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Tema: Produção de telhas a partir da mistura de isopor e cimento “isocimento”

Introdução
Problematização

As telhas de fibrocimento é um material consagrada, de baixo custo e com aceitação no mercado.


O principal problema são as fibras de amianto que são utilizadas para reforçar a estrutura destas
telhas. A poeira libertada destas fibras pode provocar silicose e portanto há tendência mundial de
evitar o seu uso.

Isopor é um material que se apresenta como plástico celular rígido, proveniente da polimerização
do estireno (derivado do petróleo) em água.

O EPS não contém qualquer produto tóxico ou perigoso para o ambiente ou para a camada de
ozônio, mas quando o isopor não vai para reciclagem pode provocar diversos prejuízos. Se for
destinado ao lixo, o isopor demoram em média 150 anos para se decompor na natureza. Quando
são dispostos no meio ambiente, o isopor que é uma espécie de plástico, se quebra em
microplástico, que possui a capacidade de absorver compostos químicos tóxicos, como
agrotóxicos, pesticidas, metais pesados, como chumbo, Mercúrio e Cadmio, presentes nos rios,
lagos e oceanos.

Se descartado em rios e mares, as pelotas de isopor produto do esfacelamento desse material são
ingeridas por espécies aquático sendo confundidas com organismos marinhos, e, muitas vezes,
acabam por matá-los.

Quimicamente, o isopor na sua composição é constituído por dois elementos, o carbono e o


hidrogênio. Por ser uma espécie de plástico, o isopor é 100 % reciclado, mas um dos problemas
na reciclagem do isopor é sua composição: 98% de ar e 2% de plástico. Isso quer dizer que,
quando derretido, o volume final do isopor cai para 10% do que foi coletado. Por essa razão, sua
reciclagem não acontece por ser leve, ocupa um espaço muito grande e isso colabora para seu
baixo preço de venda, fazendo com que seja inviável economicamente para catadores.

Uma das vias de diminuir a quantidade do isopor nos aterros e lixões é a inceneração mas
quando queimado, o isopor libera gás carbônico, o que contribuí para a poluição do ar e efeito
estufa;

Em concordância das razoes a cima levantada coloca-se a seguinte questão de partida:


 Como pode ser reaproveitado o isopor?
Justificativa
Moçambique é um dos países consumidores de isopor, tendo cada moçambicano produzindo
cerca de 0,60 Kg de lixo por dia. O isopor, em razão das características e propriedades físico-
químicas, aliadas à facilidade de manuseio e baixo custo, tem diversas aplicações no mercado
sendo utilizado como embalagens térmicas para transporte e para produtos frágeis; material
esportivo; peças de decoração na arquitetura, apos a sua utilização o seu destino final é a lixeira.
Apesar de ser considerado atoxico e não ser prejudicial ao meio ambiente o isopor é um material
que demora bastante tempo para se decompor, ocupa um grande volume nos aterros sanitarios e é
repetidamente produzido em larga escala.
O autor sentiu se motivado a desenvolver este projecto de pesquisa por facto de ter observado na
Cidade de Chimoio uma quantidade de isopor descartado nas ruas, lixeira da preferia da cidade.
Por outro lado o autor tem uma visão económica dos produtos proveniente da reciclagem ou
reaproveitamento do isopor.

O autor ao ver o poliestireno descartado nos aterros sanitários, sentiu se motivado em buscar uma
solução para evitar o acumulo deste resíduo solido, ele fez uma busca das propriedades do isopor
e verificou que este material tem propriedades importantes para ser aplicado na construção civil
especialmente na produção de telhas ecológica.
Hipóteses

H0: O isopor pode ser reaproveitado na produção de telhas.

H1: O isopor não pode ser reaproveitado na produção de telhas.

Hipóteses

H0:A aplicação do isopor na produção de telhas é viável.

H1:A aplicação do isopor na producacao de telhas não é viável.

Objecto e delimitação do tema


O objecto de estudo da pesquisa é a produção de telhas ecológicas. Para tal será recolhido isopor
descartado nas diversas áreas de deposito de resíduos sólidos da cidade de Chimoio.

Objectos da pesquisa

Geral

 Produzir telhas de baixo custo e ecológica a base de isopor e cimento.


