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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

MATERIAIS NATURAIS E ARTIFICIAIS.

SOROCABA
09 NOVEMBRO 2015
Grupo RA

Edélcio de Araújo T23823-4

Universidade Paulista – UNIP


DISCIPLINA MATERIAIS NATURAIS E ARTIFICIAIS.
6° Semestre

Orientador: FÁBIO PETRERE

SOROCABA

09 NOVEMBRO 2015
Atualmente, é crescente a preocupação dos consumidores e empresas quanto à
origem dos produtos e materiais consumidos. Cada vez mais, as pessoas dão
preferência a produtos de baixo carbono, que consumiram pouca água para sua
fabricação e que são provenientes de empresas que valorizam o bem estar e futuro da
humanidade. Esta tendência é particularmente acentuada em produtos de origem
florestal onde é sensível a linha entre danificar ou melhorar o ecossistema. Com isso,
existem alguns materiais que seguem esta tendência, pois, se manejados de forma
apropriada, podem contribuir para melhora do meio ambiente. O bambu, como será
mostrado abaixo, se encaixa perfeitamente como uma alternativa. Estudos indicam
que o produto é opção viável para exploração no Brasil. Uso, porém, depende da
criação de linhas de produção em escala comercial.

Na China, ouro verde. No Brasil, madeira dos pobres. Se no gigante asiático o bambu
é largamente empregado há milênios - dos hashis (pauzinhos usados como talheres)
às estruturas das construções - em terras brasileiras, apesar da abundância, o uso
ainda é muito restrito. Na maioria das vezes, o produto atua como figurante em
cercas, mobiliário e peças de artesanato. Mas um grupo de pesquisadores de
diferentes entidades está trabalhando para mudar esse cenário. É o caso da
Ebiobambu (Escola de Bioarquitetura e Centro de Pesquisa e Tecnologia
Experimental em Bambu), em Visconde de Mauá (RJ). Fundada em 2002, a escola
tem por meta disseminar as técnicas construtivas que utilizam o bambu e outros
materiais considerados naturais ou ecológicos, como terra e fibras. "Acreditamos que
o bambu é uma opção mais sustentável às madeiras de reflorestamento, auto
renovável e de rápido crescimento. O eucalipto, por exemplo, leva seis anos para ser
cortado e o bambu só três anos. Além disso, não é necessário ser replantado", afirma
Celina Llerena, arquiteta e diretora da Ebiobambu. Enquanto espécies arbóreas
demoram até 60 anos para atingir 18 m, o bambu - considerado uma gramínea -
demora apenas 60 dias para chegar a essa altura. A generosidade dos comprimentos
dos bambus permite construções mais espaçosas e com grandes pés-direitos. 

Parte do estímulo à pesquisa vem do sucesso obtido em países vizinhos. "Na


Colômbia e no Equador, construir com bambu faz parte da cultura local, ao contrário
do Brasil", compara Eduardo de Aranha, arquiteto, urbanista e pesquisador da
Unicamp. Segundo Aranha, na Colômbia, por exemplo, existem programas de
habitação popular com base no bambu. Para o doutor Antônio Ludovico Beraldo,
professor da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, arquitetos e
engenheiros como Simón Vélez, Oscar Hidalgo Lopez e Jorg Stamm impulsionam a
fama colombiana. Na Colômbia, por exemplo, o arquiteto Simón Vélez projetou uma
igreja toda de bambu. "Além de excelentes profissionais, a Colômbia tem a vantagem
de ter matéria-prima abundante, da espécie Guadua angustifolia, mão-de-obra
qualificada e equipamentos desenvolvidos especialmente para trabalhar com o
material", complementa Beraldo. Situação semelhante ocorre em países como China,
Japão e Índia, onde o uso do bambu está consagrado. 

