Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FOTOGRAFI A
Apr enda al gumas di c as
s obr e f ot ogr af i a de
av es br anc as
CONHEÇA
Ec oav i s , um gr upo de obs er v aç ão de
av es de Bel o Hor i z ont e, MG
Na seção Meu Quintal, o leitor irá conhecer como um observador pode preparar seu quintal
Jefferson Silva
para atrair aves, fornecendo alimentos e/ou plantio de árvores e flores.
Norton Santos
A seção Conheça trará sempre informações sobre grupos e guias de observação. Embora
Tietta Pivatto observar aves seja uma atividade que possa ser desenvolvida sozinho, os grupos sempre
são um meio de aprender mais, através da troca de informações e experiências. E a
Conselho Fotográfico contratação de um guia sempre rende novas espécies, pois são pessoas que conhecem bem
Jefferson Silva regiões e as aves que as habitam, facilitando a observação de espécies novas.
Luiz Carlos Ribenboim A cada edição, duas espécies serão apresentadas na seção Espécies do Mês: uma mais
fácil de ser observada, normalmente presente nas cidades, e outra mais difícil, normalmente
Norton Santos habitante de regiões específicas.
Jornalista responsável A seção Biblioteca trará sempre uma sugestão de livro, revista ou aplicativo para aumentar
seu conhecimento sobre a prática de observação de aves ou fotografia.
Petterson Rodrigues
Periodicamente a revista trará uma matéria sobre fotografia, novidades sobre equipamentos
Contato fotográficos, divulgação de cursos e workshops. E a cada edição, a seção Portfólio
contato@revistapassarinhando.com.br apresentará o trabalho de fotógrafos brasileiros. Nessa edição, a revista traz o trabalho de um
dos maiores fotógrafos nacionais, Luiz Carlos Ribenboim.
Galeria do Leitor Também de forma regular, a revista mostrará as fotos de alguns leitores, nas seções Fotos
fotodomes@revistapassarinhando.com.br
dos Leitores e Outros bichos. Envie sua foto para publicação na revista.
E pra descontrair, a revista trará a cada edição o trabalho humorístico de Luccas Longo.
Siga a revista no Seja um colaborador da revista, com textos ou fotos. Envie suas críticas, comentários ou
sugestões para nosso email: contato@revistapassarinhando.com.br.
Facebook
Boa leitura!
facebook.com/RevistaPassarinhando Jefferson Silva
jefferson@revistapassarinhando.com.br
No 1- pag 2
Nesta Edição Nesta edição
ESPÉCIES DO M ÊS
DESTINO BIBLIOTECA
Sabiá-lar anjeir a e
sabiá-pim enta Poconé, M T
PORTFÓLIO FOTOGRAFIA
CONHEÇA
Luiz Car los Ribenboim Aves br ancas
No 1- pag 3
No 1- pag 4
GALERI AGALERIA DO LEITOR
No 1- pag 5
ESPECIAL Passarinhoterapia
Texto e foto: Maria do Carmo M. Iannaccone
O moderno dicionário Michaelis nos ensina que que é alarmante, e sofrendo com isso.
passarinhar pode significar:
Quando nos preparamos para sair e passarinhar,
1 Caçar pássaros. vestimo-nos com as cores da natureza, fazemos nossa
camuflagem, assim como o fazem os pássaros, mas,
2 Vadiar.
além disso, estamos vestindo a camisa pró- natureza,
3 Rastejar, saltar agachado, na capoeiragem. pró- preservação, pró- vida. Estamos saindo para
4 Assustar-se (o animal), por objetos que não distingue registrar espécies (algumas seriamente ameaçadas) e
bem, geralmente por deficiência visual. abraçando uma causa que é sua permanência na
natureza. Bom para as aves, bom para nós.
Nenhum dos significados do verbo parece dignificar o
sujeito. Temos, no entanto, nos intitulado passarinheiros O mero contato com a natureza, com o verde, com os
e realizado passarinhadas com novo e bem mais nobre animais, tem um indiscutível efeito relaxante, revigorante,
significado: observadores (e muitas vezes fotógrafos) de restaurador. Quando encontramos e conseguimos
pássaros, numa caça que não é predatória, numa captura registrar os pássaros, é já um bônus, um ganho e um
que é virtual, numa prática que é em favor das aves prazer adicional. Esta é a experiência relatada pela maior
sempre. Vadiagem? Não, terapia. parte dos passarinheiros.
Claro, não estamos aqui falando de processo Prazeroso, divertido, instigante, o fato é que, no exercício
psicoterapêutico com teoria, método e configuração da observação de aves, desenvolvemos habilidades e
específica, praticada por profissionais credenciados em virtudes. Passarinheiro para ser bom, precisa ser atento,
seus consultórios. Estamos precisa ter foco, precisa apurar os
destacando o aspecto terapêutico que sentidos, precisa aprender a ouvir,
pode ter a prática da observação de precisa ter paciência, perseverança,
" Prazeroso,
aves sobre aqueles que a praticam. determinação. Convém também que
divertido, instigante, tenha bom humor e saiba perder, que
Estamos vivendo todos nós muitas
o fato é que, no tenha sobriedade e saiba silenciar, para
contingências estressoras, na
melhor observar. Companheirismo é
contemporaneidade. O mundo do exercício da também indicado, pois fica tudo mais fácil
trabalho é extremamente exigente, a
observação de aves, quando se trabalha em grupo. Sem falar
sociedade de consumo coloca a todos
desenvolvemos da memória, que se exercita, com a
em um ritmo acelerado permanente.
atividade.
Avançadas tecnologias produzem habilidades e
acesso a torrentes de informações e E, para ser passarinheiro, nem precisa
virtudes." sair pela mata e ter equipamentos
estimulação em que ficamos imersos.