Específicos
 Substituir fibras de amiato por fibras plantam “menos maléfica”
 Analisar a qualidade da telha produzida a partir do reaproveitamento do isopor.
 Caracterizar o poliestireno expandido (EPS);
 Reduzir a utilização de matéria-prima “virgem” e consequentemente reduzir custo de
material empregado no processo de produção de telhas convencional;
Revisão bibliográfica
POLIESTIRENO EXPANDIDO – ISOPOR
Segundo Oliveira, (2013:19) isopor é um material que se apresenta como plástico celular rígido,
proveniente da polimerização do estireno (derivado do petróleo) em água.
Frabricacao do isopor
A matéria prima do EPS, o polímero de polietileno, é um polímero de estireno que contem um
agente expansor. Ele é obtido apartir do petróleo, por meio de diversas transfrmacoe química.
Apresenta-se sob a forma de pequenos grânulos capazes de expandir cerca de 50 vezes o seu
volume inicial. Em seu processo de produção não se utiliza e nunca se utilizou o gas CFC
(Santos, 2008:7).
Como agente expansor para a transformação do EPS, emprega-se o pentano( C 5 H 12 ), um
hdrocarboneto que se deteriora rapidamente pela reacao fotoquímica gerada pelos raios solare,
sem comprometer o meio ambiente.

O processo de fabricação do isopor consiste em transformação física da matéria prima (o


polímero de poliestireno), porém esta não interfere nas propriedades químicas do material, esse
processo é realizado através das seguintes etapas (Oliveira, 2013):

 Pré-expansão: nesta primeira fase em um pré-expansor o poliestireno recebe aquecimento


por contato com vapor de água. Com isto as pérolas com cerca de 3 milímetros passará a
ter um volume de 50 vezes mais do que o atual, o que resulta em num granulado de
partículas de poliestireno expandido;
 Armazenamento intermediário: Fase de estabilização do material, que se faz necessário
para posterior transformação, é aonde acontece o resfriamento do EPS que propicia uma
depressão no interior das células, o qual forma espaços que serão preenchidos por ar
circulante;
 Moldagem: O granulado estabilizado é introduzido em moldes e novamente exposto a
vapor de água, o que provoca a soldadura do mesmo; assim obtém-se um material
expandido tentando evitar perdas do produto, este processo de expansão dentro da câmara
de vapor pode ser interrompido bruscamente com jatos de água fria direcionados contra a
parede do molde.
Após serem expandidas as pérolas podem apresentar em seu volume até 98% de ar e 2% de
poliestireno, por exemplo, em 1m3 de isopor pode existir de 3 a 6 bilhões de células fechadas e
cheias de ar.

CARACTERÍSTICAS
 Baixa condutibilidade elétrica e térmica: A estrutura de células fechadas, cheias de ar,
(97% de seu peso) dificulta a passagem do calor o que confere ao isopor um grande poder
isolante.
 Baixo peso: As densidades do isopor variam entre os 10-30 kg/m³, permitindo uma
redução substancial do peso das construções.
 Resistência mecânica: Apesar de muito leve, o isopor tem uma resistência mecânica
elevada, que permite o seu emprego onde esta característica é necessária.
 Baixa absorção de água: O isopor não é higroscópico. Mesmo quando imerso em água o
isopor absorve apenas pequenas quantidades de água. Tal propriedade garante que o
isopor mantenha as suas características térmicas e mecânicas mesmo sob a ação da
umidade.
 Facilidade de manuseio: O isopor é um material que se trabalha com as ferramentas
habitualmente disponíveis, garantindo a sua adaptação perfeita à obra.
 O baixo peso do isopor facilita o manuseamento do mesmo em obra. Todas as operações
de movimentação e colocação resultam significativamente encurtadas.
 Versatilidade: O isopor pode apresentar-se numa variedade de tamanhos e formas, que
se ajustam sempre às necessidades específicas da construção.
 Resistência ao envelhecimento: Todas as propriedades do isopor mantêm-se 21
inalteradas ao longo da vida do material, há estimativas em que em meio à natureza
demore cerca de 150 anos para se degradar.
 Absorção de impactos.
 Resistência à compressão: De a 2 kg/cm²
 Resistência química: O isopor é compatível com a maioria dos materiais correntemente
usados na construção civil, tais como cimento, gesso, cal, água, entre outros.

AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO EPS


As propriedades mecânicas mais importantes do EPS relacionam-se com as condições de
manuseamento e aplicação. Estas são a resistência à compressão, a resistência à flexão, a
resistência à tração e a fluência sob compressão. Os valores da resistência estão relacionados
principalmente com a massa volúmica do EPS. De uma maneira geral, os valores aumentam de
uma maneira linear com a massa volúmica.

Na compressão, o EPS comporta-se de uma maneira elástica até a deformação atingir cerca 2%
da espessura da placa. Nesta situação, uma vez retirada a força que provocava a deformação, a
placa recupera a espessura original. Aumentando a força de compressão, supera-se o limite de
elasticidade e verifica-se uma deformação permanente de parte das células que, no entanto, não
se rompem. Nessas aplicações do EPS, deve-se escolher a massa volúmica para que se obtenham
valores de compressão inferiores a 1% em longo prazo.

O COMPORTAMENTO BIOLÓGICO
O EPS não apodrece nem ganha bolor, não é solúvel em água nem liberta substancias para o
ambiente. Até esta data, não foi observado qualquer efeito prejudicial para a saúde - o EPS é
correntemente utilizado como acondicionador de alimentos. O EPS não constitui substrato ou
alimento para o desenvolvimento de animais ou microrganismos. Em caso de grande acumulação
de sujidade sobre uma placa, poderão surgir bolores que, no entanto, não afetarão o EPS. O EPS
pode ocasionalmente ser atacado por roedores ou outros animais. Por isso, é necessário prever
revestimentos que impeçam o acesso desses animais as placas de EPS.

O IMPACTO NO MEIO AMBIENTE


O EPS é um produto sintético proveniente do petróleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a
cerâmica e os metais. Ao longo de todo o ciclo de vida a utilização do EPS como isolamento
térmico tem um impacto positivo sobre o Meio Ambiente. Quimicamente, o EPS consiste de só
dois elementos, o carbono e o hidrogênio. O EPS não contém qualquer produto tóxico ou
perigoso para o ambiente e camada de ozônio (está isento de CFC). O gás contido nas células é o
ar. Por se tratar de um plástico e de ser muito leve, o processo de fabrico consome pouca energia
e provoca pouquíssimos resíduos sólidos ou líquidos. O gás expansor incorporado na matéria
prima (o poliestireno expansível) é o pentano.
A utilização do EPS como isolamento térmico permite poupar energia que, durante a vida útil do
edifício, pode chegar a ser centenas de vezes superior à energia consumida durante o seu fabrico.
Esta poupança de energia significa que, para além preservar os recursos energéticos, o uso de
EPS reduz a emissão dos gases poluentes e dos gases que contribuem para o efeito estufa na
atmosfera. Após a conclusão da vida útil do EPS, este é totalmente reciclável.

Aplicação do isopor na construção civil


O Poliestireno Expandido (EPS) vem sendo utilizado cada vez mais como material para
construção civil, devido principalmente à sua baixa densidade e capacidade de isolamento termo-
acústico. Sua incorporação permite reduzir a potência de refrigeração dos sistemas de
condicionares de ar, buscando maiores condições de conforto aliada à economia nos gastos
anuais com energia elétrica (Monteiro, 2011; 23).

Além da sua capacidade isolante, as características de baixa densidade, resistência e facilidade de


manuseio têm contribuído para o material ocupar uma posição estável na construção civil.

A indústria da Construção Civil, pela grande quantidade e diversidade de materiais que consome
é um mercado, em potencial, para absorver resíduos de EPS provenientes de embalagens de
eletrodomésticos, máquinas, equipamentos, etc. Por esta razão, materiais alternativos,
desenvolvidos com estes resíduos, podem representar uma boa alternativa até mesmo no custo
final de moradias, em função da matéria-prima em parte reaproveitada no processo.

