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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem
sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser
desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver,


compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a
vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa
economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em
mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de
professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas,
empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e
a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos
ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa e criatividade e
empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão
para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra


no Programa Quinquenal do Governo (2005-2009) e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e
tem como objectivos:

 Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
 Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado, flexível e
profissionalizante.
 Alargar o universo de escolhas, formando os jovens, tanto para a continuação dos estudos,
 como para o mercado de trabalho e auto emprego.
 Contribuir para a construção de uma Nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


 O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os
objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de
implementação;
 Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
 O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
 Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que
visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que
continuem a aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências
relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do


mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros
desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos


científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;

Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

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Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes
para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel
da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto
significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e
criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de
conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita,
matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como
cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e
busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;

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i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar


situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a
escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as
regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da
comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade,


humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor
próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá
estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que se vão confrontar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.

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O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias que permite
estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de
conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a realizar no
âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a
comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as


disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante
nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões
para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades
culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa
situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários
sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou
lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na


família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:

 organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,


habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;

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 encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de
outras áreas do saber;
 acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
 criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
 avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à


profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa
pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste
sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade
se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas
próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá
envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de


análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o
desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um
centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e
memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O
aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação,
reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e


aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar
implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da
heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e


utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito
competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela
integração social e vocação profissional.

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Ensino-Aprendizagem da Disciplina de História

Este é o Programa de Ensino de História da 8ª classe do Ensino Secundário Geral.


Este Programa de Ensino foi concebido e estruturado com base no Plano Curricular do Ensino
Secundário Geral, (PCESG), tendo como referências as mudanças operadas ao nível do Ensino Básico.

Foram introduzidas alterações que consistiram na redução parcial dos conteúdos referentes à história
universal devendo-se abordar o essencial; foram igualmente introduzidos conteúdos referentes a
processos históricos de África e de Moçambique e indicadas vias de abordagem que se aproximam da
estratégia definida para o ensino básico. Mas mais do que o referido no parágrafo anterior a mudança de
fundo consiste na metodologia de abordagem de todo o programa e dos conteúdos nele prescritos,
actividades a realizar em cada unidade temática, constantes das sugestões metodológicas e toda a
filosofia que sustentou a elaboração deste Programa de ensino.

Ao se abordar o programa da 8ª classe, tem de se ter em conta que ele inicia o 1º ciclo do Ensino
Secundário Geral que termina na 10ª classe. Nesse sentido o programa deve ser tido como um todo
integrado no conjunto dos conteúdos do ciclo e na sua relação com as outras disciplinas. Visto que o
programa não abarca a totalidade de conteúdos úteis e relevantes para a vida, deve-se enriquecê-lo através
de conteúdos transversais que podem ser abordados enquadrando-os em temas apropriados ou através de
trabalhos extra-curriculares de forma que para além de consolidar e aprofundar os conhecimentos
adquiridos, o ensino desta disciplina contribua para o respeito dos direitos e crenças dos outros,
desenvolvimento de atitudes de solidariedade, de tolerância e respeito face às ideias e opiniões diferentes
das suas e da consciência patriótica e vontade de participar activamente na construção de uma sociedade
moçambicana democrática.

Assim, o ensino da disciplina de História na 8ª classe vai continuar a desenvolver e aprofundar as


competências adquiridas durante o Ensino Básico, versando, por um lado, a História Universal e, por
outro, a História do Continente Africano e da Pátria Moçambicana. Isto deverá ser conseguido através
da análise de fenómenos históricos concretos de África e de Moçambique "encaixados" nas abordagens
teóricas sobre a História Universal que deve ser feita em cada unidade didáctica, não perdendo de vista a
necessária ligação entre a matéria nova do Ensino Secundário Geral com os conhecimentos adquiridos
no Ensino Básico.
Nesta classe, a partir de uma introdução feita com base na importância da História como ciência, os
alunos estudarão de forma resumida e relacionada com os conhecimentos adquiridos sobre este tema no
Ensino Básico, conteúdos sobre:
 A História como Ciência;
 A Origem e Evolução do Homem;
 A Diferenciação Social e a formação de Estados;
 As Relações Sociopolíticas na Europa e na África entre os Séculos V e XV.
Estas são as quatro unidades que compõem o Programa da 8ª classe.

