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Spix e Martius • UMA VIAGEM PELO BRASIL, 1817 - 1820 • 2021

José Augusto Pádua 1

Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro

O MAPA DAS CINCO PROVÍNCIAS DA FLORA BRASILEIRA

Entre os muitos naturalistas estrangeiros que por aqui estiveram no período oitocentista, poucos
participaram tão intensamente do processo de criação da imagem unificada do Brasil quanto Carl
Friedrich Philipp von Martius. Nas obras de vários daqueles viajantes, a palavra “Brasil” aparece como
indicação geral de um território ainda pouco conhecido, apesar de atraente pela riqueza natural e pelo
exotismo cultural. Muitas vezes, depois de percorrer uma porção relativamente restrita do território, já se
podia falar de uma viagem ao “Brasil”, descrevendo-se para tanto algumas das suas paisagens naturais e
sociais. O projeto de von Martius se desenvolveu em uma direção bem mais ampla e ousada. Ele buscou
construir uma visão do Brasil na sua totalidade, procurando apreender, em diferentes obras, o conjunto
da sua flora, a diversidade do seu território, as bases da sua história, entre outros conhecimentos.
É impressionante observar que existe bastante proximidade entre a visão de von Martius e o Mapa dos
biomas brasileiros, publicado, em 2004, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que define a
presença de seis grandes biomas no território: Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampa
e Mata Atlântica.
A contribuição mais fascinante, porém, diz respeito à síntese conceitual e à linguagem que serve de su-
porte ao desenho do mapa.
As regiões semiáridas do Nordeste são demarcadas pela imagem das hamadríades, ninfas mortais dos
bosques, que nasciam e morriam com cada árvore que lhes servia de morada.
A vegetação da Caatinga, de fato, possui uma alta taxa de renovação anual. As regiões cobertas pela Flo-
resta Amazônica foram identificadas com as náiades, entidades dos regatos e das fontes, apontando a
presença da complexa bacia hidrográfica que interage com aquela grande massa florestal.
As florestas litorâneas, por sua vez, são associadas às dríades, que cuidavam dos bosques situados nas regi-
ões montanhosas. Uma marca da Mata Atlântica é exatamente essa convivência entre florestas e montanhas.
As formas vegetais que hoje identificamos como Cerrado e Pantanal – que cobrem as planícies, os planal-
tos e as chapadas do Brasil central – são significadas, em sua característica campestre, pelas oréades, as
ninfas que acompanhavam Diana, deusa caçadora, no governo dos montes e dos campos.
As regiões do Sul, por fim, com seus campos abertos e suas florestas de montanha, marcadas pela presen-
ça das araucárias, são associadas às napeias, deusas que protegiam os vales e prados.
Os mapas atuais são feitos com modernas tecnologias de sensoriamento remoto. Para buscar sua imagem
integrada, von Martius valeu-se de uma combinação entre suas observações pessoais – na longa viagem
realizada entre 1817 e 1820, que atravessou cerca de 10 mil quilômetros – e uma leitura minuciosa dos
relatos de vários botânicos que percorreram o país, assinalando seus roteiros no próprio mapa. Tratou-se,
portanto, de um trabalho acumulativo e em processo, pois o autor indicou que pretendia aperfeiçoá-lo
na medida em que coletasse novas informações. O próprio mapa revela que no Brasil central existiam
regiões totalmente desconhecidas pelos naturalistas.
Essa breve síntese permite avaliar a importância da contribuição de von Martius para o conhecimento e
a invenção conceitual do território brasileiro. É sempre bom lembrar que o país foi construído historica-
mente em uma região continental dotada de extraordinária riqueza e diversidade natural. Uma região que
deveria ser tratada com cuidado e inteligência e não ser devastada de forma imprevidente e irresponsável:
uma paisagem diversificada que tocou profundamente tanto a razão quanto a emoção do naturalista via-
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jante, pois nela “sob mil formas vivas, cores e odores, o mundo vegetal festeja como num hino eterno, a
força criadora do sol e do planeta.” (SPIX; MARTIUS, 1817, p. 242)
José Augusto Pádua
Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro

O primeiro mapa fitogeográfico do Brasil


Von Martius reconheceu os diferentes aspec-
tos da vegetação e dos ecossistemas brasilei-
ros e no seu mapa fitogeográfico definiu cin-
co regiões florísticas, às quais atribuiu nomes
usados na mitologia grega: Nayades (flora
Amazônica), Hamadryades (flora do Semiá-
rido – Caatinga), Oreades (flora do Centro –
Oeste – Cerrado), Dryades (Mata Atlântica)
e Napeias (flora Subtropical, marcada pela
Araucaria angustifolia).

