Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALEXANDRE BIANCO
Área de concentração:
Manejo e Gestão de Recursos Naturais
Orientador:
Prof. MSc.Claudio Ricken
RESUMO
AGRADECIMENTOS
Sou Grato:
Primeiramente ao prof. M.Sc. Cláudio Ricken quem me deu a oportunidade e incentivo para
iniciar meus estudos no mundo da Ornitologia.
Aos colegas da biologia e parceiros de acampamento, Georg, Gustavo, Marcelo, Fábio, Luiz
Fernando e Ismael.
Aos amigos de longa data “Saudoso” Siloca, “zé” Alano, “Vorna” Alex e “Qjoso” Guilherme
que sempre deram apoio ao modo de vida que eu sigo!
A Gio pela paciência, compreensão e amor nesta busca pelos meus objetivos!
E principalmente aos meus pais, irmãos e familiares que são a base desta caminhada, sempre
estando presentes na minha evolução como ser.
6
LISTA DE FIGURAS
Fig. 23: Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............... 45
Fig. 24: Piculus aurulentus (Temminck, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC................... 45
Fig. 25: Myiornis auricularis (Vieillot, 1818), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................... 46
Fig. 26: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto:
Georg Henrique Beckman. ....................................................................................................... 46
Fig. 27: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................ 47
Fig. 28: Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. .................... 47
Fig. 29: Attila rufus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.................................... 48
Fig. 30: Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ... 48
Fig. 31: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................. 49
Fig. 32: Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ....... 49
Fig. 33: Progne tapera (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg
Henrique Beckman. .................................................................................................................. 50
Fig. 34: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg
Henrique Beckman. .................................................................................................................. 50
Fig. 35: Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ..................... 51
Fig. 36: Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............. 51
Fig. 37: Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ............ 52
Fig. 38: Carduelis magellanica (Vieillot, 1805), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. ................ 52
8
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9
2 OBJETIVO ............................................................................................................................ 10
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 10
3.1 Área de Estudo ............................................................................................................... 10
3.2 Levantamento da Avifauna ............................................................................................. 12
3.2.1 Levantamento qualitativo ou exaustivo ....................................................................... 13
3.2.2 Levantamento quantitativo .......................................................................................... 13
3.3 Categorias tróficas .......................................................................................................... 14
3.4 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................................... 14
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 15
4.1 Levantamento exaustivo: ................................................................................................ 15
4.2 Levantamento quantitativo ............................................................................................. 25
4.3 Índice Pontual de Abundância ........................................................................................ 25
4.4 Diversidade ..................................................................................................................... 26
4.5 Teste t ............................................................................................................................. 27
4.6 Categorias tróficas .......................................................................................................... 29
4.7 Estrato de preferência ocupado pelas aves observadas .................................................. 31
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 32
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 34
7 APÊNDICE ........................................................................................................................... 37
7.1 Espécies fotografadas no Parque Ecológico e Ecoturístico de Pedras Grandes, Santa
Catarina, Brasil. .................................................................................................................... 37
9
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo informar sobre a composição, riqueza, abundância,
eqüitabilidade, categorias tróficas e o estrato vegetal utilizado pela avifauna no Parque
Ecoturístico e Ecológico de Pedras Grandes, Santa Catarina a partir do levantamento
qualitativo e quantitativo.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Fig. 2: A área do parque foi dividida em seis sub-áreas; sub-área A - floresta secundaria (área de baixada), sub-
área B - floresta secundaria, sub-área C - borda, sub-área D - ambiente aquático, sub-área E - campo e sub-área F
- eucaliptos que se encontrava conectado ao parque.
aves foram fotografadas com maquina OLYMPUS FE-150. Quando uma espécie foi
observada apenas na amostragem quantitativa esta foi adicionada a lista qualitativa.
A ordem sistemática e a nomenclatura das espécies de aves utilizadas seguem
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos CBRO (2007).
12 pontos, com duração de 30 minutos cada, no período matutino (inicio 10 minutos antes do
nascer do sol independente da estação do ano) sendo seis horas por saída, totalizando 72 horas
de esforço amostral. Todos os pontos estavam eqüidistantes 200m entre si e foram sorteados
antes de cada amostragem (VIELLIARD; SILVA 1990).
Os dados das planilhas foram transcritos para o software Past (HAMMER, O.;
HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. 2001) programado para expressar riqueza, abundância, os
índices pontuais de abundância, diversidade e a significância estatística dos resultados de
diversidade por meio do teste t de student.
