O documento discute os sistemas eleitoral e partidário. Apresenta diferentes definições de representação política e explica como os sistemas eleitorais, sejam majoritários ou proporcionais, influenciam o número e tipo de partidos políticos em um sistema, de acordo com a teoria de Duverger. Também discute outros fatores que impactam a relação entre esses sistemas.
O documento discute os sistemas eleitoral e partidário. Apresenta diferentes definições de representação política e explica como os sistemas eleitorais, sejam majoritários ou proporcionais, influenciam o número e tipo de partidos políticos em um sistema, de acordo com a teoria de Duverger. Também discute outros fatores que impactam a relação entre esses sistemas.
O documento discute os sistemas eleitoral e partidário. Apresenta diferentes definições de representação política e explica como os sistemas eleitorais, sejam majoritários ou proporcionais, influenciam o número e tipo de partidos políticos em um sistema, de acordo com a teoria de Duverger. Também discute outros fatores que impactam a relação entre esses sistemas.
SISTEMA PARTIDÁRIO Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy FCL-UNESP-CAr kerbauy@travelnet.com.br
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy
INTRODUÇÃO As eleições são mecanismos que legitimam a escolha dos representantes. Os partidos são instituições que apresentam os competidores à representação política.
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INTRODUÇÃO A partir da bibliografia política a representação pode ser entendida como: 1) Delegação – Mandato imperativo. Representante é o executor privado de iniciativa e de autonomia das instituições que os representados lhe distribuem. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy INTRODUÇÃO 2. Relação de Confiança – Mandato independente. Representante tem posição de autonomia e a sua ação está relacionada ao interesse dos representados na forma percebida por ele. 3. Espelho ou representatividade sociológica. Efeito do conjunto – reproduz as características do corpo político e não está centrado no papel de cada representante (Bobbio, 1991). Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy Qual o impacto do Sistema Eleitoral no Sistema Partidário?
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INTRODUÇÃO Maurice Duverger é a referência mais importante sobre esta questão. Seus princípios são: 1. a representação majoritária de um turno favorece a consolidação de um sistema bipartidário.
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INTRODUÇÃO 2. a representação 3. a representação majoritária de proporcional dois turnos favorece a favorece a consolidação de consolidação de um sistema de um sistema de partidos partidos múltiplos múltiplos, rígidos flexíveis e e independentes. independentes. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy INTRODUÇÃO Daí decorre que os sistema partidário, entendido como número de partidos depende do sistema eleitoral, de natureza proporcional ou majoritária.
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INTRODUÇÃO Das outras proposições deste autor são importantes para o tema em questão: l efeito mecânico. Todo e qualquer sistema eleitoral, em maior ou menor grau, favorece os maiores partidos na conversão em assentos eleitorais. l efeito psicológico. Após sucessivas eleições o efeito mecânico produz nos eleitores desfavorecidos, o ato de não mais votar em partidos excluídos, influindo na decisão do voto.
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INTRODUÇÃO O debate político sobre os efeitos políticos das leis eleitorais é grande e a contempla autores como Sartori (1982), Rae (1967), Lijphart (1989), Taagepera e Shugart (1989) e Cox (1997).
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INTRODUÇÃO É importante pois aprofundou os efeitos políticos da legislação eleitoral, considerando que as leis eleitorais que convertem preferências eleitorais expressas em votos em poder político formal, expresso em número de cadeiras no legislativo, variam conforme as diversas combinações de três aspectos:
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MAGNITUDE DOS DISTRITOS Designa a quantidade de cadeiras que a legislação atribui a cada circunscrição, sendo uninominal quando apenas uma vaga é disputada e plurinominais quando as vagas disputadas são igual ou maior que duas. Sistemas majoritários – distritos uninominais Sistemas proporcionais – distritos plurinominais Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy ESTRUTURA DO VOTO Determina o grau de liberdade do eleitor em relação a escolha de candidatos e partidos – candidato único, ou possibilidade de hierarquizar os candidatos de acordo com sua preferência. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy FÓRMULA ELEITORAL Regras que norteiam o princípio da representação adotado – possibilitando reconhecer os candidatos vitoriosos dos derrotados (maioria relativa, absoluta, ou proporcional).
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A relação entre sistema eleitoral e sistema partidário deve levar em conta outros elementos tais como o sistema de governo, legislação partidária e as ações dos atores políticos e as diferenças entre estes elementos ao longo do tempo e do espaço.