Mapa de Biomas do Brasil


(IBGE e MMA, 2003).
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Amazônia
Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
Nome popular: iguana, iguana verde
Família: Iguanidae
Domínio fitogeográfico: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica
Estado de conservação: LC – Menos preocupante
(Fonte: Bock et al., 2020; CRIA-Specieslink, 2021)

Petiscos de iguanas verdes, qual é a relação da caça de iguanas com a conservação?


Martius e Spix se encantaram com a pororoca no rio Mearim, no Maranhão, e talvez experimentaram
petiscos de iguanas verdes.
Os naturalistas viajaram em uma embarcação no rio Mearim e conheceram pequenos e novos povos que
estavam se estabelecendo às margens deste rio. Em um dado momento, reportam que os barqueiros indí-
genas passaram a perseguir as iguanas verdes que tomavam sol para que pudessem substituir a carne seca
(bovina) pela carne desse animal (MARTIUS e SPIX, 1817). As iguanas são consumidas por populações
humanas há centenas de anos, há registros do uso da carne por comunidades antes da chegada dos colo-
nizadores europeus. Até hoje, a carne e os ovos são fontes de proteína para diversos povos e também são
valorizados por suas ditas propriedades medicinais e afrodisíacas (COOKE et al., 2007; FITCH; HEN-
DERSON, 1977; FITCH et al., 1982; STEPHEN et al., 2011; BOCK et al., 2020).
As iguanas verdes são animais com ampla distribuição no continente americano, há registros desde o
México e, mais ao sul, no Paraguai (BOCK et al., 2020). No Brasil, as iguanas têm registros científicos
nos estados no Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Ceará, Pernambuco e no
Maranhão, onde foram vistas pelos naturalistas (CRIA-Specieslink, 2021). São répteis herbívoros que
vivem sobre as árvores das florestas. As fêmeas descem ao solo apenas para a postura dos ovos (nidifi-
cação) que o fazem em um buraco e, em média, uma fêmea põe cerca de 35 ovos. Neste momento de
vulnerabilidade, grande parte das fêmeas são predadas por jacarés, serpentes, corujas e pelo ser humano
(BOCK et al., 2020).
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Ainda, as iguanas verdes são consideradas animais de estimação exóticos e o comércio internacional
movimenta milhões de indivíduos ao ano, provenientes principalmente de fazendas criadouros, mas
infelizmente também são afetadas pela retirada ilegal de animais das florestas (BOCK et al., 2020). Por
isso, a espécie está listada no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies
da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).
A fim de preservar a espécie da sobre-exploração algumas ações de conservação vêm sendo conduzi-
das, tais como: educação ambiental, ecoturismo e o estímulo à criação em cativeiro. Um dos projetos
mais conhecidos foi conduzido pela Fundación Pro-Iguana Verde, no Panamá, onde foi incentivado
que povos rurais criassem iguanas para alimentação e fizessem a soltura das iguanas juvenis no ambien-
te selvagem. A intenção era de fornecer uma fonte adicional de proteína para as famílias participantes
sem exigir a remoção de indivíduos das populações naturais (WERNER 1987, 1991; WERNER e
MILLER 1984, MILLER 1987; COHN 1989 apud BOCK et al., 2020).
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) é encontrada em várias áreas protegidas ao longo de sua ampla distribui-
ção na América e, por isso, foi avaliada como Menos preocupante (BOCK et al., 2020).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

A tartaruga cabeçuda da Amazônia


O cabeçudo é assim chamado devido ao formato de sua cabeça saliente comparada às demais espécies
e também é conhecido por bico-de-arara devido ao seu bico córneo pontiagudo, o nome científico
atual dessa espécie é Peltocephalus dumerilianus (SCHWEIGGER, 1812).
A espécie é típica do bioma Amazônia e apresenta ampla distribuição. No Brasil ocorre nos estados do
Amazonas, Pará e Roraima, já nos países limítrofes, está associada às bacias dos rios Orinoco e Ama-
zonas (VOGT et al., 1994; EMYSystem, 2021).
A espécie ocorre majoritariamente em rios de águas pretas e superficiais, até 3 metros de profundidade
(RUEDA-ALMONACID et al., 2007; VOGT et al., 2015). Os cabeçudos machos chegam a medir
47 cm de comprimento e as fêmeas são um pouco maiores, chegando a 50 cm de comprimento. A
espécie se reproduz uma vez ao ano, a fêmea desova em areia seca e barrancos de terra junto a raízes
de árvores da floresta de igapó e na mata de terra firme próxima ao igarapé (MORETTI 2004; VOGT
et al., 2015).
A espécie tem seu comércio regulado pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies
da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES) no apêndice II porque é utilizada para
consumo humano (VOGT et al., 2015). É a tartaruga mais consumida no rio Negro (AM), na cidade
de Barcelos e suas proximidades e no Parque Nacional do Jaú (AM) (PEZZUTTI et al. 2010). Mesmo
assim, devido à ampla distribuição, a espécie não se encontra em perigo de extinção, sendo avaliada
como de Menos Preocupante (VOGT et al., 2015).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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Emys macrocephala Spix, 1824