É frequente que as pessoas se sintam sofisticados. A prática de algumas
cansadas, com a sensação de que o tempo passa rápido singelas ações pode trazer os pássaros para perto de
demais e que, por mais que façam, tudo parece nós, do nosso convívio. Não importa se você tem um
insuficiente. Em maior ou menor grau, todos estamos grande terreno, um pequeno quintal, um jardim, uma
sujeitos a estes aspectos, que podem se tornar sacada, uma varanda. Sempre se pode estabelecer um
adoecedores. Além disso, estamos todos assistindo às bom contato com as belas criaturas aladas. Conhecer
consequências de um grau de degradação da natureza algo sobre seus hábitos, seus
No 1- pag 6
ESPECIAL Passarinhoterapia
Anuncie aqui
No 1- pag 7
MATÉRIA Temporada de filhotes... o que fazer
quando eles caem do ninho?
DO MÊS
Texto: Tietta Pivatto | fotos: Gustavo Pinto
No 1- pag 8
MATÉRIA Temporada de filhotes... o que fazer
DO MÊS quando eles caem do ninho?
No 1- pag 9
MATÉRIA Temporada de filhotes... o que fazer
DO MÊS quando eles caem do ninho?
bonitobirdwatching.blogspot.com/2009/12/filhotes-caidos-do-ninho.html
www.wikiaves.com.br/wikiaves:sos_passarinho
Agradecimento:
dunyari@yahoo.com.br
No 1- pag 10
MEU
Ah, meu quintal
QUINTAL
Texto e fotos: Jefferson Otaviano
A corruíra fez seu ninho no buraco do muro, perto de onde plantei o mamão,
Esperta, ela sabe que ali no meu quintal, encontrou seu local de proteção.
Ai se alguém ousa perto do ninho colocar a mão.
corucão, Chordeiles nacunda
Dos rapineiros que já vi passar no meu quintal, destaco um em especial.
Que o quiri-quiri, que vive por aqui, não fique enciumado.
Mas gosto mesmo quando o gavião-peneira paira no meu telhado.
Em setembro passado, quando a noite baixava, ouvia uma cantoria, um tanto quanto exagerada.
No começo confundi com sapo, achei que era perereca que coaxava,
Achei um tanto estranho, perereca em solo que em época nenhuma se encharcava.
Sapo gosta de água e não de terra esturricada,
Ave linda, de hábitos noturnos, que agora conheço bem, até quando avoa na escuridão. 1. mocho-dos-banhados, Asio flammeus
2. codorna-amarela, Nothura maculosa
Ah meu quintal, meu local, que me enche de satisfação. 3. corucão, Chordeiles nacunda
4. tucanuçu, Ramphastos toco
5. tico-tico-do-campo, Ammodramus humeralis
6. quiriquiri, Falco sparverius
Tive a grata surpresa e imensa alegria de ser convidado para escrever a seção ?Meu 7. gavião-peneira, Elanus leucurus
Quintal?. A cada edição teremos a historia do quintal de nossos leitores, as aves que 8. corruíra, Troglodytes musculus
habitam nossos quintais, como fazemos para atraí-las e observá-las. Achei por bem, 9. tipio, Sicalis luteola
10.gralha-do-campo, Cyanocorax cristatellus
nesse texto inicial, contar a vocês em forma de versos a historia do meu quintal, que 11.primavera, Xolmis cinereus
fica em Sumaré, SP. 12.noivinha-branca, Xolmis velatus
13.sanhaçu-cinzento, Tangara sayaca
Se você quer ver a historia do seu quintal compartilhada com nossos leitores, nos 14.sabiá-do-campo, Mimus saturninus
envie um email contando quais são as aves que você observa em sua casa e como 15.caracará, Caracara plancus
faz para atraí-las. 16.besourinho-de-bico-vermelho, Chlorostilbon lucidus
17.beija-flor-tesoura, Eupetomena macroura
Conte-nos também se você possui alguma estrutura construída com o propósito de 18.pomba-de-bando, Zenaida auriculata
atrair as aves, como por exemplo, comedouros, bebedouros e locais pra nidificação. 19.pombo-doméstico, Columba livia
20.rolinha-roxa, Columbina talpacoti
Muita gente cultiva em casa plantas que atraem as aves, as vezes por oferecerem 21.anu-preto, Crotophaga ani
alimento, as vezes por oferecerem locais de abrigo. Conte-nos tudo, e encoraje outros 22.anu-branco, Guira guira
leitores a transformarem seus quintais, sejam eles grandes, pequenos, em áreas 23.tesourinha, Tyrannus savana
rurais ou urbanas em pequenos santuários para nossas belas criaturas aladas.
No 1- pag 11
ESPÉCIES Sabiá-laranjeira e
DO MÊS Sabiá-pimenta
Texto: Jefferson Otaviano
No 1- pag 12
ESPÉCIES Sabiá-laranjeira e
ESPÉCI ES DO
DO
MÊSMÊS Sabiá-pimenta
Sabi á- pi ment a
O sabiá-pimenta é um belo representante da família dos
cotingídeos, considerada uma das mais famosas famílias
de aves sul-americanas devido à exuberância de suas
formas e cores.
O renomado ornitólogo Helmut Sick comparava a beleza
dos cotingídeos brasileiros às aves do paraíso, encontradas
na Austrália. O sabiá-pimenta é uma ave endêmica de
nosso país, ou seja, só existe no Brasil. É naturalmente
uma ave rara, difícil de ser encontrada.
Sabiá-pim enta, Capor nis melanocephala.
No estado de SP, por exemplo, essa ave sofre crítico Foto: Dar io Sanches
No 1- pag 13
ESPÉCIES Sabiá-laranjeira e
ESPÉCI ES DO
DO
MÊSMÊS Sabiá-pimenta
grau de ameaça de extinção, pois é muito sensível a um tanto quanto simples, utilizando folhas secas de
perturbações em seu ambiente. tamanho médio como base, cobrindo-as com pequenos
galhos formando uma ?cama? onde coloca seus ovos.
Tive a alegria e a sorte de poder observar essa ave pela
primeira e até então única vez no município de Tapiraí, Os ovos são de cor acinzentada com pequeninas pintas
SP, um ótimo local para observar aves da Mata Atlântica. de cor marrom.