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Competências a Desenvolver no 1º Ciclo do Ensino Secundário Geral

Ao longo do 1º ciclo do Ensino Secundário Geral, (8ª, 9ª e 10ª Classes) os alunos devem desenvolver as
seguintes competências gerais para a vida:

 Interpreta acontecimentos diversos usando a língua portuguesa;

 Recolhe e divulga a história, os hábitos de saúde e alimentação da sua região;

 Usa adequadamente o vocabulário histórico para descrever acontecimentos históricos, sociais e


culturais;

 Adopta, de forma independente, estratégias e métodos de estudo adequados;

 Emite opiniões sobre os processos históricos, socio-culturais que ocorrem em seu redor, no país
e no mundo;

 Promove o respeito pelos órgãos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos e de
cidadania;

 Demonstra compreensão dos problemas económicos e sociais do seu país e sugere, a seu nível,
vias de solução em seu benefício e em benefício da comunidade em que está inserido;

 Envolve-se em projectos e campanhas de protecção e uso sustentável dos recursos ambientais;

 Promove atitudes de solidariedade, tolerância e respeito pelas diferenças;

 Respeita as leis nacionais e internacionais;

 Age em conformidade com a lei na resolução e gestão de conflitos;

 Desenvolve o sentimento patriótico através de visitas aos locais de interesse histórico e participa
activamente nos processos políticos do seu país;

 Usa conhecimentos gerais para melhor participar no desenvolvimento do país;

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Objectivos Gerais do Ciclo
Constituem objectivos gerais do Ensino de História no Ciclo:

 Desenvolver nos alunos o interesse pelo estudo da História;


 Utilizar a língua moçambicana, portuguesa e inglesa para a recolha e compilação de dados históricos
e culturais à sua volta;
 Aprofundar e ampliar os conhecimentos adquiridos no Ensino Básico;
 Despertar nos alunos a consciência da relação entre a História da Pátria, do Continente Africano e a
História do Mundo;
 Alargar as capacidades e convicções deste nível para compreender melhor a integração de
Moçambique e do Continente africano no contexto da história mundial;
 Proporcionar aos alunos uma formação em que a disciplina de história os habilite a desenvolver
capacidades de análise (a seu nível) de processos históricos concretos;
 Consolidar a concepção do desenvolvimento da sociedade humana;
 Desenvolver nos alunos o amor pela pátria e a consciência de fazer parte de uma sociedade.
 Desenvolver atitudes de solidariedade, tolerância, respeito pelas leis e pelas diferenças.

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Visão Geral dos conteúdos do 1º Ciclo do Ensino Secundário Geral

8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe

1- A História como Ciência 1- Formação do Sistema 1 - As Contradições


Capitalista do Século XV- Imperialistas, dos finais do
XVII século XIX até ao final da Iª
Guerra Mundial

2- Origem e Evolução do 2 - O Capitalismo Industrial 2- O Desenvolvimento


Homem e o Movimento Operário Politico no Mundo no início
nos séculos XVIII-XIX do século XX

3- As diferenciações sociais 3 - Do Capitalismo 3 - A II Guerra Mundial -


e a Formação de Estados Industrial (século XVIII- 1939-1945 e os
XIX) ao Imperialismo fim Movimentos de Libertação
do século XIX e início do Nacional
século XX

4. As relações sociopolíticas 4 - O Mundo entre a


na Europa e na África entre confrontação e o
século V-XV desanuviamento

3. Objectivos da aprendizagem da História na 8ª Classe

São objectivos do ensino da História na 8ª classe:

 Utilizar e alargar os conhecimentos adquiridos no Ensino Básico para interpretação do mundo à


sua volta;
 Explicar os mecanismos da produção do conhecimento histórico;
 Identificar as etapas da evolução histórica da Humanidade com ênfase nas formas de
organização económica e social, nas transformações tecnológicas, políticas e culturais;

