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Págs. 2 e 3 – Guarás (Eudocimus ruber) em Cubatão (São Paulo), com seu colorido
vivo, que tinge de vermelho as árvores onde nidificam. Vivem em grandes bandos e
o ninho é construído tanto pelo macho como pela fêmea. Seus ninhais são muitas
vezes divididos com pássaros como o colhereiro e a garça-azul.
Pág. 8 – Ninhos em colônias de japim (Cacicus cela). Os machos são maiores que as
fêmeas, e freqüentemente exibem as partes amarelas da plumagem e vocalizam ao
lado do ninho, diante das companheiras.
Arte e Ciência
Histórias de Amor
Referências bibliográficas
Índice
Cada casal em geral constrói seu próprio ninho e, para proteger suas
crias, desenvolve diferentes formas de camuflagem. É o caso do
urutau, também chamado mãe-da-lua, que bota seu ovo sobre um
tronco de mesma cor que a sua e lá fica com a cabeça erguida, como
se fosse uma extensão do galho.
Assim como as aves que procuram lugares calmos e protegidos para
criar os filhotes, há as que vivem em meio à algazarra: biguás,
biguatingas, guarás, socós e garças estão entre elas. Essas aves formam
grandes comunidades – já foram localizadas comunidades com mais
de 6 mil guarás – e nidificam em ninhais, ou seja, uma ou mais
árvores próximas usadas às vezes por centenas de aves, de uma ou
mais espécies, que misturam seus cantos e suas cores no lugar que
escolheram para chocar seus ovos.
Os editores
Arte e Ciência
Martha Argel
Ornitóloga e ecóloga
Histórias de Amor
Fernando Portela
Família Rheidae
A ema é a maior ave brasileira. Ela chega a atingir 1,60 metro de altura
e a pesar 34 quilos, e não voa, mas pode correr a sessenta quilômetros
por hora. Vive em bandos nas paisagens abertas do interior do Brasil,
principalmente no Cerrado e nos campos do sul do país.
O ninho da ema (Rhea americana), preparado pelo macho, costuma ter de dez a
trinta ovos, de diferentes fêmeas.
Família Tinamidae
Os gaviões são aves de rapina, caçadores por excelência, que com sua
visão e audição bastante aguçadas, garras e bicos fortes, capturam e
manipulam suas presas. As espécies de maior porte apanham
principalmente aves, cobras e mamíferos, e algumas também comem
peixes. As espécies menores preferem insetos e pequenos artrópodes.
O gavião-real (Harpia harpyja) é a ave de rapina mais possante do mundo. Chega a
ter quase um metro de altura, dois metros de envergadura e pode pesar até nove
quilos. Caça principalmente aves e mamíferos de porte avantajado, como mutuns,
araras, preguiças e até filhotes de veados e porcos-do-mato. Seu ninho é uma imensa
plataforma de gravetos construída nas árvores mais altas da floresta. Põe dois ovos,
mas geralmente apenas um dos filhotes sobrevive. A potência descomunal do
gavião-real, com suas garras impressionantes, evidencia-se na imagem ao lado, do
adulto que chega ao ninho carregando um macaco preso apenas por um dos pés.
Um sovi (Ictinia plumbea) no ninho construído com gravetos sobre galhos grossos,
em forma de forquilha. Exímio caçador de insetos, que apanha com os pés e leva ao
bico em pleno vôo, é migratório no centro-sul do Brasil, de onde se ausenta no
inverno, reaparecendo na primavera para se reproduzir.
O gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis), em pleno vôo na foto, vive em áreas
campestres e pousa freqüentemente sobre mourões de cerca, nas horas mais quentes
do dia, de onde espreita cobras e lagartos.
Como a maioria das espécies da família, constrói seu ninho em locais isolados, no
alto de árvores, como nas fotos e, no detalhe.
