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Cortiça

APRESENTAÇÃO

A cortiça é uma matéria-prima adaptável capaz de se transformar por meio de diferentes


processos tecnológicos, além de ter diversas aplicações. Trata-se de um produto natural extraído
do tronco e dos ramos da árvore sobreiro (Quercus suber L., denominação botânica), que
acompanha o homem desde a pré-história.

Devido às inúmeras possibilidades de aplicação da cortiça, cabe ao designer conhecer as


potencialidades do material para aplicá-lo da melhor forma em seus projetos, tanto de mobiliário
quanto de projetos de interiores.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a cortiça e sua importância para o
meio ambiente. Serão apresentados os principais atributos da cortiça por meio de exemplos,
além de sua aplicabilidade em projetos sustentáveis de mobiliário e de interiores.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever o comportamento, as características e os atributos do material.


• Reconhecer os métodos e os processos de extração, de manipulação e de fabricação.
• Identificar o uso adequado do material em projetos sustentáveis de mobiliário e de
interiores.

DESAFIO

O reaproveitamento de materiais é um grande desafio na produção de mobiliários de decoração


de interiores, principalmente quando diz respeito ao design sustentável, que busca o equilíbrio
entre a estética, a funcionalidade e o menor impacto ao meio ambiente. Reutilizar materiais
disponíveis na natureza é uma das maneiras de evitar o desperdício energético e inovar nos
projetos.

Você faz parte de uma equipe de design, cujo cliente possui uma adega e deseja decorar o hall
de entrada da loja. Ao visitar o local, você percebe uma grande quantidade de rolhas descartadas
que a adega arrecada de seus clientes.

Diante disso:

a) Elabore um balcão de atendimento para o hall de entrada da adega que possa utilizar em sua
produção a reutilização das rolhas descartadas. Não é necessário que as rolhas sejam o único
material presente nas peças, você pode utilizar outros elementos como estrutura para compor seu
produto. Diga o nome do produto criado, faça um esboço da sua ideia e indique o local onde
serão aplicadas as rolhas no objeto.

b) Justifique para o cliente os motivos pelos quais as rolhas, como material de criação de
mobiliários, são de grande vantagem.

INFOGRÁFICO

A cortiça é um material natural, leve, elástico, impermeável a líquidos e a gases e imputrescível.


Os egípcios utilizavam a cortiça para a produção de objetos como sandálias, tampas de urnas e
até caixas para armazenar alimentos, enquanto os gregos já a utilizavam como vedação para
vasilhas e para a função de rolha.

Veja, no Infográfico a seguir, as aplicações da cortiça na história, observando a evolução do


material por meio de imagens e de períodos históricos.
CONTEÚDO DO LIVRO

A cortiça é um material sustentável que provém de uma fonte de energia renovável (obtida em
um ciclo mínimo de 9 anos), não tóxica e durável, além de reunir em um só material importantes
propriedades físicas e mecânicas que conferem sua excepcionalidade. Além da variedade de
texturas e de cores, tem alta resistência ao tráfego, podendo ser utilizada como isolante térmico
e sonoro; tem, ainda, resistência ao fogo, é leve e impermeável.

Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Cortiça, da obra Ecodesign, base teórica desta
Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
ECODESIGN

Cássia Morais Mano


Cortiça
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever o comportamento, as características e os atributos do material.


 Reconhecer os métodos e os processos de extração, manipulação
e fabricação.
 Identificar o uso adequado do material em projetos sustentáveis de
mobiliário e de interiores.

Introdução
Entre os materiais sustentáveis, a cortiça apresenta os melhores atributos,
desempenho e adaptabilidade reunidos em um só material: variedade
de texturas e cores, alta resistência à tráfego, ótimo isolante térmico e
sonoro, leveza e impermeabilidade. Frente às inúmeras possibilidades
de aplicação da cortiça, cabe ao designer conhecer as potencialidades
do material, para aplicá-lo da melhor forma em seus projetos, tanto de
mobiliário quanto de projetos de interiores.
Neste capítulo, você aprenderá sobre as propriedades da cortiça e
sua importância para o meio ambiente. Serão apresentadas as principais
formas de extração e fabricação por meio de exemplos, além de sua
aplicabilidade em projetos de mobiliário e interiores sustentáveis.

