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OBSTETRÍCIA VETERINÁRIA – PROVA 2

Patologias da gestação:

O que é: patologia que determine a morte do feto. Algumas são patologias mas não
causam a morte do mesmo.

1. MOLAS:
Origem: envoltório fetal (placenta) que envolve a morte do embrião em
desenvolvimento. Ou a morte do mesmo induz a formação da mola. Tumoral, trauma
ou malformações.
Observado: reabsorção fetal ou embrionária. Até 44 dias, em bovinos a morte
é embrionária, depois é fetal.
Ocorre em: bovinos, caninos, suínos e humanos.
Sinais clínicos: NÃO TEM, fêmea não apresenta cios regulares. Pode ocorrer
corrimento hemorrágico prolongado
Diagnóstico: possível visualizar por palpação retal (útero flutuante e
aumentado). No ultrassom é possível visualizar as molas.
TIPO DE MOLAS:
 Mola cística: destruição do embrião, os anexos fetais (vesícula embrionária)
transformam-se em bolsa com líquido (cistos). →Presente em 3- 4 meses (bovinos e
ovinos)
 Mola hidatiforme: origem das vilosidades coriônicas (junção uteroplacentária), que
sofrem degeneração cística com a presença de cistos pedunculados (bovinos e
caninos)
 Mola vilosa: alteração do córion, mas em vez de ser degenerado, terá um
crescimento exuberante.
 Mola hemorrágica: causada após morte traumática do embrião, que pode ser
induzida por um trauma com a mãe, causando hemorragia da placenta, formando um
coágulo organizado que fica aprisionado na placenta.
 Mola carnosa: fase adiantada da mola hemorrágica, o coágulo perde coloração
intensa, tomando aspecto de carne (mais escuro).

Tratamento: aborto terapêutico – estimular a abertura da cérvix para sair a estrutura. Em


bovinos quase não se faz a retirada do CL por induz hemorragia ovariana.

 Prostaglandina (PGF) ou análogos com intervalo de 12 horas. Depois, ocitocina para


contrações uterinas.

2. HIDROPISIA DOS ENVOLTÓRIOS FETAIS:


Aumento exagerado de líquido fetal (200L) nas cavidades amnióticas. Classificado conforme
local de acúmulo (Hidroâmnio, hidroalantóide 85-90%, Hidroâmnio-hidroalantóide 7%).
A. HIDROÂMNIO OU HIDROPSIA DO ÂMNIO: aumento de líquido amniótico na cav.
Amniótica (liquido + próximo do feto).
 Grandes ruminantes na ultima metade da gestação.
 Isso tem relação com o aumento da secreção de epitélio amniótico e urina fetal.
 Acha que o animal esta em gestação avançada devido ao volume abdominal –
distenão lenta do abdômen semanas ou meses. Abdômen da mae em forma de pera
e pouco tenso. Possível palpar feto e placentomas.
 Placenta normal, reposição lenta quando drenado.
 Após o parto: eventualmente ocorre retenção de placenta e metrite.
 Prognóstico bom.
 Raro.
Causas que levam:

 Malformações fetais: hidrocefalia, anaencefalia


 Distúrbios hepato reinais do fetos: hidronefrose (acumulo de liquido renal na bolsa –
aumento de secreção do úraco).
 Torções do cordão: diminui fluxo arterial, venoso e pelo úraco  acumulo de liquido
no feto = liberação do liquido para o amnion pelo edema de placenta.

B. HIDROALANTÓIDE OU HIDROPSIA DO ALANTÓIDE:


Súbito alargamento do saco alantoidiano, rápida distensão abdominal no final da gestação
(5 a 20 dias próximo ao parto), mãe em forma de tonel.

 Comum em grandes ruminantes 85-90%.