Nome atual: Peltocephalus dumerilianus (Schweigger, 1812)
Nome popular: cabeçudo, tartaruga-arara, jurará, tarta-
ruga-de-bico-de-arara
Família: Podocnemididae
No Brasil, ocorre nos estados do Amazonas, Pará e Roraima
Estado de conservação: LC - Menos preocupante
(Fonte: VOGT et al., 2015; EMYsystem, 2021)

Theobroma mariae (Mart.) K.Schum


Nome atual: Herrania mariae (Mart.) Decne. ex Goudot
Nome popular: cacau jacaré
Família: Malvaceae
No Brasil, ocorre nos estados do Acre, Amazonas e Pará
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: COLLI-SILVA & FERNANDES-JÚNIOR, 2020)
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Faramea stenopetala Mart.


Família: Rubiaceae
No Brasil, ocorre nos estados do Amazonas e Pará
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: Flora do Brasil, 2020e)

Enckea martiana Miq.


Nome atual: Piper laevigatum Kunth
Nome popular: pimenta longa da várzea, txi txan pei ewapama
Família: Piperaceae
No Brasil, ocorre nos estados do Acre e Amazonas
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: GUIMARÃES et al., 2020)
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Leopoldinia pulchra Mart.


Família: Arecaceae
No Brasil, ocorre nos estados do Amazonas e Pará
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: Leitman, 2020)

Manihot utilissima Pohl.


Nome atual: Manihot esculenta Crantz
Nome popular: mandioca, macaxeira, aipim
Família: Euphorbiaceae
Ocorre na Amazônia e no Cerrado. No Brasil, ocorre nos estados do
Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Alagoas, Bahia, Ceará, Mara-
nhão, Pernambuco, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas
Gerais, São Paulo
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: MARTINS et al., 2020)
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Castanha do Pará
Bertholletia excelsa é a única espécie do gênero Bertholletia. Conhecida como “castanha do Brasil” e “cas-
tanha do Pará”, suas sementes são um recurso alimentar muito apreciado pelas populações amazônicas
e o comércio das sementes em nível internacional também já é bastante expressivo. É encontrada em
florestas não inundadas da região amazônica da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa,
Peru, Suriname, Venezuela, Trinidade e Tobago e em áreas cultivadas fora de seu hábitat. (ORMINDO;
HEIZER, 2018)

Caatinga
Se, futuramente, percorrendo continuamente, durante anos, estas férteis regiões,
for possível ao botânico fazer rigorosa comparação das várias flores aqui men-
cionadas, poderá a ciência contar com interessantíssimas contribuições para a
história e geografia das plantas.
(SPIX; MARTIUS, 1817, p.139).
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Ziziphus joazeiro Mart.


Nome atual: Sarcomphalus joazeiro (Mart.) Hauenschild
Nome popular: juazeiro, juá
Família: Rhamnaceae
Ocorre nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe
Estado de Conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: LIMA et al. (in memoriam), 2020)

Pourretia tuberculata Mart.


Nome atual: Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum
Família: Malvaceae
Ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe,
na Caatinga.
Estado de conservação: LC - Menos
preocupante.
(Fonte: CARVALHO-SOBRINHO, 2020;
LEÓN et al., 2020).

SILVA AESTU APHYLLA, QUAM DICUNT CAA-TINGA - IN PROVINCIAE BAHIESNIS DEESERTO AUSTRALI.
Flora brasiliensis, 1840–1906 | Vol. I, Parte I, Prancha 10
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Sobre o incentivo a estudos posteriores em botânica:


Se, futuramente, percorrendo continuamente, durante anos, estas férteis regiões,
for possível ao botânico fazer rigorosa comparação das várias flores aqui men-
cionadas, poderá a ciência contar com interessantíssimas contribuições para a
história e geografia das plantas.
(SPIX; MARTIUS, 1817, p. 139)