1990). Esse índice pode indicar o status (ocasional, residente ou migrante) da espécie de
acordo com o valor obtido.
A abundância específica foi calculada através do índice pontual de abundância
(IPA) que indica a abundância de cada espécie em função do seu coeficiente de
conspicuidade, por meio do número de contatos visuais e ou auditivos e o número total de
amostras Blondel; Ferry; Frochot; (1970). A abundância de cada espécie foi calculada através
do Índice Pontual de Abundância (IPA) que é igual ao número de contatos obtidos dividido
pelo número de pontos de contagem (ALEIXO; VIELLIARD, 1995). Seguindo a orientação
dos autores citados ao lado os IPA foram convertidos para uma escala de freqüência relativa,
considerando as seguintes classes: espécie rara (IPA até 0,1); espécie escassa (IPA entre 0,11
e 0,2); espécie incomum (IPA entre 0,21 e 0,3); espécie comum (IPA entre 0,31 e 0,5);
espécie muito comum (IPA maior que 0,5).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
estado (ZIMMERMANN et al., 2003), e Xenops rutilans (Temminck, 1821) com sete
registros para o estado PIACENTINI et al. (2006).
Segundo a lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2007) não foram
observadas espécies migratórias. Porém outros autores como Belton (1994), Develey; Endrigo
(2004) e Frisch; Frisch (2005) citam algumas espécies que são migratórias regionalmente ou
residentes de verão. E corroborando com os autores podemos observar 13 espécies, Elanoides
forficatus (Linnaeus, 1758), Empidonomus varius (Vieillot, 1818), Lathrotriccus euleri
(Cabanis, 1868), Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776), Myiodynastes maculatus
(Statius Muller, 1776), Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) Vireo olivaceus
(Linnaeus, 1766), Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), Progne tapera (Vieillot, 1817) e
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817).
Frisch; Frisch (2005) ainda mencionam a migração de outras espécies como,
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818), Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) e Volatinia
jacarina (Linnaeus, 1766). Segundo estes autores S. icterophrys chega ao sul do Brasil em
outubro e desaparece em março quando migra para Venezuela, mas esta espécie foi observada
também nos meses de abril e maio na área de estudo e no mês de julho na cidade de
Urussanga, SC.
Frisch; Frisch (2005) citam, ainda, que a migração de S. caerulescens é mais
acentuada em anos que o inverno na região sul do Brasil é mais intenso. Isto pode estar
relacionado com a escassez de sementes de plantas da família Poaceae, que são à base da dieta
destas aves. V. jacarina obteve maior freqüência de ocorrência que S. caerulescens talvez por
procurar sementes, também, no solo, fato menos observado em S. caerulescens.
Odontophorus capueira (Spix, 1825) conhecido popularmente como uru foi
visualizado na área do Parque nos anos de 2005 e 2006, (obs. pessoal), porém não foi
registrado durante os 12 meses desta pesquisa.
Não foram feitas saídas noturnas, fato que pode explicar não terem sido
observadas aves carnívoras noturnas, representadas pelas corujas das famílias Tytonidae e
Strigidae. Frugívoros da família Psittacidae não foram registrados no P.E.E.P.G. Também não
foram observadas espécies de aves exóticas na área de estudo.
Algumas espécies foram observadas apenas fora da área de estudo e por isso não
constam na lista de espécies: Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758), Brotogeris tirica (Gmelin,
1788), Athene cunicularia (Molina, 1782), Agelaioides badius (Vieillot, 1819). Estas espécies
são características de áreas antropizadas e, possivelmente, podem estar utilizando a pequena
área sem vegetação no parque.
17
18
Tabela 1. Famílias e espécies de aves registradas no P.E.E.P.G. segundo a lista do (CBRO, 2007). Freqüência de
ocorrência; status (R) residente, (MR) migratório regionalmente; (I.P.A) índice pontual de abundância; (C.T.)
categorias tróficas; (E.V) estrato de preferência das aves segundo Motta (1990). (E.M.A) endêmico da mata
atlântica; (*) espécies quase-ameaçadas de extinção.
