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Máquinas para adubação e

semeadura (Plantabilidade)

Módulo IV

Osmar Conte
Transferência de tecnologias – Embrapa Soja
- Tópicos
• Equipamentos e acessórios para semeadura,

• Aplicação de inoculantes e aditivos,

• Monitores de semeadura,

• Regulagens (distribuição de sementes, fertilizantes, etc.),

• Dimensionamento de máquinas para semeadura,

• Condições ambientais x plantabilidade


Semeadeira...

Semeadora...

Normatização ABNT
para nomenclatura de
máquinas agrícolas
SEMEADORA:

Máquina agrícola que realiza a operação de


semeadura, de espécies vegetais que se reproduzem por
semente, segundo razão de distribuição previamente
estabelecida.
SEMEADORA:

Máquina agrícola cuja função é colocar, no


solo, os mais variados tipos de sementes, de acordo com a
densidade, espaçamento e profundidade recomendadas para o
pleno desenvolvimento produtivo da cultura e de maneira que
as sementes não sofram danos ao passarem pelos mecanismos
dosadores e distribuidores.

SEMEADORA-ADUBADORA?
SEMEADORAS

SEMEADORA ADUBADORA - CONVENCIONAL

- ABRIR O SULCO

- DOSIFICAR E DEPOSITAR OS INSUMOS

- FECHAR O SULCO
SEMEADORAS
PARA PLANTIO DIRETO

SEMEADORA ADUBADORA - DIRETO


FUNÇÕES:
- CORTAR A PALHA

- ABRIR O SULCO

- DOSIFICAR E DEPOSITAR OS INSUMOS

- FECHAR O SULCO
Sistemas conservacionistas de produção

- 3 princípios ( preparo mínimo, cobertura permanente,


rotação ou associação de culturas) (FAO, 2012, 2013)

- Área mobilizada deve ser menor que 15 cm de largura ou 25% da


área cultivada, sem preparos periódicos.

- Área com menos de 30% de cobertura após a semeadura não é


agricultura conservacionista

- Rotação com ao menos 3 espécies.


CLASSIFICAÇÃO DAS SEMEADORAS-ADUBADORAS

Quanto à fonte de potência

Quanto ao engate à fonte de potência

Quanto a maneira de distribuição de sementes e fertilizantes ABNT (1994):)

 Semeadoras de precisão em linha


 Semeadoras de fluxo contínuo em linha
 Máquinas para semeadura e adubação em linha
 Máquinas para semeadura e adubação a lanço
Quanto ao mecanismo dosador de sementes

 Disco perfurado horizontal, vertical ou inclinado

 Cilindro canelado, para sementes miúdas

 Correia perfurada, para sementes graúdas

 Discos alveolados, para sementes graúdas

 Dedos prensores, dedos articulados

 Pneumáticos, ar comprimido ou vácuo

 Orifício regulador

 Rotor centrífugo

 Canhão pendular
Semeadora

Componentes interação
solo-máquina

 Disco de corte
 Rompedores de solo
 Sulcadores semente
 Limitador profundidade
 Compactadores
Quanto ao mecanismo mecanismos sulcadores

Após os discos de corte, tem-se os mecanismos sulcadores, sendo os principais:

Disco Duplo;

Disco Duplo Desencontrado;

Disco Duplo Defasado Desencontrado, compostos por dois discos de diâmetros diferentes;

Haste sulcadora (facão, botinha);

Guilhotina, no qual o disco de corte é conjugado com o sulcador, com uma ponteira em
ângulo para favorecer a penetração do mecanismo e melhorar o corte da biomassa e solo.

Os discos duplos mobilizam menor volume de solo, apresentam melhor uniformidade de distribuição de
sementes e demandam menor energia do que os mecanismos tipo facão ou guilhotina.
Discos de corte – opções

Diâmetro : 16-18” (125 – 141 cm de borda)


Efeito da velocidade de operação
Largura de mobilização cm superfície mobilizada %
60