Sobre o rebrotar das plantas na Caatinga:


a vida das folhas depende tanto da umidade que, às vezes, segundo se afirma,
decorrem dois ou três anos, sem que reverdeçam as árvores, aparentemente
mortas. O lenho, durante o período do desfolhamento, nunca está totalmente
sem seiva e perde a sua flexibilidade só naqueles galhos e ramos, que morrem de
todo; exsuda mesmo continuamente substâncias resinosas e gomosas e outras
semelhantes, provando que a vida da raiz e do tronco, obedecendo a uma fraca
periodicidade e, até certo ponto, independente da elaboração da seiva nas folhas,
a qual sempre segue os períodos cósmicos. O brotar das folhas é particularmente
interessante porque, logo que chove, no mais curto espaço de tempo, e quase
como por encanto se produz.
(SPIX; MARTIUS, 1817, p. 282)

Além dela, vimos, aqui e acolá, uma árvore, que, na verdade, pode ser consi-
derava maravilha do reino de Flora. A barriguda (Pourretia tuberculata Mart.)
de sessenta a setenta pés de altura, é assim chamada por ter o meio do tronco
inchado a um diâmetro de quinze pés, oferecendo o aspecto inusual de barril
que ainda mais surpreende o viajante, porque, nestas paisagens pobres, o olhar
só raramente encontra formas grandiosas, e, nos meses de seca, a árvore fica
desfolhada. O aspecto dessa gigantesca árvore faz lembrar os animais enormes
antediluvianos, como se ela fosse o representante de uma vegetação antiga mais
maciça. Mas o interior do tronco contém miolo muito balofo, de que se servem
os sertanejos, em vez de cortiça”
(SPIX; MARTIUS, 1817, p. 157)

Um tesouro oculto na barriga


A paineira branca ou barriguda é uma árvore que alcança entre 15 e 18 m de altura (CARVALHO-SO-
BRINHO, 2020; JBRJ, 2020), tem a copa ampla e é famosa pela sua “barriga”, ou seja, o entumescimento
no centro do caule que pode chegar a um metro de diâmetro!
Em sua especial “barriga”, a árvore armazena água com a finalidade de utilizar para sua sobrevivência na
estação seca da Caatinga (PAIVA, 2020; LORENZI, 1998). A casca de coloração cinza claro possui acúleos
pontiagudos que chegam a 5 cm de comprimento e servem como barreiras físicas, evitando que animais
subam em sua copa, preservando, assim, folhas, flores e frutos (BOCAGE e SALES, 2002). A barriguda
floresce de julho a outubro, na estação seca, quando a árvore está desfolhada, assim, as flores brancas são
mais perceptíveis aos morcegos polinizadores (GIBBS e SEMIR, 2002). Também nessa época, a velocidade
do vento é maior, comparada a estação chuvosa, e a barriguda aproveita dessa facilidade para frutificar e
dispersar suas sementes. As pequeninas sementes envolvidas nos chumaços de lã de barriguda são carre-
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gadas pelo vento para lugares longe da planta mãe, alcançando novos ambientes para viver (PAIVA, 2020;
BOCAGE e SALES, 2002).
A casca e as folhas da Ceiba glaziovii são usadas na medicina popular no tratamento de reumatismos,
edemas, diabetes, tosse, catarro, sinusite, problemas cardíacos e hipertensão (PEREIRA-JUNIOR et
al., 2014; AGRA et al., 2008). A madeira é utilizada na caixotaria e para fazer rolhas. As fibras dos
frutos também conhecidas como lã de barriguda, são utilizadas para preencher travesseiros, colchões
e estofamento de móveis. Devido à beleza de suas flores brancas, a espécie tem grande potencial or-
namental (Lorenzi, 1998).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Cocos coronata Mart.


Nome popular: licuri.
Nome atual: Syagrus coronata (Mart.) Becc.
Família: Arecaceae
Ocorre nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe, na Caatinga.
Estado de conservação: LC -Menos preocupante.
(Fonte: BGCI & IUCN, 2019; SOARES, 2020).

A “árvore salvadora da vida” na Caatinga: o licuri


A palmeira, conhecida popularmente como licuri, pode alcançar até 7 m de altura (Specieslink, 2021).
É uma das espécies mais resistentes ao clima da Caatinga. A característica mais marcante da espécie e a
disposição das folhas no alto do caule de forma helicoidal. Quando as folhas envelhecem e caem, uma
parte, a bainha, permanece junto ao caule por muitos anos, fornecendo a beleza estética do licuri. A pal-
meira floresce e frutifica durante todo o ano, mas a maior quantidade de frutos entre os meses de maio
e agosto, amadurecendo no período de outubro a dezembro (LORENZI, 1992).
O licuri é uma planta muito útil na Caatinga brasileira. Suas folhas são processadas para a extração de
cera, trançadas se tornam o telhado de casas e ainda são transformadas em vassouras. A partir da farinha
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da semente, que é rica em vitamina C, as populações locais produzem o cuscuz de licuri (DRUMOND,
2007). Devido a tantas propriedades benéficas, o licuri é conhecido como a “árvore salvadora da vida”
(BONDAR, 1938 apud DRUMOND, 2007). Felizmente a espécie tem ampla distribuição e não está ame-
açada de extinção, foi avaliada na categoria de Menos Preocupante (BGCI, 2019).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Ziziphus joazeiro Mart.


