Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
03 (2022) 1239-1259
Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage:https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe
Leonardo Vitor Alves da Silva¹; Isaac Feitosa Araújo¹; Roberta Maria Arrais Benício¹; Arthur da Silva
Nascimento¹; Helen Nogueira de Morais¹; Sarah Caroline de Oliveira Morais¹; Maria Amanda Nobre Lisboa¹;
Gabriel Venâncio Cruz¹; Juliano Ricardo Fabricante²; João Tavares Calixto-Júnior¹
1 – Departamento de Ciências Biológicas – Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato, Ceará, Brasil.
2 – Departamento de Biociências – Universidade Federal de Sergipe (UFS), Itabaiana, Sergipe, Brasil.
Artigo recebido em 17/01/2022 e aceito em 18/04/2022
RESUMO
Plantas exóticas ocorrem no Brasil desde o período setecentista provocando mudanças profundas em ecossistemas distintos e
ameaçando a manutenção da biodiversidade pelo domínio de grandes áreas. Este trabalho objetivou apontar ocorrência e usos
de espécies exóticas em comunidades rurais da Chapada do Araripe, sul do Ceará, enfocando o comparativo entre o
conhecimento popular e os resultados de pesquisa de campo e herbários virtuais. Foram realizadas 12 expedições às
comunidades rurais de Cruzeiro, Baixa do Maracujá, Santo Antônio (em Crato), Macaúba e Bela Vista (Barbalha), onde coleta
de material botânico e entrevistas por questionários semiestruturados foram realizadas. Na pesquisa em bases de dados e in
loco apontou-se 56 espécies distribuídas em 32 famílias, sendo Poaceae (nove ssp. - 5,04%) a mais representativa. O estudo
etnodirigido apontou ocorrência de 181 espécies e 155 gêneros distribuídos em 69 famílias, com prevalência de Araceae (10
spp. – 18,1%) e Lamiaceae (nove spp. – 16,29%). Aloe L. e Echeveria DC. foram os gêneros de maior destaque (quatro spp.) e
Persea americana Mill. (Lauraceae) e Musa sp. L. (Musaceae), as espécies de maior IVI: 0,32. Azadirachta indica A. Juss.
(Meliaceae) foi a arbórea prevalecente em todos os meios de investigação, apontando a necessidade de controle. Com isto,
contribui-se para que ações e estratégias de contenção e erradicação de espécies prejudiciais neste ambiente sejam elaboradas,
auxiliando tomadas de decisões. Este é o primeiro trabalho a apresentar listagem de plantas exóticas na Chapada do Araripe e
propõe medidas de manejo voltadas à mitigação de eventuais impactos causados por alguns representantes.
Palavras-chave: Invasão biológica; uso de plantas exóticas, bases de dados e etnobotânica.
1239
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
Introdução sobre a forma com que o homem está
através dos seus saberes populares,
As colonizações europeias, conforme costumes e usos da flora para atender às
Crosby (2011) proporcionaram mudanças suas necessidades, interagindo com o meio
culturais, religiosas e arquitetônicas nas ambiente ao seu redor (Barreau et al. 2016;
localidades onde se instalaram, assim como Albuquerque et al. 2019; Mamede e Pasa,
influenciaram mudanças profundas nos 2019). Pardo-de-Santayana et al. (2007) e
ecossistemas através da introdução de animais e Turreira-García et. al. (2015) argumentam
plantas exóticas. Tomchinsky e Ming (2019) que os padrões de utilização das plantas
analisando antigos manuscritos objetivando pelas comunidades são influenciados por
levantamento de plantas introduzidas no Brasil fatores culturais, históricos e
nos séculos XVI e XVII, identificaram que 37% socioeconômicos específicos. Salas et al.
das plantas citadas eram exóticas e que algumas (2016) e Pineda-Herrera et al. (2020)
delas, como a bananeira (Musa sp. L. - dissertam em seus trabalhos que a relação
Musaceae), devido a uma longa interação da população com a biodiversidade e seu
histórica, atingiu um patamar relevante nas uso cultural podem contribuir com a
comunidades brasileiras, referente ao seu uso. degradação ambiental, perda de espécies e
Conforme Espínola e Júlio Júnior (2007), diminuição da qualidade da vida rural,
espécies exóticas capazes de se dispersar pelo preocupando assim, não só a Academia,
meio, causando diferentes efeitos sobre o mas as populações locais que fazem uso dos
ambiente são chamadas de exóticas invasoras e o recursos presentes no ecossistema. Neste
processo é conhecido por invasão biológica. As contexto, estudos etnodirigidos fornecem
invasões biológicas são consideradas a segunda subsídios para a elaboração de estratégias
maior causa em perda de biodiversidade do alternativas socioecológicas para o uso,
planeta, igualando-se aos efeitos das mudanças gestão, conservação e o manejo dos
climáticas e perdendo apenas para a exploração recursos naturais (Salas et al. 2016; Prado,
direta de habitats (Fabricante et al., 2017). et al. 2019).
Ademais, espécies exóticas invasoras, Trabalhos com enfoques
além de afetar a biodiversidade, podem também etnobotânicos geralmente abordam o tema
influenciar a economia, a cultura e a saúde de forma generalizada, em que espécies
humana e animal (McNeely, 2001). No Brasil os exóticas e nativas são analisadas de forma
custos econômicos com espécies invasoras podem homogênea (Ponte e Dias, 2016).
chegar a R$ 349.3 bilhões por ano (Adelino et al., Estudos etnobotânicos direcionados
2021). à ocorrência e uso de flora exótica na
Pelas ameaças que a invasão biológica Chapada do Araripe são inexistentes. A
causa à biodiversidade e aos setores produtivos da Chapada do Araripe é um acidente
sociedade o tema foi discutido globalmente pela geográfico e sítio paleontológico de
primeira vez na ECO-Rio 92 (CBD, 1992, relevante valor ecológico localizado entre
ONUBR, 2020). Anos depois foram elevados os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí,
como Metas de Aichi, onde foi estabelecido o na região semiárida do Nordeste brasileiro
objetivo 9 que, até 2020, os países signatários do (bioma Caatinga), com intensa diversidade
Acordo devem estabelecer medidas para prevenir fossilífera, de fauna e vegetal em distintas
a introdução de exóticas invasoras e que as fitofisionomias. A heterogeneidade
espécies já introduzidas devem ser identificadas, fisionômica aponta a presença de savana
priorizadas, controladas ou erradicadas (CBD, (Cerrado sensu stricto e Cerradão), Floresta
2020, Fabricante et al., 2021). O item 15.8 dos Estacional Sempre-Verde (Mata úmida) e
objetivos do desenvolvimento sustentável Savana Estépica (Carrasco) (Loiola et al.,
estabelece que, até 2020, medidas devem ser 2015), abrigando em seus domínios uma
implementadas para se evitar a introdução e Floresta Nacional (FLONA Araripe-Apodi),
redução significativa do impacto de espécies uma Área de Proteção Ambiental (APA) e
exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e um Geoparque. Apesar do caráter incipiente
aquáticos, além do controle ou erradicação das das pesquisas na Caatinga, este é um dos
espécies prioritárias. biomas mais representativos do Brasil, pois
A etnobotânica tem importante papel abrange uma área de 912.529 km2, o que
socioambiental, pois possibilita a documentação corresponde a 10,7% do território nacional.