60

50
40

40

26
30 22
18
20
10

10

0
Discos duplos Haste 8 cm Haste 15 cm
Volume de solo mobilizado

500
450

450

400

300
350
Volume m3 ha-1

300

250
180
200

150

100

50

0
Discos duplos Haste 8 cm Haste 15 cm
Não alinhamento de discos de corte e sulcadores – fluxo de palha
Regulagens aplicadas a mecanismos sulcadores:
 Tensão de molas (disco de corte e sulcador)
 Afastamento sulcador em relação ao disco de corte
 Profundidade de atuação de sulcador
 Opções de ponteiras
 Substituição de ponteiras - desgaste
Atenção com mecanismos sulcadores: discos de corte
 Desgaste acelerado em solos arenosos ou com pedras
 Quebras – é o primeiro mecanismo a encontrar os obstáculos
CONTROLE DE PROFUNDIDADE E COMPACTADORES
Determinação da quantidade de fertilizantes e sementes

Regulagens

A unidade funcional é a linha de semeadura


Quantidade de fertilizante

 O que preciso?

 Como proceder?

1 – Distância percorrida pela máquina por hectare:


Em que:
2
L – distância percorrida, m/ha 10.000 m /ha
E – distância entre fileiras, m.
L
E
10.000 – fator de conversão, ha  m2

L  22.222,2m
2
10.000 m /ha
L
0,45cm
Quantidade de fertilizante

2 – quantidade de fertilizante aplicado por metro:


Em que:
Q – quantidade de fertilizante, g/m;
q – dosagem recomendada, kg/ha;
q
L – distância percorrida, m/ha. Q   1000
1.000 – fator de conversão, kg  g L

400kg
Q  1000
22222,2m Q  18g / m
Quantidade de sementes

1 – Distância percorrida pela máquina por hectare:


Em que:
L – distância percorrida, m/ha 2
10.000 m /ha
E – distância entre fileiras, m. L
10.000 – fator de conversão, ha  m2 E

2
10.000 m /ha
L L  22.222,2m
0,45cm
Número de sementes por hectare

População
NS 
G  P V
Em que:
NS – número de sementes por hectare, sementes/ha;
G – poder germinativo, decimal;
P – pureza da semente, decimal;
V – índice de sobrevivência, decimal.

300.000
NS   358.040 sem/ha
0,95  0,98  0,90

NS  16,1sem / m
358.040 sem/ha
NS 
22.222,2m
Tabela com combinação de engrenagens para
distribuição de sementes
Quantidade aplicada por volta da roda motriz
Considerando o diâmetro da roda, tem-se:

NS Perímetro do rodado
 Q
volta volta

Ex.
Diâmetro da roda motriz = 70 cm
Perímetro da roda motriz =  x D = 3,14159 x 0,70 = 2,199 m

NS = 16,1 sem/m x 2,199 m/volta = 35,40 sem/volta

NS 10 = 35,40 x 10 = 354 sementes em 10 voltas da roda

Por que é importante esse procedimento?

Como proceder a amostragem?


Plantabilidade: conceito

• STAND = É a quantidade de plantas por unidade de área.

• PLANTABILIDADE = É a quantidade de sementes (plantas)com


espaçamento corretos (perfeição de distribuição) por unidade de área e na
profundidade correta.

• Depositar as sementes no sulco com profundidade uniforme,


• Distribuir semente por semente de forma equidistante, sem falhas.
• Depositar o fertilizante na profundidade e quantidade desejada.
• Promover o contato entre o solo e a semente apropriadamente para uma melhor
germinação.
Plantabilidade do que depende ?

 SEMENTE (qualidades, classificação, pureza, aditivos,..)

 SEMEADORA (máquina) – mecanismos dosador, condutor sementes,

regulagens, velocidade de operação, interação com solo

 SOLO – preparo, umidade, cobertura, textura...


Plantabilidade do que depende ?

• SEMENTE DE ALTA QUALIDADE

 qualidade fisiológica (germinação, vigor, padrões legais)

 qualidade genética (pureza varietal, a CV que queremos)

 qualidade sanitária (livre de patógenos, plantas daninhas e pragas)

 qualidade física (livre de material inerte: contaminantes - fragmentos de plantas,

insetos, torrões e outras impurezas)

 classificação por tamanho – uniformidade

 tratamento das sementes (fungicidas, inseticidas, inoculantes, polímeros,...


Plantabilidade do que depende ?