 O volume aumenta devido a formação do rim fetal e o saco alantoidiano acumula
todos os produtos renais fetais.
 Liquido claro, com âmbar – auemnto de 4 a 15l em média 9,5l.
 Mal prognóstico.
Causas que levam:

 Doenças uterinas: troca útero-materno não ocorra = resíduo aprisionado, sem


nenhuma excreção.
 Carúnculas não funcionais (bovinos) → Relacionado à doença uterina.
 Placentomas aumentados causando distúrbios vasculares – difícil palpação do feto e
placentomas devido a distensão do miométrio.
 Gestações gemelares: sobrecarga dos placentomas = impossibilitando a troca útero-
materna.
Sinais clínicos:

 Leves: Ligeiro aumento bilateral do volume abdominal. Não é possível diagnosticar


antes do parto Feto pequeno, com ascite (dentro do abdômen fetal) devido à inércia
uterina pela falha na drenagem
Médios: Abdômen na forma de tonel, compressão de órgãos internos e distúrbios gerais da
mãe (dispneia, taquicardia). Palpação do útero com parede tensa e aumento de volume
Graves: Volume abdominal bem anterior na gestação, (em média 5 meses), ocasionando o
aborto espontâneo (6 a 9 m). Palpação de flutuação no flanco direito, já que no flanco
esquerdo há o rúmen. Desconforto do animal devido a compressão dos órgãos –
cardiorrespiratório.

 Fetos normais mas são fracos e pequenos  falha na troca de nutrientes e excreção
de produtos.
 Placenta normal, mas menos placentomas (UMAS DAS CAUSAS DE
HIDROALANTÓIDE).
 Rápida reposição do liquido quando drenado normalmente.
 Pós-parto: retenção de placenta, metrite.
Possíveis complicações Pré-parto:
 Ruptura de útero - Hidroalantóide.
 Prolapso vaginal - recorrente.
 Paraplegia e colapso

Possíveis complicações Pós-parto:


 Problemas vasculares pela descompressão da estrutura.
 Atonia uterina, porém rápido prognóstico para as alteração.
 Diminuição de leite e agalactia

Diagnóstico diferencial:
 Ascites na mãe, que pressiona o abdômen.
 Prenhes Múltiplas → Possível identificação através da palpação,

Prognóstico: Hidroâmnio = REGULAR A BOM / Hidroalantóide = RESERVADO

Tratamento:
 Formas leves: Retirada do feto (aborto ou cesária) e terapia de suporte para mãe.
 Formas graves: Indução parto (duas vezes de 20 a 40 mg Dexametasona ou 5 – 10
mg de Flumetasona e Pg)
 Cesariana para a drenagem
 Avaliar os animais → Em ovinos é sempre recomendado a cesariana, enquanto que
em cadela e gata, recomenda-se a histerectomia

1. EDEMA DOS ENVOLÓTIOS FETAIS:


Relacionados a infecções  patologia da placenta fetal. Aumento de volume amarelo dos
envoltórios fetais localizados entre os cotilédones.

 Ruminantes mais devido a exposição de agentes patogênicos.


 Edemas secundários a infecções bacterianas.
Diagnóstico: abroto com rápida recuperação. Relacionado ao alto índice de infecções
uterinas – IBR, BVD, Campilo bacteriose, Leptospirose, mas principais doenças
relacionadas ao 2º e último terço de gestação.
BRUCELA: caso classifco pelo tropisco ao eritritol. Em torno de 5 meses de gestação se
desenvolve rapidamente, usando o eritritol para sua multiplicação = infecção da placenta =
edema.
TOXOPLASMOSE: observa-se carúncula e cotilédone com infecção (pontos brancos).

2. PRENHES MÚLTIPLA PATOLÓGICA:

Perturbações e anormalidades da prenhes causadas pelo feto ou número de fetos que


supera o normal da raça ou espécie.

 Bovino não tem capacidades de levar a termo uma prenhes gemelar.


 Égua e vacas são uníparas (1-2% de partos gemelares)
 Carnívoros 2-10 filhotes
 Suínos 10-12 filhotes por gestação
 Ovelhas 1-2 cordeiros e em cabras, até 3 filhotes é comum

Causas que levam:

 Uso de IATF – tratamentos hormonais


 Aptidões p/ ovulações duplas ou multipas (fator hereditário). Em ovinos o gene
Morula – gene c/ disposição para múltipla ovulação.
 Aspectos nutricionais e desenvolvimento do feto  distúrbios metabólicos na mãe.