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 Situar os acontecimentos no tempo e no espaço;
 Relacionar a história da Pátria e do Continente Africano com o desenvolvimento das sociedades
de classe no Mundo.
 Analisar o processo de Hominização destacando a importância do trabalho para a evolução
física e intelectual do Homem;
 Desenvolver o hábito de trabalhar colectiva e independentemente com disciplina e
perseverança, conservando cuidadosamente todos os materiais escolares;
 Despertar nos alunos a consciência da relação entre a História da Pátria, do Continente Africano
e do Mundo, contribuindo para a formação da memória e identidade nacional;
 Comparar os períodos históricos tratados a partir das relações estabelecidas na produção e
explicar o progresso histórico;

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Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 8ª Classe

Unidades Temáticas Conteúdos Carga


Horária
1.1 História como Ciência: sua importância
1.2 As fontes da história 10
1- A História como Ciência 1.3 A História e outras ciências.
1.4 O tempo e a História

2.1 A origem do Homem


2.2 A África - Berço da Humanidade 8
2.3 A evolução da vida económica, social e espiritual
2- Origem e Evolução do em África
Homem
3.1. Surgimento da diferenciação social: Exemplos do
Egipto e Mesopotâmia; 26
3.2. Mesopotâmia: Código de Hamurábi
3.3. Desenvolvimento da sociedade esclavagista na
Europa:
3- A diferenciação sociais e a 3.3.1 A democracia esclavagista em Atenas;
Formação de Estados 3.3.2 Esclavagismo em Roma;
3.4 Moçambique: da comunidade dos e recolectores à
formação dos primeiros estados.
4.1. A emergência do Feudalismo na Europa.
4.1.1 Características económicas, políticas, sociais e
4. As relações sociopolíticas culturais da sociedade feudal. 10
na Europa e na África entre 4.2. A África do século V-XV:
século V-XV 4.2.1 Caracterização geral.
4.2.2 O exemplo da Etiópia

Avaliações 18

12
Carga Horária por trimestre
Trimestre Unidade Temática Carga
Horária
1º Unidade 1: A História como ciência 10
Trimestre 1.1 História como Ciência: sua importância
1.2 As fontes da história
1.3 A História e outras ciências.
O tempo e a História

Unidade 2: A Origem e Evolução do Homem


4
2.1 A origem do Homem
2.2 A África - Berço da Humanidade
Avaliação 6

Unidade 2 A Origem e Evolução do Homem 4


2º 2.3 A evolução da vida económica, social e espiritual em África
trimestre

3.1. Surgimento da diferenciação social nos exemplos do Egipto e 14


Mesopotâmia;
3.2. Mesopotâmia: Código de Hamurábi
3.3. Desenvolvimento da sociedade esclavagista na Europa:
3.4.1 A democracia esclavagista em Atenas;
3.4.2 Esclavagismo em Roma;
Avaliação 6
3º Unidade 3: A diferenciação social e a Formação de Estados 6
trimestre 3.4 Moçambique: da comunidade primitiva à formação dos primeiros estados

Unidade 4: As relações socio-políticas na Europa e na África entre século V- 10


XV
4.1 A emergência do Feudalismo na Europa.
4.1.1 Características económicas, políticas, sociais e culturais da sociedade
feudal.
4.2. A África do século V-XV:
4.2.1 Caracterização geral.
4.2.2 O exemplo da Etiópia
Avaliação 6

13
6

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PLANO TEMÁTICO
Unidade Temática: 1. A HISTÓRIA COMO CIÊNCIA

Objectivos específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária
 Definir História; 1.A História como Ciência
4.2 Definição de História
 Explicar a função e importância da 4.3 Importância da História
História, Recolhe informações sobre a sua escola, bairro
ou comunidade usando a língua local ou
 Explicar a primazia das fontes 1.3. As fontes da História portuguesa e elabora textos na língua de
orais na reconstrução da História 1.3.1. Definição de fonte Histórica ensino.
da África e de Moçambique. 13.2. Os tipos de fontes
1.3.3. As fontes da História da África e de
Moçambique: o papel das fontes orais.
Valoriza e conserva o património histórico e
 Valorizar os locais de interesse 1.3.4. Os locais de interesse histórico cultural 10
histórico nacionais.
Utiliza conhecimentos de outras ciências para
1.4 A História e outras Ciências (Geografia, ajudar a reconstruir o passado
 Relacionar a História com as Economia, Arqueologia, Antropologia,
outras ciências. Sociologias e Cronologia).
Constrói barras e frisos cronológicos

1.5. O tempo e a História


1.5.1. A contagem do tempo em História
 Situar acontecimentos no tempo e 1.5.2. A periodização em História
no espaço; 1.5.3. A periodização da História da África e de
Moçambique.