• SEMEADORA (máquina)

 Tipo de sulcador

 Mecanismo dosador

 Velocidade de semeadura

 Pressão do pneu da roda motriz

 Tubo condutor de sementes

 Estado de conservação da semeadora


Velocidade de semeadura

• Pneumáticas até 8 km/h

• Dosadores mecânicos 4,5 a 6 km/h

• Velocidade afeta:

• Interfere no sistema dosador > velocidade periférica

• Ricocheteio das sementes no tubo condutor

• Maior revolvimento do solo no sulco

• > Oscilação na profundidade de semeadura


Avaliação de dosadores pneumáticos
Avaliação de plantas aos 20 DAE

Fonte: GPD 2015


Regularidade na distribuição longitudinal

Fonte:Väderstad AB
Norma técnica da ABNT (1994), apud Kurachi et al. (1989)

 Espaçamentos entre sementes depositadas: ESD = 14 sem/m = 7,14 cm ou 0,0714 m

 Espaçamentos duplos: ED = ED<0,5 ESD

 Espaçamentos falhos: EF = EF > 1,5 ESD

 3,6 cm < EA <10,7 cm


Espaçamentos falhos: EF = EF > 1,5 ESD

7,14 cm 7,14 cm

3,5 cm

Espaçamentos duplos: ED = ED<0,5 ESD

7,14 cm 7,14 cm

10,8 cm
Plantabilidade do que depende ?

• SEMEADORA (máquina)

 Escolha do disco e anel – dosadores mecânicos

 Determinar disco e anel após finalizado o tratamento e adição de polímeros

 Buscar o perfeito encaixe no disco evitando falhas e duplas e o dano mecânico.

 Eletrônica de monitoramento de sementes

 Acionadores hidráulicos dos mec. dosadores


Plantabilidade do que depende ?
• SOLO

 Preparo: direto x convencional

 Textura

 Umidade: adesão a mecanismos, disponibilidade na superfície

 Cobertura: quantidade, forma de manejo, espécie vegetal, tempo de

dessecação
Profundidade de semeadura
 Uniformidade temporal na germinação
UMIDADE DO SOLO
Monitores de semeadura
 Necessidade – em função do nº linhas

 Diminui erros/falhas

 Monitora e informa em tempo real e armazena


• Conectividade

 Transmissão wireless

 Trator – semeadora

 Trator - escritório

Adaptado de: Väderstad AB


Controlares de semeadura
Insere-se as regulagens desejadas em
relação distribuição de sementes e
fertilizantes por área

Atua sobre o acionamento dos


eixos que movem o dosadores de
semente e fertilizante
Controlares de semeadura
Desligamento de seçao
Marcadores de linha

 O marcador de linhas é constituídos por um braço regulável com disco


na extremidade, que marca onde deve passar a roda dianteira do trator
numa passagem subsequente mantendo o mesmo espaçamento.

 Para obter um bom desempenho do marcador deve-se regular o ângulo


do disco e o comprimento do braço ou haste. A regulagem do ângulo
consiste em incliná-lo para obter uma linha visível no campo.

 O comprimento do braço pode ser obtido pela fórmula:

en  1  b
D
2
Marcadores de linha

56
0,45m12  1  /  1,85m
D
2
Em relação ao rodado referência:

- mais próximo
+ Mais afastado

5,85  1,85
D
2
5,85  1,85
D
4 2
D   2m
2
7,7 m
D   3,85m
2
A evolução do marcador de linhas – piloto automático
Esforço de tração

- força requerida para mover uma ferramenta de preparo através do solo

- corte, rompimento, deslocamento e atritos

- obtida por sensores (anéis octogonais, strain gages, células de carga)

60
Perfil de esforço de tração obtido com um modelo de haste sulcadora
atuando em 3 profundidades, em experimento de ILP em Latossolo.

6 cm 9 cm 12 cm
550

500

450
Força de tração (kgf)

400

350

300

250

200

150

100

50

0
51
101
151
201
251
301
351
401
451
501
551
601
651
701
751
801
851
901
951
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1

100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
165
170
175
180
185
190
195
200
Número de leituras
Força de tração por linha de semeadura N

5000

4500
4000

4000

3500

2500
Força de tração N

3000

2500
1800
2000

1500

1000

500

0
Discos duplos Haste 8 cm Haste 15 cm
CÁLCULO DA FORÇA DE TRAÇÃO NA BT

Com sulcador (adubo) de discos duplos

Solo argiloso: Ft = 1.00 * 1820 *n


Solo médio: Ft = 0,96 * 1820 *n
Solo arenoso: Ft = 0,92 * 1820 *n

Com sulcador (adubo) de haste sulcadora

Solo argiloso: Ft = 1.00 * 3400 *n


Solo médio: Ft = 0,96 * 3400 *n
Solo arenoso: Ft = 0,92 * 3400 *n

Onde:
Ft = força de tração (N) e;
63
n=número de linhas de semeadura.
Exemplo
Semeadora-adubadora:

- De arrasto, engate na BT
- 9 linhas de soja/milho a 0,45 m
- Dotada com sulcadores do tipo haste (facão)
- Atende lavoura em Londrina – solo argiloso
- Trator BH 180

- Pergunta-se:

 a força de tração requerida pela semeadora na cultura soja


 a capacidade de campo efetiva - ha/h
 a Ft para vencer aclive máximo da área 13 %
 implicações práticas.
64
Pot ( KW )  Ft (kN) V (m / s)
180cv
KW 
1,36

Pot  132kw
Pot  132kw
Potência máxima: 132 Kw

Potência nominal (90% rotação): 118,8 Kw

Eficiência de transmissão em solo, superfícies consolidadas: 64% (0,64)

083 * 0,77= 0,64:

Potência disponível:
(90% rotação * 0,64):

(118,8 kw * 0,64): 76 Kw
Com sulcador (adubo) de haste sulcadora

Solo argiloso: Ft = 1.00 * 3400 *n

Ft = 1.00 * 3400 *9 linhas


Ft = 30600 N = 30,6 KN

Pot ( KW )  30,6( KN ) 1,67(m / s)

Pot  51KW
76( KW )  30,6( KN )  x(m / s)

76kw
Vel (m / s) 
30,6kN

Vel  2,48m / s

Vel (km / h)  2,48m / s * 3,6

Vel  8,9km / h
Ft para vencer aclive máximo da área de 13 %

90 N/t para cada 1% de inclinação

 Massa do conjunto trator-semeadora

 Trator(7.300 kg)+Semeadora(5.200kg) = 12.500kg – 11,5t

 Ft = 90N*12,5t*13

 Ft = 14.625N = 14,62 kN

 Ftotal = 30,6 kN + 14,62 kN

 Ftotal = 45,22 kN
Ft no aclive:

Pot ( KW )  45,22( KN ) 1,67(m / s)


Pot  75,53KW Disponibilidade

Demanda

Trator BH 180 = 76 kW
76kw
Vel (m / s) 
75,53kN
Vel  1,006m / s

Vel (km / h)  1,006m / s * 3,6 Vel  3,62km / h


E uma semeadora 13 linhas com haste sulcadora

Pot ( KW )  44,2( KN ) 1,67(m / s)


Pot  73,8kW

Vel (m / s) 
76kw Vel  1,03m / s
73,8kN

Vel (km / h)  1,03m / s * 3,6

Vel  3,7km / h
Rendimento Operacional

Representa o tempo efetivo de trabalho durante a


jornada de trabalho. Da duração da jornada subtrai-se o
tempo usado em manobra, deslocamento interno no talhão,
manutenção, abastecimento (insumos ou diesel no trator) e
outras paradas eventuais.

Gera um fator de multiplicação menor que 1.

RO para a operação de semeadura: 0,55 a 0,9??


Capacidade de campo Efetiva

Representa o rendimento da máquina em área


semeada, por tempo. Normalmente ha/hora (ha.h-1)

L *V * RO
Cce 
10
Cce: capacidade de campo efetiva em ha/hora
L: largura de trabalho, em “m”
V: velocidade de trabalho “ km/hora
RO: rendimento operacional, adimencional; <1
Capacidade de campo Efetiva

(9linhas * 0,45m) * 6km / h * 0,85m


Cce 
10

(4,05m) * 6km / h * 0,85m


Cce 
10

20,65
Cce   2,065ha / h
10
Dimensionamento de semeadoras

O que preciso saber?

 Cce da(s) semeadora(s)


 Área a ser atendida
 Janela de semeadura
 Dias disponíveis para operação
 Horas de trabalho por dia
- Tópicos
• Equipamentos e acessórios para semeadura,

• Aplicação de inoculantes e aditivos,

• Monitores de semeadura,

• Regulagens (distribuição de sementes, fertilizantes, etc.),

• Dimensionamento de máquinas para semeadura,

• Condições ambientais x plantabilidade


Obrigado!

Fone:(43) 3371-6313
osmar.conte@embrapa.br

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