Família Falconidae
Uma das aves mais comuns nas cidades, o pombo foi imortalizado
como símbolo da paz pelo traço de Picasso, no final da década de
1940. Muitas raças de pombo-doméstico são criadas em cativeiro, por
sua beleza e seu canto, por suas habilidades acrobáticas, que os
tornaram personagens habituais nos chapéus dos mágicos, ou, ainda,
como o pombo-correio, por seu senso de direção e capacidade de
voar centenas de quilômetros e voltar ao ponto de partida, levando
informações, estratégias e sobretudo notícias aos soldados nas guerras.
Todas as espécies brasileiras de pombos constroem ninhos pouco
elaborados: apenas uma plataforma rala de ramos ou folhas sobre a
qual põem um ou dois ovos, geralmente brancos. Mas são muito
férteis: há espécies que chegam a ter seis ninhadas por ano.
A avoante ou ribaçã (Zenaida auriculata).
Constrói seu ninho com pequenos ramos e gravetos em áreas abertas, no solo ou
sobre um arbusto.
Um filhote recém-nascido, com o corpo coberto por uma penugem fina e
amarelada.
O ninho da pariri (Geotrygon montana) é uma plataforma de folhas sobre bromélias
ou sobre uma folha seca de palmeira, que fica a pouca altura do chão, no interior da
floresta, como nas fotos destas páginas. A fêmea põe dois ovos rosados, que são
incubados por ambos os pais. Se perturbada no ninho, a pariri pode fingir estar
ferida, voando para o solo e batendo as asas na intenção de afastar um possível
predador.
Família Psittacidae
Desde meados dos anos 50, quando apareceu pela primeira vez na
televisão, o pica-pau se transformou em um dos maiores clássicos da
animação, provocando o riso e cativando as crianças com suas
trapalhadas. Seu topete de penas, o bico pontudo e o hábito incomum
de subir pelos galhos são características que ficaram na memória das
pessoas.
Os pica-paus têm garras fortes, com dois dedos virados para frente e
dois para trás, que utilizam para escalar verticalmente os troncos. Com
sua língua extremamente longa, exploram orifícios na madeira à
procura de insetos e larvas. Usam o bico possante para escavar o
cerne dos troncos e galhos mortos, construindo cavidades para
pernoitar e nidificar. Em geral, forram a cavidade com pequenos
pedaços de madeira mole, obtidos durante a escavação, e põem de
dois a quatro ovos brancos, dependendo da espécie. As cavidades
feitas pelos pica-paus são usadas como ninho e local de abrigo por
outras aves e também por outros animais, como mamíferos, anfíbios e
répteis.
Um filhote do pica-pau-amarelo (Celeus flavus) prestes a deixar o ninho.
Casal de picapauzinhos-verde-carijós (Veniliornis spilogaster). A fêmea está na
entrada do ninho segurando no bico uma larva de inseto, um dos principais
alimentos oferecidos aos filhotes.
Família Thamnophilidae
Baicich, P. J. & Harrison, C. J. O. 1997. A guide to the nest, eggs and nestlings of
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Von Ihering, H. 1900. Catálogo crítico-comparativo dos ninhos e ovos das aves do
Brasil. Revista do Museu Paulista, 4:191-300.
