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Resumo
Abstract
The article presents basic quality tools integrated in the areas of work safety,
occupational health and industrial maintenance, which use the best safety, quality and
performance management, due to studies of strategic and safe plans and actions,
development perception of individual and collective risk in work teams.
Introdução
A relação da produção industrial, manutenção e segurança do trabalho iniciou-
se há muitos anos, sendo evidenciada à partir da Primeira Revolução Industrial, com
o surgimento das primeiras máquinas industriais e implantação de produção em
massa (MARTINS; GOMES, 2017). Desde então, esta relação tem-se fundido na
medida em que se moderniza a indústria, tornando-se cada vez mais fundamental
para o sucesso de uma empresa. Nos dias atuais a manutenção industrial é um
departamento estratégico para a promoção da segurança do trabalho, pois é através
das intervenções em máquinas e/ou equipamentos que se garante a segurança de
seus operadores e a eficiência da produção.
A evolução da produção exige melhorias constantes no processo de
manutenção, e tais melhorias, geralmente, expõem os trabalhadores às situações de
riscos, principalmente quando envolve o trabalho em altura e/ou à quente, intervenção
elétrica, mecânica, pneumática e/ou hidráulica em máquinas, equipamentos e/ou
infraestrutura predial.
Implantar ferramentas de qualidade, como procedimentos, check lists,
diagrama de Ishikawa, brainstorming, para gerenciar riscos de segurança, desperta
uma análise crítica individual e desenvolve a percepção de risco, levantando a
reflexão sobre comportamento seguro e nas medidas de controle necessárias para
realização da atividade.
Para mostrar o uso de ferramentas de qualidade como recurso para promoção
da segurança do trabalho, fez uso de revisão bibliográfica como metodologia, para
apresentar a interligação entre a segurança do trabalho e a manutenção industrial,
assim como leitura de publicações a respeito deste tema para contribuir para
elaboração deste artigo.
A proposta deste artigo é apresentar ferramentas de qualidade aplicados como
método de análise de risco que antecedem a execução das atividades de manutenção
com segurança, enfatizando que o próprio colaborador é o principal objeto para
garantia de sua segurança.
A metodologia
Para desenvolvimento deste artigo e alcançar o objetivo teve-se como bases a
revisão bibliográfica, constituída por leitura de publicações de aos artigos,
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A manutenção industrial
Segundo a ABNT NBR 5462, de 1994, manutenção é a combinação de ações,
sejam técnicas ou administrativas, para garantir que um item cumpra com a sua
finalidade. Mas para Alan Kardec e Julio Nascif, a manutenção tem um função
estratégica, onde deve garantir a aplicabilidade dos equipamentos para atender
demandas de produção e preservar o meio ambiente, promovendo confiabilidade,
segurança e custos apropriados.
Atualmente a manutenção pode ser subdividida em:
Corretiva: é atuação para a correção da falha ou desempenho menor do que
o esperado (KARDEC; NASCIF; 2010). A corretiva não planejada ocorre quando a
intervenção é feita sem nenhum preparo e impacta diretamente na produção, tendo
maior tempo para análise, identificação e execução de reparo. Sendo uma corretiva
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Procedimentos
O princípio básico de uma gestão de qualidade é a utilização do método PDCA,
que consiste em um ciclo de melhoria contínua, divididos em quatro etapas:
planejamento (plan), execução (do), verificação (check) e ação (action). Fazer um bom
planejamento prévia à qualquer tarefa, permite uma execução rápida e segura,
diminuindo a probabilidade de falha/desvios que podem levar ao acidente de trabalho.
Checar se o processo de execução atingiu o objetivo esperado e identificar os pontos
a ser melhorados para garantir melhor desempenho (produtividade, qualidade,
segurança e sustentabilidade) permite a elaboração de plano de ação em busca de
uma padronização do processo que garante a performance.
Os procedimentos operacionais e instruções de trabalho existem para
padronizar processos e estabelecer parâmetros para realizar o gerenciamento dos
processos, identificando desvios e propondo melhorias. O procedimento operacional
(PO) descreve o roteiro do processo, enquanto as instruções de trabalho (IT) detalham
o processo tecnicamente. Estes quando bem elaborados, analisados periodicamente,
revisados e colaboradores atualizados contribuem para a prevenção de acidentes do
trabalho.
1 Identificação do problema
2 Observação
P
3 Análise para descobrir causas
Método de análise 4 Plano de ação
e solução de D 5 Ação para eliminar as causas
problemas 6 Verificação da eficácia da ação
C
? Bloqueio foi efetivo
7 Padronização
A
8 Conclusão
Fonte: FALCONI (1994) p. 117 apud SELEME; STADLER (2012) p. 31.
Brainstorming
Conhecida como tempestade de ideias, é muito utilizada em reuniões onde as
pessoas possuem liberdade para expor suas ideias e depois são avaliadas e
classificadas conforme a criticidade e necessidades da organização.