Definição e propriedades da cortiça


A cortiça é uma matéria-prima adaptável, capaz de se transformar por meio de
diferentes processos tecnológicos, e possui diversas aplicações. Trata-se de um
produto natural extraído do tronco e dos ramos da árvore sobreiro (Quercus
suber, denominação botânica), que acompanha o homem desde a pré-história.
Os egípcios utilizavam a cortiça para a produção de objetos, como sandálias,
tampas de urnas e até caixas para armazenar alimentos, ao passo que os gregos
utilizavam como vedação para vasilhas e com a função de rolha (NIEMEYER;
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CANTÚ, 2016). A cortiça é um material sustentável, provém de uma fonte de


energia renovável (obtida em um ciclo mínimo de 9 anos), não tóxica e durável,
além de reunir em um só material propriedades físicas e mecânicas importantes
que conferem sua excepcionalidade (ALLEN; IANO, 2013; GIL, 2012).
A cortiça é um material leve, elástico e possui alta impermeabilidade a
líquidos e gases, imputrescível. Tal tecido vegetal é constituído de camadas
sucessivas de células mortas (GIL, 1993). A Figura 1 apresenta um detalhe
macroscópico da cortiça, em que se pode observar o desenvolvimento do material
na árvore. Devido à sua estrutura e à sua composição química, a cortiça é um
produto 100% natural (suas características estão apresentadas no Quadro 1).

Quadro 1. Características da cortiça

Elastici- Isolamento
Impermea- Resistên- Hipoaler-
Leveza dade e e resistên-
bilidade cia ao uso gênica
resiliência cia ao fogo

Flutua na Material Impermeável Baixa condu- Resistente Não


água. flexível; após tanto a líqui- tividade ao a desgaste absorve pó,
Utilizada se submeter dos quanto a calor, som e e alto protegendo
para equi- à pressão, gases; vibração. coeficiente contra
pamentos retorna utilizada para Excelente iso- de atrito. alergias.
de pesca. à forma vedação. lante (acústico
original. e térmico).

Fonte: Adaptado de Reis (2011).

Figura 1. Estrutura macroscópica da cortiça.


Fonte: Adaptada de Gil (2006).
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Um aspecto importante para o meio ambiente é que o sobreiro descorti-


çado (após a retirada da cortiça) absorve cerca de 3 a 5 vezes mais dióxido de
carbono do que árvores com cortiça. A Figura 2 apresenta árvores sobreiro
que passaram pelo processo de descortiçamento. A cortiça possui, aproxi-
madamente, 40 milhões de células por cm³! A leveza do material deve-se à
enorme quantidade de ar presente entre suas células: mais de 50% do volume
de uma rolha é somente ar (NIEMEYER; CANTÚ, 2016).

Figura 2. Árvores sobreiro e o processo de descortiçamento. (a) Extração da cortiça do


tronco de um sobreiro. (b) Pranchas de cortiça em repouso. (c) Granulado de cortiça.
(d) Aglomerado composto de cortiça em rolo. (e) Painel de piso flutuante de cortiça. (f)
Aglomerado de cortiça e borracha. (g) Aglomerado expandido.
Fonte: (a) MARISINA/Shutterstock.com, (b) robert paul van beets/Shutterstock.com, (c) Alla Greeg/
Shutterstock.com, (d) Olha Vysochynska/Shutterstock.com, (e) natashamam/Shutterstock.com, (f)
Adaptada de Lajoie (2019, documento on-line) e (g) Global Markets (2019, documento on-line).
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Apesar de o sobreiro produzir a cortiça naturalmente, é preciso estar atento ao tempo


necessário entre os descortiçamentos e suas etapas, para que o material tenha ma-
turação e espessura ideais de uso. O descortiçamento pode ser executado quando a
árvore atinge a idade entre os 20 e 35 anos, a cada 9 anos, o que permite a renovação
da “casca” com a mesma espessura anterior.

Extração, manipulação e fabricação


Embora existam variados processos de fabricação a partir da cortiça, sua
extração é realizada manualmente por meio do descortiçamento, que cor-
responde a um processo executado a cada 9 anos (no mínimo), cujas etapas
consistem em:

 traçar: determinar o tamanho da prancha de cortiça por meio de corte


horizontal;
 abrir: a cortiça é golpeada com machado para separar a prancha do
entrecasco;
 separar: a prancha é separada com o machado por movimento de torção;
 extrair: remoção da prancha da árvore, evitando a sua quebra;
 marcar: identificar, no tronco da árvore, o último algarismo do ano em
que foi realizada a extração do material.