Somando-se as experiências, o mercado mundial do produto movimenta cerca de


US$ 14 bilhões por ano, segundo o INBAR (International Network for Bamboo and
Rattan). Na avaliação do INBAR, o bambu é uma solução viável e sustentável para
combater o déficit habitacional: as casas de bambu são de baixo custo e mínimo
impacto ambiental, fáceis de construir, duráveis, flexíveis, adaptáveis socialmente e
resistentes a terremotos.

Embora tradicionalmente o bambu seja mais explorado no meio rural, o material tem
sido cada vez mais empregado nas edificações urbanas. Em Hong Kong e na
Colômbia, é possível encontrar grandes edifícios em construção cercados por
gigantescos andaimes de bambu. Outras aplicações temporárias também são
frequentes, como em fôrmas e no escoramento de lajes. "Para aplicações usuais de
colunas de cerca de 4 m de altura, colmos de bambu são perfeitamente adaptados
para desempenhar essa função", garante Beraldo.

À esquerda, projeto de habitação popular no Peru; à direita,


ponte em parque na cidade de Armenia, Colômbia, de Jorg
Stamm.

 Bambu oferece varias vantagens que preenchem quase todos os critérios de um


material sustentável, principalmente como uma madeira que reduz o
desflorestamento. Esse conhecimento é acompanhado de uma grande quantidade de
pesquisas e utilizações que provam a sua eficácia. É largamente reconhecido no
mundo que o bambu pode ser utilizado em vários tipos de construções e de varias
maneiras: parte estrutural de uma obra, arquitetura e acabamentos, na sua forma
mais rústica ou combinado com outros materiais. O bambu ainda pode ser usado na
sua forma mais simples, com tratamentos ou com alta tecnologia em novas matérias
como Plyboo (bambu laminado e colado), MDF (médium density fiberboard) ou
compostos, por exemplo.

Evolução na construção com bambus


Segue abaixo algumas formas de utilização do bambu para construção, desde sua
utilização mais simples até formas mais sofisticadas.
Construções convencionais: bambus feitos em sua forma original (colmo tratado).
As junções dos colmos são feitas sobre a forma de boca de peixe, cordas ou apenas
com o peso dos colmos. O bambu é montado em estruturas planas com uma camada:

Tiras: o bambu é aberto em varias tiras e pode ser usado como um tecido que cobre
a construção. É fácil retirar essas tiras, pois as fibras do bambu ficam no sentido
longitudinal.

Cordas: utilização singular do bambu comparado com a madeira é seu uso como


corda. Isto é possível de ser feito devido às fibras no sentido longitudinal dos colmos.
Na China, o uso de cordas transadas ou torcidas tem tido muitas aplicações em
vários campos da engenharia como em construções de pontes suspensas, gabiões,
feixes, diques ou para construção de barcos (Hidalgo 2003).

Construções engenheiradas: usa-se parafuso e porca com argamassa para juntar


os colmos. Com isso, é possível fazer estruturas tri dimensionais. 

Bambu substituindo madeira


O bambu é utilizado para substituição de materiais de madeira tendo como vantagem
o apelo ecológico, flexibilidade e resistência. Ele pode ser transformado para
combinar ou se conectar com outros materiais em construções já existentes. Este
caso pode ser dividido em três subcategorias:
a) colmos de bambu
b ) bambu laminado
b) bambu composto
 a) colmos: substituto do aço onde é explorada a tensão e compressão do material. É
importante, neste caso, ter uma boa triagem dos colmos ja que os calculos demandam
precisão e é usada tecnologia mais avançada.
b) bambu laminado (plyboo): bambu laminado pode ser usado para substituir
madeira em várias situações: pisos, painéis, moveis, forros, vigas, teto, entre outras
possibilidades. O bambu laminado é feito a partir de tiras de bambu prensadas e
coladas. Existe crescente mercado deste material na UE, EUA e também no Brasil
com importações feitas da Ásia. Nos EUA, o piso de bambu ganhou recentemente o
selo do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) que é uma
certificação para materiais sustentáveis concedida pela ONG americana U.S. Green
Building Council.