O brainstorming é dividida em três etapas: a geração de ideias, esclarecimentos
da ideia e avaliação das ideias. Esta ferramenta pode ser associada a uma ferramenta
de segurança, o DDS – Diálogo Diário de Segurança, também conhecido em algumas
corporações como Briefing de Segurança ou Reunião Relâmpago, realizado, em 10 a
15 minutos, antes de iniciar a jornada de trabalho, a fim de abordar um assunto ou
tema de segurança, trabalhando na conscientização de equipes. Aplicar DSS como
brainstorming contribui para melhor entendimento do assunto abordado, pois demais
colaboradores estarão atentos ao facilitador para depois contribuir com alguma
informação, exemplificação para reforçar o conceito apresentado.
O interessante desta ferramenta é que o facilitador, que inicia o DSS, deve ser
feito rodizio, ou seja, cada dia uma pessoa fica responsável de trazer um assunto a
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Diagrama de Ishikawa
Também conhecido como diagrama de causa efeito ou espinha de peixe, é uma
representação gráfica que permite uma análise detalhada de uma ocorrência e
identificando suas possíveis causas de uma pane/falha/acidente ou auxiliar no
levantamento de recursos necessários para uma atividade.
O princípio de análise é conhecer a ocorrência e analisar sob o olhar do método
6M, identificar as principais causas ou materiais e condições imprecindíveis de acordo
com a classificação: materiais, máquinas/equipamentos, método, meio ambiente, mão
de obra e medida.
1 M (materiais): análise das características dos materiais, seja
uniformidade, padronização, etc.;
2 M (máquina): diz respeito a operacionalização do equipamento e ao
seu funcionamento adequado;
3 M (método): considera a forma como serão desenvolvidas as ações;
4 M (meio ambiente): avalia qual situação pode ser a causa de um
determinado efeito (situações de execução e/ou infraestrutura fixa);
5 M (mão de obra): caracteriza o padrão da mão de obra utilizada, se
ela é devidamente treinada, se tem as habilidades necessárias, enfim,
se está qualificada para o desempenho da tarefa;
6 M (medida): traduzida pela forma como os valores são
representados (por distancia, tempo, temperatura etc.) e pelos
instrumentos de medição utilizados. (SELEME; STADLER, 2012, P.
92)
Os cinco porquês
É uma ferramenta simples de análise de problema para identificar a causa raiz,
fundamentada na pergunta “por quê”, aprofunda a análise até encontrar a solução do
problema/acidente. Permite encontrar a fonte do problema que gerou o
acidente/desvio através da estruturação do pensamento, direcionando para ação
efetiva do incidente/acidente.
A partir da ocorrência inicia-se o questionamento de “por quê”, e a cada
resposta realiza a pergunta “por quê”, e só finaliza quando não houver mais respostas
a ser contestada/indagada.
5W2H
Baseado em sete perguntas, tem como objetivo obter respostas claras para
compreender uma falha, incidente ou acidente e organizar um plano de ação em busca
da melhoria e evitar novas ocorrências indesejadas.
Pergunta Significado Pergunta Instigadora Direcionador
What? O quê? O que deve ser feito? O objeto
Who? Quem? Quem é o responsável? O sujeito
Where? Onde? Onde deve ser feito? O local
When? Quando? Quando deve ser feito? O tempo
Why? Por quê? Por quê necessário fazer? A razão/motivo
How? Como? Como será feito? O método
How much? Quanto custa? Quanto vai custar? O valor
Fonte: SELEME; STADLER (2012) p. 44.
Com esta ferramenta de fácil acompanhamento para os profissionais que
executarão a tarefa, quanto para os gestores, onde consegue-se observar todo o
gerencimento de atividades e seus riscos, assim como conhecer o responsável por
cada etapa do processo ou recurso, o local de execução, o tempo de execução, o
modo em que será feito, o que motivou o planejamneto da atividade. E para os
gestores inclui os valores de investimento, para que possam gerenciar o orçamento
do setor.
Conclusão
O propósito deste artigo é gerar reflexão sobre a quantidade de riscos
ambientais que as atividades de manutenção podem envolver, assim como a
importância do uso de ferramentas de qualidade que permitem o desenvolvimento de
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Referências Bibliográficas
AGENCIA EUROPEIA PARA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Manutenção,
segurança e saúde no trabalho: uma imagem estatística. FACTS 90. Disponível em:
https://osha.europa.eu/pt/tools-and-publications/publications/factsheets/90. Acessado
em: 26 out. 2019.
KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica. 3. ed. rev. e ampl.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2019. Disponível em:
file:///C:/Users/User/Downloads/Manutencao_funcao_estrategica_-_kardec_e.pdf.
Acessado em: 31 out. 2019.