Sinais clínicos:

 Útero distendido, causando deslocamento de órgãos abdominais.


 Animais ficam maior tempo em decúbito prolongado e aparentam desconforto.
 Alterações mecânicas ao parto (atonia uterina e posterior ao parto, a retenção de
placenta).
Diagnóstico e Tratamento:

 Ultrassom: início da gestação em grandes e pequenos o número de fetos.


 Palpação eficiente em grandes para identificar prenhes dupla
Diagnóstico diferencial: Hidropisias
Parto: indução só é feita se a mãe não tiver condições de levar a gestação até o fim. É
interessante identificar as causas →Hereditariedade ou hormonais

1. PRENHES EXTRAUTERINA:
Fecundação na ampola  embrião desce em forma de zigoto até o útero, porém, ele não
para no oviduto e se implanta ali, ocorrendo uma posterior ruptura uterina, em que o feto
possui relações placentárias com o endométrio fora da cavidade uterina – abdominal ou
vaginal.

 Rara em éguas, ocasionalmente nos demais animais. Só permite a saída do


embrião, o oócito fica retido. Relacionada com morte fetal.
Causas que levam:

 Em pequenos: aplicação de ocitocina  aumenta contratilidade uterina  embrião


percorre o caminho mais rápido ou não saia do oviduto.
Prognóstico: desfavorável
Tratamento: sacrifício.

1. MORTALIDADE EMBRIONÁRIA E FETAL:


Etiologia: multifatorial (avaliar periodicamente). Diagnóstico é inconclusivo.

2. SECREÇÕES VAGINAIS DURANTE A GESTAÇÃO:


 Corrimento hemorrágico: ruptura de hematomas ou varizes vaginais.
Causas: traumatismo durante a cópula, hemorragias de bexiga e SU
 Corrimento seroso, mucopurulento e purulento: processo infeccioso está relacionado.
Causas: alterações vaginais: fibromas (seroso), proc. Inflamatório na vagina,
cérvix ou útero (purulento ou mucopurulento).
1. PSEUDOGESTAÇÃO:
Comum em pequenos animais: fêmea comporta-se como se estivesse prenhe.
Sinais clínicos:

 Aumento de peso e volume corporal, tumefação (edema) da vulva com ou sem


corrimento vaginal viscoso
 Esconde-se e prepara o ninho. Edema mamário com leite.
 Na égua pode ter formação e secreção de pré-colostro.
Tratamento:

 Hormonal c/ Metil-testosterona 0,5mg/kg oral por 5 a 10 dias ou Propionato de


testosterona 25 a 30mg venoso.
 Tranquilizantes
 Casos complexos: Ovariohisterectomia.

1. INVERSÕES E PROLAPSOS DE VAGINA E CÉRVIX:


TIPOS:

 Prolapso vaginal: parcial  comum em fêmeas bovinas obesas.


 Prolapso cérvico: vaginal mais estendido.
Etiologia:

 Vaca e ovelha, pouco comum em cães. Esporádica em todas as espécies


domésticas.
 Predisposição hereditária, flacidez dos ligamentos devido aos estrógenos produzidos
e idade bovinas (idosas).
 Decúbito prolongado  distensão exagerada do útero.
 Tenesmos, confinamento, falta de exercício, inclinação de pisos.
 Cistos ovarianos  aumento de estrógeno  alimento rica em estrógeno.
 Separação forcada na cópula ou macho muito maior em casos dos cães.
 Associado ao prolapso renal na porca.
Sinais clínicos:

 Exposição parcial ou total da vagina, tenesmos, inquietação


 Lesões da porção evertida com congestão venosa passiva. Prolapso retal pode ser
observado junto.
 Vulvite, vaginite, cervicite = edema com produção de pus e alguma laceração ou
corte.
Diagnóstico:

 Através do aspecto clinico/visual.


Diagnóstico diferencial: Prolapso de bexiga com ou sem ruptura vaginal (égua).

 Cistos das glândulas de bartolin em cães. Hematoma de vulva, até mesmo por
dispositivos intravaginais mal posicionados.
Tratamento:

 Anestesia epidural, que facilita pois diminui a contração.