Nesse episódio, estávamos caminhando em uma trilha
Hábitos: São encontrados especialmente na mata
ascendente, pertencente a pousada Salve Floresta.
atlântica, em florestas primárias de baixada e nas
Lembro-me que a trilha cortava um bambuzal nativo,
restingas. O sabiá-pimenta é uma ave muito arisca e
formado por moitas densas de taquaras bem finas, e foi
dificilmente permite aproximação do observador, a não
bem próximo a esse local que ouvimos o canto do
ser quando esse utiliza playback, conseguindo dessa
sabiá-pimenta, inconfundível.
forma atrair facilmente a ave para mais perto. Vivem nas
A ave tem por hábito permanecer no alto da copa das copas das árvores e raramente são observados no
árvores, o que dificultou o contato visual. Inquieta, ia e estrato médio a procura de frutos silvestres nos arbustos.
vinha, atiçada pelo som de seu próprio canto emitido pelo
Distribuição geográfica: Ocorrem do estado de Alagoas
nosso playback. Foi um dia especial.
ao Paraná.
Família: Cotingidae
Onde observar: Encontram-se no site WikiAves registros
Nome científico: Carpornis melanocephala (Wied, 1820) do sabiá-pimenta nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito
Santo e São Paulo. No Espírito Santo, por exemplo, a
Nome em inglês: Black-headed Berryeater
maioria dos registros foi feita no município de Linhares.
Estado de conservação: Vulnerável Em São Paulo, a cidade de Ibiúna lidera o ranking de
Características: Possuem 21 cm de comprimento, e observadores sortudos que tiveram a felicidade de ver
apresentam dimorfismo sexual, sendo que o macho essa linda ave.
possui um capuz negro que vai da nuca até a garganta.
Bibliografia
Na fêmea esse capuz é verde oliváceo escuro. O corpo
SICK, H.
em ambos os sexos é de tom esverdeado, sendo mais
Ornitologia Brasileira
forte nas costas e mais claro no abdômen. Tem lindos
2ª edição, Rio de Janeiro,
olhos vermelhos.
Editora, Nova Fronteira, 1997.
Alimentação: Comem frutos silvestres, tendo clara SIGRIST, T.
preferência pelos frutos do palmito do gênero Euterpes, o Avifauna Brasileira
qual arranca das plantas durante voos rápidos até o 1ª edição, São Paulo,
cacho de frutos, sem sequer pousar nos mesmos. O Editora Avis Brasilis, 2009
sabiá-pimenta são excelentes disseminadores de WILLIS, Edwin O. & Yoshika Oniki.
florestas, uma vez que regurgitam as sementes dos
Nomes gerais para aves brasileiras.
frutos dos quais se alimentam. Essas sementes passam
Gráfica da Região, Américo Brasiliense, 1991
pelo trato digestório da ave e são regurgitadas prontas
Wikiaves, A enciclopédia das Aves brasileias
para germinarem no solo da floresta.
http://www.wikiaves.com.br/sabia-laranjeira
Reprodução: Pouco se sabe sobre a reprodução dessa http://www.wikiaves.com.br/sabia-pimenta
espécie. Sabe-se que o sabiá-pimenta constrói um ninho Acessado em 28-12-2014.
No 1- pag 14
Quase 10% das aves brasileiras
NOTÍCIAS correm risco de extinção
No 1- pag 15
Nova espécie de coruja é descrita,
NOTÍCIAS
Strix hadorami
No 1- pag 16
CONHEÇA Gustavo Pinto
Gustavo Pinto é morador Assim feito, no outro dia à tarde voltei ao local e encontrei
de Santa Bárbara um casal, mas a fêmea desesperada e o macho
d'Oeste, conhecido por assassinado ... isso mesmo, assassinado. Comecei a
defender em investigar no bairro onde elas viviam e descobri o motivo
Americana/SP, o da morte do macho: "mau agouro". Então não perdi
mocho-dos-banhados. A tempo e comecei a conscientizar a população, falando da
seguir, uma pequena importância da espécie e o que elas estavam fazendo ali
entrevista com Gustavo. no bairro, já que elas buscam esses locais apenas para a
reprodução. Foram idas diárias e frequentes em 3 bairros
Quando e como
onde elas habitam durante 3 anos, para mostrar a
começou sua relação
importância da preservação e proteção. Convidava vários
com as aves e
amigos a visitar Americana/SP para verem o Asio
natureza? Em 2010
flammeus. Com a notícia se espalhando nas redes, sites
comecei a levar a sério a
e a facilidade da aproximação para fotografá-la,
observação de aves quando meu primo me presenteou
com uma câmera SONY H09. Foi onde tudo começou...
Quando começou a guiar observadores de aves? Em
2013, com a necessidade de levantar grana ao Projeto
Mocho-dos-banhados, e vendo um potencial como
Americana/SP e Rio Claro/SP com as corujadas e
Piracicaba/SP com o mini pantanal do Tanquã, fiz um
roteiro.
Qual equipamentos você utiliza? Hoje uso uma
CANON 7D com uma lente Canon 100-400mm e um
binóculo Nikon Monarch 5. mocho-dos-banhados, Asio flammeus
Quais seus destinos principais, e por quê? Os
destinos das guiadas são Americana/SP e Rio Claro/SP começava a vir gente de todo o Brasil, e a população
nas corujadas e o mini-pantanal Tanquã em começou a dar mais importância para as corujas e a
Piracicaba/SP, onde levanto recursos para a criação do proteger e preservar os locais de ninhos, onde desde
santuário para os mochos-dos-banhados. 2013 nasceram 2 filhotes em um ninho e em 2014
nasceram 6 filhotes em 3 ninhos, todos graças à
O mocho-dos-banhados colocou Americana na rota população local. Enfim, todos os esforços foram
dos observadores de aves de todo o Brasil. recompensados com a aceitação das corujas pelos
Conte-nos um pouco sobre a história de sua relação moradores dos bairros onde elas habitam, e agora estou
com o mocho-dos-banhados e corujas no geral. Como criando um santuário para as corujas nas áreas onde
apaixonado por corujas, quis o destino me presentear elas fazem os ninhos, pois são áreas da prefeitura de
com esta espécie Asio flammeus. Daria para escrever um Americana/SP que, inclusive, já autorizou a implantação
livro, mas vou apenas relatar uma página: um amigo do mesmo. Agora com a ONG que criei vamos atrás de
mostrou uma foto feita em Americana/SP em um certo recursos para concretizá-lo.
local onde passei vários meses até poder encontrá-la.