c) materiais compostos: mistura do bambu com outros materiais de construção,


formando compósitos. Existem varias experiências como:
1) bambu com concreto armado;
2) fibra de bambu com concreto armado;
3) bambu laminado combinado com madeira;
4) bambu reforçado;
5) bambu reforçado com polipropileno:

Vantagens em um projeto
Em recente projeto feito na India pelo escritório Inspiration e apresentado no WBC
(World Bamboo Congress 2009) o bambu foi priorizado como principal material. Ele
foi utilizado em painéis, estruturas e acabamentos. As seguintes vantagens foram
constatadas em comparação com construções convencionais:
 material tecnológico e barato
 flexível e com alta resistência
 boa força, funcionalidade e estética
 pouca emissão de carbono
 leve
 redução do tempo de execução da obra
 redução de temperatura media interna de 3 a 4 graus Celsius devido a baixa
condutividade do material
 substituiu quase 70% do cimento e aço usados para estrutura sem
comprometer força e usabilidade do prédio
 economia nos custos da estrutura do prédio
Bambu pode ainda ser utilizado na construção de pontes ou grandes estruturas
devido a sua boa resistência a tração e propriedades físicas adequadas. 
Espécies indicadas para o Brasil
Para o caso de bambu como fonte de matéria prima para arquitetura e construção,
aconselhamos às espécies Guadua angustifólia e Dendrocalamus giganteus: bambus
de origem tropical, entouceirantes (não alastram) e se adaptam muito bem as nossas
condições, alem de serem largamente utilizados para arquitetura. Possuem paredes
com 2 a 2,5 cm de espessura, em media, e colmos (troncos) que atingem até 20
metros de altura.
Dendrocalamus giganteus: maior dos bambus, é entouceirante (não alastra),
interessante para laminados, estruturas e acabamentos. Colmos possuem cor verde
marrom e ficam bem unidos. Espécie demanda tratamento adequado, pois possui boa
quantidade de amido.
 altura: 24 a 40 metros
 diâmetro: 10-30 cm
 internos: 20-45 cm
 clima: regiões tropicais úmidas até regiões subtropicais
 temperatura mínima: -2ºC

Guadua angustifólia: entouceirante, porém com colmos distantes entre si por meio


metro, em media. Caracteriza-se pela cor verde intensa e faixas brancas nos
entrenós. Bambu largamente utilizado para construções e acabamentos
principalmente na Colombia e países na faixa do equador. Muito elogiado por
artesãos e construtores.
 altura: até 30 metros
 diâmetro: até 20 cm
 clima: tropical
 temperatura mínima: -1ºC 

Beneficiamentos 
O bambu geralmente esta exposto ao ataque de microorganismos (insetos) e a vida
útil das estruturas feitas a partir desse material é determinada, principalmente, pela
intensidade de ataque de pragas e doenças. A durabilidade do bambu esta
diretamente ligada à forma de tratamento aplicada ao colmo e a destinação do seu
uso. Os métodos de tratamento do bambu são diversos e podem ser utilizados de
acordo com as condições econômicas e estruturais do produtor:
 cura ou maturação na mata
 imersão em água
 ação do fogo
 ação de fumaça
 métodos químicos com produtos oleosos, oleossolúveis ou hidrossolúveis
 tratamento sob pressão em autoclave ou Boucherie 

Técnicas de preservação do bambu

O bambu apresenta baixa durabilidade natural por causa da presença do amido, que
atrai fungos. Para prolongar a vida útil do bambu, existem algumas técnicas

 Observação da idade para o corte: esse é o procedimento mais simples de ser


efetuado. Os colmos maduros (com mais de três anos) geralmente são mais
resistentes aos ataques de fungos e de insetos, além de apresentarem melhor
desempenho mecânico. O maior problema refere-se ao desconhecimento da idade
dos colmos, já que a marcação anual, na maioria das vezes, não é feita regularmente.