 Lavagem do períneo e região prolapsada + colocação de açúcar cristal que ajuda na
diminuição do edema →Lubrificação com carboximetilcelulose ou vaselina →Com a
utilização de luvas, força-se a vagina e cérvix para dentro →Fechamento da vulva
com retentor ou utilização de sutura em U invertido. Redução e contenção pelos
métodos de Flessa, Bühner ou fixação do cérvix no tendão pré-púbico.
 Se o animal não ficar em pé, deve-se posicionar a fêmea inclinada, pois assim, as
estruturas abdominais vão em direção ao tórax devido à gravidade, permitindo o
aumento de espaço na região abdominal, facilitando a tração do que está
prolapsado.

1. PROLAPSO DE ÚTERO/INVERSÃO:
Predisposição hereditária, lesões da via fetal mole.

 Pisos em declive (estabulação) ou atonia uterina associada a contrações abdominais


→ Útero não diminui seu tamanho e acaba sendo exposto externamente.
 Ocorrência em todas as espécies sendo mais rara nos carnívoros.

Sintomas: exposição parcial ou total do útero, na porca durante o parto, devendo ser
realizada a cesárea. Prognóstico depende do tempo de evolução
Tratamentos:

 Redução, fixação através do método de Flessa e Bühner


 Amputação do útero ou utilização de retentores.

1. CIO NA GESTAÇÃO:
Animal tem cio sem ovulação em decorrência da produção de estradiol pelos ovários.

 5% de bovinos → 1ª metade da gestação c/ histórico clínico de presença de cistos


ováricos que causa a formação do cisto folicular e consequente produção de
estradiol.
 Causas: superfetação e aborto pode estar relacionado.
 História clínica: presença de cistos ováricos
 Avaliar cio fisiológico a partir dos 5 meses de gestação.

1. HÉRNIAS NA GESTAÇÃO:
Ocorre pela pressão abdominal devido a ruptura de musculatura abdominal. Cadelas: hérnia
inguinal com útero grávido no saco hernial que força o abdômen.
Causas:

 Fatores hereditários e disposição anatômica


 Distensão exagerada dos cornos uterinos →Pode-se relacionar com as hidropisias
 Causas mecânicas ou traumáticas →Lesões por saltos, transportes
Diagnóstico:

 Palpação → Examinar o anel herniário e conteúdo presente através da


ultrassonografia.
 Observar flutuação e se há partes do feto – estruturas ósseas e movimentos fetais
 Em cadelas, raio x.
 Prognóstico pode ser mau em grandes animais, dependendo do tipo de hérnia.
Tratamento:

 Operação da hérnia
 Equino: provocar o abortamento ou parto prematuro para diminuir o volume do
conteúdo. Bovina: extração do feto e anular as contrações abdominais por epidural.
Pequenos: cesariana e devem ser eliminados de produção.

1. ABORTOS:
São multifatoriais: doenças infecciosas, metabólicas, traumas, estresses.
Avaliar cada caso.
Diagnóstico as vezes inconclusivo.

PARTO PATOLÓGICO

O que é: situação que atrapalha a evolução de um parto fisiológico →Tem 2 origens.

Alteração na mãe (anatômica, estreitamento da pelve, fechamento de vulva, vagina,


vestíbulo, alteração de cérvix, podem ter induzido o parto patológico, bem como
macho ser maior que a fêmea (gerando feto muito grande).

Falhas de origem materna também podem estar relacionadas a problemas


nutricionais, como BEM e níveis baixos de cálcio.
EXAME OBSTÉTRICO: intervenção necessita ser cirúrgica, medicamentosa ou apenas
auxílio obstétrico (reposicionamento do feto).

 Palpação retal para identificar o problema →Torção de útero, feto mal posicionado.
 Pequenos animais: Ultrassom.
 Sinais clínicos durante o parto: contrações uterinas, relacionadas às contrações
abdominais, FR, TR, determinando o grau da patologia e as medidas seguintes.
 Anamnese:
o Idade, raça do reprodutor, número de partos, tempo de trabalho de parto,
contrações, número de filhotes.
o Tempo de decúbito, pode se levantar? Última alimentação, acesso à água, se
já recebeu auxílio e como recebeu, ambiente em que animal está exposto
(protegido, frio, relento, nutrição e condição corporal).