No 1- pag 17
CONHEÇA Gustavo Pinto
UM GUIA Santa Bárbara d'Oeste, SP
Qual é a sua visão sobre a polêmica envolvendo o Qual espécie é seu sonho de consumo? A
Tanquã e a construção da barragem de Santa Maria coruja-lapónica (Strix nebulosa) ou coruja-cinzenta.
da Serra ? Esta barragem não pode de forma alguma ser
Informações: Em geral, ficamos hospedados em
construída. O Tanquã tem que ser um santuário, isto sim.
Americana/SP, onde começa a corujada, depois partimos
Um local onde se observam 124 espécies de aves em
para Rio Claro/SP, retornando para Americana/SP. No dia
apenas uma manhã deveria ser um santuário. A fauna e
seguinte, Tanquã em Piracicaba/SP na parte da manhã
flora são ricas no Tanquã, e os moradores vivem da
onde termina o roteiro perto do meio-dia. O barco no
pesca há anos. Eu digo "não" à barragem de Santa
Tanquã pode ser dividido em até 3 pessoas.
Maria.
Contato:
Qual foi sua maior emoção vivida durante uma
passarinhada, e por quê? Foi no Pantanal Norte, em pavopinto@hotmail.com
Poconé/MT, onde estava com pessoas especiais e fiz um (19) 9-9661-1929 (VIVO)
desafio de plantar 1 árvore frutífera para aves se
avistasse uma espécie nova e 100 árvores para cada
onça, e a mãe-natureza me presenteou com 3 onças e
107 espécies de aves, totalizando 407 árvores "já
plantadas", foi magnifico...
No 1- pag 18
DESTINO Pantanal Norte
Texto e fotos: Geiser Trivelato
Im agem típica pantaneir a: um ninho de tuiuiú, e ao fundo ipês flor idos Pôr do sol no Pantanal
A seção Destino deste mês são 100 km de rodovia pavimentada. de chuva no final da tarde. O período
apresenta um dos locais mais lindos Quanto ao carro a ser alugado, se a da seca é quando os bichos podem
do Brasil: Pantanal Matogrossense. viagem for entre maio a setembro é ser encontrados mais facilmente,
O pantanal norte tem acesso através possível fazer com veículos sem devido à facilidade de locomoção
de duas estradas parque a partir da tração, pois é época de pouca chuva. pelo pantanal, pois trilhas e estradas
cidade de Poconé/MT. A estrada Mas se a viagem estiver programada que ficam alagadas durante a cheia
Parque do Porto Cercado, com 45 para outubro ou inicio de novembro já voltam a ser utilizadas pelos turistas.
km, sendo totalmente pavimentada e recomendo pensar em um veículo Também é na seca que as aves
que liga a cidade de Poconé ao Hotel com tração 4x4, pois o trecho final da aquáticas estão mais concentradas e
Sesc Pantanal, e a um pequeno porto transpantaneira pode causar encontram facilidade para
de pescadores nas margens do Rio problemas para veículos normais com
Cuiabá; e a estrada parque o início das chuvas.
Transpantaneira (a mais famosa e O período de final de
selvagem), com seus 147 km de maio até o início de
terra, 122 pontes e que liga a cidade novembro geralmente é
de Poconé a Porto Jofre, nas recomendado como
margens do mesmo Rio Cuiabá, bem melhor época para ver
na divisa com o MS. e fotografar os animais.
Para se chegar a Poconé, o ideal é Este período é o da
pegar um vôo até Cuiabá, a capital do seca no pantanal, mas
estado do MT. Em Cuiabá existem a partir de
várias locadoras de carros em frente outubro/novembro já
ao aeroporto. De Cuiabá à Poconé começam as pancadas
ar ir anha, Pt eronur a br asil iensis
No 1- pag 19
DESTINO Pantanal Norte
caçarem os peixes, caranguejos, terra de suas laterais para subir o Estas pousadas possuem
caramujos nas lagoas rasas e nas nível da própria estrada para evitar a infra-estruturas boas, com
poças d?água que estão secando. É água das cheias, naturalmente se apartamentos com ar-condicionado,
neste período do ano que se formam formaram depressões um pouco água quente para banho, pensão
os ninhais das garças, mais profundas ao longo da estrada. completa com três refeições diárias e
cabeças-seca, colhereiros, biguás e Com essas depressões, a água do internet. O sinal de celular da
também que o tuiuiú se reproduz em período da cheia fica represada por empresa VIVO é o único que chega
seus grandes ninhos solitários pela mais tempo, justamente ao lado da a funcionar depois que saímos de
planície pantaneira. transpantaneira, sendo a última a Poconé e adentramos o pantanal.
A seca também facilita o secar. E mesmo quando falta água Estas pousadas, que na maioria das
deslocamento dos mamíferos atrás no campo os bichos encontram as vezes são fazendas adaptadas ao
de alimento. As ariranhas ficam últimas poças justamente na área ao ecoturismo, oferecem aos hóspedes
restritas aos rios, corixos e baías e longo da rodovia. Isso atrai o toda sua área para trilhas, safáris
as onças-pintadas buscam as cervo-do-pantanal que vem se fotográficos com o próprio carro, e
margens dos rios onde a refrescar e tomar água nas horas barcos a motor, para as pousadas
concentração de suas principais mais quentes do dia. que tem rios e corixos dentro de
presas, os jacarés e capivaras são A estrada parque transpantaneira é a suas terras.
enormes. mais recomendada para os Algumas oferecem comedouros em
Até os cervos-do-pantanal são fotógrafos e observadores, pois ao volta da sede para atrair aves com
avistados em bom número durante o longo dos seus mais de 145 km, frutas, sementes e garrafinhas com
auge da seca. Eles se aproximam da várias pousadas rurais podem servir água e açúcar e outras ainda
rodovia transpantaneira, pois como de pontos de hospedagem, possuem torres de observação de 20
quase toda rodovia, esta é um aventuras, alimentação e descanso. a 25 metros de altura em locais
grande aterro, de onde se retirou dentro de matas.