 Cura na mata: os colmos de bambu são cortados e deixados para secar na própria
touceira, geralmente apoiando-se a base inferior do colmo em uma pedra. Quando as
folhas secam e caem, o colmo já pode ser utilizado. Essa técnica, denominada
avinagrado na Colômbia, facilita a degradação do amido e da seiva presentes no
colmo, aumentandoa durabilidade

 Tratamento por imersão: os colmos podem ser imersos em água (parada ou


corrente), ou em soluções preservativas. Em alguns casos os colmos devem ser
recém-cortados. Em outros, pode-se utilizar colmos secos ao ar. Quando feito por
aspersão, apresenta pouca eficiência, já que a absorção do produto é feita apenas
pelas extremidades do colmo

 Tratamento pela fumaça e pelo fogo: os colmos recém-cortados são colocados em


fogo rápido. Também se pode desenvolver um tipo de defumador que, em bambus
alastrantes, provoca o escurecimento dos colmos, tornando-os muito atraentes para
fins ornamentais. Aparentemente, o efeito do calor e da fumaça alteram ou degradam
o amido, tornando o colmo mais resistente ao ataque do caruncho. Para aplicações
em escala comercial devem ser projetadas instalações específicas para esse fim (de
preferência com recuperação dos produtos químicos eliminados)

 Tratamento sob pressão: o uso de pressão torna o processo mais eficiente. O


método mais recomendado para colmos recém-cortados é o Boucherie modificado.
Bambus secos podem ser tratados em autoclaves (utilizadas para preservação da
madeira). Nesse caso, os diafragmas devem ser perfurados para que o colmo não
rache durante a fase de vácuo. É necessário também fazer um tratamento preventivo
para que, durante a secagem, os colmos não sejam atacados pelo caruncho.

Fonte: Antonio Ludovico Beraldo, da Unicamp


Características mecânicas do bambu

1) Compressão 

Peças curtas de bambu podem suportar tensões superiores a 50 MPa, superando a


resistência dos concretos convencionais. Além disso, o concreto tem densidade
superior a 2 e o bambu apresenta 1/3 desse valor. Desse modo, se for considerada a
resistência em relação à densidade (resistência específica), o bambu mostra-se mais
eficiente do que o concreto.

2) Tração paralela às fibras 

O módulo de elasticidade do bambu situa-se em torno de 20.000 MPa, cerca de 1/10


do valor alcançado pelo aço. Cabos de bambus trançados oferecem resistência similar
ao aço CA-25 (2.500 kgf/cm2). O peso, no entanto, 
é 90% menor.

3) Flexão estática 

O bambu apresenta rigidez suficiente para que possa ser utilizado em estruturas
secundárias, na forma de treliças e vigas. Na Colômbia, Equador e Costa Rica foram
desenvolvidos importantes projetos estruturais com o Guadua angustifolia
Fonte: Antonio Ludovico Beraldo, Unicamp

Escola oferece cursos sobre construção com bambu

Fundada em 2002 pela arquiteta Celina Llerena, a Escola de Bioarquitetura e Centro


de Pesquisa e Tecnologia Experimental em Bambu (Ebiobambu) visa pesquisar e
disseminar conhecimentos referentes à aplicação de técnicas 
e materiais naturais e ecológicos, especialmente o bambu. 

A Ebiobambu, localizada em Visconde de Mauá (RJ), reúne profissionais que, além


dos projetos arquitetônicos, oferecem cursos e palestras para incentivar o uso do
material e formar mão-de-obra especializada. Um ano antes da criação da escola,
Celina já fazia coleta de espécies de bambu. 

Hoje ela conta com um campo de propagação da gramínea e um banco genético com
mais de 50 espécies diferentes. 

Endereço: Escritório na Rua Benjamim Batista, 7/301, 22461-120, 


Jardim Botânico, Rio de Janeiro. 
Telefone: (21) 2266-2197. 

Site: www.bambubrasileiro.com/ebiobambu, e-mail: ebiobambu@ebiobambu.com.br.