 Exame clínico do animal:


o Avaliar as condições físicas da mãe → Às vezes, o procedimento pode não
ser realizado pela debilidade da mãe.

 Avaliação externa:
o Fase do parto, se houve ruptura de ligamento, se há edema de úbere, de
vulva, avaliar a posição do feto, grau de umidade da vagina, abertura da
vestibulovulvar.

Sinais vitais: observar os sinais vitais e observar se há algum


problema mais grave, como ruptura uterina, ruptura de vasos, hemorragia, feto morto, se o
animal terá condição de se recuperar. Avaliar a disposição do animal, paraplegia. Fazer a
correta contenção do animal, auxílio de focinheira.

 Exame externo específico:


o Contrações, conformação do abdômen, os movimentos, se o animal pode
ficar de pé.
o Avaliação da vulva: edema e abertura, volume, se há conteúdo amniótico que
auxilia na lubrificação do canal do parto →A ausência do líquido indica parto
avançado, com autólise, feto morto, inchado, o ambiente seco, causando
dificuldade de tração
o Glândula mamária: necessário estar edemaciada, se não estiver, o parto pode
ser prematuro ou a glândula mamária não teve desenvolvimento adequado.
o Avaliação do canal do parto: respeitando as medidas de higiene – luvas,
lubrificante. Observa-se dilatação da cérvix, localização do feto, presença de
lesões, patologias dos canais do parto, como em vulva, vagina, vestíbulo,
cérvix.
o Envoltórios fetais: se estão rompidos ou não →Pode-se fazer o rompimento
da membrana coriônica para adiantar o parto.
o Observar o número de filhotes.
o Avaliação do feto: estática fetal, condições, reflexos do terneiro quando
tocado.

 Diagnóstico Obstetríco:
 Feito após todas as avaliações, indicando o estado da mãe, condição fisiológica, se
sua situação é de risco, viabilidade do feto, estática fetal.
 Prognóstico: é favorável quando há rapidez no atendimento e identificação da
situação, auxílio a estática (reposicionamento do feto), tamanho do feto compatível.
Desfavorável quando há demora no atendimento, manuseio errôneo, toxemia,
desidratação, deficiência de nutrientes.

PARTO PATOLÓGICO DE ORIGEM MATERNA:


 Principais alterações: distocia materna, ausência ou dilatação cervical insuficiente, dilatação
cervical ausente e prolapso vaginal, inercia uterina. Parto patológico de origem materna, na
espécie ovina é mais comum.

Causas: policarência de minerais e energia, ocasionando insuficiência contrátil;


Distúrbios de vias mole (cérvix, vagina, vestíbulo, vulva) e dura, torção uterina, bloqueio nervoso.

 POLICARÊNCIAS: Relacionadas a má nutrição no período gestacional, onde o animal não


terá suplementação mineral adequada; Erro de manejo nutricional, animais obesos ou
magros, sobrecarga de alimentação de novilhas no terço final da gestação ocasionando fetos
muito grandes. Problemas crônicos de cascos, dentes, baixa glicemia (comum em pequenos
animais), parto precoce por estresse nutricional.
 INSUFICIÊNCIA CONTRÁTIL
o Primária: Distensão excessiva, senilidade →Mais frequente em vacas velhas (2%
novilhas e 25% em vacas velhas) e partos gemelares. Relacionada ao número de
fetos em suínos e caninos. Em casos de Hidropisia também.

