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Universidade do Extremo Sul Catarinense

Unidade Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação


Curso de Ciências Biológicas - Bacharelado

DIVERSIDADE DA AVIFAUNA DO PARQUE ECOTURÍSTICO E


ECOLÓGICO DE PEDRAS GRANDES, SANTA CATARINA, BRASIL

ALEXANDRE BIANCO

CRICIÚMA, novembro de 2008


ALEXANDRE BIANCO

DIVERSIDADE DA AVIFAUNA DO PARQUE ECOTURÍSTICO E


ECOLÓGICO DE PEDRAS GRANDES, SANTA CATARINA, BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Biológicas no curso de Ciências
Biológicas da Universidade do Extremo Sul
Catarinense. Linha de pesquisa em Zoologia,
com ênfase em Ornitologia.

Área de concentração:
Manejo e Gestão de Recursos Naturais

Orientador:
Prof. MSc.Claudio Ricken

CRICIÚMA, novembro de 2008


BANCA EXAMINADORA

Prof. Msc. Claudio Ricken - (Universidade do Extremo Sul Catarinense) - Orientador

Prof. Dr. Jairo José Zocche (Universidade do Extremo Sul Catarinense)

Profa. Dra. Birgit Harter Marques - (Universidade do Extremo Sul Catarinense)


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RESUMO

A perda e fragmentação de habitats são atualmente, as principais ameaças a conservação da


biodiversidade. As aves podem ser consideradas boas indicadoras para a compreensão dos
efeitos da perda de habitats. E o conhecimento da avifauna regional é de extrema importância
para formulações de projetos de manejo e conservação dos remanescentes florestais. A partir
deste pressuposto foi realizado levantamento qualitativo e quantitativo da comunidade de aves
em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa Submontana no Parque Ecológico e
Ecoturísco de Pedras Grandes (S 28° 29’ 04’’ e W 49° 15’ 24), sul de Santa Catarina entre
outubro de 2007 a setembro de 2008. Para o estudo qualitativo foi utilizado o método
Exaustivo onde se busca o maior numero de espécies possível e para o quantitativo foi
utilizada a metodologia de Pontos de Escuta. Foram analisados a freqüência de ocorrência,
diversidade de espécies de aves, eqüitabilidade, categorias tróficas e estrato preferencial das
aves. Foram registradas 135 espécies, sendo 42 endêmicas do bioma Mata Atlântica. O
levantamento quantitativo registrou 119 espécies em 1553 contatos com uma média de 21,57
contatos/amostra. O índice pontual de abundância (I.P.A) apresentou variação de 0,01(um
contato) a 0,82 (59 contatos) com uma média de 0,18 (equivalente a 13contatos/espécie). O
índice de diversidade de Shannon-Wiener variou entre 3,55 em junho de 2008 e 4,06 em
novembro de 2007. A eqüitabilidade média durante o período de amostragem foi 0,95
mantendo-se constante. A categoria trófica mais representativa em relação ao total de espécies
foi a dos insetívoros com (50,4%), seguida pela dos frugívoros (18,5%), onívoros (16,3%),
carnívoros (7,4%), nectarívoros (5,9%) e detritívoros com (1,5%). A relação das categorias
tróficas com o estrato vegetal utilizado demonstrou que os onívoros foram mais
representativos no dossel com 66,7%, seguidos por frugívoros 40%. A categoria mais
abundante no estrato intermediário foi a dos nectarívoros com 87,5% e a dos insetívoros com
45,6%. Aves ocupantes do estrato vertical foram todas insetívoras. Já as aves que utilizavam o
solo foram representadas principalmente pelos carnívoros. Foi constatado que no Parque
Ecológico e Ecoturístico de Pedras Grandes foram registradas 20,8 % do total de espécies
registradas para o estado de Santa Catarina, além da presença de seis espécies consideradas
ameaçadas de extinção, demonstrando a importância do P.E.E.P.G. para conservação da
avifauna, principalmente, aquelas mais exigentes em relação ao ambiente.

Palavras chave: Avifauna, Mata Atlântica, fragmentação, categorias tróficas, diversidade.


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AGRADECIMENTOS

Sou Grato:

Primeiramente ao prof. M.Sc. Cláudio Ricken quem me deu a oportunidade e incentivo para
iniciar meus estudos no mundo da Ornitologia.

Aos colegas da biologia e parceiros de acampamento, Georg, Gustavo, Marcelo, Fábio, Luiz
Fernando e Ismael.

Aos amigos de longa data “Saudoso” Siloca, “zé” Alano, “Vorna” Alex e “Qjoso” Guilherme
que sempre deram apoio ao modo de vida que eu sigo!

Ao pessoal da Empresa Ecótono Assessoria Ambiental, Rodrigo, Cláudio e Fernando


Carvalho por toda a colaboração e auxílio com relatórios ou em campo.

A Gio pela paciência, compreensão e amor nesta busca pelos meus objetivos!

E principalmente aos meus pais, irmãos e familiares que são a base desta caminhada, sempre
estando presentes na minha evolução como ser.
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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1: Localização da área de estudo . Fonte CARVALHO (2007). .................................... 11


Fig. 2: A área do parque foi dividida em seis sub-áreas; sub-área A - floresta secundaria (área
de baixada), sub-área B - floresta secundaria, sub-área C - borda, sub-área D - ambiente
aquático, sub-área E - campo e sub-área F - eucaliptos que se encontrava conectado ao parque.
.................................................................................................................................................. 12
Fig. 3: Números cumulativos e absolutos de espécies observadas mensalmente no P.E.E.P.G.,
entre outubro de 2007 a setembro de 2008. Sp/C – número de espécies cumulativo; Sp/P.S –
número absolutos de espécies por saída. .................................................................................. 22
Fig. 4: Curva cumulativa de espécies de todo o P.E.E.P.G Construída através do método de
rarefação. D/P Desvio Padrão e R/E riqueza estimada. ............................................................ 23
Fig. 5: Curva cumulativa das espécies divididas em pontos de amostragem no P.E.E.P.G
através do método de rarefação. Sub-área A - floresta secundaria (área de baixada), Sub-área
B - floresta secundaria, Sub-área C - borda, Sub-área D - ambiente aquático, Sub-área E -
campo e Sub-área F - eucaliptos que se encontrava conectado ao parque. D/P Desvio Padrão e
R/E riqueza estimada. ............................................................................................................... 24
Fig. 6: Abundância das espécies de aves no P.E.E.P.G. por meio do índice pontual de
abundância (IPA), em classes de freqüência relativa, entre outubro de 2007 a setembro de
2008. ......................................................................................................................................... 26
Fig. 7: Variação mensal do índice de diversidade (H’) e eqüitabilidade na comunidade de aves
no P.E.E.P.G. entre os meses de outubro de 2007 e setembro de 2008. .................................. 27
Fig. 8: Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.................. 37
Fig. 9: Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .............. 38
Fig. 10: Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg
Henrique Beckman. .................................................................................................................. 38
Fig. 11: Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............ 39
Fig. 12: Cathartes aura (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .......................... 39
Fig. 13: Coragyps atratus (Bechstein, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ..................... 40
Fig. 14: Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................. 40
Fig.15: Milvago chimachima (Vieillot, 1816), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................... 41
Fig. 16: Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................. 41
Fig. 17: Vanellus chilensis (Molina, 1782), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ........................ 42
Fig. 18: Jacana jacana (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ........................... 42
Fig. 19: Columbina talpacoti (Temminck, 1811), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto:
Georg Henrique Beckman. ....................................................................................................... 43
Fig. 20: Phaethornis eurynome (Lesson, 1832), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................. 43
Fig. 21: Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................. 44
Fig. 22: Trogon surrucura (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ........................ 44
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Fig. 23: Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............... 45
Fig. 24: Piculus aurulentus (Temminck, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC................... 45
Fig. 25: Myiornis auricularis (Vieillot, 1818), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................... 46
Fig. 26: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto:
Georg Henrique Beckman. ....................................................................................................... 46
Fig. 27: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................ 47
Fig. 28: Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................... 47
Fig. 29: Attila rufus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.................................... 48
Fig. 30: Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ... 48
Fig. 31: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................. 49
Fig. 32: Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ....... 49
Fig. 33: Progne tapera (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg
Henrique Beckman. .................................................................................................................. 50
Fig. 34: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg
Henrique Beckman. .................................................................................................................. 50
Fig. 35: Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ..................... 51
Fig. 36: Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............. 51
Fig. 37: Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............ 52
Fig. 38: Carduelis magellanica (Vieillot, 1805), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................ 52
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Famílias e espécies de aves registradas no P.E.E.P.G. segundo a lista do (CBRO,


