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SISTEMAS ELEITORAIS E SISTEMAS DE PARTIDOS

Evidencia-se a importância e influência que quer os sistemas eleitorais quer os sistemas de


par dos têm para a caraterização e funcionamento do sistema de governo.
SISTEMA ELEITORAIS
Os sistemas eleitorais, tal como os sistemas polí cos, são estruturas que fazem funcionar a
representação polí ca, permi ndo a expressão da vontade eleitoral do povo através da escolha
dos seus representantes.
Evidencia-se que a expressão da vontade dos eleitores tem duas perspe vas essenciais:
determinação das circunscrições ou círculos eleitorais e definição da forma de conversão dos
votos em mandatos.
Os círculos eleitorais decorrem da forma como, consoante os sí os em que estamos
recenseados, é onde vamos votar. Falamos em morada eleitoral. Os círculos eleitorais decorrem
da divisão do território em parcelas para se fazer a conversão dos votos em mandatos. O mais
comum é exis r mais do que um círculo. A classificação a fazer é entre: casos em que há apenas
um representante nesse círculo (sufrágio uninominal) ou quando há vários representantes
(sufrágio plurinominal).
Cada círculo tem um mandato correspondente ao eleitorado que aí reside. Por exemplo, Lisboa
tem cerca de 50, e Portalegre tem 2. Isso torna muito di cil a eleição de pequenos e médios
par dos, ou seja, torna-se di cil obter uma representação proporcional.
O modo de escru nio é por sistema maioritário ou por sistema proporcional

No sistema maioritário, os mandatos são atribuídos a quem tem maior número de votos,
podendo isto ser feito a um ou duas voltas. Por exemplo, no sistema inglês só existe uma volta
e, por conseguinte, ganha o mandato o candidato que ver mais votos nessa eleição. Por sua
vez, no sistema francês existem
Se for sistema maioritário francês, há uma volta e se exis r maioria absoluta, o problema fica
fesolvido.
O sistema maioritário, quase sempre, só é adotado nos sistemas de circunscrições ou
plurinominais.
No sistema proporcional há a atribuição dos mandatos de acordo com os números de votos
que cada lista obtém. Há várias técnicas: média mais alta de Hondt (Método D'Hondt), maior
resto.

MÉTODO DE D’HONDT
O método d’Hondt é consagrado no âmbito do art.149.º/n.º1 CRP, sendo este o método fixado
para a conversão dos votos em mandatos. Tenha-se o seguinte exemplo:
O sistema proporcional é muito mais representa vo das várias correntes e pensamentos, no
entanto, a sua governabilidade seria afetada pela grande quan dade de par dos.
Evidencia-se a proibição de cláusulas de barreira em Portugal, como é fixado nos termos do
art.º152/n.º1 .
O nosso sistema permite a representação de pequenos par dos, mas com limites.
Os sistemas uninominais possuem vantagens em termos de governabilidade e aproximação
aos eleitores, algo que não ocorre nos sistemas mul nominais.

SISTEMAS DE PARTIDOS
Um par do é uma associação com determinado fim: par cipar no exercício do poder polí co.
É um agrupamento permanente de cidadãos com o intuito de par cipar no exercício do poder
polí co procedendo na representação poli ca da comunidade. Embora exerça influência no
âmbito público, é uma en dade privada.
É importante averiguar a organização do sistema de par dos para caracterizar o sistema de
governo atendendo ao peso eleitoral e influência real na governação que eles possuem.
Evidencia-se que há sistemas polí co-cons tucionais em cuja representação dos cidadãos não
se faz através de par dos, como ocorre nas monarquias do Golfo.
Por outro lado, há sistemas de par do único em que existe um único par do, fulcral na
determinação e gestão polí ca. Evidencia-se isto na China, em Cuba e na Coreia do Norte. O
par do funciona, de certa forma, como uma estrutura paralela ao Estado.

Por outro lado, há Estados em que há vários par dos, mas há um par do hegemónico, que tem
supremacia a níveis polí cos visto que não há possibilidade de concorrência entre par dos,
como se evidencia em Angola, em Ruanda e em Singapura. Evidencia-se que, teoricamente,
existe um regime de pluralismo par dário, mas na prá ca não são dadas condições para que
par dos que não os hegemónicos exerçam/disputem o poder.
No caso dos sistemas bipar dários existem vários par dos mas existe uma maior preferência
por estes dois par dos. Evidencia-se a existência de bipar darismo perfeito, no qual os dois
maiores par dos somam pelos menos 90% dos votos, como ocorre nos EUA, e a existência de
bipar darismo imperfeito, no qual os dois maiores par dos somam pelo menos 75% dos votos,
como ocorre no Reino Unido.
Falamos, por fim, em sistema mul par dário, dividindo o mesmo em mul par darismo
perfeito, mul par darismo imperfeito e mul par darismo condicional.
No mul par darismo condicional, teoricamente há vários par dos que disputam o poder, mas
o exercício desse poder e a chegada ao mesmo são influenciados por outros fatores que não só
os votos – Tailândia (forças armadas)

RELACIONAMENTO ENTRE SISTEMA ELEITORAL E SISTEMA DE PARTIDOS


As leis de Duverger são rela vas à influência do sistema eleitoral no sistema de par dos,
sustentam que:
 sistema maioritário a uma volta dá lugar ao bipar darismo;
 sistema proporcional dá lugar ao mul par darismo;
 sistema maioritário a duas voltas geram um mul par darismo dualista com alianças
de par dos em cada polo.
O sistema que temos é influenciado por vários fatores: dimensão dos círculos eleitorais
(quanto maior o círculo maior a diversidade de representação que teremos na assembleia)e
manipulação da delimitação dos círculos.
A manipulação dos círculos é par cularmente relevante no âmbito do sistema eleitoral e de
par dos norte-americanos, através do conceito de gerrymandering.
O gerrymandering consiste no desenho ar ficial e malabar dos limites dos círculos eleitorais,
de modo a favorecer, indevidamente, uma determinada força polí ca em detrimento da
representação real do eleitorado. Trata-se da distorção da representação através da atribuição
do mesmo número de deputados a círculos dotados de colégios eleitorais numericamente muito
dis ntos, colocando em causa a representação de minorias.

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