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Sugestões Metodológicas
Esta Unidade trata da História como Ciência. Visa mostrar o carácter científico da História entanto que área do saber humano, tendo em
conta as competências desenvolvidas pelos alunos a partir da 4ª Classe, bem como a ideia do que é a História. Com base nesses
conhecimentos, deve-se recomendar leituras de textos contidos em História Activa 1 ou Luís Fernando e Honório Reis ou outros e fazer
pequenos questionários de orientação para criar nas aulas uma situação de debate.
Os alunos poderão fazer o levantamento de fontes escritas em alguns serviços ou instituições incluindo a própria escola. Consoante o local
poderá ser sugerido ao aluno que identifique na sua comunidade algumas fontes arqueológicas e/ou orais. Sugere-se igualmente que o
professor discuta com os seus alunos a importância dos diferentes tipos de fontes para a reconstrução da História tendo em conta a
disponibilidade e credibilidade das mesmas.
Na recolha e tratamento das fontes é preciso assegurar a interdisciplinaridade. Por exemplo, pode-se aproveitar os conhecimentos da
Língua Portuguesa para fazer pequenos resumos sobre o levantamento feito; no caso em que existam fontes arqueológicas podem ser
representadas graficamente utilizando os conhecimentos de Desenho.
Neste contexto, recomendam-se visitas a locais de interesse histórico-cultural tais como, Museus, instituições governamentais como
administrações, governos provinciais, postos administrativos, bem como arquivos, igrejas, mesquitas, fábricas (onde existam) e outros
locais de interesse social e económico. Pode promover palestras com "protagonistas" da história ou outras figuras. Como as turmas são
numerosas o professor poderá subdividir a turma em dois ou três grupos e cada grupo teria o seu próprio alvo de estudo. Esta actividade e
outras similares é de carácter obrigatório.

No que diz respeito a História de África e de Moçambique é importante que o professor sublinhe o papel das fontes escritas e tradições
orais.
Deverá igualmente realçar que com a invenção da escrita no IV milénio a.n.e./ a. C. foi possível registar os vários acontecimentos da
Humanidade.
Quanto às formas de contagem do tempo o professor deverá explicar as razões da contagem decrescente e crescente nos períodos antes da
nossa era ou antes de Cristo (a.n.e ou A. C.) e da nossa era (n.e) ou Depois de Cristo (D.C.)
Recomenda-se que os alunos realizem exercícios de contagem do tempo bem como a elaboração de gráficos de tempo. Para a História de
África e de Moçambique sugerimos que o professor trabalhe com os seguintes quadros:

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O professor deverá realçar o princípio da interdisciplinaridade mostrando o contributo das outras ciências como por exemplo a Geografia,
Antropologia, Economia, Cronologia e Arqueologia.
Com isto, o professor levará os alunos à conclusão de que na produção do conhecimento histórico contribuem os dados e
conhecimentos de outras ciências.
Ao longo do estudo desta Unidade o professor poderá priorizar o tratamento dos seguintes conceitos: História, Tempo, Espaço, Fontes
da História e Periodização.

Indicadores de desempenho dos alunos:

-Explica, sem ajuda do professor, a função e a importância da História;


-Distingue as diferentes fontes da história;
-Explica o processo de reconstrução de História;
-Explica os critérios da contagem do tempo em história;
-Situa os acontecimentos no tempo e no espaço
-Produz textos sobre acontecimentos que ele tenha observado ou participado, que podem ser sobre visita de entidades à escola ou
seu bairro, datas festivas, descrição de monumentos ou instituições visitadas, etc.;
-Explica como a história se relaciona com as outras ciências como a Geografia, Antropologia, Economia;
-Constrói barras ou frisos cronológicos;
-Explica os conceitos de História, fontes da História, espaço, tempo, periodização.