No 1- pag 20
DESTINO Pantanal Norte
Outro fator importante para o turista é muitos animais, aves e répteis. transpantaneira só podem ser
a segurança encontrada nestas Uma dica na transpantaneira é, se realmente vivenciadas se a pessoa
pousadas. possível, não se hospedar em muda de pousada ao longo dos dias
Tudo é muito tranqüilo, você pode apenas uma pousada. De 7 a 8 dias da viagem.
deixar o carro e o quarto abertos com é um bom tempo para se aproveitar A ida até o final da rodovia
os equipamentos fotográficos em bem as aves e alguns mamíferos do transpantaneira é muito interessante,
cima das mesas que ninguém vai pantanal norte. inclusive há uma área úmida gigante
mexer neles. Ficando 8 dias, pode-se escolher com mais 20 km antes do seu final,
A grande maioria dos turistas é de umas 4 pousadas diferentes, ficando conhecida como Campo do Jofre.
estrangeiros, talvez mais de 90%. 2 dias em cada uma delas. Isso Para observação e fotografia das
Gente do mundo inteiro lota as aumenta bastante a chance de onças, é bom adicionar mais 3 dias
pousadas do pantanal todos os anos conseguir boas fotos de algumas completos à viagem, dedicados a
na alta temporada. Os brasileiros espécies que aparecem com procura pelos felinos, com quase
precisam conhecer melhor o pantanal facilidade em uma determinada 100% de chances de ver pelo menos
para pelo menos igualar este pousada e não aparecem na outra. uma onça-pintada. Portanto, para
número. Pela grandeza do trecho da quem desejar fazer um tour bem
Quem conhece o pantanal uma transpantaneira com seus 147 km, o completo pelo pantanal norte, com
primeira vez, duvido que não queira tipo de vegetação muda, há áreas onças e aves no roteiro, de 10 a 11
voltar outras vezes. Enfim, se mais secas com cerrado e cerradão, dias de viagem seriam o ideal. A
hospedar em algumas destas áreas mais úmidas, mata seca, áreas exuberância é tanta que muitas
pousadas ao longo da um pouco mais altas que não alagam vezes me vi em situações em que
transpantaneira é garantia de estar mesmo na cheia, e todas estas uma única árvore no pantanal
em pleno pantanal selvagem e ver diferenças ao longo da abrigava várias espécies.
Rel at os de v i agem
Posso deixar aqui um exemplo de chegou a ficar na posição
uma situação em que fotografava vertical como se fosse um
uma iguana-verde (Iguana iguana) pica-pau.
tentando escapar das garras de um
Logo acima deles, como se
casal de gaviões-preto (Urubitinga
nada estivesse acontecendo,
urubitinga). Em determinado
um grande ninho abrigava
momento, o réptil escalou o tronco onça-pintada, Panter a onca
dois filhotes e um adulto de
de uma grande árvore e ficou tuiuiú para construírem seus próprios
tuiuiú (Jabiru mycteria) e logo abaixo
paralisado no meio dele, enquanto ninhos de gravetos. Se não bastasse
deste ninho dezenas de periquitos
um dos gaviões tentava de toda a toda esta agitação, alguns metros ao
caturrita (Myiopsitta monachus)
maneira se agarrar ao mesmo tronco lado, na copa desta mesma árvore,
aproveitavam a base do ninho do
da presa. O gavião estranhamente outro ninho abrigava um de
No 1- pag 21
DESTINO Pantanal Norte
seus donos, um maçarico-real ou curicaca-real Já fiz 44 observações de onças neste local até o
(Theristicus caerulescens). momento e todas durante o dia. Vi elas caçando,
nadando, subindo em árvores, dormindo, brigando. Nada
E para encerrar, dependurados nos galhos mais finos,
se compara ao momento que estamos diante do maior
vários ninhos pendentes de xexéu ou japuíras (Cacicus
felino das Américas em seu ambiente natural.
cela) com as aves fazendo muita algazarra.
É emoção e adrenalina pura garantidos! Uma sensação
Já presenciei muitos casos interessantes como a
de apreensão toma todos no barco durante as horas de
predação de um quero-quero por um gavião-caboclo,
procura pelo felino pelos rios do pantanal norte, mas
casal de tuiuiús comendo peixe no por do sol, jacaré
quando ela é encontrada geralmente deitada ou
predando uma garça-moura, os ataques de um
caminhando pelas margens, tudo faz valer o esforço.
gavião-belo a uma garça tentando roubar o peixe que ela
havia pescado, mas espertamente toda vez Enquanto se procura pelas onças,
que o gavião se aproximava em vôo, a ariranhas (Pteronura brasiliensis)
garça mergulhava totalmente dentro d?água geralmente são vistas e em alguns
até o gavião desistir.
" Já fiz 44 casos onças e ariranhas se encontram
Vi muitas aves comendo peixes, caramujos observações de e elas não se dão bem! Posso dizer
que além da onça, o pantanal norte
e caranguejos, tomando banhos em onças neste também é um dos melhores locais que
pequenas poças d?água de chuvas, a
iraúna-grande em cima das capivaras para local até o conheço para fotografar as
impressionantes famílias de ariranhas,
comer os carrapatos, a carona de 3 bebês momento e que vivem sempre em grupos
jacarés nas costas de sua mãe,
tamanduá-bandeira comendo formigas a todas durante o familiares e não levam desaforo para
casa, muitas vezes atacando as onças
menos de 2 metros, sem se espantar,
dia " quando estão em grupos.
onça-pintada caçando um jacaré, etc.