Nome popular: juazeiro, juá.
Nome atual: Sarcomphalus joazeiro (Mart.) Hauenschild
Família: Rhamnaceae.
Ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, nos biomas Caatinga e
Cerrado.
Estado de conservação: NE - Não avaliada.
(Fonte: LIMA (in memoriam), BARBOSA & GIULIETTI, 2020).

Martius e Spix citam o juazeiro e sua importância econômica quando passavam pelo caatinga próximo
ao rio São Francisco:
A noite, antes de alcançarmos de novo o rio São Francisco, passamo-la em-
baixo da copa de uma árvore de juá, a única que conserva as folhagens, nesta
região seca. O juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.), com a sua fronte arredondada
de folhagem densa, imprime à paisagem, no interior das províncias da Bahia,
Pernambuco e Piauí, fisionomia característica, e é de máxima importância para
a criação do gado, nessas regiões, pois as suas bagas, que amadurecem na época
da seca, contêm uma polpa mucilaginosa, que é quase o único substituto da
erva dos pastos para o gado, e, por isso, o ano de pouca fruta prejudica os re-
banhos. (SPIX; MARTIUS, 1817, p. 156 e 157)
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Embaixo da copa de uma árvore de juá.


O juazeiro é uma árvore espinhenta que alcança até 10 m de altura e tem grande copa que fornece boa
sombra no ambiente árido da Caatinga (Flora do Brasil, 2020; CARVALHO, 2007). O juazeiro é muito va-
lorizado pelas populações locais que têm na pecuária de caprinos, ovinos e gado como a fonte de subsis-
tência de suas famílias, porque a árvore permanece com folhas verdes durante a estação seca na Caatinga
e seus frutos amadurecem no mesmo período, sendo assim uma das poucas opções de alimentação para
o rebanho e fonte de sombra. Segundo Carvalho (2007), a etimologia da palavra juazeiro faz referência
ao vocábulo indígena tupi juá, o qual significa frutos carnosos. A casca e as folhas do juazeiro também
são utilizadas para tratar gripes, gastrites, contusões e na fabricação de produtos de higiene, sendo com-
provada a sua capacidade antimicrobiana (CARVALHO, 2007). As flores são importantes recursos para
a meliponicultura criação artesanal de abelhas, conhecidas vulgarmente por abelhas-da-terra ou abelhas-
-sem-ferrão para a produção de mel) desenvolvida como uma alternativa de renda das populações locais
(NADIA et al., 2007). A espécie também tem uso na produção de lenha e carvão, na arborização de ruas,
jardins. Os frutos também são consumidos pelos sertanejos, recentemente se descobriu que possuem
vitamina C (LORENZI 1998).
Mesmo com a deflorestação das margens do rio São Francisco para convertê-las em áreas de agricultura,
estudos comprovam que a população da espécie de juazeiro apresenta alta variabilidade genética, o que é
atribuída à distância geográfica entre elas e às características ecológicas da espécie, um fator positivo para
a conservação da espécie na natureza (GOIS et al., 2014). Contudo, é importante preservar as matas nas
margens dos rios, em especial, o rio São Francisco, por sua história e pela diversidade de animais e plantas
existentes ali.
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Cereus jamacaru DC.


Nome popular: mandacaru, mandacaru-facheiro.
Família: Cactaceae.
Ocorre nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Tocantins, nos biomas Caatinga e Cerrado.
Estado de conservação: LC- Menos preocupante.
(Fonte: ZAPPI & TAYLOR, 2020; BRAUN, MACHADO & TAYLOR, 2017).
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“Mandacaru quando flora lá na seca, É o sinal que a chuva chega no sertão...”