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Unidade Temática: 2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária
 Explicar a origem da vida humana
segundo as teorias da criação e 2.1. A origem do Homem
evolucionista; 2.1.1. As várias tentativas de explicar a
origem e evolução do Homem — as teorias da Adopta e promove atitudes de
criação e da evolução tolerância e respeito pelas diferenças
 Explicar os principais factores da de crenças religiosas;
hominização; 2.2. África - berço da Humanidade (revisões)
2.2.1. O lento processo de hominização

 Caracterizar as fases da evolução dos 2.2.2.As principais transformações físicas 8


hominídeos; Relaciona o trabalho com o progresso
da humanidade;
 Indica, no mapa de África, as regiões 2.2.3. A conquista do fogo
onde foram descobertos vestígios mais
antigos dos hominídeos;

 Descrever a importância da conquista Explica a importância da agricultura


do fogo 2.3. A evolução da vida económica, social e na organização da vida social e
 Diferenciar as sociedades nómadas das espiritual dos Homens em África económica dos homens.
sociedades sedentárias.

 Explicar a importância da agricultura e


da pastorícia na organização da vida
social dos homens

 Explicar as manifestações religiosas e


artísticas dos primeiros homens;

18
Sugestões Metodológicas

Esta unidade trata da Origem e Evolução do Homem. Na abordagem teórica do processo e na menção dos principais factores dessa
evolução, o professor poderá tomar como exemplos os processos africanos ou da região da África Austral onde foram descobertos
vestígios mais antigos dessa evolução. O professor tomará em conta os seguintes aspectos:
 A compreensão de que a origem e desenvolvimento do Homem é o resultado da combinação de vários factores;
 A importância da agricultura na vida social e económica dos Homens;
 A compreensão e a conclusão de que o trabalho é a fonte do progresso Humano.
O aprofundamento que se sugere poderá ser feito através de:
 Discussão com os alunos sobre as teorias (evolucionista e da criação), explorando as ideias e os conhecimentos que os
alunos já possuem acerca da origem do Homem, sem ferir susceptibilidades.
 Explicação breve dos diferentes factores do desenvolvimento físico e intelectual do Homem;
 Recapitulação, pelos alunos, do processo da Hominização e das transformações físicas e intelectuais cujo estudo
iniciaram na 6ª classe;
 Discussão sobre a importância do trabalho no progresso humano ( os próprios alunos poderão fazer pequenos textos
sobre a importância do trabalho ou sobre as profissões. O professor prestará atenção sobre as inclinações dos alunos e
induzirá os alunos a concluir que todas as profissões são importantes e devem ser valorizadas e respeitadas);
 Discussão sobre a importância e produção do fogo;
 Explicação da importância da agricultura e da pastorícia, através da recolha das experiências dos alunos.

Recomenda-se que o professor trabalhe com o livro de FERNANDO, Luís & REIS, Honório. História. 8ª Classe, pp.28 a 50,
explorando os textos, as gravuras e os esquemas.
Trabalhará os seguintes conceitos: evolução, hominização, religião, trabalho, nomadismo, sedentarização.

19
Indicadores de desempenho:

-Relaciona o trabalho com a evolução física e intelectual dos homens;


-Descreve a importância da agricultura e da pastorícia na organização da vida social e económica das comunidades;
-Localiza no mapa de África as regiões onde foram descobertos os restos ósseos dos primeiros hominídeos;
-Diferencia as sociedades nómadas das sociedades sedentárias;
-Explica a importância do fogo para a vida dos homens;
-Explica os conceitos de “evolução, hominização, trabalho, nomadismo e sedentarização”;
-Manifesta sentimento de orgulho por pertencer ao continente considerado “berço da Humanidade”
- Demonstra atitudes de tolerância e respeito pelas diferenças de crenças religiosas.

20
Unidade Temática: 3. A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E A FORMAÇÃO DE ESTADOS

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária
3. 1. O Surgimento da diferenciação social nos
exemplos do Egipto e Mesopotâmia;
Relaciona o surgimento e a apropriação
 Explicar o processo da 3.1.1 O Egipto (revisão) do excedente com o advento da
diferenciação social tomando como 3.1.1.1. Localização geográfica diferenciação social.;
exemplos o Egipto (revisão) e 3.1.1.2 Actividades económicas
Mesopotâmia. 3.1.1.3. o surgimento da diferenciação social
3.1.1.4. A religião e a cultura