Família
Accipitridae 45
Apodidae 91
Ardeidae 33
Caprimulgidae 87
Cardinalidae 227
Cariamidae 57
Cathartidae 43
Charadriidae 61
Ciconiidae 41
Coerebidae 199
Columbidae 65
Conopophagidae 135
Corvidae 181
Cotingidae 177
Dendrocolaptidae 145
Emberizidae 211
Eurypygidae 55
Falconidae 49
Formicariidae 133
Fringillidae 237
Furnariidae 139
Galbulidae 115
Hirundinidae 179
Icteridae 229
Jacanidae 59
Motacillidae 193
Nyctibiidae 85
Opisthocomidae 51
Parulidae 197
Passeridae 239
Picidae 121
Pipridae 173
Psittacidae 71
Rallidae 53
Ramphastidae 117
Rheidae 27
Rynchopidae 63
Strigidae 83
Thamnophilidae 123
Thraupidae 201
Threskiornithidae 39
Tinamidae 27
Trochilidae 97
Troglodytidae 183
Turdidae 187
Tyrannidae 147
Tytonidae 79
Vireonidae 195
Scientific Names
Nome popular
Amarelinho 159
Andorinha-doméstica-grande 178
Andorinhão-do-temporal 94 e 95
Andorinhão-estofador 90
Andorinha-pequena-de-casa 179
Arapaçu-rajado 144
Arara-azul-de-lear 72 a 75
Arara-azul-grande 70
Arredio-pálido 143
Avoante/ribaçã 65 a 67
Balança-rabo-canela 98 e 99
Balança-rabo-de-bico-torto 101
Beija-flor-de-costas-violeta 109
Beija-flor-de-fronte-violeta 103
Beija-flor-de-garganta-azul 110
Beija-flor-de-garganta-verde 104 e 105
Beija-flor-de-orelha-violeta 105
Beija-flor-de-peito-azul 106
Beija-flor-grande-do-mato 96
Beija-flor-preto 107
Beija-flor-verde 108
Bem-te-vi-rajado 148
Besourinho-da-mata 100
Besourinho-de-bico-vermelho 111
Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho 114 e 115
Bico-de-pimenta 227
Bico-de-veludo 200 e 201
Biguá 4 a 7
Biguatinga 4 a 7
Brejal 216 e 217
Cabeçudo 156
Caçula 146
Cambacica 198 e 199
Caminheiro-de-barriga-acanelada 192
Campainha-azul 24, 25, 224 e 225
Canarinho-rasteiro 219
Caneleiro-preto 169b
Cardeal-de-goiás 222
Casaca-de-couro-amarelo 141
Caturrita 76a
Cavalaria 221
Chibum 152
Choca-barrada 124
Choca-de-sooretama 125
Chopim/gaudério 233 a 235
Chopim-do-brejo 233
Choquinha-lisa 128
Choró-boi 122 e 123
Chupa-dente 136 e 137
Cigana 50
Cigarra-do-campo 202 e 203
Coleirinho/papa-capim 214 e 215
Corruíra/garrincha 184 e 185
Corujinha-do-mato 82
Curiango 86 e 87
Curiango-do-banhado 88 e 89
Curicaca 38 e 39
Cuspidor-de-máscara-preta 134 e 135
Ema 30
Enferrujado 158
Ferreirinho 163a
Figuinha-de-rabo-castanho 209
Frango-d’água 52 e 53
Galito 170 e 171
Galo-de-campina-da-amazônia 220
Garça-azul 34
Garça-branca-grande 32
Gavião-caboclo 46 e 47
Gavião-real 44
Gavião-relógio 48
Gralha-do-pantanal 180
Guará 2 e 3
Guaracava-de-barriga-amarela 153
Guaracava-de-bico-pequeno 157
Iraúna-de-bico-branco 231
Jaçanã 58 e 59
Jandaia-de-testa-vermelha 76b
Japim/xexéu 8, 228 e 229
Japu/rei-congo 230
João-de-barro 140
João-de-pau 138 e 139
Juruviara 194a
Lavadeira-de-cabeça-branca 168
Lavadeira-mascarada 169a
Macuco 29
Maria-branca 160
Maria-preta-de-bico-azulado 167
Maria-preta-ribeirinha 166
Noivinha-branca 150 e 151
Noivinha-de-rabo-preto 164 e 165
Papa-formigas-de-grota 129
Papa-formigas-vermelho 130 e 131
Papagaio-verdadeiro 77
Pardal 238 e 239
Pariri 68 e 69
Pássaro-preto-de-veste-amarela 232