Táxons F.O. (%) status I.P.A C.T. E.V. E.M.A
TINAMIDAE Gray, 1840
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) 91.67 R 0,24 frugívoro solo
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) 50 R 0,06 frugívoro solo
ANATIDAE Leach, 1820
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) 75 R 0,33 carnívoro
CRACIDAE Rafinesque, 1815
Ortalis guttata (Spix, 1825) 66.67 R 0,14 onívoro superior X
PODICIPEDIDAE Bonaparte, 1831
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) 8.33 R 0,01 carnívoro
ARDEIDAE Leach, 1820
Butorides striata (Linnaeus, 1758) 8.33 R 0,01 carnívoro solo
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) 33.33 R 0,04 insetívoro solo
THRESKIORNITHIDAE Poche, 1904
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) 16.67 R 0,07 onívoro solo
CATHARTIDAE Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) 50 R 0,11 detritívoro superior
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) 83.33 R 0,31 detritívoro superior
ACCIPITRIDAE Vigors, 1824
Buteo brachyurus (Vieillot, 1816) 8.33 R 0,01 carnívoro superior
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) 16.67 MR 0,04 insetívoro superior
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) 91.67 R 0,14 carnívoro superior
FALCONIDAE Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) 8.33 R 0,01 carnívoro solo
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) 25 R 0,04 carnívoro Superior
RALLIDAE Rafinesque, 1815
Aramides saracura (Spix, 1825) 75 R 0,33 onívoro Solo X
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) 91.67 R 0,18 onívoro
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) 25 R onívoro Solo
CHARADRIIDAE Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782) 58.33 R 0,24 onívoro Solo
JACANIDAE Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,39 carnívoro Solo
COLUMBIDAE Leach, 1820
Columbina picui (Temminck, 1813) 8.33 R 0,01 frugívoro Solo
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) 75 R 0,14 frugívoro Solo
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) 25 R 0,07 frugívoro Solo
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) 100 R 0,35 frugívoro Solo
CUCULIDAE Leach, 1820
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) 33.33 R 0,15 insetívoro intermediário
Guira guira (Gmelin, 1788) 33.33 R 0,13 insetívoro intermediário
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) 91.67 R 0,18 onívoro Superior
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) 33.33 R 0,04 insetívoro intermediário
APODIDAE Olphe-Galliard, 1887
Chaetura meridionalis (Hellmayr, 1907) 50 R 0,33 insetívoro Superior
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) 8.33 R 0,06 insetívoro Superior
TROCHILIDAE Vigors, 1825
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) 25 R 0,04 nectarívoro intermediário
19
(1977), espécies ocasionais são difíceis de interpretar, podendo ser raras por estarem em seu
limite de tolerância fisiológica, devido a algum fator ambiental ou físico, e ou porque o
recurso da qual dependem é raro na região. Donatelli et al, (2007) citam que vários fatores
podem ser a causa dessa baixa freqüência: espécies pouco conspícuas (de difícil observação),
que possuem vocalização discreta ou que pouco vocalizam; espécies de ocorrência ocasional,
que não são típicas do ambiente em estudo; espécies migratórias, e ou porque os
remanescentes florestais não tem condições de manter a população por escassez de recursos
alimentares.
Não ouve grande variação no número de espécies registradas mensalmente (Fig.
3). Ocorreu uma queda do número de espécies em novembro, provavelmente, a chuva que
ocorreu no dia da saída a campo influenciou de forma negativa na amostragem, sendo que
muitas espécies diminuem a intensidade de vocalizações e a movimentação pelos habitats.
Segundo Donatelli et al., (2004) setembro é o mês em que se inicia a atividade
reprodutiva da maioria das aves no hemisfério sul. E pode ser notado um acréscimo no
número de espécies a partir do mês de agosto com posterior declínio a partir do mês de março
quando muitas espécies reduzem a intensidade de vocalizações, iniciam a muda de penas e as
espécies migratórias deixam o sul do país.
Fig. 3: Números cumulativos e absolutos de espécies observadas mensalmente no P.E.E.P.G., entre outubro de
2007 a setembro de 2008. Sp/C – número de espécies cumulativo; Sp/P.S – número absolutos de espécies por
saída.
Fig. 4: Curva cumulativa de espécies de todo o P.E.E.P.G Construída através do método de rarefação. D/P
Desvio Padrão e R/E riqueza estimada.
24
Fig. 5: Curva cumulativa das espécies divididas em pontos de amostragem no P.E.E.P.G através do método de
rarefação. Sub-área A - floresta secundaria (área de baixada), Sub-área B - floresta secundaria, Sub-área C -
borda, Sub-área D - ambiente aquático, Sub-área E - campo e Sub-área F - eucaliptos que se encontrava
conectado ao parque. D/P Desvio Padrão e R/E riqueza estimada.