2007). Freqüência de ocorrência; status (R) residente, (MR) migratório regionalmente; (I.P.A)
índice pontual de abundância; (C.T.) categorias tróficas; (E.V) estrato de preferência das aves
segundo Motta (1990). (E.M.A) endêmico da mata atlântica; (*) espécies quase-ameaçadas de
extinção..................................................................................................................................... 18
Tabela 2: Freqüência de ocorrência (%) da comunidade de aves no P.E.E.P.G. ..................... 21
Tabela 3: Diferenças estatísticas dos índices de diversidade de aves utilizando o Teste t entre
as seis sub-áreas amostradas no método quantitativo. Os campos grafados em cinza
representam os valores que foram considerados significativamente diferentes para um grau de
confiança de 95% (p < 0,025)................................................................................................... 28
Tabela 4: Categorias tróficas na comunidade de aves em termos de riqueza e abundância no
P.E.E.P.G. entre os meses de outubro de 2007 e setembro de2008. (NP) não-passeriformes,
(P) passeriformes, e (T) totais. ................................................................................................. 29
Tabela 5: Categorias tróficas e estratos de preferência utilizados pelas aves no P.E.E.P.G.
entre outubro de 2007 a setembro de 2008. .............................................................................. 31
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9
2 OBJETIVO ............................................................................................................................ 10
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 10
3.1 Área de Estudo ............................................................................................................... 10
3.2 Levantamento da Avifauna ............................................................................................. 12
3.2.1 Levantamento qualitativo ou exaustivo ....................................................................... 13
3.2.2 Levantamento quantitativo .......................................................................................... 13
3.3 Categorias tróficas .......................................................................................................... 14
3.4 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................................... 14
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 15
4.1 Levantamento exaustivo: ................................................................................................ 15
4.2 Levantamento quantitativo ............................................................................................. 25
4.3 Índice Pontual de Abundância ........................................................................................ 25
4.4 Diversidade ..................................................................................................................... 26
4.5 Teste t ............................................................................................................................. 27
4.6 Categorias tróficas .......................................................................................................... 29
4.7 Estrato de preferência ocupado pelas aves observadas .................................................. 31
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 32
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 34
7 APÊNDICE ........................................................................................................................... 37
7.1 Espécies fotografadas no Parque Ecológico e Ecoturístico de Pedras Grandes, Santa
Catarina, Brasil. .................................................................................................................... 37
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1 INTRODUÇÃO

A classe Aves (Chordata: Vertebrata) inclui mais de 9.000 espécies distribuídas


em todo o mundo e se constitui no grupo mais homogêneo de vertebrados (SICK, 1997). E o
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos tem registrado 1801 espécies de aves no Brasil
(CBRO, 2007). Santa Catarina apresentava 596 espécies (ROSÁRIO, 1996). Entretanto com o
aumento de pesquisas cientificas no estado hoje são documentadas cerca de 650 espécies de
aves (PIACENTINI et al.,2006).
A Mata Atlântica é conhecida mundialmente pela sua imensa biodiversidade,
número de espécies endêmicas e grau de ameaça (MYERS et al., 2000). Cobria originalmente
cerca de 1.350.000 km2 (SOS MATA ATLÂNTICA/INPE, 2002), numa faixa paralela à costa
entre os Estados do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul (SECRETÁRIA DE ESTADO
E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1996). Nas regiões sul e sudeste essa
floresta se estendia pelo interior, chegando até a província de Misiones, no norte da
Argentina. Desde o início da colonização portuguesa foi o bioma brasileiro que mais sofreu
alterações provocadas pela ocupação humana, apresentando atualmente menos de 8% da área
florestal original (SOS MATA ATLÂNTICA /INPE, 2002). Grande parte destes
remanescentes está distribuída em diversos pequenos fragmentos (METZGER, 2000) e é
composta por florestas secundárias em diferentes estágios de regeneração (VIANA;
TABANEZ, 1996).
E apesar de todo o histórico de alterações apresenta uma das mais elevadas
riquezas de aves do planeta, com 1020 espécies, sendo 188 endêmicas e 104 ameaçadas de
extinção (MARINI; GARCIA, 2005). E destas, apenas 8,5% ocorrem em habitats alterados
(GOERCK, 1997), de modo que várias espécies são muito sensíveis a distúrbios ambientais.
A contribuição das matas secundárias para a manutenção destas espécies ainda é
pouco conhecida. Aleixo (1999) e Protomastro (2001) demonstraram que matas secundárias
podem abrigar uma diversidade de aves similar às matas primárias, no entanto as espécies
mais sensíveis desaparecem ou tornam-se raras.
O avançado processo de substituição de florestas por ambientes antropizados,
associado ao fato de que muitas das espécies não ocorrem em habitats perturbados ou nas
florestas secundárias, colocam o grupo como um dos mais ameaçados do planeta (BROOKS;
BALMFORD 1996).
10

Esse cenário extremamente preocupante em relação à conservação da Mata


Atlântica e de sua avifauna, faz urgente a tomada de ações concretas visando à manutenção e
recuperação dos remanescentes de floresta. Neste sentido o conhecimento científico é
fundamental para o embasamento de planos de manejo, sendo que no caso da Mata Atlântica,
listagens de espécies muitas vezes são as únicas informações disponíveis. Apesar de
comumente utilizarem métodos pouco comparáveis e esforços desiguais, essas listagens são
valiosas para a compreensão dos padrões de distribuição das espécies auxiliando na
elaboração de planos de conservação e manejo de áreas. Sabendo que no Parque Ecológico e
Ecoturístico de Pedras Grandes (P.E.E.P.G) não existe nenhum trabalho cientifico com
relação a avifauna.

2 OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo informar sobre a composição, riqueza, abundância,
eqüitabilidade, categorias tróficas e o estrato vegetal utilizado pela avifauna no Parque
Ecoturístico e Ecológico de Pedras Grandes, Santa Catarina a partir do levantamento
qualitativo e quantitativo.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo


O presente trabalho foi realizado no Parque Ecoturístico e Ecológico de Pedras
Grandes, situado no Extremo Sul Catarinense, na microrregião de Tubarão, perto da divisa do
município de Pedras Grandes com o município de Urussanga; trata-se de uma área de sete
hectares pertencentes ao município de Pedras Grandes (Fig. 1). A coordenada geográfica
central do parque, obtida por GPS é S 28° 29’ 04’’ e W 49° 15’ 24’’ e uma altitude que varia
de 315m a 332m.
11

Fig. 1: Localização da área de estudo . Fonte CARVALHO (2007).

