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COLÉGIO FAVO

DISCIPLINA DE BIOLOGIA

JENIFER CAROLINA DE FREITAS SANTOS SILVA

TECIDOS VEGETAIS
Produtos utilizados diariamente

SALVADOR-BA
2020
JENIFER CAROLINA DE FREITAS SANTOS SILVA

TECIDOS VEGETAIS
Produtos utilizados diariamente

Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina


de Biologia, do Colégio Favo, a ser utilizado
como diretrizes para pontuação referente à II°
unidade.

Professor Bruno Oliveira

SALVADOR-BA
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. APLICAÇÕES NO NOSSO DIA A DIA 2

2.1. Madeira 2

2.1.1. Vantagens do uso da madeira na construção 2

2.1.2. Desvantagens do uso da madeira na construção 3

2.2. Fibras 3

2.2.1. Tecendo a rede 4

2.3. Celulose 4

2.4. Lignina 5

2.5. Óleos vegetais 5

2.6. Fármacos 7

2.6.1. Princípio ativo 8

3. CONCLUSÃO 8

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9
1. INTRODUÇÃO

Desde a Pré-História, o homem aplica os tecidos vegetais na confecção


de produtos utilizados diariamente. Os primeiros hominídeos, por exemplo,
manipulavam os óleos vegetais e outros artigos para executarem as famosas
pinturas rupestres. Ao longo dos anos, foram descobertas novas formas de
empregar as propriedades vegetais nos mais variados setores da sociedade – são
eles: medicinal, industrial, agricultor, cosmético, gastronômico e farmacêutico.
Ademais, essas aplicações não estão restritas apenas à área produtora,
mas também, como potenciais influenciadores das relações interpessoais. Os
barcos de juta dos egípcios e os quipos de alguns povos pré-colombianos, por
exemplo, foram fundamentais para a construção e ao desenvolvimento destas
civilizações.
Séculos mais tarde, ocorreu a Revolução Industrial, que foi de suma
importância para o desdobramento de novas técnicas de uso dos tecidos vegetais.
Dentre elas, pode-se citar a técnica in vitro de metabólitos secundários, como forma
de produção de biomassa vegetal.
Nesse sentido, este projeto visa abordar os produtos feitos com os tecidos
vegetais utilizados diariamente, “desde a rolha feita de cortiça que tampa a garrafa
de vinho, até os objetos decorativos feitos do Sisal (Agave sisalana)”, como
especificou o professor do Colégio Favo, Bruno Oliveira aos seus alunos do 2° ano
do Ensino Médio.

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2. APLICAÇÕES NO NOSSO DIA A DIA

2.1. Madeira

Do pau-brasil, os lusitanos extraíam a tinta vermelha para a coloração dos


tecidos da realeza, no período colonial. Seu uso constante e exacerbado quase
resultou em sua extinção no território brasileiro.
Atualmente, a madeira é usada nas construções, na fabricação de
embarcações, na carpintaria e marcenaria (móveis, embalagens, torneados, cabos
de ferramentas), na confecção de materiais esportivos, de instrumentos musicais e
para decoração em geral. Entretanto, após a Revolução Industrial, ela foi
desprezada no âmbito das construções, predominante feitas com o aço e o concreto.
Ao longo dos anos, surgiram novos desafios para a conservação desse
material, devido à grande derrubada de árvores e queimadas.

2.1.1. Vantagens do uso da madeira na construção

Elas possuem uma alta resistência às forças de tração e compressão,


podendo ser, a depender do tipo, mais resistentes contra fortes choques do que o
próprio concreto. Além disso, ela é bastante resistente em relação ao fogo, como
descrito no trecho a seguir, por Edna Moura Pinto (2007):

Num incêndio, as temperaturas atingem mais do que


1000°C. No entanto, o aço, a 500°C, já perdeu 80% de sua
resistência, enquanto que o concreto começa a perder resistência a
partir dos 80°C. A madeira, submetida a um severo incêndio, teve
sua seção reduzida, mas não a ponto de eliminar sua capacidade de
suportar seu próprio peso e o peso extra das barras de aço.

Os arqueólogos frequentemente encontram utensílios antigos e bem


conservados feitos com este material. Além disso, sua manutenção é fácil, devido à
sua versatilidade.

A madeira é um excelente isolante térmico, logo, os custos de energia


utilizada para o ar-condicionado ou aquecedor são reduzidos.