(Xote das Meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1953)

O mandacaru, Cereus jamacaru DC. é a planta símbolo da região Nordeste do Brasil e uma das cactáceas
endêmicas do Brasil mais famosas, devido a sua importância na paisagem, na cultura, economia e na
medicina popular (ZAPPI & TAYLOR, 2020). Cresce em solos pedregosos e pobres em nutrientes, na
Caatinga, o mandacaru é facilmente identificado no ambiente pelo seu formato de candelabro alcançan-
do até 10 m de altura (TAYLOR & ZAPPI, 2004). O caule do mandacaru (chamado pelos botânicos de
cladódio) tem a base lenhosa, os ramos verdes com espinhos, já os ramos mais jovens são azulados e
também espinhosos (DAVET et al., 2009; SALES et al., 2014). O mandacaru possui espinhos de diversas
colorações, amarela, vermelha ou marrom, e o que mais impressiona é que os espinhos chegam a medir
30 cm de comprimento!
As flores do mandacaru são brancas, desabrocham à noite e murcham no início do dia seguinte, abelhas
e morcegos são os polinizadores da espécie (SALES et al., 2014). Os frutos têm o formato de uma elipse,
chegando a 15 cm de comprimento e têm a coloração violeta escuro, a polpa é branca e abriga centenas
de sementinhas negras. As flores são importantes para a alimentação das abelhas nativas e os frutos são
consumidos por morcegos, bovinos, caprinos, pássaros e pelos humanos (SALES et al., 2014).
A medicina popular utiliza raízes, caule, flores e frutos em diversos formatos como chás, macerados ou
in natura para a cura de grande número de enfermidades, a saber:
● as raízes são utilizadas para o tratamento de problemas diuréticos e renais, preparadas como infusões
(PAULINO et al., 2011), indígenas xocós, em Sergipe, e os kariris-xocó, no estado de Alagoas realizam
chás a partir das raízes para resolver problemas intestinais, respiratórios e para amenizar febres (AN-
DRADE et al., 2006).
● o caule é utilizado como remédio contra a pressão sanguínea alta, antirreumático e contra diabetes, no
tratamento de problemas vesiculares, na amenização de problemas respiratórios, como tosse e bronquite
(PAULINO et al., 2011; GUEDES et al., 2009). Os indígenas xocós e os kariris-xocó utilizam o macera-
do do caule in natura para o tratamento de hemorroidas (ANDRADE et al., 2006). O caule também é
utilizado na construção e pintura de casas, como cerca-viva e ornamental (SILVA, 2014; Sales et al., 2014;
ANDRADE et al., 2006).
● as flores são utilizadas no tratamento contra verminoses, furúnculos, abcessos e na amenização de fe-
bres através do consumo in natura e por infusão (HERNÁNDEZ-GONZÁLES e VILLARREAL, 2007);
● os frutos são importantes fontes para o tratar úlceras e no combate ao escorbuto através do consumo
in natura (GUEDES et al., 2009).
O mandacaru tem sido motivo de estudos científicos para a busca de novos medicamentos e tratamentos
de mal de Parkinson (SALES et al., apud BRUTON et al., 2006). Outras pesquisas relatam que o extrato
de raízes e caules tem ação anti-inflamatória e anticonceptiva (ANDRADE et al., 2006) e como antibió-
tico natural (DAVET et al., 2009).
O mandacaru compartilha de algumas características de plantas que evoluíram em ambientes áridos, tais
como: o caule revestido por uma grossa película, a qual o protege de perder água por transpiração, raízes
muito eficientes, que rapidamente captam a água quando chove, e, principalmente, um tipo de fisiolo-
gia próprio de espécies de deserto, configurada por alto desempenho na fotossíntese (HERNÁNDEZ-
-GONZÁLES & VILLARREAL, 2007).
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Devido a sua ampla distribuição, a espécie não está ameaçada de extinção, foi avaliado quanto ao risco de
extinção como Menos Preocupante (BRAUN, MACHADO & TAYLOR, 2017).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Enquanto beirávamos o rio São Francisco, éramos obrigados a guiar a tropa


pelos emaranhados espinheiros do alagadiço; mais, além, a leste, afastando-
-nos dele, penetramos em bosques de catinga ressecados, onde as únicas plan-
tas verdes eram caules de Cereus carnosos, algumas alcaparreiras e Janiphas
armadas de pelos urticantes (Cnidoscolus Pohl.)”
(SPIX; MARTIUS, 1817, p. 165)

