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O termo multiculturalismo, para Forquin possui um sentido descritivo e um normativo, a saber;

a) descritivo: entende-se a expressão como situação “objetiva” de cada país, no qual coexistem
grupos de origem étnica ou geográfica diversa, línguas diferentes, com valores e adesões
religiosas diversas. Enfim, o sentido descritivo reflete a realidade multicultural de uma
determinada sociedade.b) prescritivo: a aplicação do termo multicultural assume diferentes
contornos. Ao relacionar multiculturalismo e educação, aponta para o fato de que um ensino
pode se dirigir a uma clientela diversa sem ser, todavia, multicultural.

Em síntese, a educação só apresenta-se como multicultural no momento em que, se põem em


ação na escola certas escolhas pedagógicas que representem em seus conteúdos e métodos a
diversidade cultural do público ao qual se dirige.

Nas nossas conversas cotidianas e no imaginário social construímos a idéia de que a cultura é
algo que algumas pessoas têm e outras não. Pode até servir de unidade de medida para as
distinções sociais, por exemplo: a cultura manifesta-se na elegância das roupas que alguém usa
nos salões de ópera ou em grandes festas da alta sociedade ou, pode ser ter uma estante
repleta de livros, dos mais diversos autores, de encadernações luxuosas mesmo que a maioria
deles jamais tenha sido lido. Porém, seria incompreensível para a maioria dessas pessoas que a
luta-livre, a capoeira, ou a funkeira Tati Quebra Barraco sejam uma expressão cultural.

Candau (2000) entende o multiculturalismo como uma realidade social, ou seja: a presença de
diferentes grupos culturais numa mesma sociedade. A tomada de consciência desta realidade
é motivada por fatos concretos que explicitam diferentes interesses, discriminações e
preconceitos presentes no tecido social. Os “outros”, os diferentes se revelam em toda sua
concretude. Esta realidade pode provocar comportamentos e dinâmicas sociais que constroem
“muros” de forma física, afetiva e ideológica; evita-se o contato e criam-se mundos próprios
sem relação com os “diferentes”. A consciência do caráter multicultural de uma sociedade não
leva espontânea e necessariamente ao desenvolvimento de uma dinâmica social informada
pelo caráter intercultural. A partir da explicação da autora, percebemos que multiculturalismo
é uma realidade concreta com diferentes interesses.

Descontruir: Penetrar no universo de preconceitos e discriminações presentes na sociedade


brasileira. Para a promoção de uma educação intercultural, é necessário reconhecer o caráter
desigual, discriminador e racista da nossa sociedade, da educação e de cada um (a) de nós. b)
Questionar o caráter monocultural e o etnocentrismo que, explícita ou implicitamente, estão
presentes na escola e nas políticas educativas e impregnam os currículos escolares. c) Articular
igualdade e diferença: é importante articular no nível das políticas educativas, assim como das
práticas pedagógicas, o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, com as
questões relativas à igualdade e ao direito à educação, como direito de todos (as). d) Resgatar
os processos de construção das nossas identidades culturais tanto no nível pessoal como no
coletivo. É importante que se opere com um conceito dinâmico e histórico de cultura capaz de
integrar as raízes históricas e as novas configurações, evitando-se uma visão das culturas como
universos fechados e em busca do puro, do autêntico como uma essência preestabelecida e
um dado que não está em contínuo movimento. e) Promover experiências de interação
sistemática com os “outros” para sermos capazes de relativizar nossa própria maneira de
situarmo-nos diante do mundo e atribuir-lhe sentido; é necessário que experimentemos uma
intensainteração com 15 diferentes modos de viver e expressar-se, numa dinâmica sistemática
de diálogo e construção conjunta entre diferentes pessoas e/ou grupos de diversas
procedências sociais, étnicas, religiosas, culturais etc. f) Reconstruir a dinâmica educacional: a
educação intercultural não pode ser reduzida a algumas situações e/ou atividades realizadas
em momentos específicos, nem focalizar sua atenção exclusivamente em determinados grupos
sociais. Trata-se de um enfoque global que deve afetar todos os atores e a todas as dimensões
do processo educativo.No que diz respeito à escola, afeta a seleção curricular, a organização
escolar, as linguagens, as práticas didáticas, as atividades extraclasse, o papel do professor, a
relação com a comunidade etc. g) Favorecer processos de “empoderamento”, que começam
pela possibilidade de poder que cada pessoa possui, a fim de que ela possa ser sujeito de sua
vida e ator social. O empoderamento tem também uma dimensão coletiva, trabalha com
grupos sociais minoritários, discriminados, marginalizados, favorecendo sua organização e
participação ativa na sociedade civil. h) Em síntese, a promoção de uma educação intercultural
é complexa, que exige problematizar diferentes elementos e o modo como concebemos
nossas práticas educativas e sociais. Aposta na relação entre grupos sociais e étnicos. A
perspectiva intercultural quer promover uma educação para o reconhecimento do “outro”,
para o diálogo entre os diferentes grupos sociais e culturais. A perspectiva multicultural na
abordagem da dinâmica pedagógica constitui uma preocupação recente e crescente em nível
internacional. No entanto, a gênese desta preocupação em diferentes contextos como o
europeu e o norte-americano obedecem a origens e motivações específicas

 Identificar a cultura local e as possibilidades de inserção da mesma no ambiente escolar.

- Promover o debate sobre cultura popular e a possibilidade de convivência harmoniosa entre


esta e a educação formal.

- Permitir que a cultura faça parte dos debates e manifestações dos alunos em seu ambiente
escolar.

- Promover o resgate da cultura como fator de identidade do aluno presente em seu cotidiano
e no seu pensar. 

- Promover o diálogo entre diferentes culturas e o multiculturalismo na escola. O debate


Multiculturalismo e Educação tem como proposta discutir o universo escolar, marcado
eminentemente pela presença de pessoas. Estas se apresentam com suas singularidades:
diferentes fisionomias, estaturas, cor de pele, visões de mundo, modos de ser, sentir, agir e
sonhar... A série pretende, assim, discutir a diferença e a diversidade na escola, numa
abordagem pluriétnica, multicultural e multidisciplinar, tomando como desafio novas
possibilidades, mais democráticas, de tratar a diferença no cotidiano das nossas escolas.

Avalie as estratégias de construção de conceitos com os alunos e se as mesmas foram eficazes;


se os alunos ampliaram o seu conceito de cultura e conhecimento sobre a cultura local, bem
como,  as possibilidades de inserção da mesma no ambiente escolar; sobre a possibilidade de
convivência harmoniosa entre cultura e a educação formal. Avalie também se os alunos
compreenderam, na prática, o que é educação multicultural

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