A classificação do clima segundo Köppen é do tipo Cfa subtropical úmido, uma


vez que a temperatura média do mês mais frio é inferior a 18ºC e superior a -3ºC. Pertence ao
tipo úmido sem estação seca definida, pois não existe índice pluviométrico inferior a 60 mm
mensais. (KÖPPEN, 1948)
O relevo local é representado por elevações côncavo-convexas, composto por
morros, tabuleiros, elevações com cume acentuado e fundo de vale. O Parque em sua maior
parte é coberto por Floresta Ombrófila Densa Submontana em diferentes estádios
sucessionais, com entorno predominantemente ocupado por pomares, plantações de Pinus sp e
Eucaliptus sp, atividade agropastoril e fragmentos isolados. O núcleo de vegetação florestal
está conectado com outros fragmentos florestais do entorno por meio de corredor
representado por uma faixa alongada de vegetação florestal (CARVALHO, 2007).
Anteriormente à sua fundação, que data do ano de 1995, a área era de domínio
privado. Nesse período houve o corte seletivo de madeira em algumas áreas, já em outras,
como o vale e margens do riacho que cortam longitudinalmente o Parque, a vegetação
apresenta-se mais preservada, com a presença de essências florestais nobres de grande porte
(CARVALHO, 2007).
Atualmente, o PEEPG pertence à prefeitura Municipal de Pedras Grandes e
encontra-se abandonado tornando-se susceptível a exploração de fauna e flora.
12

3.2 Levantamento da Avifauna


A área do parque foi dividida em seis sub-áreas; sub-área A - floresta secundaria
(área de baixada), sub-área B - floresta secundaria, sub-área C - borda, sub-área D - ambiente
aquático, sub-área E - campo e sub-área F - eucaliptos que se encontrava conectado ao parque.
(Fig. 2)

Fig. 2: A área do parque foi dividida em seis sub-áreas; sub-área A - floresta secundaria (área de baixada), sub-
área B - floresta secundaria, sub-área C - borda, sub-área D - ambiente aquático, sub-área E - campo e sub-área F
- eucaliptos que se encontrava conectado ao parque.

O levantamento da avifauna foi realizado de outubro de 2007 a setembro de 2008.


Sendo utilizados dois métodos de pesquisa, levantamento qualitativo ou exaustivo e pontos
fixos (VIELLIARD; SILVA 1990). As aves foram identificadas pelo método direto ou visual,
sempre com a utilização de binóculos 12 x 50 mm, ou por meio de suas vocalizações. Estas
foram gravadas com gravador OLYMPUS DIGITAL WAVE PLAYER e quando possível as
13

aves foram fotografadas com maquina OLYMPUS FE-150. Quando uma espécie foi
observada apenas na amostragem quantitativa esta foi adicionada a lista qualitativa.
A ordem sistemática e a nomenclatura das espécies de aves utilizadas seguem
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos CBRO (2007).

3.2.1 Levantamento qualitativo ou exaustivo


O levantamento exaustivo teve por finalidade estabelecer lista mais completa
possível da avifauna em uma determinada área de estudo. Tal levantamento não mede a
abundância das espécies, mas se constitui da base de identificação das espécies, de seus ciclos
biológicos e de suas preferências ambientais (VIELLIARD; SILVA 1990).
O roteiro de registros das espécies de aves vistas ou ouvidas seguiu a lista do
(CBRO, 2007) na forma de planilha de campo. Os dados da planilha foram transcritos para o
programa Excel® do Microsoft Office para expressar freqüência de ocorrência.
Para o levantamento das aves foi realizada uma saída a campo por mês, durante
doze meses, sendo percorridas trilhas estabelecidas nas seis áreas de amostragem procurando-
se cobrir a maior área possível dos mesmos. A extensão de cada trilha variou entre 350 e 700
m e estavam distantes aproximadamente 200 m uma das outras. Os dias das saídas foram
escolhidos conforme a disponibilidade do observador.
Foram percorridos também, estradas e pequenos cursos de água que margeiam ou
cortam os fragmentos a fim de se amostrar as bordas, taquarais e ambientes ripários,
eventualmente não contemplados no sistema de trilhas. Com isso, acredita-se que foi possível
amostrar porções representativas destes fragmentos. As 12 saídas a campo foram realizadas
sempre pelo mesmo observador (n=1). O esforço amostral foi de 120 h de observação, com 10
horas de observação por mês.
O cálculo de freqüência de ocorrência seguiu Vielliard; Silva (1990). Somente foi
considerado o número de visitas onde a espécie foi registrada, sendo esse índice expresso em
porcentagem. Os coeficientes de riqueza foram determinados com a utilização do software
Past (HAMMER, O.; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. 2001).

3.2.2 Levantamento quantitativo


Para o levantamento quantitativo da avifauna foi utilizada a metodologia por
pontos de escuta idealizada por Blondel; Ferry; Frochot; (1970) para regiões temperadas e
adaptada por Viellard; Silva (1990) para regiões tropicais.
Para este levantamento foram realizadas 12 saídas a campo, uma por mês, onde
foram amostradas as seis sub-áreas. Dois pontos foram determinados em cada área totalizando
14

12 pontos, com duração de 30 minutos cada, no período matutino (inicio 10 minutos antes do
nascer do sol independente da estação do ano) sendo seis horas por saída, totalizando 72 horas
de esforço amostral. Todos os pontos estavam eqüidistantes 200m entre si e foram sorteados
antes de cada amostragem (VIELLIARD; SILVA 1990).
Os dados das planilhas foram transcritos para o software Past (HAMMER, O.;
HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. 2001) programado para expressar riqueza, abundância, os
índices pontuais de abundância, diversidade e a significância estatística dos resultados de
diversidade por meio do teste t de student.

3.3 Categorias tróficas


O modelo utilizado para categorias tróficas seguiu Motta (1990), sendo
considerados: insetívoros (INS), dieta composta por ¾ ou mais de insetos e outros artrópodes;
onívoros (ONI), dieta composta por insetos, artrópodes e frutos em proporções similares;
frugívoros (FRU), dieta composta por ¾ ou mais de frutos, grãos e sementes; nectarívoros
(NEC), dieta composta principalmente por néctar, mas também outros insetos e artrópodes;
carnívoros (CAR), dieta composta por ¾ ou mais de vertebrados vivos; detritívoros (DET),
dieta composta por ¾ ou mais de matéria orgânica em decomposição.
Para a classificação do estrato de preferência das aves foram consideradas apenas
aves amostradas visualmente e sua denominação seguiu aquela listada por Motta (1990): solo
(SL) – espécies que utilizam preferencialmente o solo como local para forrageamento;
intermediário (IN) espécies que utilizam preferencialmente o estrato acima do solo até
próximo à copa ou que utilizam o sub-bosque para forrageamento; superior (SU) – espécies
que forrageiam preferencialmente na copa ou acima dela; vertical (VR) – espécies que
forrageiam verticalmente nos estratos vegetais.