Outro animal impressionante da
E por falar em onças, não tenho como
transpantaneira são os
deixar de registrar que o pantanal norte se
cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), o maior
tornou o principal local do mundo para fazer observações
cervídeo da América do sul, impressiona pelo seu
e fotografias da onça-pintada (Panthera onca).
tamanho e pelas galhadas com várias pontas dos
machos.
Nas caminhadas pelo interior das matas ou capões,
podemos ver cutias, quatis, tamanduá-mirim,
macacos-prego, bugios, sagüis-da-cauda-preta, jabutis,
tatus, com sorte uma Irara (Eira barbara). Até os raros
tatu-canastra (Priodontes maximus) e macaco-da-noite
(Aotus sp.) já apareceram.
À noite, geralmente é uma boa pedida fazer com
potentes faroletes e lanternas as focagens noturnas de
carro pelos aterros das pousadas/fazendas e pela própria
jacaré, Caiman yacare transpantaneira.
No 1- pag 22
DESTINO Pantanal Norte
Esta é a melhor hora para se avistar os lobinhos ou Um acontecimento natural nos meses mais secos são as
cachorros do mato, mão-peladas ou guaxinins, antas, e florações de algumas espécies de árvores. Destaque
com sorte uma jaguatirica. absoluto para as Piúvas ou Ipês, com suas cores amarelo
Também é um bom momento para avistar aves noturnas, e rosa tingindo a paisagem, geralmente nos meses de
como curiangos e bacuraus, sendo os mais comuns o agosto/setembro. Além dos ipês, o amarelo das flores
bacurau (Hydropsalis albicollis), bacurau-chintã dos cambarás, o roxo dos tarumãs e o rosa do
(Hydropsalis parvula) e bacurau-tesoura (Hydropsalis pau-de-novateiro também encantam.
torquata) e corujas como o jacurutu (Bubo virginianus), Em outubro centenas de borboletas muti-coloridas se
caburé (Glaucidium brasilianum) e coruja-do-mato (Strix agrupam nas pequenas poças d?água ao longo da
virgata), além da mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis) rodovia transpantaneira logo após uma chuva, sendo
e a mãe-da-lua-comum (Nyctibius griseus). bonito de se ver.
Todo final de tarde, no crepúsculo bandos de Soma-se a tudo isso um pôr do sol e alvorecer dos mais
bacurau-de-cauda-barrada (Hydropsalis leucopyga) espetaculares que conheço, principalmente se estiver em
podem ser avistados sobre os rios voando baixo. um barco ou canoa no meio de um rio, com a água e o
Outro espetáculo que espanta quem não esta céu ganhando a cada minuto um tom diferente de cor,
acostumado ao pantanal é a quantidade de jacarés que inesquecível!
em dias quentes ficam amontoados em pequenas poças Enfim, todas as pessoas que já tiveram a oportunidade
d?água durante o auge da seca. Saindo a noite é só de conhecer e fotografar no pantanal norte ficaram super
iluminar a água que os olhos desses répteis se acendem satisfeitos com a viagem e o que viram.
e parece uma constelação de estrelas em um céu limpo, Um paraíso natural que sem dúvidas merece pelo menos
tamanha a quantidade desses répteis que são bem uma viagem na vida de todos que gostam de natureza e
tranqüilos e não oferecem perigo ao ser humano desde vida selvagem!
que respeitados.
arara-azul-grande, Anodorhynchus
hyacinthinus
No 1- pag 23
DESTINO Pantanal Norte
No 1- pag 24
DESTINO Pantanal Norte
Mamíferos Répteis
anta irara sagüi-de-cauda-preta sucuri-amarela e várias
ariranha jaguatirica tamanduá-bandeira outras serpentes
bugio lontra tamanduá-mirim jacaré-do-pantanal
cachorro-do-mato macaco-prego tatu-galinha iguana
capivara mão-pelada ou guaxinim tatu-peba teiú
cateto onça-pintada veado-campeiro jabuti
cervo-do-pantanal quati veado-catingueiro lagartos
cutia queixada veado-mateiro
vibor a (Dr acaena par aguaiensis) vitór ia-r égia capivar a e ir aúna-gr ande
Trabalho como guia de observadores e fotógrafos de natureza no Brasil já alguns anos e posso por experiência própria colocar
que o pantanal norte é sem dúvidas uma das regiões mais favoráveis para quem quer fotografar ou apenas ver os animais
brasileiros em seu ambiente natural. M esmo antes de trabalhar como guia, eu já tinha no pantanal norte meu local favorito
para fazer minhas viagens, tanto que a partir de 2001 fiz várias expedições a este destino com objetivo único de fotografar.
Não sei bem explicar os motivos, mas é muito mais fácil se ver aves, mamíferos e répteis em boas situações para fotos no
pantanal que em locais como a mata atlântica e a Amazônia por exemplo. Talvez isso se explique pelos ambientes mais abertos
no pantanal e pela quantidade enorme de fauna, além do povo pantaneiro ter uma forte ligação com a natureza e gostarem e
respeitarem os bichos. Além disso, os animais em geral, inclusive as aves do pantanal sempre me pareceram ser mais calmas e
permitem maiores aproximações.
Aves ariscas em outros pontos do Brasil, no pantanal muitas vezes não se importam nem um pouco com o fotógrafo e isso deixa
o local ainda mais mágico para quem gosta de fotografar.
No 1- pag 25
Onç a / Pant her a onc a
Canon 7D, Canon 100- 400mm 4. 5- 5. 6L I S USM | f / 7. 1, 1/ 320, I SO 800, - 0. 3, @275mm
No 1- pag 26
FOTOGRAFIA Fotografando aves brancas
Texto e fotos: Jefferson Silva
No 1- pag 27
FOTOGRAFIA Fotografando aves brancas
Fazendo a compensação
Se o correto é fazer ajustes no momento da foto, para
não ter foto estourada, como fazer o ajuste?
Bom, há algumas maneiras, conforme o modo que você
Histogr am a utilize para fotografar.