Martius estudou a planta baiana que inspirou o nome das favelas cariocas
É fundamental relacionar história do Brasil com as plantas nativas, 80 anos mais tarde da passagem de
von Martius e Spix pela Caatinga, houve a Guerra de Canudos (1896-1897) no interior da Bahia. Os
soldados da recente república brasileira combateram e venceram a miserável população de Canudos,
liderada por Antônio Conselheiro, sob acusação de possibilidade do estabelecimento de uma monarquia
religiosa no Brasil. Essa história foi contada no livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, em 1902. Os sol-
dados do exército nacional, ao retornarem a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, não receberam o sol-
do, ou seja, o pagamento por terem lutado no interior baiano. À espera do governo, os ex-combatentes
se instalaram no Morro da Providência, na zona portuária da capital e próximo do centro administrativo.
Os ex-soldados chamaram a ocupação de favela, relacionado-a ao Morro da Favela, local onde foi trava-
da a luta final contra Canudos. A palavra favela é atribuída à vegetação de faveleiras, nome popular das
espécies do gênero Cnidoscolus (LAURIA, 2011).
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A faveleira, favela-de-cachorro ou cansanção é um planta de porte arbustivo até arbóreo, mede entre
2 a 12 metros de altura (SPECIESLINK, 2021; GOMES, 2014). A espécie é endêmica da região Nor-
deste brasileira, se desenvolve na vegetação de Caatinga (Flora do Brasil, 2020) e se destaca pela sua
extraordinária resistência à seca. As raízes são as responsáveis por armazenar nutrientes para a planta
sobreviver à estação de estiagem. Seu tronco é curto e sustenta a copa alongada ou arredondada, com
folhas verdes, que caem na estação seca desse bioma (GOMES, 2014). Suas folhas são características
pela variação no formato, alguns indivíduos têm folhas inteiras e outros apresentam folhas recorta-
das, e as nervuras que lembram bordados de rendas (MELO; SALES, 2008). A espécie tem espinhos
grandes (até 1,2 cm) e urticantes em quase todos os órgãos. Os espinhos urticantes, quando tocados,
liberam o látex na pele da vítima, que sente fortes dores localizadas, urticárias e até, em raros casos,
sofrem desmaios (LUTZ 1914; OLIVEIRA, 2011). A floração da faveleira ocorre no período de estia-
gem, quando pequenas flores brancas masculinas e femininas surgem em partes distantes entre si dos
ramos espinhentos. Os frutos esverdeados, apresentam uma coroa de espinhos na base, protegendo-os
de predadores, e abrigam de 3 a 5 sementes marrom-amareladas ou acinzentada, com alto teor de óleo
em seu interior (MELO e SALES, 2008).
Cnidoscolus quercifolius e outras espécies do mesmo gênero são utilizadas na medicina popular (anti-infla-
matório, antimicrobiana), como alimento (farinha e óleo produzidos a partir das sementes), como for-
rageiras, ornamentais e para a restauração de áreas degradadas no semiárido da Caatinga (OLIVEIRA,
2011; LORENZI; MATOS, 1998). O conhecimento popular sobre o uso medicinal da espécie vem
sendo testado e comprovado por pesquisas científicas, Gomes (2014) identificou substâncias anesté-
sicas e anti-inflamatórias provenientes do extrato da casca de C. quercifolius. A madeira da faveleira é
moderadamente pesada e de pouca durabilidade e vem sendo empregada em caixotaria e forros (BGCI
e IUCN/SSC, 2019).
Patrícia Rosa
Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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Alisma ellipticum Mart. ex Schult.f


Nome atual: Echinodorus palaefolius (Ness & Mart.) J.F. Macbr
Nome popular: golfe
Família: Alismataceae
Planta aquática. Ocorre nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Minas Gerais
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: MATIAS, 2020)
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Cerrado
Gomphrena regeliana Seub.
Família: Amaranthaceae
Ocorre nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná
Estado de conservação: VU - Vulnerável à extinção
(Fonte: Flora do Brasil, 2020b; CNCFlora, 2012.2b; BRASIL-MMA,
2014)

Vellozia caruncularis Mart. ex Seub.


Família: Velloziaceae
Ocorre somente no estado de Minas Gerais
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: Flora do Brasil, 2020c)
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Diospyros coccolobifolia Mart. ex Miq.


Família: Ebenaceae
Ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e Minas Gerais
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: Flora do Brasil, 2020d)

Attalea compta Mart.


Nome popular: babaçu, indaiá, catolé
Família: Arecaceae
Ocorre nos estados de Minas Gerais e São Paulo
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: SOARES, 2020)
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Mata Atlântica
Acrocarpus polyphyllus Nees.
Nome atual: Lagenocarpus polyphyllus (Nees) Kunth
Família: Cyperaceae
Ocorre somente no estado do Rio de Janeiro
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: COSTA & VITTA, 2020)

Anomochloa marantoidea Brongn.


Família: Poaceae
Ocorre somente no estado da Bahia
Estado de conservação: EN - Em perigo de extinção
(Fonte: OLIVEIRA; CLARK, 2020; BRASIL-MMA, 2014)
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Faramea tinguana Müll.Arg.