3.4 ANÁLISE DE DADOS

Os coeficientes de riqueza e abundância e diversidade de espécies (Shannon-


Wiener) foram determinados com a utilização do programa Past (HAMMER, O.; HARPER,
D. A. T.; RYAN, P. D. 2001).
A freqüência de ocorrência das espécies amostradas no levantamento qualitativo
foi expressa em porcentagem e determina a proporção dos dias em que cada espécie foi
observada, em relação com ao número total de dias de amostragem (VIELLIARD; SILVA
15

1990). Esse índice pode indicar o status (ocasional, residente ou migrante) da espécie de
acordo com o valor obtido.
A abundância específica foi calculada através do índice pontual de abundância
(IPA) que indica a abundância de cada espécie em função do seu coeficiente de
conspicuidade, por meio do número de contatos visuais e ou auditivos e o número total de
amostras Blondel; Ferry; Frochot; (1970). A abundância de cada espécie foi calculada através
do Índice Pontual de Abundância (IPA) que é igual ao número de contatos obtidos dividido
pelo número de pontos de contagem (ALEIXO; VIELLIARD, 1995). Seguindo a orientação
dos autores citados ao lado os IPA foram convertidos para uma escala de freqüência relativa,
considerando as seguintes classes: espécie rara (IPA até 0,1); espécie escassa (IPA entre 0,11
e 0,2); espécie incomum (IPA entre 0,21 e 0,3); espécie comum (IPA entre 0,31 e 0,5);
espécie muito comum (IPA maior que 0,5).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Levantamento exaustivo:


Para a avaliação qualitativa a partir do método exaustivo foi registrado um total de
135 espécies no Parque Ecoturístico e Ecológico de Pedras Grandes, pertencentes a 44
famílias sendo 21 de não-passeriformes e 23 de passeriformes. As famílias de passeriformes
mais representativas foram Tyrannidae com 22 espécies, Thraupidae com 10 espécies e
Furnariidae com nove espécies. A família mais representativa entre os não-passeriformes foi
trochilidae com sete espécies (Tab.1).
Do total de espécies registradas 47 pertencem a táxons de não-passeriformes e 88
a táxons de passeriformes sendo que 42 são endêmicas da Mata Atlântica.
Seis espécies são consideradas globalmente ameaçadas ou quase-ameaçadas de
extinção, sendo estas endêmicas do bioma Mata Atlântica (BENCKE et al., 2006)
Myrmotherula unicolor (Ménétriès, 1835), Scytalopus indigoticus (Wied, 1831), Hemitriccus
orbitatus (Wied, 1831), Carpornis cucullata (Swainson, 1821), Cyanocorax caeruleus
(Vieillot, 1818) e Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817).
Algumas espécies foram citadas como raras para o estado por Rosário (1996) M.
unicolor (Ménétriès, 1835) (choquinha-cinzenta), Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) (vira-
folha), porem citada comum na ilha de Santa Catarina por (NAKA et al., 2001) Nonnula
rubecula (Spix, 1824) (macuru). Há apenas três registros atuais para o estado (PIACENTINI
et al. 2006), Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831) esta espécie com quatro registros para o
16

estado (ZIMMERMANN et al., 2003), e Xenops rutilans (Temminck, 1821) com sete
registros para o estado PIACENTINI et al. (2006).
Segundo a lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2007) não foram
observadas espécies migratórias. Porém outros autores como Belton (1994), Develey; Endrigo
(2004) e Frisch; Frisch (2005) citam algumas espécies que são migratórias regionalmente ou
residentes de verão. E corroborando com os autores podemos observar 13 espécies, Elanoides
forficatus (Linnaeus, 1758), Empidonomus varius (Vieillot, 1818), Lathrotriccus euleri
(Cabanis, 1868), Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776), Myiodynastes maculatus
(Statius Muller, 1776), Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) Vireo olivaceus
(Linnaeus, 1766), Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), Progne tapera (Vieillot, 1817) e
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817).
Frisch; Frisch (2005) ainda mencionam a migração de outras espécies como,
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818), Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) e Volatinia
jacarina (Linnaeus, 1766). Segundo estes autores S. icterophrys chega ao sul do Brasil em
outubro e desaparece em março quando migra para Venezuela, mas esta espécie foi observada
também nos meses de abril e maio na área de estudo e no mês de julho na cidade de
Urussanga, SC.
Frisch; Frisch (2005) citam, ainda, que a migração de S. caerulescens é mais
acentuada em anos que o inverno na região sul do Brasil é mais intenso. Isto pode estar
relacionado com a escassez de sementes de plantas da família Poaceae, que são à base da dieta
destas aves. V. jacarina obteve maior freqüência de ocorrência que S. caerulescens talvez por
procurar sementes, também, no solo, fato menos observado em S. caerulescens.
Odontophorus capueira (Spix, 1825) conhecido popularmente como uru foi
visualizado na área do Parque nos anos de 2005 e 2006, (obs. pessoal), porém não foi
registrado durante os 12 meses desta pesquisa.
Não foram feitas saídas noturnas, fato que pode explicar não terem sido
observadas aves carnívoras noturnas, representadas pelas corujas das famílias Tytonidae e
Strigidae. Frugívoros da família Psittacidae não foram registrados no P.E.E.P.G. Também não
foram observadas espécies de aves exóticas na área de estudo.
Algumas espécies foram observadas apenas fora da área de estudo e por isso não
constam na lista de espécies: Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758), Brotogeris tirica (Gmelin,
1788), Athene cunicularia (Molina, 1782), Agelaioides badius (Vieillot, 1819). Estas espécies
são características de áreas antropizadas e, possivelmente, podem estar utilizando a pequena
área sem vegetação no parque.
17
18

Tabela 1. Famílias e espécies de aves registradas no P.E.E.P.G. segundo a lista do (CBRO, 2007). Freqüência de
ocorrência; status (R) residente, (MR) migratório regionalmente; (I.P.A) índice pontual de abundância; (C.T.)
categorias tróficas; (E.V) estrato de preferência das aves segundo Motta (1990). (E.M.A) endêmico da mata
atlântica; (*) espécies quase-ameaçadas de extinção.
Táxons F.O. (%) status I.P.A C.T. E.V. E.M.A
TINAMIDAE Gray, 1840
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) 91.67 R 0,24 frugívoro solo
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) 50 R 0,06 frugívoro solo
ANATIDAE Leach, 1820
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) 75 R 0,33 carnívoro
CRACIDAE Rafinesque, 1815
Ortalis guttata (Spix, 1825) 66.67 R 0,14 onívoro superior X
PODICIPEDIDAE Bonaparte, 1831
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) 8.33 R 0,01 carnívoro
ARDEIDAE Leach, 1820
Butorides striata (Linnaeus, 1758) 8.33 R 0,01 carnívoro solo
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) 33.33 R 0,04 insetívoro solo
THRESKIORNITHIDAE Poche, 1904
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) 16.67 R 0,07 onívoro solo
CATHARTIDAE Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) 50 R 0,11 detritívoro superior
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) 83.33 R 0,31 detritívoro superior
ACCIPITRIDAE Vigors, 1824
Buteo brachyurus (Vieillot, 1816) 8.33 R 0,01 carnívoro superior
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) 16.67 MR 0,04 insetívoro superior
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) 91.67 R 0,14 carnívoro superior
FALCONIDAE Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) 8.33 R 0,01 carnívoro solo
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) 25 R 0,04 carnívoro Superior
RALLIDAE Rafinesque, 1815
Aramides saracura (Spix, 1825) 75 R 0,33 onívoro Solo X
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) 91.67 R 0,18 onívoro
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) 25 R onívoro Solo
CHARADRIIDAE Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782) 58.33 R 0,24 onívoro Solo
JACANIDAE Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,39 carnívoro Solo
COLUMBIDAE Leach, 1820
Columbina picui (Temminck, 1813) 8.33 R 0,01 frugívoro Solo
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) 75 R 0,14 frugívoro Solo
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) 25 R 0,07 frugívoro Solo
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) 100 R 0,35 frugívoro Solo
CUCULIDAE Leach, 1820
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) 33.33 R 0,15 insetívoro intermediário
Guira guira (Gmelin, 1788) 33.33 R 0,13 insetívoro intermediário
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,18 onívoro Superior
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) 33.33 R 0,04 insetívoro intermediário
APODIDAE Olphe-Galliard, 1887
Chaetura meridionalis (Hellmayr, 1907) 50 R 0,33 insetívoro Superior
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) 8.33 R 0,06 insetívoro Superior
TROCHILIDAE Vigors, 1825
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) 25 R 0,04 nectarívoro intermediário
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Amazilia lactea (Lesson, 1832) 8.33 R 0,01 nectarívoro intermediário


Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) 8.33 R 0,04 nectarívoro intermediário
Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, 1818) 8.33 R nectarívoro intermediário X
Florisuga fusca (Vieillot, 1817) 25 R 0,13 nectarívoro intermediário X
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) 58.33 R 0,17 nectarívoro intermediário X
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) 100 R 0,39 nectarívoro intermediário X
TROGONIDAE Lesson, 1828
Trogon rufus (Gmelin, 1788) 16.67 R 0,03 onívoro Superior
Trogon surrucura (Vieillot, 1817) 100 R 0,17 onívoro Superior X
ALCEDINIDAE Rafinesque, 1815
Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766) 33.33 R 0,03 carnívoro Superior
BUCCONIDAE Horsfield, 1821
Nonnula rubecula (Spix, 1824) 16.67 R 0,01 insetívoro Superior
RAMPHASTIDAE Vigors, 1825
Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,24 onívoro Superior X
PICIDAE Leach, 1820
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) 25 R 0,04 insetívoro Vertical
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) 25 R 0,13 insetívoro Solo
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) 16.67 R 0,03 insetívoro Vertical X
Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 25 R 0,01 insetívoro Vertical X
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) 91.67 R 0,22 insetívoro Vertical X
THAMNOPHILIDAE Swainson, 1824
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) 66.67 R 0,11 insetívoro intermediário
Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) 75 R 0,10 insetívoro Superior X
Myrmeciza squamosa (Pelzeln, 1868) 100 R 0,15 insetívoro Solo X
Myrmotherula unicolor (Ménétriès, 1835)* 25 R insetívoro intermediário X
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) 66.67 R 0,13 insetívoro intermediário X
Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816) 100 R 0,35 insetívoro intermediário
Thamnophilus ruficapillus (Vieillot, 1816) 33.33 R 0,07 insetívoro intermediário
CONOPOPHAGIDAE Sclater & Salvin, 1873
Conopophaga lineata (Wied, 1831) 58.33 R 0,10 insetívoro intermediário X
RHINOCRYPTIDAE Wetmore, 1930
Scytalopus indigoticus (Wied, 1831)* 16.67 R 0,01 insetívoro Solo X
Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) 50 R 0,03 insetívoro Solo X
FORMICARIIDAE Gray, 1840
Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859) 8.33 R insetívoro Solo X
SCLERURIDAE Swainson, 1827
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) 16.67 R 0,01 insetívoro intermediário X
DENDROCOLAPTIDAE Gray, 1840
Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) 33.33 R 0,03 insetívoro Vertical X
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 33.33 R insetívoro Vertical
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) 75 R 0,15 insetívoro Vertical
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) 91.67 R 0,11 insetívoro Vertical X
FURNARIIDAE Gray, 1840
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) 100 R 0,21 insetívoro intermediário X
Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby,
8.33 R 0,01 insetívoro intermediário X
1830)
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) 25 R 0,08 insetívoro Solo
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) 50 R 0,08 insetívoro Solo
Philydor atricapillus (Wied, 1821) 50 R 0,08 insetívoro intermediário X
Philydor rufum (Vieillot, 1818) 8.33 R insetívoro intermediário
Synallaxis spixi (Sclater, 1856) 100 R 0,29 insetívoro intermediário
Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819) 83.33 R 0,19 insetívoro intermediário X
Xenops rutilans (Temminck, 1821) 16.67 R 0,01 insetívoro Superior
TYRANNIDAE Vigors, 1825
20

Attila phoenicurus (Pelzeln, 1868) 33.33 R 0,11 insetívoro Superior


Attila rufus (Vieillot, 1819) 100 R 0,31 insetívoro intermediário X
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) 91.67 R 0,17 insetívoro Superior
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 16.67 R onívoro Superior
Elaenia parvirostris (Pelzeln, 1868) 33.33 R 0,07 onívoro Superior
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) 16.67 MR 0,01 insetívoro intermediário
Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831)* 8.33 R insetívoro Superior X
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) 8.33 MR 0,01 insetívoro intermediário
Leptopogon amaurocephalus (Tschudi, 1846) 8.33 R insetívoro intermediário
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) 25 R 0,07 insetívoro superior
Mionectes rufiventris (Cabanis, 1846) 16.67 R 0,01 insetívoro intermediário X
Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) 8.33 MR insetívoro intermediário
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) 16.67 MR insetívoro intermediário
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) 33.33 MR 0,08 insetívoro superior
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) 8.33 R 0,03 insetívoro intermediário X
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) 25 R 0,03 insetívoro superior
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) 100 R 0,53 onívoro superior
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 41.67 R 0,04 insetívoro intermediário
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) 75 R 0,13 insetívoro intermediário
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) 33.33 MR 0,07 insetívoro superior
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) 75 R 0,29 insetívoro superior
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 41.67 MR 0,19 insetívoro superior
COTINGINAE Bonaparte, 1849
Carpornis cucullata (Swainson, 1821)* 100 R 0,19 frugívoro superior X
PIPRIDAE Rafinesque, 1815
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) 100 R 0,64 frugívoro intermediário X
TITYRIDAE Gray, 1840
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) 8.33 R onívoro superior
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) 100 R 0,50 frugívoro intermediário X
VIREONIDAE Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) 100 R 0,26 insetívoro superior
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 41.67 R 0,07 insetívoro intermediário X
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) 58.33 MR 0,19 insetívoro superior
CORVIDAE Leach, 1820
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818)* 58.33 R 0,07 onívoro superior X
HIRUNDINIDAE Rafinesque, 1815
Progne tapera (Vieillot, 1817) 25 MR 0,14 insetívoro superior
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) 66.67 R 0,56 insetívoro superior
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) 8.33 MR insetívoro superior
TROGLODYTIDAE Swainson, 1831
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) 100 R 0,43 insetívoro intermediário
TURDIDAE Rafinesque, 1815
Platycichla flavipes (Vieillot, 1818) 25 R 0,03 onívoro superior
Turdus albicollis (Vieillot, 1818) 100 R 0,40 onívoro intermediário
Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) 58.33 R 0,24 onívoro intermediário
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) 100 R 0,31 onívoro intermediário
COEREBIDAE d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) 50 R 0,15 nectarívoro superior
THRAUPIDAE Cabanis, 1847
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,53 frugívoro superior
Habia rubica (Vieillot, 1817) 100 R 0,49 insetívoro intermediário
Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) 16.67 R frugívoro superior X
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) 100 R 0,50 frugívoro intermediário X
Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1776) 91.67 R 0,82 frugívoro superior X
21

Tangara seledon (Statius Muller, 1776) 16.67 R 0,10 frugívoro superior X


Tersina viridis (Illiger, 1811) 8.33 R 0,01 onívoro superior
Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817)* 91.67 R 0,26 frugívoro superior X
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) 75 R 0,24 frugívoro superior
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) 16.67 R 0,03 frugívoro intermediário
EMBERIZIDAE Vigors, 1825
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) 83.33 R 0,54 frugívoro intermediário
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) 33.33 MR 0,19 frugívoro intermediário
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) 66.67 MR 0,15 frugívoro intermediário
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) 83.33 R 0,29 frugívoro solo
CARDINALIDAE Ridgway, 1901
Saltator similis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) 83.33 R 0,43 frugívoro intermediário
PARULIDAE Wetmore, et al .(1947)
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) 100 R 0,79 insetívoro intermediário
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) 83.33 R 0,21 insetívoro intermediário X
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) 100 R 0,49 insetívoro superior
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) 100 R 0,32 insetívoro intermediário
FRINGILLIDAE Leach, 1820
Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) 58.33 R 0,08 frugívoro superior
Euphonia pectoralis (Latham, 1801) 100 R 0,36 frugívoro superior X
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) 91.67 R 0,28 frugívoro superior
ICTERIDAE Vigors, 1825
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) 8.33 R 0,01 onívoro superior
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) 8.33 R onívoro superior

A freqüência de ocorrência das espécies de aves no Parque Ecoturístico e


Ecológico de Pedras Grandes foi distribuída em cinco classes (Tab.2).