Quanto maior o tamanho da prancha de cortiça, maior o valor agregado


ao material, por isso o processo é realizado com muito cuidado. Após sua
extração, as pranchas são colocadas em repouso, para que fiquem planas e
possam ser melhor aproveitadas. Nesse estado, sua utilização é voltada para:
produção de rolhas, discos e acabamentos de caniços (MESTRE; GIL, 2011).
A seguir, apresentaremos os processos de produção de derivados da cor-
tiça importantes para o design e a construção civil: granulado, aglomerados
compostos, painel de piso; aglomerado de cortiça com borracha e aglomerado
de cortiça expandido.
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Granulado
Os granulados de cortiça são produzidos pela ação de moinhos, que trituram
o material até obter a granulometria adequada e, depois, realizam a limpeza
final. Por fim, é realizada a secagem por ar quente, adequando o granulado à
umidade correta. A Figura 3 apresenta o processo de fabricação dos granulados
de cortiça.

Figura 3. Processo de fabricação dos granulados de cortiça.


Fonte: Adaptada de Valério (2014).

Aglomerado composto
A partir dos granulados, são produzidos os aglomerados compostos de cortiça,
resultado de um processo de aglutinação dos grânulos por meio de pressão,
temperatura e agente de aglutinação (Figura 4). É importante ressaltar que o
processo de obtenção dos granulados de cortiça é a etapa anterior à produção
dos aglomerados compostos.
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Figura 4. Processo de fabricação dos aglomerados compostos de cortiça.


Fonte: Adaptada de Valério (2014).

Painel de piso flutuante


São formados por um sanduíche de uma folha de aglomerado de cortiça na
parte inferior, uma camada intermediária de HDF (aglomerado de fibras de
madeira de média ou de alta densidade) e uma folha de aglomerado de cortiça
decorativa de alta densidade na parte superior. Após a aplicação, a colagem
é feita por prensagem. O uso desse derivado de cortiça é exclusivo para re-
vestimentos de piso. Esse processo de fabricação pode ser visto na Figura 5.

Figura 5. Processo de fabricação dos painéis de piso flutuante.


Fonte: Adaptada de Valério (2014).
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Aglomerado tipo rubbercork


A tecnologia de produção do rubbercork consiste na mistura de aglomerados
de cortiça com borracha (Figura 6). É utilizado principalmente em juntas
e revestimentos para locais de grande intensidade de tráfego. Os materiais
são prensados a quente em uma estrutura rotativa, formando uma massa
homogênea, que será cortada em placas ou coloca em moldes.

Figura 6. Processo de fabricação de aglomerado de cortiça e borracha.


Fonte: Adaptada de Valério (2014).

Aglomerado de cortiça expandido


Este produto evita o desperdício de matéria-prima proveniente da indústria
de rolhas e cortes de discos de cortiça. Entre os produtos que derivam da
cortiça, o aglomerado expandido é aquele de maior aplicação na constru-
ção e é produzido em larga escala. A substância aglutinante é resultado
da degradação térmica da cortiça a altas temperaturas, a qual apresenta
resinas na sua composição que conferem a agregação do material. Algumas
das aplicações desse material são: revestimentos de fachada, isolamento
térmico e sonoro. O processo de fabricação de aglomerado pode ser visto
na Figura 7.
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Figura 7. Processo de fabricação de aglomerado expandido.


Fonte: Adaptada de Valério (2014).

Você sabia que a cortiça é um material presente desde a Antiguidade? Sua função
inicial era como vedante de recipientes, pois sua estrutura apresenta elasticidade e
é impermeável a líquidos e gases, além de ser trabalhada como elemento flutuante
– devido à menor densidade em relação à água (GIL, 1993). Os primeiros estudos
químicos sobre a cortiça foram desenvolvidos no século XVIII, cujo desenvolvimento
ocorreu durante o período da Segunda Guerra Mundial, devido à escassez de alguns
recursos naturais.

Cortiça em mobiliário e interiores sustentáveis


A busca pela aplicação da cortiça em mobiliário e interiores tem aumentado nos
últimos anos, pois, além de ser um material natural e renovável, as diferentes
texturas, os tons e a coloração permitem o desenvolvimento de ambientes
distintos associados ao conforto e à sustentabilidade. Segundo Gil (2012), o
uso da cortiça na decoração tem aumentado a sua popularidade, quer para
aplicadores profissionais, quer no domínio do “faça você mesmo”, por exemplo,
através de modernos sistemas de aplicação (colagens, rolos, encaixes, etc.) que
aumentam a sua facilidade de instalação.
A cortiça é aplicada nas suas mais variadas formas de produção no design
de mobiliário e de interiores sustentáveis: poltronas, bancos, revestimentos de
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pisos e paredes, placas de isolamento térmico, placas de isolamento sonoro,


chapas decorativas diversas. No Figura 8, estão discriminadas algumas
aplicações desse material no design de interiores.