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Mas podemos afirmar que os sistemas eleitorais são importantes para o processo de competição partidária e elegibilidade dos candidatos, orientando as ações e os resultados eleitorais. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMAS ELEITORAIS Constituem o modo pelo qual o eleitor manifesta, através do voto, o partido ou candidato de sua preferência e os mecanismos que convertem os votos em mandato. As regras que norteiam este processo dizem respeito à distribuição dos distritos eleitorais, forma de candidatura, processo de votação e métodos de conversão de votos em cargos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS Busca-se obter a igualdade de cargos por distritos. O desenho dos distritos eleitorais no Brasil obedece a lógica da federação. Cada estado brasileiro é um distrito eleitoral indivisível para as eleições à deputado federal e estadual. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS A magnitude dos distritos corresponde ao mero de parlamentares que a legislação atribui a cada unidade da federação. Esta definição obedece a critérios gerais de proporcionalidade em relação à população, mas está sujeito à distorções que prejudicam os estados mais populosos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS No ciclo eleitoral compreendido entre 1986 e 1994 a magnitude eleitoral variou entre 8 a 70 para a Câmara dos Deputados e entre 17 a 94 para as Assembléias Legislativas. A fórmula de RP praticada no Brasil é um híbrido entre um procedimento baseado em restos (quocientes) e médias (divisores). Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS Inicialmente define-se o quociente (QE), que é a somatória de todos os votos válidos dividida pela magnitude do distrito. O QE determina a quantidade mínima de votos que um partido precisa obter para ter direito a eleger algum parlamentar. No caso brasileiro inclui-se neste cálculo os votos em branco, elevando artificialmente o quociente. Mais votos em branco, mais alto o quociente.
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A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS Reforça o viés do sistema em favor dos grandes partidos e dificulta a representação dos menores partidos. Outra cláusula do sistema eleitoral é a exclusão dos partidos que não atingiram o quociente eleitoral da disputa das sobras; mesmo quando os votos recebidos por um partido são superiores às sobras dos outros.
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A) DISTRIBUIÇÃO DE DISTRITOS ELEITORAIS A definição de quantas cadeiras cada partido poderá ocupar inclui para cada partido que ocupou o QE uma nova quota, o quociente partidário (QP), que é o resultado da divisão da votação de cada partido pelo QE, que indica o número inicial de cargos que o partido tem direito. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy B) CANDIDATURAS
Candidaturas impessoais – apresentação de um único candidato.
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B) CANDIDATURAS De listas: l aberta permite que o eleitor ultrapasse as fronteiras partidárias e estabeleça sua própria lista. A lista apresentada pelo partido é apenas uma proposta, podendo o eleitor hierarquizar de outro modo os candidatos apresentados pelo partido. l Fechada ou bloqueada permite que o eleitor vote somente em bloco partidário, optando entre as listas, com a ordem estabelecida pelas convenções partidárias. Candidatos mais dependentes dos partidos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy B) CANDIDATURAS O Brasil utiliza o sistema de lista aberta nas eleições proporcionais desde 1945, garantindo autonomia dos políticos para com os seus partidos. O eleitor pode escolher entre dar o voto preferencial ou votar na legenda, contabilizando-os nesse caso para a distribuição das cadeiras.
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B) CANDIDATURAS Outro fator diferencial é a formação de uma única lista de candidatos quando partidos estão coligados; o candidato mais votado da coligação ocupará o cargo independente do partido a que pertença. Este fato é importante para o cálculo do candidato em obter ganhos eleitorais. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy B) CANDIDATURAS Esse sistema incentiva fortemente o individualismo nas campanhas, especialmente porque o prestígio e o poder de um candidato são grandemente fortalecidos por um total de votos massivo. Candidatos podem não se eleger ainda que somem mais votos do que um candidato bem sucedido de outro partido.
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C) CONVERSÃO DE VOTOS EM CARGOS Depois da distribuição dos distritos eleitorais, a conversão dos votos em cargos representa o segundo mecanismo mais importante para a configuração do resultado eleitoral. As fórmulas aplicadas para esta conversão têm efeitos políticos decisivos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy C) CONVERSÃO DE VOTOS EM CARGOS Os sistemas eleitorais podem ser classificados segundo dois princípios: l sistema majoritário (maioria simples, dois turnos) l sistema proporcional (lista e voto único). Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA MAJORITÁRIO Se sustenta na idéia de que a principal função do processo eleitoral é identificar dentre a diversidade de opiniões e interesses, aquele que consegue mobilizar o maior número de adeptos e fornecer a ele a exclusividade no exercício do poder político. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA MAJORITÁRIO A vantagem desse sistema é que o candidato vitorioso é sempre eleito com mais da metade dos votos dos eleitores que foram às urnas. A representação majoritária tem sido conhecida como o método que possibilita a eleição do candidato ao alcançar a maioria: Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA MAJORITÁRIO maioria maioria relativa absoluta se se possuir o possuir o maior maior número número de de votos que qualquer outro votos que os candidato em demais juntos. um distrito eleitoral.
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SISTEMA MAJORITÁRIO No Brasil o poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos) é eleito pelo sistema majoritário de dois turnos; exceto os prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores que são eleitos por maioria simples.