Tabela 2: Freqüência de ocorrência (%) da comunidade de aves no P.E.E.P.G.


Classes de porcentagem
até 24% 25 a 50% 51 a 75% 76 a 99% 100% Total

Número de espécies: 37 37 20 19 22 135

Porcentagem relativa: 27,40% 27,40% 14,80% 14,10% 16,30% 100%

As espécies com freqüência de ocorrência igual a 100% correspondem a 16,3%


das amostras, tais como juriti-pupu, Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855), beija-flor-de-testa-
violeta, Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788), surucuá-variado, Trogon surrucura (Vieillot,
1817), papa-formiga-de-grota, Myrmeciza squamosa (Pelzeln, 1868), barranqueiro-de-olho-
branco, Automolus leucophthalmus (Wied, 1821), capitão-de-saíra, Attila rufus (Vieillot,
1819), corocochó, Carpornis cucullata (Swainson, 1821), tiê-do-mato-grosso, Habia rubica
(Vieillot, 1817), e ferro-velho, Euphonia pectoralis (Latham, 1801).
Já as espécies com freqüência de ocorrência de 8,33% (uma observação) até 50%
(seis observações) correspondem em porcentagem relativa a 54,8% (Tab. 2). Segundo KARR
22

(1977), espécies ocasionais são difíceis de interpretar, podendo ser raras por estarem em seu
limite de tolerância fisiológica, devido a algum fator ambiental ou físico, e ou porque o
recurso da qual dependem é raro na região. Donatelli et al, (2007) citam que vários fatores
podem ser a causa dessa baixa freqüência: espécies pouco conspícuas (de difícil observação),
que possuem vocalização discreta ou que pouco vocalizam; espécies de ocorrência ocasional,
que não são típicas do ambiente em estudo; espécies migratórias, e ou porque os
remanescentes florestais não tem condições de manter a população por escassez de recursos
alimentares.
Não ouve grande variação no número de espécies registradas mensalmente (Fig.
3). Ocorreu uma queda do número de espécies em novembro, provavelmente, a chuva que
ocorreu no dia da saída a campo influenciou de forma negativa na amostragem, sendo que
muitas espécies diminuem a intensidade de vocalizações e a movimentação pelos habitats.
Segundo Donatelli et al., (2004) setembro é o mês em que se inicia a atividade
reprodutiva da maioria das aves no hemisfério sul. E pode ser notado um acréscimo no
número de espécies a partir do mês de agosto com posterior declínio a partir do mês de março
quando muitas espécies reduzem a intensidade de vocalizações, iniciam a muda de penas e as
espécies migratórias deixam o sul do país.

Fig. 3: Números cumulativos e absolutos de espécies observadas mensalmente no P.E.E.P.G., entre outubro de
2007 a setembro de 2008. Sp/C – número de espécies cumulativo; Sp/P.S – número absolutos de espécies por
saída.

A curva cumulativa de espécies de toda a área do P.E.E.P.G. através do método de


rarefação demonstra estar próxima da estabilização (Fig. 4). No entanto, se observarmos as
curvas obtidas em cada ponto amostral, pela mesma metodologia, podemos observar que o
23

ponto A, foi o que mais se aproximou da estabilização. Os demais pontos, principalmente, o C


e o D indicam a necessidade de mais horas de amostragem para que riqueza estimada e o
desvio padrão se aproximem da estabilização (Fig. 5)
Willis; Oniki (1981) apud Donatelli et al., 2004 afirmam que a curva estabilizaria
com 200 horas de amostragem e mesmo assim poder-se-ia encontrar novas espécies.
Naturalmente estes autores referem-se a espécies ocasionais e não-residentes, migratórias e
visitantes sazonais (DONATELLI et al., 2004).
O número de espécies registradas em cada saída a campo variou de 83 em
dezembro de 2007 a 59 em junho de 2008. Sendo que apenas no mês de dezembro pode
constatar-se 61,48% das espécies.

Fig. 4: Curva cumulativa de espécies de todo o P.E.E.P.G Construída através do método de rarefação. D/P
Desvio Padrão e R/E riqueza estimada.
24

Fig. 5: Curva cumulativa das espécies divididas em pontos de amostragem no P.E.E.P.G através do método de
rarefação. Sub-área A - floresta secundaria (área de baixada), Sub-área B - floresta secundaria, Sub-área C -
borda, Sub-área D - ambiente aquático, Sub-área E - campo e Sub-área F - eucaliptos que se encontrava
conectado ao parque. D/P Desvio Padrão e R/E riqueza estimada.
25

4.2 Levantamento quantitativo

Nos 12 meses de levantamento quantitativo foram realizadas 72 amostras, sendo


registradas 119 espécies e 1553 contatos com uma média de 21,57 contatos/amostra.
VIELLIARD; SILVA (1990) obtiveram uma média de 20 contatos por amostra, em 110
amostras. ALEIXO; VIELLIARD (1995) registraram uma média de 23,2 contatos/amostra.
DONATELLI et al (2004) obtiveram em 12 meses 12,7 contatos/amostra.
O número máximo de espécies registradas em uma única sub-área foi registrado
no mês de novembro de 2007 na sub-área A onde foi observado um total de 29 espécies. O
número mínimo de espécies foi registrado na sub-área D no mês de maio de 2008 onde apenas
uma espécie foi observada.

4.3 Índice Pontual de Abundância


O índice pontual de abundância apresentou variação de 0,01(1 contato) a 0,82 (59
contatos) com uma média de 0,18 (equivalente a 13 contatos/espécie)
A abundância das espécies através do I.P.A em classes de freqüência relativa
demonstra que 51 espécies tem baixa abundância, até 7 contatos e são dispostas na classe de
espécies raras equivalendo a 42,86% das espécies (Fig. 6). Na classe de espécies escassas foi
registrado um total de 28 espécies equivalendo a 23,53% das espécies. Na classe de espécies
incomuns foi registrado um total de 14 espécies equivalendo a 11,76% das espécies. Para a
classe de espécies comuns foi registrado um total de 19 espécies equivalendo a 15,97% das
espécies. Para a classe de espécies consideradas muito comuns com mais de 36 contatos, foi
registrado um total de sete espécies equivalendo a 5,88% do total amostrado.
26

Fig. 6: Abundância das espécies de aves no P.E.E.P.G. por meio do índice pontual de abundância (IPA), em
classes de freqüência relativa, entre outubro de 2007 a setembro de 2008.

Em termos ecológicos pode-se dizer que poucas espécies são abundantes na área
de estudo e a grande maioria apresenta pequena abundância. Pode ainda ser observado um
padrão semelhante ao da floresta tropical onde se tem um elevado número de espécies e um
pequeno número de indivíduos (DONATELLI et al, 2004). Com exceção de algumas espécies
que foram mais abundantes, como: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), Chiroxiphia
caudata (Shaw & Nodder, 1793), Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817), Dacnis cayana
(Linnaeus, 1766), Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1776), Sicalis flaveola (Linnaeus,
1766) e Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830).
Observou-se que no Parque Ecoturístico e Ecológico de Pedras Grandes que
88,15% do total de espécies registradas na amostragem qualitativa foram detectadas na
amostragem quantitativa. Este alto grau de similaridade dos métodos de amostragem pode
estar relacionado à pequena área do Parque, cerca de sete hectares.