1240
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
Apesar da baixa precipitação, cerca de 28 milhões Foram realizadas 12 expedições às
de pessoas ocupam a Caatinga, tornando-a a áreas de cerradão, mata seca e mata úmida e
região semiárida mais populosa do planeta (Silva nas comunidades rurais de Cruzeiro (S
et al. 2017; Pinto et al., 2020). 7º17’54”/W 39º53’50”), Baixa do Maracujá
Este trabalho teve como proposta (S 7º18’50”/W 39º52’74”), Santo Antônio
investigar a ocorrência e o uso de espécies (S 7º19’48”/W 39º50’20”) (ambas no
exóticas em comunidades rurais da Chapada do município de Crato), Macaúba (S 7º
Araripe por meio de métodos distintos, enfocando 35’27”/W 39º40’34”) e Bela Vista (S 7º
a análise do conhecimento popular local e 37’54”/W 39º36’64”) (município de
comparando, para fins de ocorrência e Barbalha), localizadas na Chapada do
distribuição, estes resultados (pesquisa Araripe, Sul do estado do Ceará, Nordeste
etnodirigida) com as de campo/herbários virtuais. do Brasil (Figura 1). A altitude média das
Com isto, contribui-se para que ações e estratégias áreas de estudo é de 812m.
de controle e erradicação de espécies prejudiciais O clima da região conforme a
neste ambiente sejam elaboradas e documentadas, classificação de Köppen é do tipo As
auxiliando futuras tomadas de decisões. Este é o (Alvares et al., 2014), característico do
primeiro trabalho a apresentar listagem de plantas clima tropical chuvoso, marcado por duas
exóticas na Chapada do Araripe e propõe ações de estações bem definidas, uma chuvosa, que
manejo voltadas à erradicação ou mitigação de se estende de dezembro a abril e uma seca
eventuais impactos causados por alguns de maio a novembro, apesar da natureza
representantes. transitória do clima semiárido do nordeste
do Brasil (BSw). A precipitação média
mensal no período chuvoso é de 1.033 mm
Material e métodos
(INMET, 2021) e a média anual de
Área de estudo/Coleta de material botânico temperatura é de 24°C (FUNCEME, 2021).
Figura 1. Localização geográfica das áreas de estudo. Comunidades na Chapada do Araripe, Sul do
estado do Ceará, Nordeste do Brasil.
1241
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
1242
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
IR = NSC + NP diretórios de busca utilizados: Cajanus
cajan (L.) Huth., Plectranthus barbatus
Sendo o IR = Importância Relativa; NSC = Andr. e Megathyrsus maximus (Jacq.)
Número de Sistemas Corporais e NP = Número de B.K.Simon & S.W.L. Jacobs. (Tabela 01).
propriedades. Quanto à origem, 45% das espécies
são provenientes do continente americano,
Os dois fatores são calculados pela fórmula: 29% do asiático, 18% do africano, 3% do
NSC = NSCE / NSCEV e NP = NPE / NPEV, europeu e 2% do oceânico, sendo que 2
espécies não foram identificadas.
Onde: NSCE = Número de sistemas corporais
tratados por uma determinada espécie; NSCEV = Caracterização dos entrevistados
Número total de sistemas corporais tratados pela
espécie mais versátil; NPE = Número de Dos moradores entrevistados, 108
propriedades atribuídas para determinada espécie; foram mulheres e 42 homens. O grupo das
NPEV = Número total de propriedades atribuídas mulheres alcança as maiores porcentagens
à espécie mais versátil (Albuquerque, 2005). em todas as comunidades, correspondendo a
O estudo foi submetido ao Comitê de 79% nas comunidades BM e BV, 80% em
Ética da Plataforma Brasil sob o número CAEE CZ, 69% em MU e 75% em SA.
53117521.0.0000.5055. Em relação à idade, 44% estão
numa faixa etária de 50 a 80 anos, 36%
Suficiência amostral entre 30 e 50 anos e 20% entre 18 a 30
anos.
O número de casas visitadas equivale a Acerca do nível de escolaridade,
15% das existentes em cada comunidade, sendo 66% informaram ter apenas o fundamental
que a suficiência amostral, atingida quando um incompleto, 32% o nível médio, 9% o nível
acréscimo de 10% no tamanho da amostra médio incompleto, 8% o superior completo
corresponde a 10% ou menos no número de e 2% informaram ter nível superior
espécies encontradas, foi verificada por meio da incompleto, sendo que para todas as
curva do coletor. A suficiência amostral foi comunidades os níveis de escolaridade mais
avaliada pelo erro padrão e intervalo de confiança frequentes foram: fundamental incompleto e
com nível de significância de 5%. Foi realizado o médio completo.
cálculo do erro de amostragem, considerando um De acordo com o hábito das
limite de 10%, a 95% de probabilidade. plantas, ocorreu a predominância de
espécies herbáceas 46%, seguida por
Resultados arbustivas 24%, arbóreas 23%, subarbusto
3% e semi-herbácea 2%. Além disso, quatro
Ocorrência das espécies exóticas palmeiras foram citadas pelos entrevistados.
1243
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
Tabela 1 – Lista florística de espécies exóticas ocorrentes na Chapada do Araripe, Ceará, Nordeste do
Brasil.