Muitos fotógrafos de natureza utilizam o modo prioridade
Os histogramas a seguir são das fotos da garça-vaqueira, de abertura (Av em câmeras Canon, A em câmeras
da página anterior. Nikon).
A foto do exemplo foi feita
utilizando esse modo.
Utilizando prioridade de
abertura, ajusta-se a abertura,
f/5.6, por exemplo, e a câmera
faz a medição de luz e
estabelece a velocidade
Histograma com áreas estouradas Histograma sem área estourada necessária para a foto. Porém,
se a foto tem muita área clara,
como no caso da foto da garça,
a medição da câmera poderá
O histograma da esquerda é da foto estourada. Veja que
ter um erro. É nessa hora que deve ser feito o ajuste para
há um pico, uma coluna branca na lateral direita do
subexpor a foto.
histograma. São aqueles pixels que estão fazendo com
que a foto fique estourada. Já no histograma da direita, Na 7D, basta rodar no sentido anti-horário o disco na
não há nenhum pixel na lateral direita. parte de trás da câmera. Isso vai alterar a velocidade
com que a foto será feita, uma velocidade maior será
Esses histogramas foram retirados da ferramenta Adobe
Camera Raw, no processo de edição da imagem, só para
servir como exemplo neste artigo. O correto é fazer a
análise do histograma no momento em que a foto está
sendo feita.
Para mostrar o histograma na câmera (veja imagem ao
lado), na Canon 7D basta visualizar a imagem, e então
usar o botão INFO. Conforme você pressiona o botão, a
câmera altera a informação mostrada no LCD. Veja no
exemplo uma foto sendo analisada ainda na câmera.
Essa foto tem alguns poucos pixels na coluna da direita.
Histogr am a na câm er a
No 1- pag 28
FOTOGRAFIA Fotografando aves brancas
usada, portanto menos luz será captada, evitando o até uma lagoa da sua cidade, e fazer fotos de garças ou
estouro. savacus. Normalmente elas permitem uma aproximação
Se você fotografa em modo prioridade de velocidade (Tv boa, e ficam paradas por um bom tempo, o que te dá a
em câmeras Canon, S em câmeras Nikon), subexpor irá chance de praticar o processo.
alterar a abertura com que a foto será feita. Veja outro exemplo, desta vez com um savacu. A foto
Isso irá impactar a profundidade de campo, e poderá abaixo, da esquerda, está estourada. A imagem foi
alterar o resultado esperado da sua foto. Se você produzida a partir da foto da direita, no photoshop, para
fotografa em modo M (manual), terá a opção de subexpor efeitos de explicação deste artigo.
variando ou a velocidade, ou a abertura. É possível ver na imagem da esquerda que não há
Em qualquer modo que esteja fotografando, você irá detalhes das penas no peito da ave.
precisar tirar uma foto, fazer uma análise do histograma, Já na foto da direita, os detalhes são vistos claramente
subexpor e tentar uma nova foto. E então repetir o na foto.
processo até que tenha a exposição correta.
Para fotografia de aves claras, normalmente os
Na teoria, isso é fácil. Mas na prática, com fotografia de resultados são melhores no início da manhã ou final de
aves, todo fotógrafo sabe que o tempo para fazer uma tarde, quando o sol está fraco, ou então em dias
foto muitas vezes é mínimo, e portanto, praticamente nublados.
impossível de se ajustar a exposição. A prática irá te
fazer mais veloz nesse processo, e suas chances serão Essa regra vale para qualquer tipo de foto. É a chamada
maiores. hora de ouro.
Uma maneira muito fácil de praticar esse processo é ir Mas esse será tema para um próximo artigo.
Savacu, foto super exposta Savacu, foto com exposição cor r eta
No 1- pag 29
BIBLIOTECA Guia de Campo Avis Brasilis
Texto: Norton Santos
No 1- pag 30
BIBLIOTECA Guia de Campo Avis Brasilis
tornando possível a identificação das espécies relevantes para a identificação de certas espécies.
observadas.
Por fim, o guia disponibiliza uma extensa lista de
As ilustrações do guia foram feitas através de técnicas de referências bibliográficas utilizadas pelo autor, além de
pintura de guache e aquarela sobre papel, baseadas em dois tipos de índices, por nome científico e por nome
amostras coletadas em museus e coleções particulares. popular (em português), para facilitar a busca por
determinada espécie.
As pranchas de identificação são divididas em duas
partes: nas páginas à esquerda estão aves numeradas e Como vemos aqui, guias de campo são ferramentas
textos descritivos referentes a cada uma e à direita estão poderosíssimas para ajudar observadores de aves na
suas respectivas ilustrações e mapas de distribuição. identificação de espécies avistadas na natureza. E você,
já tem o seu?
Os textos descritivos de cada espécie apresentam ao
leitor o seus nomes científico e popular (em português), Informações:
assim como informações referentes aos seus tamanhos,
TÍTULO: Guia de Campo: Avifauna Brasileira (4ª
pesos, hábitos, alimentação, reprodução, habitat e
edição)
demais características relevantes.
AUTOR: Tomas Sigrist
Por outro lado, as pranchas de identificação apresentam
ilustrações de cada espécie em suas plumagens adulta, EDITORA: Avis Brasilis
podendo também detalhar as plumagens imatura, juvenil, IDIOMA: Português
variante e o dimorfismo sexual (diferenças entre
ISBN: 978-85-60120-33-8
indivíduos machos e fêmeas de uma mesma espécie),
quando aplicável. É importante ressaltar que no decorrer FORMATO: 15cm x 22,5cm
do guia as aves estão agrupadas de acordo com sua MIOLO: 608 páginas
classificação de Ordem e Família, e que todas as
WEBSITE: http://www.avisbrasilis.com.br
ilustrações em uma determinada prancha estão na
proporção correta da relação entre elas, para que suas
similaridades e diferenças possam ser mais facilmente
identificadas pelo leitor.