4.4 Diversidade
O gráfico da variação mensal do índice de diversidade na comunidade de aves
evidencia um alto índice de diversidade, superior a 3,9 nos meses de outubro, novembro e
fevereiro, com pequena queda nos meses de dezembro, janeiro (Fig.7). Uma possível
explicação seria a diminuição nas atividades das aves que estão em alguma fase reprodutiva
(postura, incubação, cuidados com a prole, dentre outros) em que normalmente um membro
do casal se desloca com mais freqüência que o outro (DONATELLI et al, 2004). A queda a
partir do mês de março poderia ser explicada pelo fim do período reprodutivo das aves,
27

diminuição das atividades de vocalização e talvez diminuição no deslocamento das mesmas


(DONATELLI et al, 2004). Este padrão é observado até o mês de julho, voltando ao pico em
agosto e setembro.
A eqüitabilidade demonstrou variação mínima no mês de junho (0,90) até (0,97) em agosto, o
que nos indica que a distribuição das espécies amostradas em cada ponto foi constante e
equilibrada. Sendo que no mês de junho foi observado um bando de T. cyanocephala (Statius
Muller, 1776) composto de 12 indivíduos, o que influenciou a eqüitabilidade deste mês. (Fig.
7).

Fig. 7: Variação mensal do índice de diversidade (H’) e eqüitabilidade na comunidade de aves no P.E.E.P.G.
entre os meses de outubro de 2007 e setembro de 2008.

4.5 Teste t
A tabela 3 lista os testes t realizados para as diversidades totais (H’) nas diferentes
sub-áreas de amostragem. As sub-áreas A, B e C não demonstraram diferença estatística
significativa, resultados que pode ser explicado pelo fato das sub-áreas A e B serem
relacionados com a área de floresta secundária e a bub-área C com a borda da mata. As sub-
áreas A, B e C foram considerados estatisticamente diferentes das sub-áreas D (ambiente
aquático), E (campo) e F (eucaliptos). As sub-áreas E e F foram consideradas
significativamente semelhantes. Ainda é importante lembrar que no mês de maio de 2008 foi
realizado o corte da área com eucalipto, influenciando ainda mais na significância entre as
áreas. A sub-área D referente ao ambiente aquático não possui significância estatística com
nenhum dos demais pontos. Fato que já era esperado, visto que a maioria das espécies que
ocupam este ambiente são dependentes de áreas alagadas.
28

Tabela 3: Diferenças estatísticas dos índices de diversidade de aves utilizando o Teste t entre as seis sub-áreas
amostradas no método quantitativo. Os campos grafados em cinza representam os valores que foram
considerados significativamente diferentes para um grau de confiança de 95% (p < 0,025).
SUB-ÁREA B SUB-ÁREA C SUB-ÁREA D SUB-ÁREA E SUB-ÁREA F
T p T p t P T p T P
S= 66
SUB-
H'=3,7488 -0,76844 0,4425 10,139 1,6384 x 10-20 7,5286 1,9243x10-13 4,7079 4,0978x10-6
ÁREA A 0,82951 0,40711
VAR=0,0020243

S= 65
SUB-
H'=3,6945 -1,5612 0,11897 9,418 2,3383E-18 6,5643 1,1489x10-10 3,954 9,8276x10-5
ÁREA B
VAR=0,0022634

S= 68
SUB-
H'=3,7987 10,576 5,3984x10-22 8,115 2,9464x10-15 5,2638 2,9225x10-7
ÁREA C
VAR=0,002193

S= 29
SUB-
H’= 2,8144 -4,4223 1,4019x10-5 -5,3706 1,6523x10-7
ÁREA D
VAR=0,0064696

S= 42
SUB-
H’=3,2359 -1,6421 0,10167
ÁREA E
VAR=0,0026169

S= 43
SUB-
H’=3,373
ÁREA F
VAR=0,0043488
29

4.6 Categorias tróficas


Os resultados das categorias tróficas são mostrados na tabela 4, onde
primeiramente é ilustrada a distribuição das categorias tróficas de acordo com a riqueza
registrada no levantamento qualitativo ou exaustivo. Em seguida a tabela ilustra
exclusivamente as categorias tróficas das aves registradas no levantamento quantitativo.
Sendo as duas partes da tabela comparadas com o intuito de saber se a composição das
categorias tróficas alterou entre os levantamentos qualitativo e quantitativo.

Tabela 4: Categorias tróficas na comunidade de aves em termos de riqueza e abundância no P.E.E.P.G. entre os
meses de outubro de 2007 e setembro de2008. (NP) não-passeriformes, (P) passeriformes, e (T) totais.

Categorias Insetívoro Carnívoro Frugívoro Onívoro Nectarívoro Detritívoro Total

NP 13 9 6 10 7 2 47
% de NP 27.7 19.1 12.8 21.3 14.9 4.3 100
P 55 0 19 12 1 0 87
Riqueza
% de P 63.2 0 21.8 13.8 1.2 0 100
T 68 9 25 22 8 2 135
%T 50,4 7.4 18.5 16.3 5.9 1,5 100

NP 12 8 6 10 6 2 44
% de NP 27.3 18.2 13.6 22.7 13.6 4.5 100
P 47 0 18 9 1 0 75
Abundância
% de P 62.3 0 23.4 13 1.3 0 100
T 59 8 24 19 7 2 119
%T 49.6 6.7 20.2 16 5.9 1.7 100

Observando a tabela 4 fica evidente que a categoria trófica mais representativa é a


dos insetívoros com 50,4% do total de espécies detectadas no levantamento qualitativo, sendo
em sua maior parte passeriformes. As espécies frugívoras vêm em seguida com 18,5%;
apresentando maior porcentagem que as onívoras com 16,3% do total. As carnívoras
representam uma pequena porção 7,4% do total e todas são espécies não-passeriformes. As
nectarívoras representadas pelos beija-flores e por apenas uma espécie de passeriforme
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) mostram representatividade de 5,9% do total. A categoria
trófica de menor representatividade foi a dos detritívoros representados pelos urubus com
1,5% do total de espécies.
Segundo BIERREGAARD; STOUFFER (1997), ambientes com categorias
tróficas equilibradas possuem maior porcentagem de aves insetívoras, seguida de frugívoras,
onívoras, carnívoras, nectarívoras e detritívoras, comum em matas tropicais preservadas. As
matas subtropicais demonstram o mesmo padrão. Constatou-se que a grande maioria das
30

espécies de aves insetívoras são passeriformes 62,3%, sendo a família Tyrannidae a mais
representativa nesta categoria. Em relação às aves frugívoras constatou-se que o número de
espécies passeriformes é 9,8% superior as não-passeriformes. Tal fato indica que frugívoros
de grande porte são escassos na área do parque representados apenas por espécies de médio
porte como Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) e Crypturellus tataupa (Temminck,
1815). Em relação aos onívoros, os não-passeriformes tiveram porcentagem mais
significativa.
Os resultados para a abundância seguem o mesmo padrão que os obtidos para a
riqueza com os insetívoros passeriformes sendo mais representativos. Os frugívoros foram
mais bem representados pelos passeriformes, principalmente, os de pequeno porte da família
Thraupidae, os frugívoros não-passeriformes foram representados pelos integrantes das
famílias Tinamidae e Columbidae. Espera-se que espécies de maior tamanho corporal, ou
mais dependentes de maiores áreas para obtenção de recursos sejam as mais afetadas
(WILLIS, 1979). Em comunidades onde grandes aves dispersoras foram extintas ou são raras,
como a desse estudo, o recrutamento de plantas com frutos grandes pode ser afetado
negativamente (SILVA; TABARELLI, 2000). Os onívoros mais representativos foram os
não-passeriformes como Ortalis guttata (Spix, 1825) espécie que não é indicadora de área
preservada, e os representantes da família Trogonidae, Trogon rufus (Gmelin, 1788) e Trogon
surrucura (Vieillot, 1817) que são aves que tem preferência pelo interior da mata. As demais
categorias tróficas, como a dos carnívoros obtiveram um baixo valor percentual, pois estas
aves têm preferência por áreas abertas. Os nectarívoros obtiveram a mesma porcentagem nos
estudos de riqueza e abundância 5,9% do total. Os detritívoros registrados eram observados
pousados em árvores ou sobrevoantes sobre a área.
31