Táxon Reflora SpecieLink Gbif Ocorrência Origem Local de
em Campo Ocorrência
AMARANTHACEAE
Dysphania ambrosioides (L.) - X - X América Estrada da Velha
Mosyakin & Clemants. Central Minguiriba, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
AMARYLLIDACEAE
Allium schoenoprasum L. - X - - Europa Barreiro Grande,
Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
ANACARDIACEAE
Mangifera indica L. - X - X Ásia Sítio Brea, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
ANNONACEAE
Annona muricata L. - X - - América Minguiriba, Crato
Central (7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Annona squamosa L. - X - - América Sítio Brea, Crato
Central (7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
APOCYNACEAE
Catharanthus roseus (L.) Don - X - - África Baixa do Maracujá,
Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
ARECACEAE
Cocos nucifera L. - - - X Ásia Baixa do Maracujá,
Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
ASPARAGACEAE
Agave angustifolia Haw. - - - X América Baixa do Maracujá,
Central Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
BIXACEAE
Bixa orellana L. X X - - América Encosta da Chapada
Tropical do Araripe, Crato
(7º38’75”
S 40º21’61.0” W)
BROMELIACEAE
Aechmea bromeliifolia - X X - América Trilha do Belmonte,
(Rudge) Baker. do Sul Crato
(7º24’69.4” S
39º47’13.8” W)
CACTACEAE
Opuntia ficus-indica (L.) Mill. - - - X América Sítio Bela Vista,
Central Barbalha
(7º31’11.1” S
39º30’41.9” W)
CARICACEAE
Carica papaya L. - X X X América Sítio Brea, Crato
Central (7º23’41.6” S
1244
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
39º40’94.0” W)
CUCURBITACEAE
Momordica charantia L. X X - X Ásia Ibama, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
CYPERACEAE
Cyperus rotundus L. - - - X Ásia Baixa do Maracujá,
Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
EUPHORBIACEAE
Jatropha gossypiifolia L. X X - X América Estrada do
Central Cajueiro, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Manihot esculenta Crantz. X X - - América Floresta do Araripe,
do Sul Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Ricinus communis L. - X - - Ásia Sítio Brea, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
FABACEAE
Cajanus cajan (L.) Huth. X X X X Ásia Baixa do Maracujá,
Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W
Delonix regia (Bojer ex - X - X África Sítio Cabeça e
Hook.) Raf. Lopes, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Leucaena leucocephala - - - X América Baixa do Maracujá,
(Lam.) de Wit. Central Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
Prosopis juliflora (Sw.) DC. X X - X América Baixa do Maracujá,
do Sul Crato
(7º18’96.3” S
39º53’23.6” W)
Senna siamea (Lam.) X X - X Ásia Vila Guilherme,
H.S.Irwin & Barneby. Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Tamarindus indica L. X X - X África Macaíbas, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Vachellia farnesiana (L.) X X - X América Belmonte, Crato
Wight do Norte (7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
GUADUINAE
Guadua paniculata Munro. X X - - - Geossítio
Batateiras, Crato
(7º23’42” S
39º40.94” W)
LAMIACEAE
Ocimum basilicum L. - X X - Ásia Arajara, Barbalha
(7º34’01” S
39º40.65” W)
1245
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
1246
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
39º30’41.9” W)
POACEAE
Andropogon sp L. X X - X - Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Aristida adscensionis L. - X - X África Granjeiro, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Cenchrus echinatus L. - - - X América Estrada Crato para
Central Santana do Cariri
(7º23’11” S
39º47’77” W)
Cymbopogon citratus (DC.) - X - - Ásia Sítio Gostoso, Nova
Stapf. Olinda
(7º09’16.7” S
39º68’05” W)
Cynodon dactylon (L.) Pers. - X - - África Granjeiro, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Dactyloctenium aegyptium - X - - África Granjeiro, Crato
(L.) Willd. (7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Megathyrsus maximus (Jacq.) X X X X África Estrada Crato para
Santana do Cariri
(7º23’11” S
39º47’77” W)
Melinis repens (Willd.) Zizka. X X - - África Antigo aeroporto,
Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
Zea mays L. - X - - América Sítio Brea, Crato
Central (7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
PHYTOLACCACEAE
Petiveria alliacea L. - X X - América Macaúba, Barbalha
do Sul (7º31’11.1” S
39º30’41.9” W)
RUBIACEAE
Morinda citrifolia L. - X - - Ásia Sítio Boa Vista,
Barbalha
(7º31’11.1” S
39º30’41.9” W)
RUTACEAE
Murraya paniculata (L.) Jack. - X - - Ásia Sítio Mata,
Porteiras
(7º87’50” S
39º31’06” W)
SALIACEAE
Angelica sylvestris L. - X - - Europa Granjeiro, Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
SMILACACEAE
Smilax campestris Griseb. - X X X América Floresta do Araripe,
do Sul Crato
(7º23’41.6” S
39º40’94.0” W)
SOLANACEAE
Nicotiana glauca Graham. - X - - América Pedra Cariri, Nova
1247
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
do Sul Olinda
(8º20’30.5” S
39º69’52” W)
URTICACEAE
Pilea microphylla (L.) Liebm. - - X - América Chapada do
do Sul Araripe, Crato
(7º25’42.8” S
39º50’12.9” W)
Acerca do significado do termo “Planta uso: afastar o mau olhado, atrair animais,
Exótica", 89% dos entrevistados informaram não produção de adubo orgânico e revenda.
ter conhecimento sobre o assunto, sendo que em Referindo-se à maneira pela qual os
BM, 77% dos entrevistados não souberam entrevistados adquiriram conhecimentos
responder e 23% declararam conhecer o assunto. sobre essas espécies, 71% revelaram obter
Em BV, 91% dos entrevistados não souberam de familiares, 41% da internet, 21% por
responder e apenas 9% declararam saber sobre o experiência pessoal e 3 % por outros tipos
assunto. Nas comunidades CZ e MU, 100% dos (cursos, trabalhos no IBAMA, palestras e na
entrevistados não souberam responder e em SA, escola) e 1% através de livros.
89% dos entrevistados não souberam responder. Ao serem questionados sobre a
Após a explicação sobre do que se trataria o observação de algum prejuízo trazido por
termo, ao serem questionados se fazem uso de estas plantas ao meio ambiente, 100% dos
plantas deste tipo, 94% dos entrevistados entrevistados responderam que não
relataram possuir espécies exóticas, tendo-se percebeu nenhum prejuízo.
repetido esta mesma resposta nas demais Os resultados da aplicação dos
comunidades com as seguintes frequências: 81% questionários semiestruturados apontaram a
em BM, 100% em BV, CZ e MU e 89% em SA. indicação de uso de 181 espécies de plantas
Quanto aos tipos de uso, nas cinco exóticas, distribuídas em 155 gêneros e 69
comunidades, 40% indicaram a utilização para famílias, sendo: Araceae com 10 espécies
fins medicinais, 25% para uso ornamental, 15% (18,1%), Lamiaceae com nove (16,29%) e
para usos alimentícios e 3% para outros tipos de Myrtaceae, Fabaceae e Crassulaceae com
1248
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M.,
A., N., Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
oito (14,48%), as de maior representatividade. Mill. (Lauraceae) e Musa sp. L. (Musaceae)
Dos gêneros indicados, Aloe L. e Echeveria DC. apresentaram maior relevância, com valor
representaram os de maior destaque, ambos com de 0,32 (Tabela 2). Encontrou-se apenas 28
quatro espécies informadas. Quanto aos Índices de espécies citadas nos sites de busca, porém
Valor de Importância (IVI), Persea americana não amostradas nas coletas em campo.
1249
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
COMBRETACEAE
Terminalia catappa L. X - X X - - - Arbóreo 0,02
COMMELINACEAE
Tradescantia pallida (Rose) - X - - X - - Herbácea 0,03
D.R.Hunt.
CONVOLVULACEAE
Ipomoea batatas (L.) Lam. - - X - - - - Herbácea 0,005
CRASSULACEAE
Bryophyllum pinnatum (Lam). Oken - X - - - - - Herbácea 0,01
Echeveria chihuahuensis DC. - X - - - - - Herbácea 0,01
Echeveria glauca DC. - X - - - - - Herbácea 0,01
Echeveria parva DC. - X - - - - - Herbácea 0,005
Echeveria Runyonii DC. - X - - - - - Herbácea 0,01
Kalanchoe daigremontiana Raym.- - - - X - - - Herbácea 0,005
Hamet & H. Perrier.
Kalanchoe delagoensis Eckl. & - X - - - - - Herbácea 0,01
Zeyh.