Obs: O fator que leva a inercia uterina primária são os baixos índices de cálcio e glicose.

o Inércia uterina, principalmente em pequenos animais e suínos, é causada por


baixos índices de cálcio e glicose nos animais →Necessário o uso de
Gluconato de cálcio para disponibilizar mais cálcio e ocitocina para induzir as
contrações após a formação de cálcio.
o Secundária: Ocorre por exaustão, demora no parto, defeitos de estática fetal,
ninhadas grandes, sinais de via mole seca e cianótica. Está mais relacionada a
problemas de feto (estática fetal e tamanho do feto), não relacionado a falha
nutricional de cálcio, glicose da mãe →Não adianta suplementar a mãe, devendo-se
corrigir a etiologia primária.
o Prognóstico reservado →Necessidade de cesárea na maioria dos casos.
o Tratamento: Avaliar o caso e corrigir etiologia primária →Uso do Gluconato e
ocitocina ou realização de cesárea.
 DISTÚRBIOS DE VIAS DURAS: Estreitamento primário de pelve (boxer e Bulldog Inglês), pelve
juvenil de novilhas, deformidades – lesão óssea que compromete a passagem do feto pelo canal
do parto.

Tratamento: depende do tamanho do feto →Abertura da pelve ou cesariana.

 DISTÚRBIOS DE VIA MOLE: Existem 3 pontos críticos: Cérvix, hímen, rima vulvar.
o Estenose cervical: Pode ser primária - por preparo insuficiente, está começando a
abrir Ou secundária - por retração, começa a se fechar.
o Estenose de vagina por tumores, hematomas.
o Estenose de vulva e vestíbulo em vacas primíparas, por cicatrizes, deformidades.

 BLOQUEIO NERVOSO: Por estresse com a liberação de epinefrina = relaxamento da


musculatura lisa. Isso ocorre principalmente em animais jovens, no primeiro parto, por
inexperiência, medo, dor, psicose do parto.

 TORÇÃO UTERINA: Incidência grande em Bos Tauros (95%), porém visto também em porcas e
cadelas. Decorre da flacidez do ligamento largo do útero ou sua ruptura, que faz com que útero
se desprenda da sua posição anatômica normal →Animal apresenta dor no animal;

Deslocamento vulvar decorre do deslocamento do útero, que puxa a vulva.

Prognóstico depende da precocidade do atendimento. Para o tratamento pode-se realizar o rolamento


com tábua para desfazer a torção; pode ser feita a cesariana.

Principais causas:

 Feto tamanho elevado:


o Nutrição da mãe no 3º final da gestação (maior crescimento do feto), caso o
feto se desenvolva muito  distocia
o Gigantismo fetal é raro em bovinos.
o Alterações eixo adrenal induz getação prolongada.
o Fetos de embriões manipulados (FIV)  gigantismo.
o Diabetes gestacional.
o Feto único

Tratamento para fetos de tamanho elevado: reposicionamento e tração do feto. Cesariana,


auxilio ao parto, prevenção (cruzamentos, alimentação).

 Malformações fetais:
 Monstros simples: alteração na forma, número, tamanho de órgãos
isolados.
 Monstros complexos: duplos, ocorrem como resultado de uma divisão
incompleto do embrião.
 Gigantismo: em gestação prolongadas (+12m).
 Anasarca: edema generalizado devido à infiltração de líquido seroso no tecido
celular subcutâneo de todo o organismo.
 Ascites no feto
 Nanismo: 3m desenvolvidos.
 Bicefalia
 Hidrocefalia
 Thoracopagus: fetos grudados.
 Fetos mortos:
o Anóxia (compressão e ruptura do cordão umbilical ou deslocamento da
placenta pelo descolamento das carúnculas uterinas e cotiledonos feitais 
pausa na transmissão de nutrientes da mãe para o feto), trauma.

Causas de fetos mortos:

 Autólise: órgão parenquimatosos, opacidade e afundamento de córnea (6h a 12h),


degeneração do feto.
o Como: ação das bactérias que degradam o feto.
 Mumificação: morte sem contaminação externa, cérvix fechada, desidratação e
reabsorção (DIC).
 Maceração: liquefação de tecidos moles que leva de 3 a 10 dias.

Sinais clínicos de que o feto está morto:

 Corrimento vaginal fétido, via mole seca e inflamada, pelos soltos, crepitação

Prognóstico: reservado no enfisema, 20% mantem fertilidade. Desfavorável na maceração


até 30% mortalidade.

Tratamento para isso:

 Tração (avaliar), lubrificar bem o canal do parto e observar estática fetal


 Fetotomia (Remoção do feto).
 Cesariana ventrolateral quando não acessível.

