo no
momento e que
foram
importantes
para a difusão
doplantio do
alho no Brasil.
Devido à
persistência de
Regina obti-
vemos sucesso
nessa missão,
assim como em
tantas outras.
Nacidade de
Curitibanos, no
Estado de Santa
Catarina,
estivemosna
casa de Takachi
Chonan, onde
descobrimos
uma variedade
dealho roxo
similar ao
argentino e ao
espanhol.
Também
encon-tramos
uma gama
enorme de alho
semelhante e
espetacular
emCaxias do
Sul, no Rio
Grande do Sul.
Depois disso, o
trabalho
domestre
Regina foi
intenso e árduo,
tendo de
enfrentar
conflitoscom
países
exportadores na
luta pela defesa
do alho
nacional. Éfruto
do trabalho dele
a qualidade do
alho que é
exportado
paravárias
partes do
mundo e muita
variedade de
hortaliças,
quan-do ainda
dependíamos
exclusivamente
das importações
dessesprodutos.
Acredito,
porém, que ele
não teve o
reconhecimento
merecido e
justo. Se
aposentou com
um salário
ínfimo para
umengenheiro
agrônomo de
seu gabarito.
Em seus
últimos anos
devida, estava
ressentido com
seu país que ele
tanto amou e se
de-dicou,
levando
conhecimento a
muitos
extencionistas
do Brasilque,
infelizmente,
não deram o
devido valor ao
seu
trabalho,com
exceção de
alguns amigos
que conhecem
bem a sua
histó-
o
d ns

o
c
ria.É
lamentável que
um homem
como Regina,
que recebeu
maisde 150
homenagens
entre
comendas,
títulos de
cidadão honorá-
rio e que deixou
um importante
legado, sendo
um dos
principaispreco
nizadores do
desenvolviment
o nacional do
plantio do alhoe
hortaliças, não
tenha sido
valorizado
como creio que
merecia.”Manu
el Campos da
Costa, dono da
Kamute - Ind.
deAlimentos
Ltda, em
Nerópolis/GO,
conta como
Regina conse-
guiu colecionar
também alguns
inimigos.“São 3
os resonsáveis
pelo sucesso da
cultura do
alho:o Sérgio
(Regina), da
extensão rural
na difusão de
tecnologia,houv
e também um
pesquisador da
Embrapa
(CNPH), Dr.
JoãoMeneses e
Flávio Couto e
o Dr. Nosomo,
do Inst.
Agronomicode
Campinas. Eu
fui um
“discípulo” do
Dr. Sérgio
Mário
Reginaquando
o Íris Resende
era envolvido
com as decisões
de impor-
tações. Fizemos
os encontros
nacionais
organizando a
comitiva,organi
zando as
amostras de
alhos nacionais.
Eu era
funcionárioda
ACAR (Ass
Credito Assist.
Rural), atual
EMATER. O
Reginaera da
ACARMINAS.
Nós difundimos
toda a parte
tecnológicado
alho em MG,
viajando em
busca de
tecnologia. Os
argenti-nos
ensinaram
armazenagem e
acondicioname
nto e
aprenderamcom
o Brasil a
tecnologia de
plantio.
Fizemos um
folheto estabe-
lecendo as
bases do que
hoje é a
classificação.
Na época eram
osalhos não
nobres, o alho
colorado da
Argentina e da
Espanha e
doChile. O
Regina fundou
todas as
associações
estaduais,
regionaise a
nacional -
ANAPA.
Fomos para
Gouveia, no 1°
EncontroNacion
al de Produção
de Alho, fomos
dos primeiros a
assinar aata da
associação. Nós
fomos
retalhados por
sermos um
defen-sor
vigoroso da
classe alheira.
Mas não se
pode esquecer
que sóexistem
as variedades
hoje por causa
da produção do
Chonane
através da
tecnologia da
Embrapa, da
vernalização
através do João
Meneses.
Regina
alavancou a
proteção do
alho nacional
emtermos de
importação. Era
uma
intervenção
política baseada
nastécnicas das
quais Regina
era profundo
conhecedor. Os
impor-tadores
diziam que não
existia alho no
Brasil e Regina
tinha queprovar
que existia;
depois com a
tecnologia de
embalagem foi
amesma coisa.
Por isso
aconteceram as
duas primeiras
amostrasde alho
no Brasil.
Regina me
alertava sobre
as coisas que
acon-teciam nas
decisões em
Brasília. Era
muita briga
com os impor-
tadores. Nós
éramos muito
odiados no
setor de
importações.Par
a ele era
complicado
falar só como
técnico de
extensão
rural,precisava
colocar um
produtor e lá
estava
eu.”Alysson
Paulinelli –
produtor rural e
consultorEra da
Secretaria de
Agricultura de
Minas de 1971
a 1974, de-pois
foi Ministro da
Agricultura de
1974 a
1979.“Fizemos
vários trabalhos
juntos, Regina
deu
assessoriano
projeto do
Planalho,
montamos para
que houvesse
autossufi-
ciência de alho
no Brasil. Não
havia razões
para importação
exa-gerada de
alho sendo que
no mercado
nacional
podíamos
suprira
demanda. Isso
era tratado no
Ministério da
Fazenda,
depoisno
Ministério da
Agricultura.
Montamos
também o
CompanhiaNac
ional de
Abastecimento.
Era alguém
muito
envolvido
nasquestões,
apaixonado.
Com o Conab
começamos a
ter um con-trole
relativo e os
trabalhos
técnicos eram
comandados
pelo Re-gina e
pelo Mário
Vilela. O Brasil
importava
quase tudo,
depoisque
montamos as
estruturas, as
instituições, o
Brasil tornou-
seprodutor,
protegemos o
mercado
interno e
respondemos as
im-portações.
Regina
pesquisava e
orientava os
pesquisadores.”
Regina faleceu,
mas deixou a
herança do seu
trabalhoe o
reconhecimento
de todos os que
consideravam
seu
trabalhorelevant
e para o
desenvolviment
o do país. Os
frutos,
portanto,estão
sendo colhidos
e o serão por
muito
tempo.Para
saber mais
sobre a vida de
Sérgio Mário
Regina e sobre
suasatuações
entre na página
http://www.mui
toalemdasemen
te.com.br.

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