Família: Rubiaceae
Ocorre somente no estado do Rio de Janeiro
Estado de conservação: CR - Criticamente em perigo de extinção
(Fonte: Flora do Brasil, 2020a; MARTINELLI et al., 2018)

Cattleya warneri T.Moore.


Família: Orchidaceae
Ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais
Estado de conservação: VU - Vulnerável à extinção e tem comércio
regulado pela CITES
(Fonte: VAN DEN BERG, 2020; BRASIL-MMA, 2014)
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Epidendrum megalanthum Barb.Rodr.
Nome atual: Encyclia advena (Rchb.f.) Porto & Brade
Família: Orchidaceae
Ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,
Pernambuco e Rio de Janeiro
Estado de conservação: LC – Menos preocupante
(Fonte: BASTOS et al., 2020; CNCFlora, 2012.2a)

Tibouchina canescens Cogn. Tibouchina frigidula Cogn.


Nome atual: Pleroma canescens (D.Don) P.J.F.Guim. & Michelang. Nome atual: Pleroma frigidulum (Schrank et Mart. ex DC.) Triana
Melastomaceae Melastomaceae
Litografia Litografia
Flora brasiliensis, 1840–1906 Flora brasiliensis, 1840–1906
Vol. XIV, Parte III, Prancha 66 Vol. XIV, Parte III, Prancha 76
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Pau-brasil
Pau-brasil, pau-pernambuco, ibitapitanga. Árvore símbolo do Brasil, os indígenas litorâneos chamavam-
-na “ibirapitanga” – madeira vermelha. Antes da chegada dos portugueses ao que seria o nosso país, o
termo “brasil” era usado na Europa para designar uma madeira de tinturaria proveniente da Ásia, a Ca-
esalpinia sappan. Principal sustentáculo da economia durante o início do período colonial, o pau-brasil
foi exportado em larga escala para a Europa entre os séculos XVI e XVIII e terminou por dar nome ao
país, antes conhecido como Terra de Santa Cruz. Do pau-brasil se extraía tinta vermelha empregada em
tecelagem e a madeira era aproveitada para construção civil e móveis finos. Nos dias atuais, a madeira é
empregada na confecção de arcos para violino. Em conseqüência da exploração predatória, o pau-brasil
quase desapareceu. Hoje está incluído na lista vermelha das espécies brasileiras ameaçadas de extinção. O
fim do extrativismo do pau-brasil não o livrou do perigo de extinção. Os ciclos posteriores da cana-de-
-açúcar e do café impulsionaram o desmatamento da faixa litorânea, restringindo drasticamente o hábitat
da espécie. Atualmente, há diversas iniciativas bem-sucedidas de preservação, e a data de 3 de maio foi
escolhida como o “dia do pau-brasil”. Além disso, a Paubrasilia echinata tornou-se popularmente usada
como ornamental.
Caesalpinia echinata Lam.
Leguminosae (Fabaceae)
Nome atual: Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis
Fabaceae
Litografia
Flora brasiliensis, 1840–1906
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Pampa
Haloschoenus capillaris Lindl. & Nees.
Nome atual: Rhynchospora tenuis Link
Família: Cyperaceae
Ocorre no bioma Pampa, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
e Pantanal
Estado de conservação: LC - Menos preocupante
(Fonte: THOMAS; SILVA FILHO, 2020)

Araucaria brasiliana A.Rich.


Nome atual: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Nome popular: pinheiro-do-paraná, araucária, curi, pinheiro-brasileiro
Família: Araucariaceae
Ocorre no bioma Pampa e Mata Atlântica. Nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Estado de conservação: EN - Em perigo de extinção
(Fonte: IGANCI; DORNELEs, 2020; BRASIL-MMA, 2014)
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Pantanal
Langsdorffia hypogaea Mart.
Nome popular: rosa-de-caboclo, estrela-do-chão, fel-da-terra, urupê
Família: Balanophoraceae
Planta parasita. Ocorre no Pantanal, Amazônia, Caatinga, Cerrado e
Mata Atlântica
Estado de conservação: LC - Menos preocupante
(Fonte: CARDOSO, 2020)

Psittacanthus robustus (Mart.) Mart.


Nome popular: erva-de-passarinho
Família: Loranthaceae
Planta hemiparasita. Ocorre no Pantanal, Amazônia, Caatinga, Cerrado
e Mata Atlântica
Estado de conservação: NE - Não avaliada
(Fonte: DETTKE; CAIRES, 2020; TEODORO, 2010)
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