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_________________________________________________Evidências do Pinheiro Bravo em Portugal
tarde, na mesma área, nos locais de Cunho e Buraco da Pala (Idade do Cobre e do
Bronze). Esta espécie coexistia com outras em dois tipos de associações vegetais - as
florestas de folha persistente, dominadas por Quercus ilex e Quercus suber e as
florestas de folha caduca com Corylus avellana e Crataegus. Outros locais do nordeste
(Chaves), incluindo S. Lourenço, Alto de Sta Ana (Figueiral, unpbl. data) e Vinha da
Soutilha (Vernet, 1986), também providenciaram evidências desta espécie durante as
Idades do Cobre e do Bronze (Figura 1). Na região da Beira Interior, a madeira da
Pinus pinaster era utilizada desde o fim da Idade do Bronze e o início da Idade do
Ferro, em três locais arqueológicos (Figura 1) - Alegrios, Castelejo e Moreirinha
(Figueiral, unpbl. data). No quadro 2 estão assinaladas as espécies que ocorrem na
vegetação florestal de Portugal, durante o Holocénico, associadas ao pinheiro bravo.
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Figura 2 – Distribuição dos mitotipos do pinheiro bravo e as relações filogenéticas (Petit et al.,
2003)
No início do século XIX, segundo Andrada da Silva (1815) e Varnhagem (1836), a área
arborizada em Portugal deveria ocupar, no seu todo, apenas 10% do território, estando
grande parte do País reduzido a “charnecas e serranias estéreis”, completamente
desarborizadas ou mesmo desprotegidas pelos matos ou outra vegetação mais densa.
Com Andrada e Silva (1805) iniciaram-se os primeiros trabalhos de fixação das dunas
litorais a Norte do Mondego, pela instalação de pinhais de protecção que visavam
impedir o avanço das areias sobre as terras agrícolas (Monteiro Alves et al., 2000).
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Nos finais do século XIX, em 1888, inicia-se a arborização estatal dos baldios serranos
das Serras do Gerês e da Estrela, e prossegue a arborização das dunas do litoral. Um
dos grandes marcos da evolução da política florestal é a Lei do Regime Florestal de
1901. Esta lei previa incentivos para os particulares arborizarem os seus terrenos e,
em caso de interesse público, submetia os terrenos de particulares e públicos ao
regime florestal (Pereira, 2001). No Quadro 3 apresenta-se a evolução da área
florestal de Portugal Continental desde o século passado. Verifica-se um crescimento
da área destinada à floresta.
Estratos
Incultos
Incultos Incultos produtivos
Anos Agrícola Florestal
produtivos cultiváveis +
cultiváveis
18741 1900 600 2000 4000 6000
19022 3100 1900 1900 1500 3400
19203 2400 2000 1700 2400 4100
19344 3300 2500 1300 1400 2700
19395 3400 2500 1500 1200 2700
19706 4800 2800 500 800 1300
19807 4500 3000 - - 1200
19908 4200 3000 - - 1600
20019 2973 3349 - - 2055
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Quadro 4 – Evolução das áreas das principais espécies florestais (Monteiro Alves et
al., 2000)
mil hectares (aprox.)
Espécies
Pinheiro
Anos Sobreiro Azinheira Eucalipto Outras Total
bravo
10
1902 430 366 417 - 743 1956
192811 1000 560 380 10 160 2050
194012 1161 690 360 - 256 2467
13
1956 1288 637 579 99 223 2826
198014 1300 650 535 215 310 3010
198815 1300 670 470 360 200 3000
199516 1140 720 460 690 270 3280
200117 976 713 462 672 379 3202
Na evolução das diferentes componentes da área florestal (quadro 4), verificamos que
o crescimento mais forte foi o que terá ocorrido, nas primeiras décadas do século
passado, com o pinheiro bravo. Em termos de área ocupada foi, pouco a pouco,
deixando para trás o sobreiro; com ele compete no que respeita a capacidade natural
de expansão, por via da sua grande adaptabilidade às mais diversas condições do
meio.
4. Referências Bibliográficas
12
CESE, 1998
13
SROA, 1970
14
“Estudos e Informação” 289, D.G.O.G.F, 1981
15
Inventário Florestal Nacional. DGF, 1989
16
Perfil Florestal. I. Produtos Florestais. 1998
17
3ª Revisão do Inventário Florestal Nacional, DGF 2001.
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