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SISTEMA MAJORITÁRIO Os padrões de coalizações estão relacionados às estas duas formas. No caso de maioria simples os partidos tendem a coligar-se antes das eleições. No sistema de dois turnos as coligações tendem a ocorrer entre o primeiro e o segundo turno. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA MAJORITÁRIO A aplicação da fórmula majoritária pode ter como conseqüência, nos distritos onde os partidos são dominantes, a ausência de sentido na participação da oposição podendo possibilitar a apatia política e o aumento da abstenção.
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SISTEMA MAJORITÁRIO A vantagem da fórmula majoritária é o fato de colocar o eleitor em situação clara de uma decisão e evidenciar a relação direta entre o voto e o resultado eleitoral.
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SISTEMA MAJORITÁRIO Como regras para transformar preferências eleitorais em poder político institucionalizado os sistemas eleitorais majoritários atribuem dentro de cada circunscrição eleitoral, ao partido que tenha a maioria dos votos, os mandatos políticos disponíveis. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Se sustenta na idéia de que as instituições políticas são uma miniatura do conjunto da sociedade, na qual todas as partes que compõem a figura original devem ser reproduzidas em escala idêntica. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Essa classificação não está sujeita apenas as regras técnicas dos sistemas eleitorais, mas também as intenções políticas e mecanismos estratégicos dos atores políticos, mediante as quais transformam, de modo específico, a quantidade de votos em cargos políticos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL
Existem duas formas de
variação do sistema proporcional: o sistema de voto único transferível e a representação proporcional de lista. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL O primeiro sistema representa as opiniões da sociedade em geral, expressas individualmente. Hare. O segundo sistema representa as opiniões expressas através dos partidos políticos onde cada partido apresenta uma lista de candidatos para as eleições e a distribuição das cadeiras parlamentares é realizada de acordo com os votos atribuídos a cada lista partidária. D’Hondt. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL No sistema proporcional de lista, após a contagem dos votos de uma eleição existem duas fórmulas para distribuir as cadeiras disputadas entre os partidos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Maiorias médias l consiste na divisão dos votos recebidos pelos partidos por números em série, os que obtêm resultados com maiores valores ocupam as cadeiras disputadas. Existem três métodos de divisores D’Hondt, Sainte-Lagire e Saint Sagüe modificada: a diferença entre eles decorre dos divisores utilizados. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Maiores sobras l constitui-se de duas operações: o primeiro é o cálculo de uma quota (Quota Hare ou Droop), pelo qual são divididos os votos de cada partido e a segunda é a distribuição das cadeiras.
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SISTEMA PROPORCIONAL A quota Hare l É obtida através da divisão do total de votos pelo número total de cadeiras de um distrito eleitoral, esta fórmula é a mais proporcional.
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SISTEMA PROPORCIONAL A quota Droop lÉo resultado da divisão dos votos pelo número de cadeiras mais um e tem como conseqüência o favorecimento dos maiores partidos.
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SISTEMA PROPORCIONAL O Brasil, desde 1950, utiliza a representação proporcional de lista com divisor de maior sobra. O número total de votos conferidos é dividido pelo número total de cadeiras para a obtenção do quociente eleitoral.
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SISTEMA PROPORCIONAL Cada partido elege um representante para cada múltiplo inteiro do quociente eleitoral. Na maioria dos casos, essa fórmula não dará conta do número total de representantes.
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SISTEMA PROPORCIONAL Os autores representantes são determinados tomando por base as maiores sobras. Cada partido que atinge o quociente eleitoral subtrai de sua votação total seu número de representantes vezes o quociente eleitoral. O partido com maior sobra tem direito ao próximo representante. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Realiza-se uma primeira alocação através do quociente eleitoral, que se torna cláusula de exclusão. A partir do cálculo da divisão dos votos partidários e dos votos em branco pelo número de cadeiras: o cálculo é efetuado em cada um dos distritos locais. A finalidade da cláusula de exclusão é dificultar o acesso dos pequenos partidos ao Legislativo. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL A segunda alocação é distribuir as cadeiras conquistadas pelos partidos entre os candidatos de cada lista e que depende se o sistema é de lista fechada ou aberta.