Sedum morganianum E.Walther. - X - - - - - Herbácea 0,02
CUCURBITACEAE
Cucumis melo L. - X - - - - - Herbácea 0,005
Cucurbita moschata Duchesne. - X X X X - - Herbácea 0,02
CUPRESSACEAE
Cupressus macrocarpa Hartw. - X - X - - - Arbóreo 0,08
EUPHORBIACEAE
Acalypha hispida Burm.f. - X - - - - - Arbustivo 0,001
Codiaeum variegatum (L.) Rumph. - - - - X - - Arbustivo 0,05
ex A.Juss.
Euphorbia milii Des Moul. - - X X X - - Arbustivo 0,03
Euphorbia pulcherrima Willd. ex - X - - - - - Arbustivo 0,01
Klotzsch.
Jatropha gossypiifolia L - X - - - X X Arbustivo 0,01
Manihot esculenta Crantz. X X X X - - X Arbustivo 0,04
Ricinus communis L. - - - - X - X Arbustivo 0,005
FABACEAE
Cajanus cajan (L.) Huth. - - X X - X X Arbustivo 0,11
Calliandra harrisii (Lindl.) Benth. - X - - - - - Arbustivo 0,01
Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. X X - X X X X Arbóreo 0,02
Leucaena leucocephala (Lam.) de X - - - - X - Arbóreo 0,005
Wit.
Phaseolus vulgaris L. X - X X X - - Herbácea 0,08
Poecilanthe parviflora Benth. - - - - X - - Arbóreo 0,005
Senna siamea (Lam.) H.S.Irwin & X - - - - X X Arbóreo 0,005
Barneby
Tamarindus indica L. X X X X X X Arbóreo 0,03
GERANIACEAE
Pelargonium peltatum (L.) L´Hér. - - - - X - - Herbácea 0,01
HELICONIACEAE
Heliconia rostrata Ruiz & Pav. - - - - X - - Arbustivo 0,01
HYDRANGEACEAE
Hydrangea macrophylla (Thunb.) X X X - X - - Arbustivo 0,07
Ser.
IRIDACEAE
Neomarica candida (Hassl.) Sprague. - X X - X - - Herbácea 0,08
LAMIACEAE
Clerodendrum thomsoniae Balf. - X - - - - - Semi- 0,01
herbácea/Tre
padeira
Melissa officinalis L. X X X X X - - Herbácea 0,27
Mentha spicata L. X X X X X - - Herbácea 0,25
Ocimum basilicum L. X X - X X - X Herbácea 0,07
Plectranthus amboinicus (Lour.) - X X X - - X Herbácea 0,19
Spreng.
Plectranthus barbatus Andr. X - - - - - X Herbácea 0,005
Plectranthus scutellarioides (L.) R. - - - X - - - Herbácea 0,005
Br.
1251
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N.,
Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
POACEAE
Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. X X X X X - X Herbácea 0,13
Cynodon dactylon (L.) Pers. - X - - - - X Herbácea 0,02
Guadua paniculata Munro. - - - - X - - Arbóreo 0,01
Phyllostachys sp. Siebold & Zucc. - X - - - - - Arbóreo 0,005
Saccharum officinarum L. X - X - X - - Herbácea 0,03
Zea mays L. X X X X X - X Herbácea 0,17
PHYTOLACCACEAE
Petiveria alliacea L. - X - - - - X Herbácea 0,005
POLEMONIACEAE
Polemonium caeruleum L. - - - - X - - Herbácea 0,01
PORTULACACEAE
Portulaca grandiflora Hook. X X - X X - - Herbácea 0,09
PTERIDACEAE
Adiantum capillus-veneris L. - X - - - - - Herbácea 0,005
ROSACEAE
Fragaria ×ananassa Duchesne ex X X - X X - - Herbácea 0,08
Rozier.
Prunus sp. L. - X X - - - Arbóreo 0,01
Rosa x grandiflora Hort. X X X - X - - Arbustivo 0,02
RUBIACEAE
Coffea arabica L. X X - - X - - Arbustivo 0,02
Morinda citrifolia L. X - - - - - X Arbóreo 0,005
RUTACEAE
Citrus limonum (L.) Osbeck. X X X X X - - Arbóreo 0,14
Citrus reticulata Blanco. X X X X X - - Arbóreo 0,15
Citrus X sinensis (L.) Osbeck X X X X X - - Arbóreo 0,25
Murraya paniculata (L.) Jack. - X - - - - X Arbóreo 0,005
Ruta graveolens L. X X X X X - - Sub-arbusto 0,10
SALIACEAE
Angelica sylvestris L. - - - - X - X Herbácea 0,01
SOLANACEAE
Capsicum annuum L. - - - - X - - Arbustivo 0,01
Solanum lycopersicum L. - X X - X - - Herbácea 0,04
Solanum tuberosum L. - X - - X - - Herbácea 0,03
URTICACEAE
Pilea microphylla (L.) Liebm. - X - X - - - Herbácea 0,04
VERBENACEAE
Duranta erecta L. - X - X X - - Arbustivo 0,07
VITACEAE
Vitis sp L. X - - - - - - Semi- 0,005
herbácea/Tre
padeira
ZINGIBERACEAE
Alpinia purpurata (Vieill.) K.Schum. X X - X - - - Herbácea 0,05
Alpinia zerumbet (Pers.) B.L.Burtt & - X - - - - - Herbácea 0,03
R.M.Sm.
Zingiber officinale Roscoe. - X - - X - - Herbácea 0,01
mulheres, em sua maioria são destinadas a
Discussão cuidar de suas casas, tendo maior contato
com quintais e jardins, adquirindo assim
Trabalhos realizados nos últimos vinte
um maior conhecimento sobre as plantas
anos (Pilla et al., 2006, Negrelle et al., 2007,
cultivadas.
Calábria et al., 2008, Albertasse et al., 2010,
O baixo nível de conhecimento
Liporacci e Simão, 2013) apontam mulheres
sobre o tema pode estar relacionado com a
como principais conhecedoras de usos de plantas
baixa escolaridade dos entrevistados, mas
em áreas urbanas e rurais de estados do nordeste
que, após rápida explanação sobre o tema,
(Bahia), sul (Santa Catarina) e sudeste do Brasil
apontam informações sobre ocorrência e
(São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo).
usos distintos. Neste estudo, difere de
Conforme Miranda et al. (2011), o conhecimento
resultados obtidos por
entre homens e mulheres pode diferir quando se
outros autores como Albertasse et
discute plantas cultivadas e nativas, já que
al. (2010) e Liporacci e Simão (2013) que
1253
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N.,
Cruz.; G., V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
estudaram usos de plantas por comunidades rurais - devido várias espécies de exóticas serem
no Espírito Santo e Minas Gerais, utilizadas em mais de uma categoria de
respectivamente. No entanto, neste trabalho, uso, sobretudo, de forma alimentícia, além
observou-se que o conhecimento acerca das da atribuição de maior diversidade da
plantas é transmitido, na grande maioria, por composição química das exóticas em
familiares, o que permite que este seja repassado relação às plantas nativas (Bennett e
independente do grau de escolaridade. Prance, 2000; Stepp et al., 2001;
A predominância na aquisição das Albuquerque, 2006; Medeiros et al., 2017);
espécies exóticas por presenteio é também (3) potencial ornamental/paisagístico –
observada em outros trabalhos (Silva et al, 2011, pelo interesse na diversidade de cores de
Battisti et al., 2013, Souza et al., 2021), assim folhas e flores, o culto ao não usual na
como as formas de propagação diversificadas, ornamentação dos jardins e à necessidade
ocorrendo principalmente por meio de mudas e quase que instantânea de sombreamento.