Por conta da falta dessa estrutura, apenas 10% do isopor pós consumo, um “pecado” em termos
ambientais e mercadológicos. Quando transformado em outros materiais plásticos como PS
(poliestireno) e compostos SBS (estireno butadieno estireno) no processo de reciclagem, o isopor
pode virar sola de sapato, vaso de plantas, gabinete de TV e régua escolar, entre tantos outros
produtos.
Além disso, o uso do EPS reciclado para construção civil torna o custo da habitação mais barato
e colabora para o tratamento ambiental do resíduo. Os sistemas construtivos em EPS propiciam
uma economia significativa nos projetos estruturais das obras, na logística e reduzindo o
desperdício.
O isopor reciclado, agregando-se a outros materiais, pode ser transformado em tijolo leve
poroso, argamassa e concreto leve, aproveitável em qualquer parte da construção convencional
que não exija materiais de alta resistência. Grande parte desse potencial se perde pela dificuldade
em fazer o resíduo de EPS sair da residência do consumidor e voltar à indústria transformadora.
Alguns autores, realizaram análise experimental do desempenho térmico de sistema construtivo
(parede) fabricado com blocos de concreto leve com EPS como agregado graúdo, além de ensaio
mecânico (compressão) comparando com resultados obtidos com bloco de concreto comum,
demonstraram a viabilidade do uso do bloco de concreto leve tanto no que diz respeito à
resistência mecânica como no que se refere ao desempenho térmico.
O conhecimento de técnicas de conservação pode resultar numa redução de até 15% do consumo
de energia pelo setor produtivo. O uso do EPS em obras civis, por exemplo, é uma tecnologia
comprovadamente viável para conservação de energia, necessitando apenas maior divulgação de
suas qualidades.

CIMENTO PORTLAND

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
O cimento portland é composto de clínquer e de adições. O clínquer é o principal componente e
está presente em todos os tipos de cimento portland. As adições podem variar de um tipo de
cimento para outro e são principalmente elas que definem os diferentes tipos de cimento.

CLÍNQUER
O clínquer tem como matérias-primas o calcário e a argila, ambos obtidos de jazidas em geral
situadas nas proximidades das fábricas de cimento. A rocha calcária é primeiramente britada,
depois moída e em seguida misturada, em proporções adequadas, com argila moída. A mistura
formada atravessa então um forno giratório de grande diâmetro e comprimento, cuja temperatura
interna chega a alcançar 1450°C. O intenso calor transforma a mistura em um novo material,
denominado clínquer, que se apresenta sob a forma de pelotas. Na saída do forno o clínquer,
ainda incandescente, é bruscamente resfriado para posteriormente ser finamente moído,
transformando-se em pó.

O clínquer em pó tem a peculiaridade de desenvolver uma reação química em presença de água,


na qual ele, primeiramente, torna-se pastoso e, em seguida, endurece, adquirindo elevada
resistência e durabilidade. Essa característica adquirida pelo clínquer, que faz dele um ligante
hidráulico muito resistente, é sua propriedade mais importante.

ADIÇÕES

As adições são outras matérias-primas que, misturadas ao clínquer na fase de moagem, permitem
a fabricação dos diversos tipos de cimento portland hoje disponíveis no mercado. Essas outras
matérias-primas são o gesso, as escórias de alto-forno, os materiais pozolânicos e os materiais
carbonáticos.
O gesso tem como função básica controlar o tempo de pega, isto é, o início do endurecimento do
clínquer moído quando este é misturado com água. Caso não se adicionasse o gesso à moagem
do clínquer, o cimento, quando entrasse em contato com a água, endureceria quase que
instantaneamente, o que inviabilizaria seu uso nas obras. Por isso, o gesso é uma adição presente
em todos os tipos de cimento portland. A quantidade adicionada é pequena: em geral, 3%
degesso para 97% de clínquer, em massa.
As escórias de alto-forno são obtidas durante a produção de ferro-gusa nas indústrias
siderúrgicas e se assemelham aos grãos de areia. Antigamente, as escórias de alto-forno eram
consideradas como um material sem maior utilidade, até ser descoberto que elas também tinham
a propriedade de ligante hidráulico muito resistente, ou seja, que reagem em presença de água,
desenvolvendo características aglomerantes de forma muito semelhante à do clínquer. Essa
descoberta tornou possível adicionar a escória de alto-forno à moagem do clínquer com gesso,
guardadas certas proporções, e obter como resultado um tipo de cimento que, além de atender
plenamente aos usos mais comuns, apresenta melhoria de algumas propriedades, como maior
durabilidade e maior resistência final.