Para cada espécie é também apresentado um mapa
de distribuição da mesma, destacando se esta é
residente ou migratória do Hemisfério Norte ou do
Cone Sul. Caso aplicável, também são ilustradas
subespécies com suas respectivas áreas de
ocorrência.
Todas as ilustrações do guia são baseadas no display
característico de cada espécie, incluindo aspectos em
voo, para que a identificação de aves que não estão
pousadas seja facilitada. Detalhes de partes do corpo
de aves podem ser eventualmente ilustrados, quando
No 1- pag 31
ECOAVIS
CONHEÇA
Belo Horizonte, MG
Texto e fotos: Eduardo Franco
No 1- pag 32
ACONTECE ACONTECE
No 1- pag 33
OUTROS
BICHOS Gr axaim , Pseudalopex gymnocer cus
M u itos obser vador es de aves, qu an do estão n o cam po ou n a m ata, m u itas vezes se depar am com ou tr os an im ais, com o m am ífer os,
r épteis, bor bol etas, etc. O obser vador Jeffer son Sil va, editor dessa r evista, teve a ch an ce de ver e fotogr afar esse bel o m am ífer o, o
Gr axaim , qu an do fazia obser vação e fotogr afia em San to An ton io da Patr u l h a, RS
Gr axaim
O gr axaim é u m m am ífer o
car n ívor o da fam íl ia dos
can ídeos, en con tr ado n os
cam pos ú m idos do su l do
Br asil , e tam bém n os países
vizin h os Par agu ai, Ur u gu ai
e Ar gen tin a.
Pode ch egar a m edir 1m de
com pr im en to.
O gr axaim tem h ábitos
cr epu scu l ar es e n otu r n os.
Al im en ta-se de pequ en os
m am ífer os, com o r atos e
coel h os, aves pequ en as,
l agar tos e r ãs.
Apar ec eu do nada, f i c ou par ado o s uf i c i ent e par a es s a f ot o, e des apar ec eu v eget aç ão adent r o
Gr ax ai m / Ps eudal opex gy mnoc er c us
Canon 7D, Canon 300mm f / 2. 8 + TC 1. 4 | f 8, 1/ 500, I SO 200, @420mm Fot o: J ef f er s on Si l v a
No 1- pag 34
PORTFÓLIO Luiz Carlos Ribenboim
Como começou sua relação com a as aves / Não diria que teve uma foto que mais gostei de fazer,
natureza? embora possa pensar em algumas. Por exemplo,
recentemente teve uma sequência em que um macho de
Desde que me entendo por gente tenho uma atração Borralhara-preta (Mackenziaena severa) alimenta uma
especial por natureza. Ainda criança, de 6 ou 7 anos, já fêmea. Mas como disse, teve um bom número de fotos
colecionava borboletas. Com as aves a história é mais que gostei muito de fazer, felizmente, rs...
recente, mas já há mais de 30 anos visitava o zoológico
do Rio para admirá-las, especialmente um exemplar de Há algum fotógrafo, amador ou profissional, que te
Harpya que lá havia. inspirou?
Quando começou a fotografar aves / natureza? Luiz Claudio Marigo foi a pessoa que mais me inspirou.
Tive a sorte dele ter uma casa de campo no município
Comecei a fotografar aves em agosto de 2006, quando onde moro. Um grande amigo, o Rodolfo Eller Vianna nos
descobri que havia locais na minha região com uma boa apresentou, há uns 6 anos atrás. Comecei a freqüentar
variedade de belas espécies. regularmente a casa do Marigo a partir daí, e ele com
(nota do editor: Luiz Carlos mora em Resende, estado do muita generosidade foi me ensinando. Quase tudo o que
RJ) sei sobre fotografia de aves aprendi com ele.
No 1- pag 35
O Rei z i nho de I t at i ai a!
Topet i nho- v er mel ho / Lophor ni s magni f i c us
Ni k on D700, Ni k k or 300 f / 2. 8 + TC 1. 7x | f 4. 8, 1/ 200, I SO 500, +0, 3, @510mm
No 1- pag 36
Uma das pr ec i os i dades do Par que das Emas !
Papa- mos c as - c anel a / Pol y s t i c t us pec t or al i s
Ni k on D800, Ni k k or 500 f / 4 | f 4, 1/ 1200, I SO 1000, @500mm
No 1- pag 37
Tr abal ho em equi pe. Obr i gado Raf ael For t es e Faus t i no!
Tov ac a- c ampai nha / Chamaez a c ampani s ona
Ni k on D800, Ni k k or 200- 400 f / 4 VR I I | f 4, 1/ 6, I SO 1250, @400mm
No 1- pag 38
Ani mal mui t o boni t o, e que t i v e a f el i c i dade de v er quas e t odos os di as no Par que das Emas .
Veado- c ampei r o / Oz ot oc er us bez oar t i c us
Ni k on D800, Ni k k or 200- 400 f / 4 VR I I | f 5. 6, 1/ 1000, I SO 800, - 0. 7, @400mm
No 1- pag 39
Uma das r ar i dades de I nt er v al es , que f az em es s e l ugar s er t ão es pec i al .
Tauat ó- pi nt ado / Ac c i pt er pol i ogas t er
Ni k on D800, Ni k k or 200- 400 f / 4 VR I I | f 4, 1/ 500, I SO 1000, - 0, 7, @400mm
No 1- pag 40
Es t av a f ot ogr af ando a f êmea, quando de r epent e o mac ho apar ec eu c om um pr es ent i nho!
Bor r al har a- pr et a / Mac k enz i aena s ev er a
Ni k on D800, Ni k k or 500mm f / 4 | f / 7. 1, 1/ 250, I SO 1600, @500mm
No 1- pag 41
Pr oc ur av am es pi gas numa ár ea c ont i gua ao par que onde o mi l ho hav i a s i do c ol hi do há pouc os di as
Ar ar a- c ani nde / Ar a- ar ar auna
Ni k on D800, Ni k k or 200- 400 f / 4 VR I I | f 5, 1/ 1000, I SO 1250, +1, @400mm
No 1- pag 42
HUM OR
Por Luccas Longo
No 1- pag 43