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2.1.2. Desvantagens do uso da madeira na construção

O maior preconceito em relação ao uso da madeira nas construções é o


seu grande potencial como um combustível, o que aumenta a probabilidade de
ocorrência de incêndios.

Ademais, ela é bastante vulnerável aos agentes externos, como os


cupins, insetos e organismos xilófagos. Além disso, ela é muito variável, pelo fato de
ser uma extensão de um ser vivo. Logo, sua estrutura pode inchar ao entrar em
contato excessivo com a umidade, assemelhando-se com uma esponja.

2.2. Fibras

As suas aplicações mais antigas já registradas foram nos barcos de jutas


dos egípcios (essenciais para o desenvolvimento do comércio, e posteriormente das
grandes cidades) e nos quipos (sistema de contagem realizada com cordas de fibras
vegetais) dos povos pré-colombianos.
Elas representam uma grande diversidade, pois o seu uso é bastante
abrangente. O algodão é indispensável na indústria de tecidos. O cânhamo, oriundo
da maconha, é menos delgado e mais flexível do que o algodão, porém, é muito
mais resistente e barato. Além disso, ele é leve e biodegradável.
De acordo com a EcoDebate (2010),
O sisal produz fibras muito resistentes, utilizadas em
cordoaria, tapeçaria e redes. A piaçava é usada para confeccionar
vassouras e escovas. [...] As fibras de coco também são bastante
úteis na indústria, construção civil e paisagismo: indústrias
automobilísticas, navais e aeronáuticas utilizam esta e outras fibras
vegetais (como resíduos de madeira e esponja vegetal) como
enchimentos em estofados, facilitando a reciclagem e evitando a
combustão rápida, além de serem mais leves, resistentes e duráveis
que as sintéticas. As fibras de coco também são utilizadas na
implantação de telhados verdes, construções alternativas e jardins

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verticais, contribuindo para a preservação do xaxim (samambaiaçu)
que se encontra em extinção.

Em cosmética, saúde, nutrição e limpeza também são


utilizadas as fibras vegetais. É muito conhecida a esponja vegetal
(Luffa cylindrica) utilizada em tratamentos dermatológicos e banhos
como estimulante do(s) sistema(s) de circulação [...] A utilização das
fibras vegetais são atualmente bastante pesquisadas, e se mostram
cada vez mais atuais como alternativas sustentáveis e
economicamente viáveis em diversas áreas das atividades humanas.

2.2.1. Tecendo a rede

As fibras vegetais é um dos meios mais ecológicos no setor industrial,


justamente por serem biodegradáveis. Apesar de terem sido substituídas pelas
fibras sintéticas, elas têm vantagens insubstituíveis, como variabilidade, conforto,
resistência e preservação ecológica. Além disso, sua produção geraria muitos
empregos, devido à grande diversidade das fibras no território brasileiro.

2.3. Celulose

Nem só de papel vive a celulose. (FIBERCARE, techmelt,


2018)
O uso da celulose é muitíssimo versátil. A sua aplicação mais conhecida é
na indústria de papel, que ocorre da seguinte maneira: da madeira da pinus e/ou
eucalipto são retiradas pequenas raspas, chamadas de cavacos. Estes são
submetidos ao uso do cloro e a produtos químicos, para separar a celulose da
lignina, cuja utilização será abordada no tópico seguinte.
Atualmente, o papel é produzido a partir de árvores de zonas de
reflorestamento, com o intuito de amenizar os impactos ao meio ambiente, e a
quantidade do cloro para o seu branqueamento foi reduzida. Outrossim, o papel
passou a ser reciclado no século XXI.

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O emprego da celulose é realizado em várias esferas da sociedade: na
medicina, muitas capsulas de remédios são feitas a partir dela, além de biocurativos
– feitos a partir da celulose extraída da parede celular de bactérias – para o
tratamento de feridas cutâneas; na indústria têxtil, que retira a viscose para a
fabricação de tecidos; nos cosméticos, com derivações da substância para produção
de ativos dermatológicos e odontológicos; na indústria alimentícia, que vai desde a
produção de salsichas e linguiças, até emulsificantes, espessantes e estabilizantes
na produção de sorvetes, hamburgueres, queijos, dentre outros; na indústria
petroquímica, como combustível biodegradável. É utilizada, inclusive, na fabricação
de etanol; e na construção civil, para a produção de drywall, uma divisória de
ambientes.