Os materiais pozolânicos são rochas vulcânicas ou matérias orgânicas fossilizadas encontradas


na natureza, certos tipos de argilas queimadas em elevadas temperaturas (550°C a 900°C) e
derivados da queima de carvão mineral nas usinas termelétricas, entre outros. Da mesma forma
que no caso da escória de alto-forno, pesquisas levaram à descoberta de que os materiais
pozolânicos, quando pulverizados em partículas muito finas, também passam a apresentar a
propriedade de ligante hidráulico, se bem que de forma distinta. Isto porque não basta colocar os
materiais pozolânicos, sob forma de pó muito fino, em presença de água, para que passem a
desenvolver as reações químicas que os tornam primeiramente pastosos e depois endurecidos. A
reação só vai acontecer se, além da água, os materiais pozolânicos moídos
em grãos finíssimos também forem colocados em presença de mais um outro material. O
clínquer é justamente um desses materiais, pois no processo de hidratação libera hidróxido de
cálcio (cal) que reage com a pozolana.

Esse é o motivo pelo qual a adição de materiais pozolânicos ao clínquer moído com gesso é
perfeitamente viável, até um determinado limite. E, em alguns casos, é até recomendável, pois o
tipo de cimento assim obtido ainda oferece a vantagem de conferir maior impermeabilidade, por
exemplo, aos concretos e às argamassas.

HIDRATAÇÃO DO CIMENTO

HIDRATAÇÃO DO CIMENTo

O termo hidratação, por definição, indica a reação química de uma dada espécie química com
água convertendo-se em hidrato, pela introdução de água em sua molécula. No âmbito restrito da
química do cimento este termo refere-se ao conjunto de mudanças que ocorrem quando o
cimento anidro ou uma de suas fases constituintes é misturado com água. O fenômeno é
complexo envolvendo reações químicas que superam a simples conversão de espécies anidras em
hidratos correspondentes.

O cimento portland é constituído por um certo número de compostos, cujas reações são a origem
do processo de endurecimento. Os compostos presentes no portland são anidros, mas quando
postos em contato com a água, reagem com ela, formando produtos hidratados.

O mecanismo de hidratação do cimento pode ser dividido em cinco etapas: estágio inicial (I),
período de indução (II), período de aceleração (III), período de desaceleração (IV), estágio final
(V) ou período de reação lenta. A termodinâmica das reações químicas permite visualizar esse
perfil a partir da determinação do calor de hidratação de uma pasta de cimento Portland. A
Figura 2.1 associa a taxa de liberação de calor de hidratação de uma pasta de cimento Portland à
variação da concentração de íons cálcio em solução, com o tempo de hidratação (JAWED et al.,
1983; ZAMPIERI, 1989)..

PEGA E ENDURECIMENTO
Segundo Louis Vicat, o cimento Portland é um sistema químico formado por compostos,
instáveis na presença da água, e que se hidratando, transformam-se em novo sistema estável e
compostos hidratados. Os compostos anidros, sendo sempre mais solúveis que os compostos
hidratados, quando em presença de água insuficiente para dissolvê-los inteiramente, dissolvem-
se até a saturação.
Assim sendo, a solução dos compostos anidros é supersaturada em relação aos compostos
hidratados, a cristalização espontânea desta solução supersaturada constitui a “Pega”.
No processo de pega e endurecimento, a reação com a água produz rapidamente uma capa
superficial de produtos de hidratação envolvendo cada partícula (NELSON, 1990). Os produtos
de hidratação ocupam um espaço significativo em função do tamanho das partículas bem como
em função do líquido que as envolve, uma vez a combinação de ambos produzem partículas com
dimensões coloidais, embora alguns cristais de hidróxido de cálcio também estejam presentes em
menores proporções. Com o progresso da reação, as camadas dos produtos de hidratação se
estendem e começam a se unir de tal maneira que se forma um gel nos espaços intergranulares,
correspondendo à fase plástica da pasta (TAYLOR, 1997). À medida que a reação progride, as
partículas existentes entre os grãos aumentam e vão se apertando progressivamente, até que o
material possa ser considerado como uma massa de partículas em contato mútuo. As partículas
cristalinas estão disseminadas através de gel, e também se formam nos poros por recristalização.
Progressivamente, o gel se cristaliza e o cimento endurece (MEHTA e MONTEIRO, 2001).

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