sementes (Staniski et al., 2014). Segundo Fabricante (2017) a
A maior ocorrência de espécies de ornamentação brasileira popular costuma
Poaceae observada na pesquisa em bases de ter como parâmetro para utilização de
dados e em campo (in loco) pode ser justificada plantas exóticas ou nativas nos projetos
pelo comportamento invasivo de vários paisagísticos apenas critérios estéticos
representantes da família em culturas agrícolas apresentados pelas espécies selecionadas,
distintas e por serem os principais componentes ademais, utilizar plantas exóticas para
para a formação de pasto. De acordo com arborização já é uma cultura estabelecida
Boldrini et al. (2005), o sucesso das gramíneas no Brasil.
está baseado na variabilidade e versatilidade de Alguns autores têm alertado sobre
suas formas biológicas, adaptadas às diferentes altos prejuízos gerados pela introdução de
pressões impostas pelo ambiente. espécies exóticas. Estima-se que o custo
Em face aos resultados etnobotânicos os econômico global provocado por invasões
dados deste trabalho diferem-se de outros estudos biológicas seja em torno de US$ 2,3
realizados no nordeste brasileiro (Pereira et al., trilhões de dólares em 2017. O mapa global
2016; Lima et al., 2021) que obtiveram plantas de gastos com espécies exóticas revela que
alimentícias ou ornamentais como principal estamos pagando mais pelo controle dos
forma de uso nas comunidades estudadas, no impactos das espécies exóticas gerados
entanto, dados similares aos aqui apresentados após a introdução do que em investimento
foram obtidos por Gonçalves e Lucas (2017) no na prevenção de invasões biológicas (Zenni
município de Abaetetuba-PA, em que as et al., 2021). O grupo taxonômico das
categorias de uso mais frequentes em quintais plantas teve valor de US$ 8,9 bilhões entre
domésticos foram: uso medicinal (57,5%) e 2009-2017, sendo o terceiro maior custo
condimentar (14,5%) e por Silva et al. (2017) no cumulativo quando comparadas aos
interior do estado do Piauí, semiárido brasileiro, vertebrados e invertebrados, mas isso
onde apontam as plantas exóticas para uso provavelmente se deu devido a uma
ornamental (40,96%), medicinal (37,77%) e para carência no banco de dados para este
uso alimentar (37,23%) como as formas de uso de grupo. É importante comparar os custos do
maior destaque na pesquisa. controle e dos danos causados por espécies
A alta quantidade de plantas de uso exóticas, pois permitem que governos,
alimentício neste trabalho pode estar atribuída profissionais e partes interessadas avaliem
também ao interesse na obtenção de alimentação as diferentes estratégias e ações de gestão
saudável e de baixo custo (Pereira et al., 2018). (Diagne et al., 2020).
O elevado número de plantas exóticas Entre as espécies registradas neste
observado nas comunidades estudadas pode ser estudo, quatro ganharam destaque pelo
atribuído à: (1) morfologia - plantas farmacopeias registro em todos os meios de investigação:
herbáceas são amplamente distribuídas, e dessa Mangifera indica L. (Anacardiaceae),
forma, pessoas de comunidades rurais têm Carica papaya L. (Caricaceae),
interesse em incorporá-las pela interligação da Azadirachta indica A. Juss. (Meliaceae) e
forma e porte da planta com a eficácia na cura de Musa sp. (Musaceae).
doenças, principalmente as que fazem parte da Mangifera indica possui a
atenção primária a saúde; (2) versatilidade de uso capacidade de alterar o pH da água ao
1254
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
invadir ambientes ciliares através do que fortemente atrai a atenção das
apodrecimento dos seus frutos e folhas (Xavier e pessoas), como a Tabebuia aurea e a
Moreno, 2008; Leão et al., 2011), além do garantia de investimento público em ações
impacto sobre a dispersão de espécies nativas de educação ambiental, se configuram
zoocóricas, uma vez que é muito utilizada como como medidas importantes voltadas à
fonte de alimento por animais, diminuindo o mitigação de eventuais impactos causados
consumo de frutos e, consequentemente, a por esta espécie na região.
dispersão de espécies nativas. O registro e a Outro efeito devastador desta
observação em abundância desta espécie nas espécie é a invasão da qual ela é
áreas estudadas são preocupantes já que a Área de amplamente apontada. Invasões de plantas
Proteção Ambiental (APA-Chapada do Araripe) é exóticas, como A. indica, estão ganhando
o centro de endemismo do Antilophia bokermanni visibilidade e vêm sendo discutidas em
Coelho e Silva, 1998 (Soldadinho-do-Araripe), decorrência dos seus efeitos globais. Este
espécie de ave endêmica da região e que necessita evento invasivo, classificado como um
de áreas ciliares preservadas para a reprodução “risco ecológico” evidencia a relação de
(MMA, 2011). Neste caso, aconselha-se a vários fatores como a pressão de
retirada de indivíduos desta espécie das áreas de propágulos de origem exótica, introduzidos
endemismo do pássaro, assim como o não plantio por agenciamento humano, a
nas imediações das encostas e margens de suscetibilidade variável dos sistemas
riachos. ecológicos receptores, os fatores
Carica papaya, que não está presente na socioeconômicos, o desenvolvimento de
lista de espécies exóticas invasoras organizada redes de circulação e as alterações no uso
por Leão at al. (2011) é apontada em outros do solo (Fernandes et al., 2013).
trabalhos como espécie de propriedades Conforme Alencar (2008), alguns
herbicidas significativas e altamente alelopática autores (Benz et al., 2000; Muller-
(Christobel et al., 2017; Anwar et al., 2019) e sua Schwarzer, 2006, Quinlan e Quinlan, 2007)
ocorrência em áreas de vegetação nativa pode têm atribuído a grande diversidade de
influenciar competição com espécies “mais plantas exóticas nos ambientes às trocas
vulneráveis”, causando risco à biodiversidade interculturais e ao processo aculturativo,
local. onde novos saberes são passados, gerando
Azadirachta indica, o nim-indiano, novos costumes e tradições e deixando de
espécie arbórea observada em todas as lado outros mais antigos, além do processo
comunidades assim como presente em todas as de globalização e modernização das
bases de dados pesquisadas neste trabalho é comunidades que têm afastado
classificado como espécie exótica invasora de principalmente os jovens dos saberes
alto risco (Leão et al., 2011). Algumas de suas tradicionais. Outros autores defendem que
características como a capacidade de produzir estes novos conhecimentos são agregados
substâncias com potentes efeitos alopáticos, aos mais antigos sem ameaçar
assim como impedir a ecdise de insetos e sua existência (Bennett e Prance, 2000).