Patativa-verdadeira 223
Patinho 154 e 155
Pavãozinho-do-pará 54 e 55
Perdiz 26 e 28
Pica-pau-amarelo 120
Picapauzinho-verde-carijó 121
Pichororé 142
Pintadinho 126 e 127
Pintassilgo 236 e 237
Pipira-vermelha 205b e 205c
Pula-pula-assobiador 196 e 197
Quero-quero 60 e 61
Rabo-branco-de-garganta-rajada 102
Rabo-branco-de-sobre-amarelo 112 e 113
Risadinha 149
Sabiá-barranco 188 e 189
Sabiá-coleira 190 e 191
Sabiá-do-banhado 212 e 213
Sabiá-laranjeira 186 e 187
Saíra-diamante 208
Sanhaço-cinzento 207
Sanhaço-de-coleira 205a
Sanhaço-de-fogo 206
Savacu-de-coroa 35 a 37
Sebinho-de-olho-de-ouro 163b
Seriema 56 e 57
Soldadinho 172
Sovi 45
Suindara 78, 80 e 81
Talha-mar 62 e 63
Tangará 174 e 175
Tempera-viola 226
Tesoura 161
Tesourinha 92 e 93
Tico-tico 210, 234 e 235
Tico-tico-do-campo 211
Tico-tico-do-mato-de-bico-preto 218
Tiê-do-mato-grosso 204
Tiririzinho-do-mato 162
Tovacuçu 132 e 133
Tropeiro 176 e 177
Tucanuçu 116, 118 e 119
Tuiuiú 40
Uirapuru-verdadeiro 182
Urubu-de-cabeça-preta 42 e 43
Urutau 84 e 85
Vite-vite-de-cabeça-cinza 194b
Créditos
Buzzetti, Dante
Berços da vida : ninhos de aves brasileiras / texto Dante Buzzetti ; fotos do autor,
Silvestre Silva. - 1. ed. - São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2005.
e-ISBN 978-85-7816-300-6
1. Aves - Brasil - Ninhos 2. Fotografias I. Silva, Silvestre. II. Título.
05-8207 CDD-591.56409981
Índices para catálogo sistemático:
1. Aves brasileiras : Ninhos :
Zoologia 591.5640981
2. Brasil : Ninhos de aves :
Zoologia 591.5640981
Copyright © Dante Buzzetti e Silvestre Silva, 2005
All rights reserved for:
Editora Terceiro Nome
Rua Professor Laerte Ramos de Carvalho, 159 Cep 01325-030 São Paulo SP
www.terceironome.com.br tel (11) 3293 8150
São Paulo 2005
Agradecimentos
Aos amigos, colegas e instituições que colaboraram com entusiasmo durante os
trabalhos de campo, na obtenção das imagens e dados, na indicação de locais,
permissões de acesso, financiamento de viagens e projetos, e na troca de
informações e opiniões, nossos sinceros agradecimentos:
Adriana A. Paiva, Adriana Mattoso, Adriani Haas, Andréa Gomes, Angelica Uejima,
Ari Gitz, Arizio Fonseca da Silva, Cassiano Gatto, Cássio Corrêa, Cecília Alarsa,
Célia Mancini e Rui Falco, Christian Dalgas Frisch, Cinthia Pessa, Clarice Rocha
Passos, Denise Oliveira, Elcio de Oliveira Lima, Fábio Colombini, Francisco Belluci
Neto, George Georgiadis e Silvana Campello, Gustavo Irgang e Roberta dos Santos,
Igor Patrick Isone de Oliveira, Jan Karel Mähler Jr., Jeremy Minns, João Rafael da
Silva, Johan Dalgas Frisch, José Eduardo Simon, José Fonseca da Silva, Juan Mazar
Barnett, Lucília Bentes de Siqueira, Luís Fábio Silveira, Manoel Carlos Chaparro,
Maria Flávia Conti Nunes, Martha Argel, Martino Buzzetti (in memorian), Monika
Richter, Paula Guedes, Roberto Antonelli Filho, Rogério Andrade Paixão, Rolf
Grantsau, Sônia Roda, Vander de Souza Dias, Vitória da Riva, Walter Behr, Wandir
Ribeiro, Weber Girão Silva, Yoshika Oniki, Fundação O Boticário de Proteção à
Natureza, Ibama, Instituto Florestal Probio