25
Fig. 6: Abundância das espécies de aves no P.E.E.P.G. por meio do índice pontual de abundância (IPA), em
classes de freqüência relativa, entre outubro de 2007 a setembro de 2008.
Em termos ecológicos pode-se dizer que poucas espécies são abundantes na área
de estudo e a grande maioria apresenta pequena abundância. Pode ainda ser observado um
padrão semelhante ao da floresta tropical onde se tem um elevado número de espécies e um
pequeno número de indivíduos (DONATELLI et al, 2004). Com exceção de algumas espécies
que foram mais abundantes, como: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), Chiroxiphia
caudata (Shaw & Nodder, 1793), Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817), Dacnis cayana
(Linnaeus, 1766), Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1776), Sicalis flaveola (Linnaeus,
1766) e Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830).
Observou-se que no Parque Ecoturístico e Ecológico de Pedras Grandes que
88,15% do total de espécies registradas na amostragem qualitativa foram detectadas na
amostragem quantitativa. Este alto grau de similaridade dos métodos de amostragem pode
estar relacionado à pequena área do Parque, cerca de sete hectares.
4.4 Diversidade
O gráfico da variação mensal do índice de diversidade na comunidade de aves
evidencia um alto índice de diversidade, superior a 3,9 nos meses de outubro, novembro e
fevereiro, com pequena queda nos meses de dezembro, janeiro (Fig.7). Uma possível
explicação seria a diminuição nas atividades das aves que estão em alguma fase reprodutiva
(postura, incubação, cuidados com a prole, dentre outros) em que normalmente um membro
do casal se desloca com mais freqüência que o outro (DONATELLI et al, 2004). A queda a
partir do mês de março poderia ser explicada pelo fim do período reprodutivo das aves,
27
Fig. 7: Variação mensal do índice de diversidade (H’) e eqüitabilidade na comunidade de aves no P.E.E.P.G.
entre os meses de outubro de 2007 e setembro de 2008.
4.5 Teste t
A tabela 3 lista os testes t realizados para as diversidades totais (H’) nas diferentes
sub-áreas de amostragem. As sub-áreas A, B e C não demonstraram diferença estatística
significativa, resultados que pode ser explicado pelo fato das sub-áreas A e B serem
relacionados com a área de floresta secundária e a bub-área C com a borda da mata. As sub-
áreas A, B e C foram considerados estatisticamente diferentes das sub-áreas D (ambiente
aquático), E (campo) e F (eucaliptos). As sub-áreas E e F foram consideradas
significativamente semelhantes. Ainda é importante lembrar que no mês de maio de 2008 foi
realizado o corte da área com eucalipto, influenciando ainda mais na significância entre as
áreas. A sub-área D referente ao ambiente aquático não possui significância estatística com
nenhum dos demais pontos. Fato que já era esperado, visto que a maioria das espécies que
ocupam este ambiente são dependentes de áreas alagadas.
28
Tabela 3: Diferenças estatísticas dos índices de diversidade de aves utilizando o Teste t entre as seis sub-áreas
amostradas no método quantitativo. Os campos grafados em cinza representam os valores que foram
considerados significativamente diferentes para um grau de confiança de 95% (p < 0,025).
SUB-ÁREA B SUB-ÁREA C SUB-ÁREA D SUB-ÁREA E SUB-ÁREA F
T p T p t P T p T P
S= 66
SUB-
H'=3,7488 -0,76844 0,4425 10,139 1,6384 x 10-20 7,5286 1,9243x10-13 4,7079 4,0978x10-6
ÁREA A 0,82951 0,40711
VAR=0,0020243
S= 65
SUB-
H'=3,6945 -1,5612 0,11897 9,418 2,3383E-18 6,5643 1,1489x10-10 3,954 9,8276x10-5
ÁREA B
VAR=0,0022634
S= 68
SUB-
H'=3,7987 10,576 5,3984x10-22 8,115 2,9464x10-15 5,2638 2,9225x10-7
ÁREA C
VAR=0,002193
S= 29
SUB-
H’= 2,8144 -4,4223 1,4019x10-5 -5,3706 1,6523x10-7
ÁREA D
VAR=0,0064696
S= 42
SUB-
H’=3,2359 -1,6421 0,10167
ÁREA E
VAR=0,0026169
S= 43
SUB-
H’=3,373
ÁREA F
VAR=0,0043488
29
Tabela 4: Categorias tróficas na comunidade de aves em termos de riqueza e abundância no P.E.E.P.G. entre os
meses de outubro de 2007 e setembro de2008. (NP) não-passeriformes, (P) passeriformes, e (T) totais.