2.4. Lignina

Depois da celulose, a lignina é o biopolímero mais abundante na


natureza. Ela é considerada uma grande vilã na produção de produtos feitos a partir
da biomassa, como por exemplo, o papel e o etanol. Na primeira, ocorre uma série
de processos para separá-la da celulose, entretanto, resta a lignina residual,
responsável pelo aspecto amarelado do papel ao decorrer do tempo. Na segunda,
como o etanol da 2G é feito a partir de resíduos agrícolas, há um grande esforço
para retirar a lignina que está associada a outros componentes da biomassa.
Apesar das desvantagens retratadas anteriormente, a aplicação da
substância em questão é muito bem-vinda na indústria de cosméticos e perfumaria.
Esta é beneficiada pelas propriedades aromáticas – especialmente a baunilha – da
macromolécula do subproduto vanilina às formulações. E aquela, pelas propriedades
antioxidante e foto-protetora incorporadas em produtos de skin-care.

2.5. Óleos vegetais

São amplamente utilizados no comércio de beleza. Segue abaixo os 12


principais óleos vegetais e seus respectivos benefícios:

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Amêndoas: por possuir propriedades umectantes e emolientes, facilita a
adesão da água à pele, hidratando-a. Dessa forma, é ideal para peles ressecadas e
prevenção de estrias em gestantes.

Abacate: bastante nutritivo, devido à presença de sais minerais e


vitaminas. Logo, é perfeito para o selamento de cutículas do cabelo, à saúde dos
olhos, ao reforçamento da imunidade e facilitação do emagrecimento. Ademais, por
possuir alto teor de ácido oleico, previne doenças cardiovasculares, pois auxilia no
aumento do HDL e na diminuição do LDL.

Gérmen de trigo: seus benefícios são bastantes variados – seu consumo


previne diabetes, pois ajuda a diminuir os níveis de açúcar no sangue; auxilia no
tratamento de insônias; regula a circulação sanguínea e a saúde dos eritrócitos;
combate os radicais livres, e consequente envelhecimento; prolonga o tempo de
validade útil de outros óleos vegetais; e auxilia na cicatrização de tecidos.

Jojoba: possui aspectos gerais antioxidantes, por isso, combate a acne,


oleosidade e peles inflamadas. Além disso, estimula a germinação de células da
epiderme da pele e o crescimento dos cabelos.

Semente de uva: riquíssimo em vitamina E, é um super antioxidante.


Auxilia a elasticidade dos tecidos, combatendo celulites e estrias, e promove a
redução de inchaços e edemas. Ademais, ajuda na regeneração dos tecidos
cutâneos, revitalizando a pele.

Gergelim: possui efeitos e propriedades semelhantes ao óleo de semente


de uva. Entretanto, possui um outro importante benefício, que é energizar a pele
quando usado em massagens, além de combater a flacidez.

Andiroba: é perfeito como um repelente natural, razão pela qual muitas


indústrias de inseticidas e cosméticos francesas o usa em suas formulações.
Também é anti-inflamatório e cicatrizante.

Rosa mosqueta: ele atenua linhas de expressão, rugas e mantém a


hidratação da pele. Ainda tem o poder de regeneração dos tecidos, sendo usado nos
tratamentos de manchas causadas pela excessiva exposição ao sol, por cicatrizes
cirúrgicas, queloides, acnes e queimaduras.

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Girassol: hidrata e regenera os tecidos, este óleo é ótimo para peles
secas. Tem alto teor de vitamina E, previne o envelhecimento e possui ação
antioxidante. Possui propriedades anti-inflamatórias, nutre e reestrutura as
epidermes secas.

Copaíba: também indicado para peles secas e como auxílio na


cicatrização. Este óleo ainda é indicado para queimaduras, contusões e cortes.

Oliva: funciona como antirrugas, hidratante e suavizante para peles


secas. É indicado para as partes mais ressecadas do corpo, como cotovelos e
joelhos.

Argan: famoso, o óleo fortalece e previne a queda de cabelo. Além disso,


promove o crescimento dos frios e ajuda a proteger os danos causados por produtos
químicos. Também acalma a pele em casos de acne e psoríase e retarda o
envelhecimento da pele e ajuda a evitar estrias na gravidez.