3.1.2. Mesopotâmia: Defende a necessidade de existência de 26


3.1.2.1. Localização geográfica regras e leis que regulem a vida dos
 Analisar o código de Hamurábi 3.1.2.2 Actividades económicas homens e age em conformidade com
3.1.2.3. o surgimento da diferenciação social elas;
 Explicar a necessidade de existência 3.1.2.4. A religião
de regras e leis numa sociedade; 3.1.2.5. Babilónia
3.1.2.5.1. os fundamentos do despotismo e o Código de
Hamurábi
 Analisar o desenvolvimento das
sociedades esclavagistas na 3.2. Surgimento e desenvolvimento da
Europa sociedade esclavagista na Europa: Grécia e Promove a participação de todos na
tomada de decisões sobre a vida
Roma
económica, política, e social das
 Caracterizar a Democracia Localização geográfica e povoamento da comunidades, como forma de exercer
Ateniense Grécia o direito de cidadania.
A evolução política da Grécia (Monarquia,
Oligarquia, Tirania e Democracia)
As características da Democracia Ateniense

21
Unidade Temática: A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E A FORMAÇÃO DE ESTADOS (cont.)

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária

3.3.2. Roma
 Explicar o surgimento da 3.3.2.1.Localização geográfica e povoamento
escravatura em Roma. 3.3.2.2. A origem e características da escravatura em
 Explicar a formação do Roma
Império Romano 3.3.2.3. A formação do Império Romano
 Analisar as causas da crise 3.3.2.4. A crise e queda do Império
e decadência do Império 3.3.2.5. A cultura greco-romana
Romano Relaciona a História da pátria com
 Caracterizar a situação 3. 4. Moçambique : da Comunidade Primitiva à a história do mundo
económica, politica e social formação dos primeiros Estados
de Moçambique desde a 3.4.1. Os Khoisan – organização económica, social e Conclui que a par do
comunidade Primitiva até a ideológica desenvolvimento de outros povos
formação dos primeiros 3.4.2. Os Bantu – organização económica, social e do mundo, os povos africanos
estados. ideológica também desenvolveram
civilizações notáveis que
3.4.3. O Reino de Zimbabwe contribuíram para o percurso da
- Localização geográfica sociedade humana.
- A estrutura económica política e sócio-ideológica
- A decadência
3.4.4.. O império de Mutapa
- Localização geográfica
- A estrutura económica, política e sócio-ideológica
- A decadência

22
Sugestões Metodológicas

Esta unidade trata da Diferenciação Social e a Formação de Estados. Na abordagem desta unidade, o professor tomará em conta os
seguintes aspectos:
 Que o surgimento do excedente e a sua apropriação por um grupo determinado da população, criou condições para a
diferenciação social e o aparecimento do Estado;
 Que há necessidade da existência de regras que regulem a vida dos homens, tomando como exemplo o Código de Hamurábi
(Mesopotâmia) ;
 Que há necessidade de participação de todos na tomada de decisões sobre a vida política, económica e social das comunidades,
tomando como exemplo a democracia ateniense e a partir deste estudo, promover debates sobre a democracia moçambicana
(suas principais manifestações);
No que diz respeito a diferenciação social sugere-se que os alunos trabalhem com esquemas como o que é apresentado na página 43
do Livro de FERNANDO, Luís & REIS, Honório .História, 8ª Classe.

A abordagem do Código de Hamurábi deverá conduzir à conclusão de que em todas as sociedades, incluindo a sociedade
moçambicana também existem leis e regras que regulam as relações entre os membros da comunidade (ritos de iniciação, relações
adultos/jovens, marido/mulher...).

Nos tempos actuais para além das regras e leis tradicionais existe uma Constituição que regula a vida na sociedade. Será oportuno e
obrigatório dedicar algum tempo para estudo de alguns capítulos da Constituição da República de Moçambique. Caso a escola não
tenha poderá contactar as secretarias provinciais ou distritais, conselhos municipais ou partidos, administrações ou outras entidades
para solicitar o documento.
Ao tratar o assunto sobre a democracia Ateniense o professor procurará, na medida do possível, relacioná-la com o processo de
democratização de Moçambique. Para tal poderá, na sala de aulas, partir de exemplos concretos como a eleição do chefe turma, dos
chefes de grupos e outros representantes para mostrar a importância do exercício democrático. Poderá promover visitas às
Assembleias Municipais, ao Parlamento, Associações Culturais ou Desportivas, entre outras, para tomar contacto com as práticas
democráticas vigentes.
Em relação ao esclavagismo na Grécia e Roma os alunos poderão prestar atenção aos seguintes aspectos:

23
 O carácter desumano desta prática e as formas de combatê-la usando o exemplo de Spartacus em Roma. No que respeita a
África será importante que o professor destaque que a escravatura neste período era patriarcal e doméstica. Portanto não se
pretende aqui uma abordagem sobre o tráfico esclavagista que será objecto de estudo a partir da 9ª classe;
 A crise e queda do Império Romano como uma das condições para a emergência do Feudalismo na Europa.