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SISTEMA PROPORCIONAL Neste sistema os Na lista fechada os eleitores estão partidos definem impossibilitados de previamente o influenciarem na ordenamento dos escolha da representação candidatos, individual. O eleitor cabendo aos escolhe apenas a eleitores apenas legenda do partido, votarem na mas não os legenda. candidatos dos partidos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL O sistema de lista aberta permite a intervenção do eleitor na definição de quais candidatos serão eleitos, dentre os apresentados pelos partidos. Os candidatos que obtiverem o maior número de votos individualmente em cada lista estarão eleitos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Este tipo de sistema proporciona dois tipos de competição: l 1) entre os partidos pelas cadeiras parlamentares l 2) entre os candidatos entre listas pelos possíveis cargos conquistados. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL O papel do partido passa a ser selecionador de candidatos a serem apresentados aos eleitores. No Brasil o sistema de lista aberta é utilizado nas eleições para a Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy A partir de 1986 o eleitor pode escolher entre dar o voto preferencial ou votar na legenda, que neste caso não é atribuído a nenhum candidato apenas contabilizado para efeito das distribuições das cadeiras. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA PROPORCIONAL Outro fator diferencial é a formação de uma única lista de candidatos quando os partidos estão coligados. O candidato mais votado da coligação ocupará o cargo independente do partido a que pertença. Este fato é importante para o cálculo do candidato em obter ganhos eleitorais.
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SISTEMA PROPORCIONAL Da combinação sistema eleitoral e sistema partidário duas tendências de análise se colocam: 1) O sistema eleitoral não interfere na estrutura partidária brasileira.
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SISTEMA PROPORCIONAL 2) O sistema eleitoral reforça o comportamento individualista dos políticos e impede a construção partidária. Segundo esta perspectiva os graus extremamente baixos de fidelidade e disciplina partidária encontrados nos principais partidos brasileiros são tolerados e estimulados pela legislação eleitoral. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO Os estímulos ao individualismo no sistema eleitoral brasileiro seriam: 1) Combinação de representação proporcional e sistema de lista aberta.
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SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO 2) Candidato nato. Os deputados estaduais, federais e os vereadores têm automaticamente o direito de figurar na cédula para o mesmo cargo nas eleições seguintes. Isso significa que um político pode violar todas as questões programáticas do votar, votar sistematicamente contra a liderança e ainda ter um lugar garantido na cédula. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO 3) A legislação brasileira autoriza cada partido a apresentar um número alto de candidatos a cargos proporcionais. Para deputado estadual e federal, um partido pode apresentar 1 ½ vezes o número de candidatos. São Paulo 105 candidatos a deputado federal e 126 candidatos a deputado estadual. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO Para vereador, cada partido pode apresentar três vezes o número de cadeiras a serem preenchidas. Caso o partido faça coligação pode apresentar um número de candidatos proporcional ao número de partidos que entram na coligação (2,3 vezes o número de candidatos). Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO Efeitos: l Despolitização do eleitorado. Dificuldade em lembrar quem o representa no Legislativo. l Redução do controle partidário sobre os eleitos e importância dos esforços individuais na campanha.
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy
SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO O sistema eleitoral mão contém nenhuma medida que proíba os representantes eleitos de mudar de partido. Medida recente dá um prazo (6 meses) antes da eleição. Em muitos sistemas de representação proporcional, os representantes devem seu mandato ao partido e espera-se ou obriga-se a que renunciem se quiser mudar de partido. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO No Brasil em geral os políticos percebem os partidos como veículos que os elegeram, mas não tem com eles vínculos profundos. A mudança freqüente de partidos solapa a noção de representação que é a base da democracia.
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy
SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO 5) Ausência de mecanismos que vinculem os políticos a alguns compromissos programáticos e organizacionais mínimos. v Os mecanismos que obrigam os representantes a seguirem a liderança partidária em votações-chave tem um forte impacto sobre a coesão organizacional.
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy
SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO As normas de funcionamento do Congresso estimulam a formação de novos partidos. Um partido com apenas um representante pode conseguir todos os privilégios congressuais concedidos aos partidos maiores: espaço para a liderança partidária, assistência de secretaria, etc. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO 7) As campanhas eleitorais são conduzidas de maneira altamente individualista. Há freqüentemente solidariedade intra-partidária entre pessoas que concorrem para cargos diferentes, mas prevalece uma acirrada competição entre as pessoas que concorrem a cargos proporcionais. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO As campanhas são financiadas em grande medida por candidatos individuais, exceção feita ao fato do horário gratuito na TV ser distribuído aos vários partidos. Além da legislação eleitoral, outros fatores afetam as relações entre políticos e partidos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO No caso do Brasil deve-a salientar a natureza federalista do sistema político. O federalismo no país afeta a unidade partidária, abriga os principais partidos a tolerar maior diversidade e autonomia e favorece um arranjo frouxo entre os políticos e os partidos. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO Obrigados pela legislação eleitoral a pertencer a partidos de âmbitos nacionais, os políticos brasileiros regionalizam os partidos na prática ao retirar- lhes o poder sobre os representantes no Congresso. Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
Outro fator a ser salientado
são os níveis baixos de identificação partidária e de informação dos eleitores sobre a política.
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy
CONCLUINDO A legislação eleitoral pode contribuir para uma estrutura partidária frágil, mas não apenas ela, outras variáveis podem intervir o que acaba por interferir no sistema de representação.