2.6. Fármacos

Acredita-se que desde a Idade da Pedra o homem faz uso dos elementos
vegetais para o tratamento de doenças. O registro mais antigo dessa aplicação foi
escrito pelo grego Dioscórides no século I. Na Antiguidade, as pessoas especulavam
que o destino das propriedades e benefícios medicinais das plantas era externado
pelo seu aspecto físico: uma flor com formato de coração, por exemplo, seria um
sinal de que seu tratamento era destinado a doenças cardiovasculares.

Apesar deste conhecimento tão remoto, essa área só foi de fato


explorada no século XVII, quando foi feito o primeiro princípio ativo, como descrito a
seguir.

2.6.1. Princípio ativo

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O princípio ativo é definido como uma mistura de elementos terapêuticos
dos vegetais. Cada elemento que compõe este princípio ativo é chamado de
fármaco.

Atualmente, existem cerca de 90 espécies de plantas reconhecidas pelas


suas propriedades medicinais. Destas, são retirados 120 fármacos. Algumas dessas
plantas são nativas do Brasil, e delas são retirados princípios ativos que atuam
contra diabetes, o glaucoma e os raios ultravioletas.

Há, também, a técnica da fitoterapia, que são infusões feitas a partir de


partes vegetais para a produção de pomadas e remédios. A sua eficácia, no entanto,
ainda não foi cientificamente comprovada.

3. CONCLUSÃO

Ao longo da pesquisa, pode-se extrair diversos questionamentos quanto à


produção de produtos e subprodutos feitos a partir dos tecidos vegetais. Dentre eles,
destaca-se o porquê de muitas vezes a sua venda ser tão cara, apesar de ser muito
benéfico no sentido de mitigar os impactos ambientais, justamente por serem
biodegradáveis e até mesmo facilmente reutilizáveis. Após consultar estudantes de
engenharia química e elétrica, conclui-se que a resposta está no lucro buscado
pelas empresas. Isso significa que o fato de haver tantos processos envolvidos na
extração dos elementos vegetais – como visto na fabricação de celulose, por
exemplo – há, também, o aumento do custo de produção, deixando o produto muito
mais caro. Possivelmente, seus preços serão mais acessíveis quando forem
descobertos novos meios que facilitem a extração dos substratos em questão.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE, Vegetação brasileira tem diversas aplicações no nosso dia a dia,


ebc.com.br, disponível em: https://www.ebc.com.br/infantil/voce-
sabia/2015/06/vegetacao-brasileira-tem-diversas-aplicacoes-no-nosso-dia-dia,
acesso em: 17 de julho de 2020.

SOUZA, RESCAROLLI e NUNEZ, Produção de metabólitos secundários


por meio da cultura de tecidos vegetais, Revista Fitos, disponível em:
https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/550, acesso em:
17 de julho de 2020.

ROSA, Mayra, 12 óleos vegetais que substituem os cosméticos de


farmácia, Ciclo Vivo, disponível em: https://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-
estar/12-oleos-vegetais-que-substituem-os-cosmeticos-de-farmacia/, acesso em: 17
de julho de 2020.

BRITES, Alice, Plantas medicinais - Espécies vegetais curam e previnem


doenças, Educação Uol, disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/plantas-medicinais-especies-
vegetais-curam-e-previnem-doencas.htm?cmpid=copiaecola, acesso em: 17 de julho
de 2020.

HENDGES, Antônio, Saiba mais: Fibras vegetais, artigo de Antonio Silvio


Hendges, EcoDebate, disponível em:
https://www.ecodebate.com.br/2010/07/28/saiba-mais-fibras-vegetais-artigo-de-
antonio-silvio-hendges/, acesso em 17 de julho de 2020.

BRENELLI, Lívia, DE SUBPRODUTO A USO COSMÉTICO – POR QUE


A LIGNINA PASSOU A SER VALORIZADA? Ciência Informativa, disponível em:
https://cienciainformativa.com.br/pt_BR/de-subproduto-a-uso-cosmetico-por-que-a-
lignina-passou-a-ser-valorizada/, acesso em 17 de julho de 2020.

FIBERCARE, As Diversas Aplicações da Celulose, Techgmelt, disponível


em: https://techmelt.com/pt-br/blog/2018/09/14/as-diversas-aplicacoes-da-celulose/,
acesso em 18 de julho de 2020.

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