Sugere-se a realização de trabalhos individuais sobre o contributo da civilização greco-romana, que podem ser pequenos questionários
seguidos de debate, dramatização de uma sessão do parlamento, quadro-resumo sobre as criações culturais da Grécia e Roma com a
cultura actual, entre outras.

Em relação a evolução da vida económica e social dos homens em Moçambique sugere-se que se elabore uma tabela comparativa das
comunidades Khoisan e Bantu tendo em conta os seguintes elementos: modo de vida, actividades económicas, divisão do trabalho e
organização social.

A referência aos Estados localizados no território actual de Moçambique tem como principal finalidade mostrar a existência de
estrutura política, económica e social antes mesmo de qualquer influência estrangeira. Assim, sugere-se que o professor conduza a
aprendizagem no sentido de se chegar a esta importante conclusão.
O que se pretende é que se faça a ligação entre a teoria e a prática em toda a actividade educativa. Por isso, tendo em conta que os
reinos do Zimbabwe e Mutapa foram tratados na 6ª classe, recomenda-se que os alunos explorem as unidades 2 e 3 do programa de
Ensino das Ciências Sociais da 6a classe. Neste exercício sugere-se que sejam feitos trabalhos independentes com mapas, esquemas e
quadros comparativos sobre o Zimbabwe e Mutapa.

24
Indicadores de desempenho:
Para comprovar se os alunos adquiriram as competências sugeridas nesta unidade, o professor terá em conta, entre outros, os seguintes
indicadores de desempenho:
-Relaciona o surgimento e apropriação do excedente, com o aparecimento da diferenciação social;
-Explica as causas que permitiram a formação das primeiras sociedades de classe em África (Egipto), e na Ásia (Mesopotâmia);
-Explica os factores que permitiram a formação, na Grécia e no Império Romano, de sociedades esclavagistas;
-Elabora quadros comparativos entre as sociedades nómadas e sedentárias
-Elabora mapa sobre a expansão Bantu.
-Descreve as rotas da expansão Bantu
-Explica as vantagens das regras e leis numa sociedade.

25
Unidade Temática: 4. AS RELAÇÕES SÓCIOPOLÍTICAS NA EUROPA E NA ÁFRICA ENTRE OS SÉCULOS V E XV

Competências Básicas Carga


Objectivos Específicos Conteúdos O aluno: Horária

 Explicar o surgimento do 4.1. O Feudalismo na Europa (séc. V – XV)


Feudalismo na Europa; 4.1.1 A emergência do feudalismo na Europa
4.1.2. Características económicas, políticas, Elabora esquemas sobre o surgimento e
 Caracterizar o Feudalismo a sociais e culturais do Feudalismo; decadência do sistema feudal;
nível económico, político,
social e cultural. 4.1.3. A crise do feudalismo

4.2.África: do século V ao século XV Compara a evolução da África e Europa


 Caracterizar a situação 4.2.1. A Etiópia neste período;
económica, politica e social - Localização geográfica
de Africa entre os Séculos - A estrutura económica, política e sócio-
V-XV no exemplo da Etiópia ideológica 10

