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Ocorre nas primeiras horas pós-parto, um aumento do No puerpério, a bexiga tem a capacidade aumentada
volume circulante, que pode se traduzir pela presença e é menos sensível ao aumento da pressão intravesical;
de sopro sistólico de hiperfluxo. Nas puérperas com superdistensão, esvaziamento incompleto e resíduo
cardiopatia, em especial naquelas que apresentam urinário significativo são comuns. Tudo isso, associado
comprometimento da válvula mitral, o período expulsivo ao fato que a bexiga pode estar traumatizada em
e as primeiras horas após o delivramento representam razão do parto ou da cesariana, pelo uso frequente de
uma fase crítica e de extrema necessidade de vigilância sondas e o fato dos ureteres estarem dilatados e
médica. sofrendo algum grau de refluxo, leva a uma maior
suscetibilidade a infecções.
Após o parto, perde-se em média 15% da massa de
eritrócitos em relação à fase pré-gravídica. Quanto às
células brancas, a leucocitose no puerpério é
esperada, podendo atingir 20.000 leucócitos/mm 3. A
quantidade de plaquetas está aumentada nas primeiras A volta das vísceras abdominais à sua situação original,
semanas, assim como o nível de fibrinogênio, razão para além da descompressão do estômago, promove um
se preocupar com a imobilização prolongada no leito, melhor esvaziamento gástrico. Os esforços desprendidos
situação que facilita o aparecimento de complicações no período expulsivo podem agravar as condições de
tromboembólicas. hemorroidas já existentes. Nas mulheres que pariram por
cesárea, pode ocorrer ainda o íleo paralítico pela
manipulação da cavidade abdominal.
Endometrite
Principal causa de infecção puerperal, atinge o
As infecções puerperais (ou febres puerperais) se referem endométrio. Clinicamente, é caracterizada pela
a qualquer infecção bacteriana do trato genital temperatura corporal de 38,5º a 39ºC, lóquios
feminino no pós-parto recente. A infecção puerperal é purulentos e malcheirosos, útero amolecido e doloroso
polimicrobiana, envolvendo bactérias que migram do ao exame físico e colo permeável. Tem prognóstico
intestino, vagina, períneo e colo uterino. benigno, de modo que poucas vezes evolui para
Sinais clínicos: febre superior a 38ºC, dor peritonite ou tromboflebite pélvica.
abdominal/pélvica, loquiação fétida e purulenta, útero Anexite
doloroso à palpação, subinvoluído e hipotônico,
incisão cirúrgica ou sutura perineal com sinais flogísticos. Infecção das tubas uterinas (salpingite) e dos ovários
(ovarite). As salpingite são mais frequentes e na fase
Fatores de risco: excesso de toques vaginais durante o aguda (endossalpingite) as tubas uterinas se
trabalho de parto, ruptura precoce de membranas, apresentam endurecidas, tumefeitas, com retenção da
lacerações do canal de parto, anemia, uso de fórceps, exsudação purulenta que forma a piossalpinge. Em sua
trabalho de parto prolongado, episiotomia/episiorrafia, fase subaguda pode haver absorção do material, com
cesariana. recuperação parcial do órgão, deixando sequela de
As cesarianas são consideradas o fator de maior obstrução tubária.
risco, devido a probabilidade de ocorrer necrose
tecidual, maior pressão sanguínea ou presença de
Parametrite
bactérias em tecido cirúrgico traumatizado, em Infecção do tecido conjuntivo parametrial que recobre os
vasos miometriais e na cavidade peritoneal. ligamentos uterinos, decorrente de lacerações do colo
uterino e da vagina, de modo que o patógeno se propaga
As infecções puerperais podem acometer vulva, vagina,
pela via linfática. Tem como características principais a
colo uterino, endométrio, tubas e ovários, dentre outros. temperatura elevada por mais de 10 dias, dor intensa ao
Períneo, vulvovaginite e cervicite toque vaginal e endurecimento dos paramétrios.
Complicação da TVP em que um coágulo ou parte dele Geralmente o quadro não requer tratamento clínico, e
se desprende (êmbolo) e é levado pelo sistema as mulheres devem receber conforto, segurança e
circulatório alojando-se em alguma artéria e ocluindo-a, amparo por parte de familiares e de suas redes de
geralmente no pulmão; é potencialmente fatal. apoio. O reconhecimento do baby blues é importante
pois, de acordo com dois estudos prospectivos
realizados na Alemanha e na Nigéria, o risco de
depressão pós-parto é aproximadamente 4 a 11 vezes
Inflamação da mama que provoca sintomas como dor, maior entre as mulheres que sofrem de baby blues.
inchaço ou vermelhidão, podendo ser ou não
acompanhada de uma infecção.
As principais causas são obstrução dos canais por onde Embora os sintomas de baby blues e depressão pós
passa o leite ou entrada de bactérias através da boca parto sejam parecidos, na depressão eles costumam ser
do bebé. O ingurgitamento mamário (acúmulo de leite mais profundos, intensos e duradouros (podendo
na mama) também é um fator de risco. durar pelo menos um ano em 30 a 50% dos pacientes).
Torna-se grave quando gera um abscesso, podendo Algumas manifestações são: ansiedade sobre a saúde
evoluir para sepse. do bebê, preocupação com a capacidade de cuidar
Allana Karine Gatinho Garcia - Medicina UEPA 2020.1 7