Elementos hexagonais feitos com aglo- Luminária desenvolvida a partir de estrutura


merado de cortiça com diferentes textu- metálica com rolhas de cortiça nas pontas
ras aplicados na parede como elementos conferem uma difusão específica na luz
decorativos. emitida.

Ambiente home theater com revestimen- Papel de parede feito de cortiça com im-
to de piso com painel de cortiça flutuante. pressão digital.

Figura 8. Aplicações da cortiça no design de interiores.


Fonte: Adaptada de (a) Photographee.eu/Shutterstock.com, (b) Nomad_Soul/Shutterstock.com, (c)
Elena Elisseeva/Shutterstock.com e (d) Pearl Cork (2019, documento on-line).

Além da aplicação em ambientes sustentáveis, também se observa o uso da


cortiça como isolante térmico e sonoro, como, por exemplo, na composição de
estruturas de alvenaria ou entrepisos. Uma alternativa como isolante sonoro
é como revestimento de paredes em estúdio de música. Considerando-se os
diferentes processos de fabricação da cortiça, podemos resumir suas aplicações
no design de interiores aos itens listados a seguir:
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 granulado: enchimento de paredes duplas como isolante térmico e piso


rústico decorativo;
 aglomerado composto: revestimentos de paredes interiores e mobiliário;
 painel de piso flutuante: revestimento de piso;
 aglomerado rubbercork: revestimento de pisos de alto tráfego e pavi-
mentação antiderrapante;
 aglomerado de cortiça expandido: painéis rígidos e divisórias de
ambientes.

Acesse o link a seguir e assista ao vídeo O cantar da cortiça, que apresenta como é feita
a extração do material dos sobreiros, realizada de forma artesanal com um machado
pelos “tiradores” (homens responsáveis pela extração), cujo conhecimento é passado
oralmente entre as gerações.

https://qrgo.page.link/nvRM

A durabilidade da cortiça quando utilizada em revestimentos é notável, desde que


sejam atendidos os requisitos de manutenção e renovação dos acabamentos de
proteção. A seguir, estão descritos alguns exemplos de durabilidade da cortiça
(GIL, 2012).
 Em Madrid, na Escuela Técnica Superior de Ingenieros de Montes, foi colocado um
piso na biblioteca (uso intenso) nos anos 1950, que se mantivera em condições
adequadas até meados dos anos 1990.
 Em Lisboa, no Hospital Santa Maria, ainda hoje encontramos revestimentos de
cortiça em ambientes após décadas de uso e tráfego intenso de pedestres.
 Diversos edifícios da década de 1940 e 1950 na cidade de Lisboa apresentam
pisos e lambris originais executados em cortiça.
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ALLEN, E.; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
GIL, L. M. C. C. A cortiça e o vinho. Lisboa: Edição INETI, 2006.
GIL, L. M. C. C. A química da cortiça: ponto de situação. Química, [s. l.], n. 50, p. 20-24, 1993.
GIL, L. M. C. C. Cortiça. In: GONÇALVES, M. C.; MARGARIDO, F. (ed.). Ciência e engenharia
de materiais de construção. [S. l.]: IST, 2012. p. 663-715.
GLOBAL MARKETS. Aglomerado de cortiça expandida. [2019]. Disponível em: https://www.
gintglobal.com/pt/aglomerado-de-corti%C3%A7a-expandida. Acesso em: 04 abr. 2019.
LAJOIE, P. Cork sheet. [2019]. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/37309515035
5938667/?lp=true. Acesso em: 09 abr. 2019.
MESTRE, A. C.; GIL, L. Cork for sustainable product design. Ciência e Tecnologia dos
Materiais, [s. l.], v. 23, n. 3/4, p. 52-63, 2011.
NIEMEYER, L.; CANTÚ, W. A cortiça como desafio para novos usos no design. In: P&D
CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA EM DESENVOLVIMENTO EM DESIGN, 12., 2016,
Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: Blucher, 2016. p. 4274-4283.
PEARL CORK. Leaf dance. [2019]. Disponível em: http://www.pearlcorkdesign.com/
leafdance.html. Acesso em: 04 abr. 2019.
VALÉRIO, A. F. B. Materiais para uma construção sustentável: o caso da cortiça. 2014.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Ciências e Tecnologia,
Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2014.
DICA DO PROFESSOR

A possibilidade de utilizar a cortiça em outras aplicações tem sido uma preocupação da indústria
têxtil, a qual está investindo na transformação e na criação de tecidos a partir desse material.
Além de aproveitar os rejeitos provenientes da fabricação de rolhas e de discos de cortiça, o
tecido de cortiça é reciclável, durável, extremamente versátil e maleável.