4.2.4. Sistematização

26
Sugestões Metodológicas

Esta unidade trata das Relações Sociopolíticas na Europa e na África entre os Séculos V e XV.
Com esta unidade os alunos devem analisar e caracterizar a formação e o desenvolvimento da
sociedade feudal, em particular na Europa onde teve maior expressão. Os alunos relacionam o
desenvolvimento do Feudalismo com as invasões bárbaras e a queda do Império Romano do
Ocidente e o fim do regime esclavagista.
Poder-se-à referir que este sistema desenvolveu-se também noutros continentes mas com algumas
especificidades. Neste aspecto particular recomenda-se que sejam explorados alguns textos que
exponham de forma geral e simples a organização sociopolítica e económica de alguns Estados
feudais na Europa e Ásia tais como os Francos, o Bizâncio e o Califado Árabe sem entrar em
pormenores.
Ao se referir à peste negra no âmbito da crise do feudalismo, o professor poderá aproveitar o
momento para falar do impacto das epidemias na evolução das sociedades explorando em
particular o efeito devastador do HIV/SIDA, Malária e de outras doenças endémicas nos nossos
tempos e as medidas de combate. Caso o professor não disponha de material para explicar os
alunos sobre as formas de combate poderá convidar enfermeiros ou representantes de
organizações que trabalham com estas matérias.

Na abordagem deste assunto é essencial destacar que enquanto a Europa vivia num regime feudal,
em África desenvolviam-se reinos e Impérios com um dinamismo próprio e com uma certa
estabilidade política, económica, social e cultural, como por exemplo a Etiópia.
O objectivo é que os alunos compreendam e interiorizem que em África, durante o período em
referência, também se desenvolveram processos históricos dinâmicos e consequentes comparáveis
aos dos outros continentes, antes do contacto com os europeus.
A explicação e a sistematização dos conhecimentos sobre o desenvolvimento dos Estados africanos e
de Moçambique é de primordial importância para a promoção nos alunos de atitudes tais como
orgulho pela História da África e da sua Pátria.

Nesta unidade serão abordados os seguintes conceitos básicos: Feudalismo, Feudo, Servidão,
Religião, Exploração.

Para comprovar se os alunos desenvolveram as competências sugeridas nesta unidade, o


professor terá em conta, entre outros, os seguintes indicadores de desempenho:

27
Situa no tempo o desenvolvimento do sistema feudal na Europa;
Elabora um quadro em que agrupe as características económicas, políticas, sociais e culturais
do feudalismo;
Identifica as principais causas da decadência do sistema feudal;
Localiza a Etiópia no continente africano;
Caracteriza a estrutura económica, política e sócio-ideológica da Etiópia;

4. Avaliação

A avaliação é um instrumento do processo de ensino aprendizagem através do qual se pode


verificar como estão senso cumpridos os objectivos e a finalidade da educação, permitindo
melhorar ou adaptar as estratégias de ensino, aos conteúdos e as condições concretas existentes.

A avaliação permite ao professor tirar conclusões dos resultados obtidos para o desenvolvimento
do trabalho pedagógico subsequente e verificar a necessidade de reajuste curricular de acordo
com as necessidades educativas dos alunos.

A avaliação deve focalizar-se em todas as actividades realizadas pelos alunos de forma que se
obtenha uma imagem fiável do desempenho do aluno e do professor, em termos de competências
básicas descritas no Programa de Ensino.

A avaliação na disciplina de História privilegia:


 as visitas de estudo;
 elaboração de esquemas;
 tabelas;
 gráficos;
 mapas;
 entre outras

28
Para abordagem dos conteúdos definidos neste Programa de Ensino, sugere-se a
consulta, de entre outra, a seguinte bibliografia:

AAVV.História de Moçambique – Primeiras Sociedades Sedentárias e Impacto dos


Mercadores (200 / 300 – 1886), Vol I, Maputo: Tempo, 1988

ASSIS, Abel e outros. Da comunidade primitiva ao feudalismo; Porto, Edições


ASA

Livros ciências sociais do Ensino Básico;

BARREIRA, Aníbal e MENDES, Moreira. História Activa I, 7º Ano de


Escolaridade Porto, Edições ASA

BARREIRA, Aníbal e MENDES, Moreira. História Activa II, 8º Ano de


Escolaridade Porto Edições ASA

BARREIRA, Aníbal e MENDES, Moreira. História Activa III, 9º Ano de


Escolaridade Porto Edições ASA

BICÁ, Firoza & ISMAEL, A. Ismael. Ciências Sociais: Tempo e espaços, 6ª Classe.
Porto, Porto Editora, p.64-65

FERNANDO, Luís & REIS, Honório. História. 8ª Classe. Maputo, DINAME, p.7-8

KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra vol 1 Portugal, Publicações Europa


América 1999

REIS, Honório e FERNANDO, Luís. História, 8ª Classe, Maputo, Editora


Escolar, 2000

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