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1. Introdução
O presente trabalho foi elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Sistemas e Comportamentos
Eleitorais da licenciatura de Administração Pública.
O artigo que nos foi concedido, tem como título “Evaluating Electoral Systems” e é da autora Pippa
Norris, uma cientista política especializada em política comparativa.
2. Análise do Artigo
Ao efetuarmos uma análise aprofundada do artigo em questão, damos conta que o tópico que gera
uma maior argumentação e debate é “qual é o supremo sistema eleitoral a ser utilizado?”. De um modo
geral, todos os indivíduos afirmam que há ausência de um sistema eleitoral magistral capaz de se ajustar
às necessidades de cada comunidade.
A autora ao longo do artigo dá-nos uma perspetiva do que são os sistemas eleitorais de
representação proporcional e dos sistemas eleitorais maioritários.
Os sistemas de representação proporcional são aqueles em que a distribuição de assentos no
parlamento ou noutro órgão legislativo é simétrico ao número de votos obtidos por cada partido ou
candidato. Já os sistemas eleitorais maioritários são aqueles em que quem ganha é o candidato ou partido
que recebe a maioria dos votos. Estes são mais conhecidos como sistemas de “winner-takes-all”, ou
seja, o vencedor leva tudo, como abordámos durante as aulas.
Neste ensaio são também discutidos e expostos os princípios da Democracia Adversarial
(Adversarial Democracy) e da Democracia Consensual (Consensual Democracy). A Democracia
Adversarial é um modelo de democracia que enfatiza a competição entre partidos políticos e os seus
candidatos durante as eleições. Neste tipo de sistema, os partidos políticos ou opositores competem
entre si para ganhar o poder e implementar as suas ideias e políticas. Em contrapartida, a Democracia
Consensual é um modelo de governação que se concentra na tomada de decisão por meio do diálogo e
do consenso entre os diferentes grupos políticos e sociais.
Ao longo do artigo, a autora aborda outros conceitos que estão ligados à Democracia Adversarial,
tais como a Responsabilização Democrática, Eleições Decisivas e Capacidade de Resposta do Governo
ao Eleitorado.
Relativamente à Responsabilidade Democrática, as eleições são importantes e são elas que
permitem que os partidos e candidatos que escolhemos cheguem ao poder e possam agir em nosso
nome, tornando-se as eleições um elo crítico da democracia. O processo eleitoral é uma forma de manter
a responsabilização, isto é, manter os partidos e candidatos no governo responsáveis perante o
Parlamento e o eleitorado.
No entanto, no artigo, podemos observar que há uma ressalva para a responsabilização a nível local,
isto é, a ideia que atualmente, os indivíduos são mais preocupados com as questões das suas
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comunidades e que esta aproximação dos cidadãos aos representantes locais pode levar a uma maior
responsabilização dos membros eleitores.
Os sistemas maioritários, no que toca à Governabilidade, criam governos com autonomia que são
capazes de governar e implementar as suas políticas sem o apoio de outros partidos, criando assim
melhores condições a nível de resposta.
Sobre as Eleições Decisivas, os apoiantes dos sistemas eleitorais maioritários argumentam que a
relação entre os votos e os assentos parlamentares é algo crucial. É possível perceber que embora vários
candidatos possam concorrer, apenas os maiores candidatos ganham e podem estar no Parlamento. Os
defensores acreditam que alguém ganhar por maioria pode ser uma vantagem para o governo, pois caso
seja necessário elogiar ou atribuir a culpa de algo, sabemos a que partido nos dirigir. Além disso, sendo
só um partido não há a possibilidade de entrarem em conflitos com outros, criando assim climas de
instabilidade.
Perto das últimas páginas, é mencionado pela autora os sistemas eleitorais maioritários e
representação proporcional. Primeiramente, elucida-nos sobre sistemas eleitorais maioritários,
realçando que os partidos e candidatos diminuem gradualmente, existindo assim quase uma falsa
competição eleitoral, uma vez que apenas os principais candidatos é que traduzem os votos em
mandatos. Sendo assim, há uma clara maioria absoluta, o que resulta de um governo de partido único.
Ainda assim, por ser um sistema bipartidário competitivo e equilibrado, há uma preocupação dos
políticos com a opinião pública, visto que neste tipo de democracias, facilmente o ‘’jogo vira’’ e o voto
do público poderá dirigir-se para a oposição. Sendo assim, o poder recai maioritariamente no governo,
mas sendo limitado pela opinião pública. Para além disso, os representantes defendem a opinião da sua
própria comunidade, havendo, portanto, uma representação dos interesses locais nos debates
legislativos nacionais.
No artigo é nos apresentado algumas críticas, relativamente ao sistema eleitoral maioritário.
Acredita-se que se um partido tiver constantemente a ser eleito, isso criará uma divisão na população,
que posteriormente irá ser notória na política, distinguindo-se minorias de maiorias. Isto pode resultar
no facto de o partido que esteja em regime não defenda as necessidades de grupos minoritários, o que
pode desencadear insatisfação por parte dos eleitorados e incapacidade de haver rotação regular dos
partidos no poder. A autora expressa os seus argumentos a favor e contra a Democracia Consensual,
guiando-se pelos mesmos argumentos que Lijphar. A Democracia Representativa Consensual permite
que as tomadas de decisão sejam discutidas entre os vários partidos parlamentares. Assim sendo, os
sistemas de representação proporcional possibilitam uma governação colaborativa e deliberativa,
representando os partidos minoritários, fazendo com que o maior número de pessoas votem, pois
garantem que consideram a diversidade social e política da sociedade.
Outro conceito abordado pela autora neste artigo é o da redução das barreiras às partes menores.
Os apoiantes da Democracia Consensual reforçam a necessidade de os sistemas eleitorais
proporcionarem uma representação justa e equitativa, de modo que, a distribuição dos assentos
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3. Críticas ao artigo
O excerto do artigo da autora Pippa Noris é de fácil compreensão, sendo uma boa ferramenta
para consolidar os conhecimentos adquiridos na aula.
Gostaríamos que o excerto apresenta-se críticas da Democracia Adversarial e não apenas da
Democracia Consensual, uma vez que tornaria o excerto mais completo e permitiria comparar as duas
de uma forma mais justa e correta. Consideramos que seria ainda mais enriquecedor se nos desse
exemplos reais destas democracias e se nos apresentasse caso de crises sociais, económicas, climáticas,
entre outras e qual democracia se aplicava melhor a cada circunstância.
4. Perguntas
- Depois da apresentação e transportando mais uma vez para a atualidade qual acham que seria
o melhor sistema eleitoral para dar resposta à inflação e à corrupção como a que vivemos? E
porque é que essa seria a melhor solução?
- Será que podemos afirmar que a Democracia Adversarial se revê numa Democracia Artificial?
- Após a matéria lecionada em sala de aula e a revisão deste artigo, qual é a Democracia em que
acreditam e qual a melhor para garantir o bem-estar público do nosso país.