 Fetos múltiplos:

Posicionamentos desses fetos (35 a 40x fetos em posição anterior e o outro na posterior.

Etiologia:

 Contrações fracas não seletivas


 Getação bicornual há Impactação, gestação inocornual o feto anterior empurra o
posterior.
 Fator importante: diferenciar de monstros fetais e apresentação transversal.
 Tratamento: depende exclusivamente dos tamanhos dos fetos. Repulsão do feto c/
apresentação anterior e tração da apresentação posterior.

 Alterações na estática fetal:


o Incidência: 5% dos partos bovinos apresentação posterior, 1% em equinos.
o Forma mais comum de distocia em bovinos: apresentação e posição na vaca
são definida cedo, na égua bem mais tarde. Pouca importância em suínos e
caninos.
 Estática fetal:
o Apresentação do feto, posição, postura/atitude da mãe frente a estática.
o Apresentação: relação entre o eixo fetal, pode ser longitudinal (anterior e
posterior) ou transverso (ventral ou dorsal)>

Longitudinal anterior.

o Posição: relação entre a coluna do feto e a vida dura. Pode ser dorso-sacral,
dorso-pubica, dorso-ilíaca, céfalo-ilíaca.

o Atitude: relação das partes móveis do feto com seu próprio corpo.
Tratamento: correção depende da condição da mãe e tamanho do feto para
reposicionamento fetal. Cesariana.
 Para um bovino, a apresentação fisiológica que esperamos é: apresentação
longitudinal anterior, posição superior e atitude estendida.

AUXILIO OBSTÉTRICO:
Necessário para correção de estática do feto, realizado somente se necessário e devemos
avaliar a situação do feto e da fêmea.
 Sinais de parto distócico:
Contrações fortes e persistentes sem expulsão fetal;
Contrações fracas, infrequentes e improdutivas por mais de 2h à 3h.
 QUANDO AGIR PARA AUXILIAR EM UM PARTO?
o Bovinos: no caso de não ruptura das bolsas após 6h; Via fetal mole
totalmente aberta e sem estreitamento pélvico; Morte do feto com
decomposição.
o Suínos: intervalos de expulsão entre fetos de 20-30min; 2h intervir e nunca
esperar mais do que 3-4horas.
o Carnívoros: necessária avaliação, intervalo elevado entre expulsões e falha
de contrações.
o Equinos: ausência do rompimento das bolsas e via fetal mole se estiver
aberta.
Apesar de contrações o feto não progredir; Membros do feto não se insinuam
na vida fetal mole (verificar posição, apresentação e atitude).

 MANOBRAS:
o Mutação: Recolocar o feto em estática normal, por repulsão, rotação, versão
e retificação das extremidades.
 Repulsão: empurra o feto até a cav. Abdominal e recoloca em sua posição
normal. Realizar o movimento entre as contrações.
 Rotação: rotação do feto sob seu eixo longitudinal, utilizada quando o feto
está em posições dorso-púbicas ou dorso ilíacas.
 Versão: aplicando tração em uma extremidade do feto e ao mesmo tempo
repulsão em outra extremidade. Serva para apresentações transversais ou
verticais à longitudinais.
 Retificação das extremidades: correções da postura pela devida flexão de
cabeça ou membros.

o Extração forçada: Força máxima de 3 pessoas, utilização de material limpo


(correntes obstétricas) acima do boleto; uma das pessoas direciona (cuidar os
lábios vulvares); realizar a tração direcionada e simultânea as contrações;
pequenos animais realizar força moderada.

o Fetotomia: Quando o feto estiver morto; realizar secção e retirada em


fragmentos; no caso de estreitamento de pelve e/ou fetos grandes.

o Cesariana: indicada em casos que o produto está vivo e não consegue


passar pelo canal do parto, não pode ser corrigido por meio de mutação ou
extração forçada.
Fazer utilização de anestésicos. Terapia de suporte quando o animal se
encontra debilitado, pode ser pré, trans e pós cirúrgico.

o Episiotomia: realizar incisão acima da vulva de forma que facilite a expulsão


do feto.

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