NP 13 9 6 10 7 2 47
% de NP 27.7 19.1 12.8 21.3 14.9 4.3 100
P 55 0 19 12 1 0 87
Riqueza
% de P 63.2 0 21.8 13.8 1.2 0 100
T 68 9 25 22 8 2 135
%T 50,4 7.4 18.5 16.3 5.9 1,5 100
NP 12 8 6 10 6 2 44
% de NP 27.3 18.2 13.6 22.7 13.6 4.5 100
P 47 0 18 9 1 0 75
Abundância
% de P 62.3 0 23.4 13 1.3 0 100
T 59 8 24 19 7 2 119
%T 49.6 6.7 20.2 16 5.9 1.7 100
espécies de aves insetívoras são passeriformes 62,3%, sendo a família Tyrannidae a mais
representativa nesta categoria. Em relação às aves frugívoras constatou-se que o número de
espécies passeriformes é 9,8% superior as não-passeriformes. Tal fato indica que frugívoros
de grande porte são escassos na área do parque representados apenas por espécies de médio
porte como Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) e Crypturellus tataupa (Temminck,
1815). Em relação aos onívoros, os não-passeriformes tiveram porcentagem mais
significativa.
Os resultados para a abundância seguem o mesmo padrão que os obtidos para a
riqueza com os insetívoros passeriformes sendo mais representativos. Os frugívoros foram
mais bem representados pelos passeriformes, principalmente, os de pequeno porte da família
Thraupidae, os frugívoros não-passeriformes foram representados pelos integrantes das
famílias Tinamidae e Columbidae. Espera-se que espécies de maior tamanho corporal, ou
mais dependentes de maiores áreas para obtenção de recursos sejam as mais afetadas
(WILLIS, 1979). Em comunidades onde grandes aves dispersoras foram extintas ou são raras,
como a desse estudo, o recrutamento de plantas com frutos grandes pode ser afetado
negativamente (SILVA; TABARELLI, 2000). Os onívoros mais representativos foram os
não-passeriformes como Ortalis guttata (Spix, 1825) espécie que não é indicadora de área
preservada, e os representantes da família Trogonidae, Trogon rufus (Gmelin, 1788) e Trogon
surrucura (Vieillot, 1817) que são aves que tem preferência pelo interior da mata. As demais
categorias tróficas, como a dos carnívoros obtiveram um baixo valor percentual, pois estas
aves têm preferência por áreas abertas. Os nectarívoros obtiveram a mesma porcentagem nos
estudos de riqueza e abundância 5,9% do total. Os detritívoros registrados eram observados
pousados em árvores ou sobrevoantes sobre a área.
31
Tabela 5: Categorias tróficas e estratos de preferência utilizados pelas aves no P.E.E.P.G. entre outubro de 2007
a setembro de 2008.
Frugívoro Carnívoro Onívoro Insetívoro Nectarívoro Detritívoro
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Superior 40,0 57,1 66,7 30,9 12,5 100
Intermediário 32,0 - 14,3 45,6 87,5 -
Solo 28,0 42,9 19,0 11,8 - -
Vertical - - - 11,8 - -
Nº de
25 7 21 68 8 2
espécies
empobrecidas, com reduzido número de espécies vegetais e de árvores maiores e velhas seu
número reduz-se significativamente (SICK, 1997).
Com relação às nectarívoras 87,5% das espécies utilizavam o estrato
intermediário, e que segundo BIERREGAARD; STOUFFER (1997), integrantes da família
Trochilidae podem sofrer influência do tamanho da área, necessitando de áreas maiores para
dispersão.
No caso das espécies frugívoras obtiveram maior representatividade no estrato
superior. Ressaltando a presença de Carpornis cucullata (Swainson, 1821), sendo observado
apenas um casal em toda área de estudo. Trata-se de uma espécie endêmica da Mata Atlântica
(BENCKE et al, 2006), indicando a existência de áreas relativamente preservadas, uma vez
que seus hábitos mais seletivos demandam ambientes florestais mais diversificados e pouco
alterados (SANTOS; CADEMARTORI, 2007).