No Brasil

Embora o País tenha reservas naturais do material e condições de plantio, o bambu


ainda não é muito utilizado aqui. Segundo um levantamento feito pelo Inpa (Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia), só no Estado do Acre 38% das florestas são
compostas por bambuzais naturais. "E temos grandes áreas de bambu também na
região do parque de Foz do Iguaçu e às margens de alguns rios do Pantanal", diz o
professor Beraldo. As pesquisas, no entanto, estão apenas no início. Calcula-se que
das cerca de 1.300 espécies desse tipo de gramínea existentes no mundo, 400 delas
são encontradas no Brasil. "O número é impreciso porque ainda faltam levantamentos
nessa área", afirma Marco Antonio dos Reis Pereira, professor do Departamento de
Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da Unesp, em Bauru. 

Ensaios feitos na universidade mostram que os mais indicados para uso estrutural são
bambus pertencentes aos gêneros Guadua (conhecido no Brasil como Taquaruçu),
Dendrocalamus (denominado Bambu gigante ou Bambu balde) e Phyllostachys
pubescens. "Esses são os que apresentam melhores propriedades físicas e
mecânicas e por isso são os mais adequados", diz. Celina Llerena explica que os
colmos dos bambus têm uma fração fibrosa estrutural que representa até 70% de sua
massa. Tal característica confere aos colmos elevada resistência mecânica à tração,
compressão e flexão. Além disso, as estruturas são leves, resistentes e flexíveis. "Uma
fita de bambu, quando comparada a uma de aço de iguais dimensões, tem maior
resistência à tração", argumenta. 

Para ela, as desvantagens do material dizem respeito, entre outras coisas, à falta de
divulgação das técnicas construtivas e de mecanismos de crédito oficiais para
introdução de uma cultura de plantio em áreas degradadas, criando sustentabilidade
para a comunidade local, assim como material para ser usado em construções ou
como laminados. Apesar disso, Celina ressalta que o bambu, se colhido e tratado
corretamente para aumentar a durabilidade (veja boxe sobre preservação), "pode
substituir plenamente a madeira e ter o mesmo resultado". Alguns cuidados, no
entanto, são fundamentais. "O bambu precisa estar afastado do chão no mínimo 40
cm, sobre uma bolacha de barra chata e fina de ferro, aço, bronze ou sobre bailarinas
para, assim, não ter contato com a umidade que sobe do solo." Beirais grandes,
complementa a arquiteta, evitam a incidência das intempéries, reduzindo gastos com
manutenção. 

Concha de espetáculo no parque de Armenia,


Colômbia

Laminados de bambu

Há duas principais formas de usar o bambu: in natura e laminado. Como no Brasil não
se tem cultura para utilizá-lo na forma em que se apresenta na natureza, "há
pesquisas para usar bambu laminado colado, ou BLC", explica Marco Pereira. De
acordo com Pereira, os testes já indicam sinais positivos. O material é versátil e pode
ser aplicado como piso, forro, vigas, painéis, elementos estruturais. O laminado de
bambu está sendo pesquisado também no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo). Márcio Nahuz, engenheiro florestal e pesquisador da
Divisão de Produtos Florestais do IPT, orientou uma dissertação de mestrado sobre o
assunto. "O piso laminado de bambu é extremamente estável, tem apelo estético e
ecológico, é diferente e tem a vantagem da alta produtividade, já que o material se
reproduz muito rapidamente", explica Nahuz. 

O problema é que ainda não existe um mercado estabelecido para o bambu, com
áreas de plantio, fornecedores e empresas que processem o material. Márcio Araújo,
diretor do Idhea (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), concorda
com Nahuz. Especialista em materiais ecológicos, Araújo acredita que o bambu,
apesar do potencial para a construção civil, ainda está longe de ser visto com apreço
pelo mercado. "Enquanto o bambu for considerado um material alternativo ou
marginal, e não uma opção de mercado continuará restrito a um pequeno grupo que
buscou se especializar nesse segmento", diz. "Os pesquisadores estão fazendo o que
lhes cabe, mas sem chegar à escala comercial, o avanço não acontecerá".·.

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