influenciar a disposição de colônias de Mesmo sendo considerada a
polinizadores, fazem da espécie uma grave segunda maior causa de perda da
ameaça à biodiversidade local (Unal e Akkuzu, biodiversidade no mundo, os efeitos
2009; Leão et al., 2011; Alves e Freitas, 2012; negativos e a presença das plantas exóticas
Santos e Fabricante, 2020), sendo apontada como não são tão notados pelas populações
perigosa pelo registro de altos índices de (Baskin, 2002; Vázquez e Aragon, 2002;
susceptibilidade de invasão biológica para a GISP, 2005), como observado neste
região do Cariri cearense (Fabricante, 2020). trabalho, onde a maioria afirma, após
Medidas de controle para a não propagação desta receberem informações sobre a
espécie deve ser adotadas pelos entes públicos. A conceituação do termo “planta exótica”,
não distribuição de suas mudas, como já foi não afetarem o meio ambiente de nenhuma
observada, inclusive, por meio de órgãos oficiais forma.
para a zona urbana e rural; a substituição de Para compreender os impactos
indivíduos jovens (em forma de muda lenhosa) causados por espécies exóticas é
por espécies com potencial semelhante de extremamente necessário entender antes o
sombreamento e poder repelente (característica seu significado. Desta forma, é de grande
1255
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
importância a busca por estudos que procuram Albuquerque U P,, 2005. Introdução à
aferir o nível de conhecimento das Etnobotânica, 1tded. (Interciência), 67-
comunidades sobre este termo, aliado a 68.
necessidade de se promover a educação ambiental Albuquerque, U.P., 2006. Re-examining
como ferramenta constante de proteção e hypotheses concerning the use and
mitigação dos impactos ambientais causados por knowledge of medicinal plants: a study
essas espécies nos mais diferentes ambientes. in the Caatinga vegetation of NE Brazil.
Journal of ethnobiology and
Conclusões ethnomedicine, [online] 2. Disponível:
https://ethnobiomed.biomedcentral.com
É considerada alta a diversidade de /articles/10.1186/1746-4269-2-30.
espécies exóticas observada nas comunidades de Acesso: 12 jan. 2022
estudo na Chapada do Araripe. Albuquerque, U.P., Lucena, R.F.P., 2004.
Algumas espécies registradas têm Métodos e técnicas para a coleta de
potencial de causar modificações na paisagem e dados. Pp. 37-62. In: U.P. Albuquerque
gerar impactos ambientais negativos para a fauna & R.F.P. Lucena (orgs.). Métodos e
e flora nativa. técnicas na pesquisa etnobotânica.
Diante dos resultados expostos, se faz Recife, Editora Livro Rápido/NUPEEA.
necessário desenvolver um programa de controle Alvares, C.A., Stape, J.L., Sentelhas, P.C.,
de espécies exóticas nas comunidades da Gonçalves, J.L.M., Sparovek, G., 2014.
Chapada do Araripe, assim como a substituição Koppen’s climation classification map
de representantes da flora exótica por espécies fo Brazil. Meteorologische Zeitschrift,
nativas alternativas. 12 (6).
Barreau, A., Ibarra, J.T., Wyndham, F.S.,
Rojas, A., Kozak, R.A., 2016. How can
Agradecimentos we teach our children if we cannot
Ao laboraorio de estudos da Flora access the forestW generational change
Regional do Cariri (LEFLORE/URCA), a in mapuche knowledge of wild edible
Universidade Regional do Cariri(URCA) e a plants in andean temperate ecosystems
FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao of chile. Journal of Ethnobiology,
Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico _ [online] 36. Disponível:
projeto: BP4-0172 00213. 01.00/20). https://doi.org/10.2993/0278-0771-
36.2.412. Acesso: 12 jan. 2022.
Referências Baskin, Y. A., 2002. plague of rats and
Adelino, J.R.P., Heringer, G., Diagne, C., rubbervines – the growing threat of
Courchamp, F., Faria, L.D.B., Zenni, R.D., species invasions. Washington: Island
2021. The economic cost of biological Press.
invasions in Brazil: a first assessment. Battisti, C., Garlet, T.M.B., Essi, L.,
NeoBiota [on line] 67. Disponível: Horbach, R.K., de Andrade, A., Badke,
https://doi.org/10.3897/neobiota.67.59185. M.R., 2013. Plantas medicinais
Acesso: 12 jan..2022. utilizadas no município de Palmeira das
Albertasse, P.D., Thomaz, L.D., Andrade M.A., Missões, RS, Brasil. Revista Brasileira
2010. Plantas medicinais e seus usos na de Biociências, [online] 11. Disponível:
comunidade da Barra do Jucu, Vila Velha, http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.p
ES. Revista Brasileira de Plantas Medicinais hp/rbb/article/view/2457/1205. Acesso:
3, 50-60. 10 jan. 2022.
Anwar, T., Qureshi, H., Parveen, N., Bashir, R., Bennett, B.C, Prance, G.T., 2000
Qaisar, U. Munazir, M., Yasmin, S., Basit, Z., Introduced plants in the indigenous
Mahmood, R.T., Nayyar, B.G., Khan, s., pharmacopoeia of Northern South
Khan, S.A., Quresshi, M.M., Wali, M., 2020. America. Economic botany, [online] 54.
Evaluation of bioherbicidal potential of Disponível:
Carica papaya leaves. Brazilian Journal of https://link.springer.com/article/10.1007
Biology, [online] 80. Disponível: %2FBF02866603. Acesso: 11 jan.
https://doi.org/10.1590/1519-6984.216359. 2022.
Acesso: 10 jan. 2022.
1256
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
Benz, F.F., Cevallos, E., Santana M.F., Rosales, estabelecimento de casos de invasão
A,, Graf, M., 2000. Losing knowledge about biológica. Biotemas, [online] 30.
plant use in Sierra de Manalán Biosfere Disponível:
Reserve, México. Economic Botany, 54 (2), https://doi.org/10.5007/2175-
181-191. 7925.2017v30n1p55. Acesso: 12 jan.
Boldrini, I.I., Longhi-Wagner, H.M., Boechat, 2022.
S.C., 2005. Morfologia e taxonomia de Fabricante, J.R., Araújo, K.C.T., Almeida,
gramíneas Sul-RioGrandenses. Editora da T.S, Santos, J.P.B., Reis, D.O., 2021.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Invasive alien plants in Sergipe, north-
Porto Alegre. eastern Brazil. Neotropical Biology and
Calábria, L., Cuba, G.T., Hwang, S.M., Marra, Conservation, [online] 16. Disponível
J.C.F. Mendonça, M.F., Nascimento, R.C., em:
Oliveira, M.R., Porto, J.P.M., Santos, D.F., https://doi.org/10.3897/neotropical.16.e
Silva, B.L., Soares, T.F., Xavier, E.M., 56427. Acesso em: 11 jan. 2022.