Acompanhe, na Dica do Professor, um pouco mais sobre o tecido de cortiça e de que forma o
mercado tem incorporado esse produto na indústria têxtil.

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EXERCÍCIOS

1) “A cortiça é uma matéria natural que se adapta nos projetos com facilidade.
Designam-se materiais sustentáveis aqueles que proporcionam benefícios ambientais,
sociais e econômicos ao mesmo tempo que protegem a saúde pública e o ambiente
durante todo o seu ciclo de vida, desde a extração desses materiais até ao fim do seu
ciclo de vida.” (NIEMEYER; CANTÚ, 2016). Levando em consideração as vantagens
de aplicação da cortiça em projetos sustentáveis de mobiliários e de interiores, analise
os itens a seguir e selecione a alternativa correta.

A) A cortiça é um material 100% natural, porém sua baixa resistência ao tráfego dificulta sua
aplicação como revestimento de piso.

B) Atualmente, o design sustentável tem se preocupado com o maior uso de materiais


naturais, como a cortiça, em projetos sustentáveis de mobiliário e de interiores.

C) A cortiça não é recomendada como revestimento de paredes devido à baixa durabilidade


com o passar dos anos.

D) O designer pode especificar a cortiça em qualquer tipo de uso, devido à versatilidade do


material.

E) Entre as possíveis aplicações da cortiça estão: revestimento de piso, mobiliário, elementos


decorativos e estrutura de alvenaria.

2) A extração da cortiça é denominada descortiçamento. Qual das alternativas a seguir


apresenta uma afirmativa correta acerca do descortiçamento?

A) O descortiçamento pode ser feito de forma manual ou industrialmente.

B) Recomenda-se que a cortiça seja extraída dos sobreiros a cada 3 anos.

C) Em geral, os sobreiros não resistem após o descortiçamento e morrem, necessitando o


plantio de novas árvores.

D) Depois de extraída do sobreiro, a cortiça pode ser encaminhada diretamente para a


produção de rolhas ou de discos de cortiça.

E) As etapas de extração consistem em: descortiçamento e repouso para que as placas fiquem
planas.

3) Sobre o processo de fabricação dos materiais derivados da cortiça, escolha a


alternativa que indica a ordem correta das etapas de fabricação do painel de piso
flutuante:

A) Aglomerado de granulado --> corte --> laminação.

B) Aglomerado de granulado --> laminação --> corte.

C) Aglomerado de granulado --> corte e perfilagem --> envernizamento ou enceramento.


D) Envernizamento ou enceramento --> colagem --> lixagem.

E) Lixagem --> envernizamento ou enceramento --> laminação.

4) “Este tipo de aglomerado é usado essencialmente em juntas e para pavimentos,


sobretudo para locais de grande intensidade de tráfego, também conhecido como
rubbercork.” (GIL, 2012). Essa afirmação corresponde a um derivado da cortiça.
Qual?

A) Aglomerado expandido.

B) Granulado.

C) Cortiça natural.

D) Aglomerado de cortiça com borracha.

E) Painel de piso flutuante.

5) Observe as imagens de aplicação da cortiça e seus derivados em ambientes de


interiores sustentáveis e marque a alternativa que relaciona corretamente o material
utilizado.

A) Revestimento de parede interna – aglomerado expandido.


B) Revestimento de piso – aglomerado composto.
C) Revestimento de parede – cortiça natural.

D) Mobiliário (tampo de mesa) – aglomerado composto.


E) Painel de cortiça aplicado em alvenaria – aglomerado expandido.
NA PRÁTICA

A cortiça é um material versátil que pode ser utilizado em diversos campos de aplicação e em
vários produtos existentes no mercado devido a sua capacidade de adaptação. Além de ser um
material sustentável, pois proporciona benefícios ambientais, sociais e econômicos, protege a
saúde pública e o ambiente desde a sua extração até o final de seu ciclo de vida.

Veja, neste Na Prática, diversas aplicações do material cortiça que podem servir como
referencial para futuros projetos.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

A cortiça pode ser uma resposta às nossas necessidades ambientais e de construção?

Para saber mais sobre o potencial da cortiça como material sustentável, suas características e
aplicabilidades na arquitetura, leia o artigo disponível no site Archdaily.

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Os designers da cortiça

Os designers têm observado o potencial da cortiça como material em diversos produtos, desde
sapatos até utensílios domésticos. No site da Corkway, você será apresentado aos produtos mais
novos do mercado que utilizam esse material na composição. Vale a pena conferir.

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Fábrica de rolhas naturais

Você sabia que Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo? No vídeo a seguir, você vai
acompanhar o processo de fabricação de rolhas em uma fábrica lusitana.

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