4.7 Estrato de preferência ocupado pelas aves observadas

As informações referentes à estratificação ficaram restritas a observações visuais


diretas, aves registradas apenas por vocalizações, e espécies que utilizaram apenas o ambiente
aquático não foram agrupadas por estrato. Este procedimento é utilizado com a intenção de
saber como esta disposta à categoria trófica em relação à estratificação. A tabela 5 mostra os
resultados.

Tabela 5: Categorias tróficas e estratos de preferência utilizados pelas aves no P.E.E.P.G. entre outubro de 2007
a setembro de 2008.
Frugívoro Carnívoro Onívoro Insetívoro Nectarívoro Detritívoro
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Superior 40,0 57,1 66,7 30,9 12,5 100
Intermediário 32,0 - 14,3 45,6 87,5 -
Solo 28,0 42,9 19,0 11,8 - -
Vertical - - - 11,8 - -
Nº de
25 7 21 68 8 2
espécies

As aves onívoras foram mais representativas no estrato superior com porcentagem


de 66,7% do total, fato este que, segundo Donatelli et al. (2004) sugere que a borda esta
adentrando na área de mata, como ocorre em áreas degradadas sujeitas a intervenção humana
(desmatamento periférico). Alterações ambientais podem levar a uma tendência de aumento
de aves onívoras e possivelmente de insetívoras menos especializadas e decréscimo de
frugívoras e insetívoras mais especializadas (WILLIS, 1979). Algumas espécies caracterizam
esta afirmação como Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822), Elaenia parvirostris (Pelzeln,
1868) e Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766).
As aves insetívoras que preferem estrato intermediário representam 45,6% e como
citam BIERREGAARD; STOUFFER (1997), as aves de estrato intermediário são aquelas que
permanecem nos fragmentos e por esta razão são vulneráveis as alterações provindas do meio
externo. Os insetívoros especialistas de estrato vertical compreendem as famílias Picidae e
Dendrocolaptidae e representaram 11,8 % do total de espécies insetívoras. A preservação é
essencial para a existência das aves insetívoras de estrato vertical, já o reflorestamento com
eucaliptos e pinus não favorece a existência de pica-paus e arapaçus, o mesmo acontecendo
com as capoeiras nativas, nas quais faltam árvores maiores para a instalação de seus ninhos
(SICK, 1997).
Os Dendrocolaptidae estão entre os passeriformes mais abundantes em matas
neotropicais, sobretudo em florestas primarias; entretanto em matas secundárias
32

empobrecidas, com reduzido número de espécies vegetais e de árvores maiores e velhas seu
número reduz-se significativamente (SICK, 1997).
Com relação às nectarívoras 87,5% das espécies utilizavam o estrato
intermediário, e que segundo BIERREGAARD; STOUFFER (1997), integrantes da família
Trochilidae podem sofrer influência do tamanho da área, necessitando de áreas maiores para
dispersão.
No caso das espécies frugívoras obtiveram maior representatividade no estrato
superior. Ressaltando a presença de Carpornis cucullata (Swainson, 1821), sendo observado
apenas um casal em toda área de estudo. Trata-se de uma espécie endêmica da Mata Atlântica
(BENCKE et al, 2006), indicando a existência de áreas relativamente preservadas, uma vez
que seus hábitos mais seletivos demandam ambientes florestais mais diversificados e pouco
alterados (SANTOS; CADEMARTORI, 2007).

5 CONCLUSÕES

O registro de 135 espécies de aves, incluindo 42 endêmicas do bioma Mata


Atlântica, a presença de seis espécies ameaçadas de extinção e 13 espécies que realizam
movimentos migratórios justifica a importância do Parque Ecológico e Ecotustístico de Pedras
Grandes, como instrumento de conservação da diversidade de aves brasileiras e,
especificamente espécies regionais e/ou ameaçadas, servindo de abrigo àquelas oriundas de
outras localidades em sua área de influência, sendo fundamental o esforço na manutenção da
maior área possível de cobertura vegetal nestas áreas remanescentes.
A diversidade da avifauna e o número de categorias tróficas parecem estar
diretamente ligados ao estádio sucessional da vegetação, ao tamanho do fragmento e seu grau
de isolamento, sendo que a fragmentação do ambiente estudado parece que afetar
principalmente as espécies que necessitam de grandes áreas, raras e de baixa densidade
populacional.
Porém a presença de espécies que ocupam o interior de mata, espécies de alto
valor cinegético, espécies altamente sensíveis a distúrbios antrópicos e espécies das famílias
Dendrocolaptidae, Furnariidae, Formicariidae, Rinocriptidae, são evidências do bom estágio
de conservação da área florestada, mas também, refletem a influência da conexão com outros
fragmentos nas proximidades.
Os dados referentes aos tamanhos populacionais de muitas aves aqui apresentados
são um importante ponto de partida para um monitoramento em longo prazo das aves do
33

Parque. Um monitoramento contínuo da avifauna na área de estudo seria extremamente


importante para melhor compreender os padrões de distribuição das espécies e sua relação
com os corredores de vegetação que ligam o parque a outros fragmentos. Em curto prazo, a
intensa fiscalização dos ecossistemas, a manutenção dos corredores já existentes e criação de
novos deverão ser suficientes para impedir a modificação da estrutura e diversidade da
avifauna desse local.
34

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37

7 APÊNDICE

7.1 Espécies fotografadas no Parque Ecológico e Ecoturístico de Pedras Grandes, Santa


Catarina, Brasil.

Fig. 8: Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.


38

Fig. 9: Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 10: Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.
39

Fig. 11: Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 12: Cathartes aura (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
40

Fig. 13: Coragyps atratus (Bechstein, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 14: Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
41

Fig.15: Milvago chimachima (Vieillot, 1816), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 16: Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
42

Fig. 17: Vanellus chilensis (Molina, 1782), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 18: Jacana jacana (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
43

Fig. 19: Columbina talpacoti (Temminck, 1811), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique
Beckman.

Fig. 20: Phaethornis eurynome (Lesson, 1832), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
44

Fig. 21: Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 22: Trogon surrucura (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
45

Fig. 23: Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 24: Piculus aurulentus (Temminck, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
46

Fig. 25: Myiornis auricularis (Vieillot, 1818), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 26: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique
Beckman.
47

Fig. 27: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 28: Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
48

Fig. 29: Attila rufus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 30: Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
49

Fig. 31: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 32: Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
50

Fig. 33: Progne tapera (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.

Fig. 34: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.
51

Fig. 35: Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 36: Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
52

Fig. 37: Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

Fig. 38: Carduelis magellanica (Vieillot, 1805), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.

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