5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS
BELTON. W. Aves do Rio Grande do Sul: Distribuição e biologia. São leopoldo: Unisinos,
1994.
BIERREGAARD JR, R.O.; STOUFFER, P.C. Understory birds and dynamics habitat mosaics
in Amazonian rainforest. In: LAURANCE , W. F.; BIERREGAARD JR. R. O. (Eds.).
Tropical Forest Remnants: Ecology, Management and Conservation of Fragmented
Communities. Chicago: University of Chicago, p. 138-155, 1997.
BLONDEL, J.; FERRY, C.; FROCHOT, B. La method des indices ponctuels d’abondance
(IPA) ou des relevés d’avifaune par stations d’écoute. Alauda, Paris, v. 38, p. 55-71, 1970.
BROOKS, T.; BALMFORD, A. Atlantic forest extinctions. Nature, v. 380, p. 115, 1996.
CBRO Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Listas das aves do Brasil. 2007.
Disponível em <http:// www.cbro.org.br>. Acesso em: 12 ago. 2008.
DEVELEY, P. F.; ENDRIGO. E. Guia de Campo Aves da Grande São Paulo. São Paulo:
Aves e Fotos Editora, 2004.
GOERCK, J.M. Patterns of rarity in the birds of the Atlantic forest of Brazil. Conservation.
Biology.Cambridge, v. 11, p. 112-118, 1997.
KARR, J.R. The impact of nearstream vegetation and stream morphology on walter
quality andstream biota. Springfild: U.S. Office of Research and Development, 1977.
KREBS, C.J. Ecological methodoly. Los Angeles: Benjamins Cammings, 2.ed., 1999.
MOTTA Jr., J.C. Estrutura trófica e composição das avifaunas de três habitats terrestres na
região central do estado de São Paulo. Ararajuba, Rio de Janeiro, v. 1, p. 65-71, 1990.
NAKA, L. N.; MAZAR BARNETT, J.; KIRWAN, G. M.; TOBIAS, J. A.; BUZZETTI, D.
Records of birdspecies previously considered uncommon in Santa Catarina state, Brazil.
Cotinga, v. 16, p. 68–7, 2001.
ØYVIND, H.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P.D. PAST - PAlaeontological STatistics, ver. 1.8.
2008
SILVA, J. M. C. E.; TABARELLI, M. Tree species impoverishment and the future flora of
the Atlantic Forest of northeast Brazil. Nature, v. 404, p. 72-74. 2000)
STOTZ, D.F.; FITZPATRICK, J.W.; PARKER, T.A. III.; MOSKOVITS, D.K. Neotropical
birds: ecology and conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1996.
VIANA, V.M.; TABANEZ, A.J. Biology and conservation of forest fragments in the
Brazilian Atlantic moist forest. In: SCHELHAS, J.; GREENBERG, R. (Eds.). Forest patches
in tropical landscapes. Washington: Island Press, p. 151-167, 1996.
WILLIS, E.O.; ONIKI, Y. Levantamento preliminar em treze áreas do Estado de São Paulo.
Revista brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 41, n. 1, p. 121-135, 1981.
7 APÊNDICE
Fig. 10: Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.
39
Fig. 11: Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 12: Cathartes aura (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
40
Fig. 13: Coragyps atratus (Bechstein, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 14: Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
41
Fig. 16: Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
42
Fig. 17: Vanellus chilensis (Molina, 1782), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 18: Jacana jacana (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
43
Fig. 19: Columbina talpacoti (Temminck, 1811), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique
Beckman.
Fig. 20: Phaethornis eurynome (Lesson, 1832), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
44
Fig. 21: Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 22: Trogon surrucura (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
45
Fig. 23: Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 24: Piculus aurulentus (Temminck, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
46
Fig. 25: Myiornis auricularis (Vieillot, 1818), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 26: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique
Beckman.
47
Fig. 27: Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 28: Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
48
Fig. 29: Attila rufus (Vieillot, 1819), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 30: Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
49
Fig. 31: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 32: Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
50
Fig. 33: Progne tapera (Vieillot, 1817), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.
Fig. 34: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC. Foto: Georg Henrique Beckman.
51
Fig. 35: Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 36: Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
52
Fig. 37: Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.
Fig. 38: Carduelis magellanica (Vieillot, 1805), P.E.E.P.G., Pedras Grandes, SC.