Damasceno, A.A., Milani, J.F., Rezende, Fabricante, J.R., 2013. Plantas exóticas e
C.H.A., Barbosa, A.A.A., Canabrava, H.A.N., exóticas invasoras da Caatinga. 2.
2008. Levantamento etnobotânico e Florianópolis, SC: Bookess.
etnofarmacológico de plantas medicinais em Fernandes, M.M., Devy-Vareta, N.,
Indianópolis, Minas Gerais, Brasil. Revista Rangan, H., 2013. Plantas exóticas
Brasileira de Plantas Medicinais, 10: (1)49-63. invasoras e instrumentos de gestão
CBD, 1992. Convention on Biological Diversity. territorial. O caso paradigmático do
Disponível: https://www.cbd.int/convention/t género Acacia em Portugal. Revista de
ext/default.shtml. Acesso: 05 Jan. 2022. Geografia e Ordenamento do Território
CBD, 2020. Aichi Biodiversity (GOT).
Targets. Disponível em: Flora do Brasil (2020) Lista de Espécies da
https://www.cbd.int/sp/targets/ Acesso em: 03 Flora do Brasil.
jan 2022. Disponível: http://floradobrasil.jbrj.gov
Christobel, J.G.R., Sundar, R.J, Padmanaban, .br/reflora/listaBrasil/ConsultaPublicaU
A.M., Maheswari, A., 2017. Allelopathic C/ConsultaPublicaUC.do#CondicaoTax
potential of Carica papayaleaf extracton onCP Acesso: 03 Jan 2022.
growth and biochemical constituents of GISP. Global Invasive Species Programme,
Phaseolus aureus. International Journal of 2005. South America Invaded: The
Recent Advances in Multidisciplinary growing danger of invasive alien
Research, [online] 4. Disponivel: species. GISP Secretariat, Cape Town,
https://doi.org/10.1590/1519-6984.216359. RSA.
Acesso: 12 jan. 2022. Gonçalves, J.P., Lucas, F.C.A., 2017.
Crosby, A.W., 2011. Imperialismo ecológico: a Agrobiodiversidade e
expansão biológica da Europa, 900 – 1900. etnoconhecimento em quintais de
Tradução: José Augusto Ribeiro, Carlos Abaetetuba, Pará, Brasil. Revista
Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia das Brasileira de Biociências, Porto Alegre,
Letras. 15. Disponível em:
Diagne, C., Leroy, B., Gozlan, R.E., Vaissière1, http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.p
A.C., Assailly, C., Nuninger, L., Roiz, D., hp/rbb/article/view/3756. Acesso em:
Jourdain, F., Jarić, I., Courchamp, F., 2020. 12 jan. 2022.
InvaCost, a public database of the economic Leão, T.C.C., Almeida, W.R., Dechoum,
costs of biological invasions worldwide. M.S., Ziller, S.R. Espécies Exóticas
Scientific Data, [online] 7. Disponivel: Invasoras no Nordeste do Brasil:
https://doi.org/10.6084/m9.figshare.11627406. contextualização, manejo e políticas
Acesso: 9 jan. 2022. públicas. Recife: CEPAN, 2011.
Espínola, L.A., Júlio Júnior, H.F., 2007. Espécies Lima, A.S., Santos, K.P.P., Pereira, L.G,
Invasoras: conceitos, modelos e atributos. Barros, R.F.M., 2021. Diversity of food
Interciência, 32 (9): 580-585. plants found in backyards of the Bom
Fabricante, J.R., Santos, J.P.B, Araújo, K., Lugar community, Campo Maior-PI.
Cotarelli, V., 2017. Utilização de espécies Research, Society and Development, 6.
exóticas na arborização e a facilitação para o Disponível em:
1257
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15628. junto à Unidade Saúde da Família
Acesso em: 12 jan. 2022. Nossa Senhora dos Navegantes:
Liporassi, H.S.N., Simão, D.G., 2013. subsídios para o estabelecimento de
Levantamento etnobotânico de plantas programa de fitoterápicos na Rede
medicinais nos quintais do Bairro Novo Básica de Saúde do município de
Horizonte, Ituiutaba, MG. Revista Brasileira Cascavel (Paraná). Revista Brasileira de
de Plantas Medicinais, 15 (4). Disponível em: Plantas Medicinais, 9, (3), 6-22.
https://www.scielo.br/j/rbpm/a/M3vdqj5rwyC Prado, A.C.C., Rangel, E.B., Sousa, H. C.,
ZGLhwcGsKfsb/?lang=pt. Acesso: 03 jan Messias, M.C.T.B., 2019. Etnobotânica
2022. como subsídio a gestão socioambiental
Loiola, M.I.B., Araújo, F.S., Lima-Verde, L.W., de uma unidade de conservação de uso
Souza, S.S.G., Matias, L., Menezes, M.O.T., sustentável. Rodriguésia, 70. Disponível
Silva, M.A.P., Albuquerque, U.P., 2015. Flora em: https://doi.org/10.1590/2175-
da Chapada do Araripe. In: 7860201970019. Acesso em: 12 jan.
ALBUQUERQUE, U. P.; MEIADO, M. V. 2022.
(eds.). Sociobiodiversidade na Chapada do Pardo-de-Santayana, M., Tardío, J.,
Araripe. Bauru, NUPEEA: Canal 6, p. 103- Blanco, E., Carvalho, A.M., Lastra, J.J.,
148. Miguel, E.S., Morales, R., 2007.
Mamede, J.S.S., Pasa, M.C., 2019. Diversidade e Traditional knowledge of wild edible
uso de plantas do Cerrado na comunidade São plants use in the northwest of the
Miguel, Várzea Grande, MT, Brasil. Iberian Penisula (Spain and Portugal): a
INTERAÇÕES, 20. Disponível em: comparative study. Journal of
https://doi.org/10.20435/inter.v20i4.2064. Ethnobiology and Ethnomedicine,
Acesso em: 12 jan. 2022. [online] 3. Disponível:
McNeely, J., 2001 Invasive species: a costly https://ethnobiomed.biomedcentral.com
catastrophe for native biodiversity. Land Use /articles/10.1186/1746-4269-3-27.
Water Resource Research. 1: 1-10. Disponível Acesso: 12 jan. 2022.
em: Pereira, L.G., Vieira, F.J., Alencar, N.L.,
file:///C:/Users/Junior/Documents/paper01- Carvalho, F.P.A., Barros, R.F.M., 2016.
02.pdf. Acesso em: 04 jan 2022. Diversidade florística em quintais do
Medeiros P.M., Ferreira Júnior W.S., Ramos, Nordeste brasileiro: um estudo
M.A., Silva T.C.D., Ladio A.H., Albuquerque etnobotânico em comunidades rurais em
U.P., 2017. Why do people use exotic plants Monsenhor Gil/PI. Revista Espacios
in their local medical systems? A systematic [online], 37. Disponível:
review based on Brazilian local communities. https://www.revistaespacios.com/a16v3
PLoS One. Disponível em: 7n20/16372011.html. Acesso: 12 jan.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0185358. 2022.
