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RESUMO

O texto Amazônia: Fundamentos da ecologia da maior região de florestas


tropicais de Haroldo Sioli, traduzido por Johann Becker, professor titular da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ressalta que há duzentos anos a Amazônia
vem atraindo naturalistas europeus, cujo fascínio científico pelo desconhecido, era
aliado ao espírito de aventura. O primeiro longo período de pesquisas naquele
longínquo território constituiu- se naturalmente de espécies encontradas ali, sobretudo
de plantas e animais, bem como dos gêneros de vida dos nativos. Segundo o autor, a
grande viagem ao Brasil que, por incumbência do rei da Baviera, Johann Baptist von
Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius empreenderam de 1817 a 1820 e que os levou
durante todo um ano penetrar profundamente na região amazônica, representa um dos
apogeus daquela época. Dentre aos estudos realizados nesta época, o autor destaca a
“Flora Brasiliensis”, de von Martius, resultante das coletas e continua como ponto
fundamental de para todos os estudos da região.
Para Bluntschli a investigação ecológica da região amazônica deve começar
pelo estudo das águas, já que estes fornecem pontos de apoio, de obtenção relativamente
fácil, a partir dos quais será possível inferir as condições e o fundamental quanto ao
ambiente terrestre da região. E elementar a importância da dinâmica que ocorre nos
corpos d´ água, sobretudo as águas correntes, onde são as responsáveis por escoar os
produtos finais do metabolismo abiótico e biótico das paisagens, levando para os
oceanos e atuando através da erosão e da sedimentação das paisagens adjacentes.
Sobre a história geológica da Amazônia para o entendimento das condições
atuais da Amazônia é imprescindível saber- se como elas se originaram. Tanto ao norte
como ao sul da região amazônica, das Guianas e do Brasil Central, formaram- se
escudos de granito, e recobertos aqui e acolá de arenitos. Estando entre os mais antigos
do planeta. Durante o carbonífero houve uma regressão marinha e, durante todo o
mesozoico, que então o sucedeu, a baixada amazônica era terra emersa. Já entre o
jurássico e o triássico, no rético, ocorreram por toda parte intrusões de diabásio,
prenunciando a separação entre a América do Sul e a África. No terciário, finalmente,
os andes começaram a soergue- se, onde jovem montanha passou a bloquear o
escoamento do sistema fluvial amazônico para o pacifico, durante o plioceno e todo o
pleistoceno.
Com relação ao clima amazônico, está relacionado sobre o regime pluvial,
Bluntschli, discerne sobre a importância da água na vida e nas características da
Amazônia, pois é uma região de chuvas abundantes. Em quase toda ela, notam-se
diferenças maiores ou menores entre período chuvoso e estiagem. Recentes
investigações brasileiras realizadas por Salati e seus colaboradores sobre altas taxas de
evapotranspiração.
Para Sioli, a Amazônia é resultante da história geológica e do clima. Esta
região abriga o sistema fluvial mais extenso e de maior massa liquida da terra, sendo
coberta pela maior floresta pluvial tropical, que Alexsander von Humboldt chamou de
hileia.
Com relação a paisagem ribeirinha do médio e baixo Amazonas, as margens
são planas, com leito correndo quase sempre dentro dos limites de uma planície aluvial
de 20 a 100 km de largura, chamada “várzea”, sendo uma área inundável todos os anos
é inteiramente alagada na época das cheias, penetrando sua mata ciliar , originalmente
constituída pela floresta, e nos dias de hoje eliminada pelo homem. As suas margens
segundo o autor, não são estáveis, sendo que o caudal está constantemente a remodelar
seu leito. Trechos com intensa erosão marginal nos lobos côncavos dos meandros, que
podem assumir formas das temíveis “terras caídas”. Atrás da larga fachada alagável
várzea, ergue- se a “Terra Firme”, sendo mais elevada e não atingida pelas cheias e
também não é constituída por aluviões fluviais recentes.
A Amazônia possui vários rios tipos de rios, ate agora os mais conhecidos são
os rios de água branca (água barrenta), rios de água clara e rios de água preta. Sioli fala
que mesmo numa fotografia em preto e branco fica bem evidenciada a diferença das
águas e acrescenta sobre a questão das diferenças na coloração e transparência das
aguas, impondo a resposta de que esta diretamente ligado as suas nascentes, onde
ocorrem dinâmicas como composição química e do seu material suspenso, além da
densidade como também o clima. Com relação a morfologia dos cursos dos rios de
águas claras e os de águas pretas, não se distinguem entre si, sendo águas pobres em
materiais suspensos, já os de água são ricos em material de suspensão.
No que diz respeito a gênese das formas de leito de rios amazônicos, Sioli
(1985), enfatiza que esses leitos lembra uma represa com enseadas laterais, dando uma
pista de como teria se originado esta morfologia fluvial peculiar, essa morfologia
moldada através das transformações na região. O autor ainda fala sobre a hipótese dos
refúgios florestais, que durante os períodos glaciais, entretanto, o clima da Amazônia,
com características superiores a 4º C, pode ter influenciado na extensão que a floresta
amazônica ocupa hoje em dia, não ficando porem estabelecidos em que amplitude e de
que maneira.
Nos igarapés amazônicos encontram- se também as diferenças já conhecidas e
encontradas nos rios amazônicos, sendo de “águas brancas”, “águas claras” e “águas
pretas”. Os riachos de água branca tem sua ocorrência ligada as condições edáficas da
região, os riachos de água clara tem predominância e toda região amazônica, sendo
córregos típicos de terra firme, coberta pela alta floresta amazônica provida de
latossolos amarelos e os riachos de água preta, provem de solo arenoso, puro, alvo, onde
medra uma vegetação peculiar. Com relação as diferenças químicas dos grandes rios, as
análises químicas de águas não dão só indicações preliminares acerca doa tipos de solo.
A comparação da fertilidade da várzea e terra firme, como os nativos já tinham
verificado acerca da fertilidade e produtividade da várzea do amazonas. A água turva do
Amazonas, farta em matéria depositável e quimicamente mais rica, também rica em
nutrientes, inunda a várzea durante as cheias anuais penetrando em seus lagos.
Defrontamos assim o fenômeno da exuberante floresta alta amazônica
erguendo- se sobre um dos solos mais pobres e lixiviados da terra. Com a conclusão de
que a floresta cresce, apenas sobre o solo e não do solo, utilizando -o apenas para sua
fixação mecânica e não com fontes de nutrientes, ficando em uma circulação fechada de
nutrientes. Este ecossistema, por ser manifestação vital mais variegada que conhecemos
sobre a terra, mantem- se mediantes numerosos círculos homeostáticos, onde as
espécies se relacionam numa espécie de equilíbrio estável de seus componentes.

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