Acesso em: 12 jan. 2022. Pereira, S.C.B., Jardim, I.N., Freitas,
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Plano de A.D.D., Paraense, V.C., 2018.
ação nacional para a conservação do Levantamento etnobotânico de quintais
Soldadinho-do-Araripe Antilophia agroflorestais em agrovila no Município
bokermanni. 2021. Disponível em: de Altamira, Pará. Revista Verde de
https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasile Agroecologia e Desenvolvimento
ira/plano-de-acao-nacional-lista/614-plano-de- Sustentável, 13. Disponível em:
acao-nacional-para-conservacao-do- http://dx.doi.org/10.18378/rvads.v13i2.
soldadinho-do-araripe. Acesso em: 12 jan. 5292. Acesso em: 12 jan. 2022.
2022. Pilla, M.A.C., Amorozo, M.C.M., Furlan,
Mori, S.A., Bonn, B.M, Carvalho, A.M., Santos, A., 2006. Obtenção e uso das plantas
T.S., 1983. Souther Bahian Miust Forest. The medicinais no distrito de Martim
Botanical Review. 49 -155-232. Disponível Francisco, Município de Mogi-Mirim,
em: SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 20;
https://link.springer.com/article/10.1007/BF02 (4), 789-802.
861011. Acesso em: 05 jan 2022. Pineda-Herrera, E., Douterlungne, D.,
Negrelle, R.R.B., Tomazzoni, M.I, Ceccon, M.F; Beltran-Rodriguez, L., Suarez-Islas, A.,
Valente, T.P., 2007. Estudo etnobotânico Saynes-Vaszques, A., Guzman-Chavez,
1258
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..
Revista Brasileira de Geografia Física v.15, n.03 (2022) 1239-1259
M., 2020. Reconocimiento yusos tradicionales https://doi.org/10.33448/rsd-
de plantas em uma comunidade indígena v10i13.21300. Acesso: 11 jan. 2022.
migrante de San Luis Potosi, México. Staniski, A., Floriani, N., Strachulski, J.,
Botanical Sciences, [online] 98. Disponível: 2014. Ethnobotanical study of
http://dx.doi.org/10.18378/rvads.v13i2.5292. medicinal plants in the faxinal
Acesso em: 12 jan. 2022. community Sete Saltos de Baixo, Ponta
Pinto, A.S., Monteiro, F.K.S., Ramos, M.B., Grossa, PR. Terr@ Plural, [online] 8.
Araujo, R.C.C., Lopes, S.F., 2020. Invasive Disponível:
plants in the Brazilian Caatinga: a https://www.readcube.com/articles/10.5
scientometric analysis with prospects for 212%2Fterraplural.v.8i2.0004. Acesso:
conservation. Neotropical Biology and 10 jan. 2022.
Conservation, [online] 15. Disponível: Stepp, J.R., Moerman, D.E., 2001. The
https://doi.org/10.3897/neotropical.15.e57403. importance of weed in
Acesso: 29 dez. 2021. ethnopharmacology. Journal of
Ponte, M., Dias, E., 2016. Diversidade de usos ethnopharmacology, [online] 75.
etnobotânicos da flora nativa açoriana. Disponível:
Madeiras, jogos, simbolismo e ornamentação. https://doi.org/10.1016/S0378-
Interações [online] 17. Disponível: 8741(00)00385-8. Acesso: 12 jan. 2022.
https://doi.org/10.20435/1984-042X-2016- Tomchinsky, B.; Ming, L.C., 2019. As
v.17-n.4(03). Acesso: 8 jan. 2022. plantas comestíveis no Brasil dos
Richardson, D.M., Pyšek, P., Rejmánek, M., séculos XVI e XVII segundo relatos de
Barbour, M.G., Panetta, F.D., West, C.J., época. Rodriguésia, [online] 70.
2000. Naturalization and invasion of alien Disponível:
plants: concepts and definitions. Diversity and https://doi.org/10.1590/2175-
Distributions, 6. Disponível em: 7860201970040 . Acesso: 12 jan. 2022.
https://doi.org/10.1046/j.1472- Turreira-García, N. Theilade, I., Meilby,
642.2000.00083.x. Acesso: 12 jan. 2022. H., Soarense, M., 2015. Wild, edible
Salas, L.M.A., Abadía, A.G., Zapata, J. C. S., plant knowledge, distribution and
2016. Etnobotánica del Darién Caribe transmission: a case study of the Achí
colombiano: los frutos del bosque. Etnográfia, Mayans of Guatemala. Journal of
20. Disponível em: Ethnobiology and Ethnomedicine, 11.
https://doi.org/10.4000/etnografica.4244. Disponível em:
Acesso: 11 jan. 2022. https://doi.org/10.1186/s13002-015-
Santos, G., Fabricante, J.R., 2020. Potencial de 0024-4. Acesso em: 12 jan. 2022.
Invasão Biológica do Nim (Azadirachta indica Unal, S., Akkuzu, E., 2009. Larvaecidal
A. Juss.) no Nordeste Brasileiro. Revista de effects of azadirachtin on the pine
Ciências Ambientais [online], 14. Disponível: processionary moth. African Journal of
http://dx.doi.org/10.18316/rca.v14i.5093. Biotechnology, [online] 8. Disponível:
Acesso: 7 jan. 2022. https://www.ajol.info/index.php/ajb/arti
Silva, P.H., Oliveira, Y.R., Abreu, M.C., 2017. cle/view/65233. Acesso: 12 jan. 2022.
An ethnobotanical approach about useful Vázquez, D.P; Aragon, R. (eds.).
plants grown in homegardens in a rural Biological Invasions in: Southern South
community of a semi-arid region in Piaui, America: A First Step towards a
Northeast Brazil. Journal of Environmental Synthesis. Biological Invasions, 4 (1-2).
Analysis and Progress, [online] 2. Disponível: 2002.
http://www.journals.ufrpe.br/index.php/JEAP/ Zenni, R.D.; Essil, F; García-Berthou, E;
article/view/1175. Acesso: 30 dez. 2022. Mcdermott, S.M., 2021. The economic
Souza, F.G.L.S., Almeida-Bezerra, J.W., Silva, costs of biological invasions around the
V.B., Tavares, A.B., da Silva, F.S.H., Paula, world. NeoBiota [on line]. Disponível:
S.L; Santos, A.C.B., 2021. Espécies vegetais https://doi.org/10.3897/neobiota.67.699
como recurso terapêutico na Chapada do 71. Acesso: 12 jan. 2022.
Araripe no Estado do Ceará, Nordeste do
Brasil. Research, Society and Development,
[online] 10. Disponível:
1259
Silva.; L., V., A., Araújo.; I., F., Benício.; R., M., A., Nascimento.; A., S., Morais.; H., N., Morais.; S., C., O., Lisboa.; M., A., N., Cruz.; G.,
V., Fabricante.; J., R., Carlixto Júnior., J., T..