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NIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de licenciatura em ciencia política e relações internacionais

O Sistema Eleitoral Moçambicano

Arcenio Artur Munguabe ( O Sistema Eleitoral Moçambicano

Xai – Xai, Março de 2023


NIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de licenciatura em ciencia política e relações internacionais

O Sistema Eleitoral Moçambicano

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Administração Publica da UNISCED
Tutor: ________________

Xai – Xai, Março de 2023


Índice
1.Introdução .................................................................................................................................... 1

1.1.1. Geral ..................................................................................................................................... 1

1.1.2. Específicos .......................................................................................................................... 1

1.2. Metodologia ................................................................................................................................ 1

2. Desenvolvimento ..................................................................................................................... 2

2.1. Sistema eleitoral ......................................................................................................................... 2

2.1.1. Estrutura do Boletim do Voto ........................................................................................... 2

2.1.2. Barreira Eleitoral ................................................................................................................ 2

2.1.3. Fórmula Eleitoral ................................................................................................................ 2

a) Método de Quotas de Hare ................................................................................................ 3

b) Método de D'Hondt ............................................................................................................ 3

2.1.4. Magnitude do Círculo Eleitoral ........................................................................................ 3

2.2. Alicerces do Sistema Eleitoral em Moçambique ................................................................... 4

2.3. Eleição da Assembleia da República ....................................................................................... 4

2.4. Eleição do Presidente da República ......................................................................................... 4

3. Conclusão ................................................................................................................................ 5

Referencias Bibliográficas .............................................................................................................. 6


1.Introdução

A estrutura política de Moçambique vive sob o regime democrático representativo, os partidos


políticos são parte essencial de sua organização. Podemos definir “partidos políticos” como
uma organização voltada para a disputa do controle legítimo do governo de uma nação por
meio de um processo eleitoral, ou seja, pelo voto.

Sistema eleitoral refere-se a um conjunto de regras formais através das quais os eleitores
expressam as suas preferências numa eleição e cujos votos são convertidos em assentos
parlamentares ou cargos executivos.

O sistema eleitoral em Mocambique começou em 1994, com o candidato do partido


FRELIMO e Presidente da República desde 1986, Joaquim Chissano. Na mesma ocasião, a
FRELIMO ganhou também a maioria dos assentos na Assembleia da República por meio de
sufrágio.

Objectivos

1.1.1. Geral
 Analisar os sistemas eleitorais.
1.1.2. Específicos
 Definir o sistema eleitoral;
 Conhecer o comportamento do sistema eleitoral de Moçambique

1.2.Metodologia

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa é Bibliográfica Quando elaborada a partir
de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos
e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico,
internet, com o objectivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito
sobre o assunto da pesquisa. (Prodanov, et al., 2013).

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2. Desenvolvimento
2.1.Sistema eleitoral

Eleição

O termo Eleição, vem do Latim electio, que quer dizer escolher, ou seleccionar2. Assim, entende-
se por Eleição, todo processo que envolve a votação de um candidato para um determinado cargo
num determinado período.

Sistema eleitoral

Um sistema de votação ou sistema eleitoral é o meio de escolha entre um certo número de opções,
baseado na entrada de um certo número de votos.

2.1.1. Estrutura do Boletim do Voto

A estrutura do boletim do voto reflecte a forma como os votantes podem exprimir as suas escolhas.

Aos boletins de voto cujos votantes escolhem um candidato para um assento parlamentar a partir
de uma lista contendo os nomes dos candidatos denominam-se boletim de voto de estrutura/lista
nominal. No boletim de voto de estrutura/lista nominal os nomes dos candidatos parlamentares são
apresentados no boletim do voto (nominalmente) assim como o respectivo partido político (se não
for um candidato independente).

2.1.2. Barreira Eleitoral

A barreira eleitoral é o número mínimo de votos necessários para um partido assegure


representação parlamentar. Alguns sistemas eleitorais requerem por exemplo, para que um partido
assegure representação política não basta que um grupo do eleitora do vote em si, mas sim, que o
apoio eleitoral recebido esteja a um certo nível (5 porcento, 3 por cento, etc).

A legislação eleitoral moçambicana das primeiras eleições multipartidárias realizadas em 1994,


previa uma barreira eleitoral de 5 porcento necessários para que um partido político pode-se
assegurar assento parlamentar.

2.1.3. Fórmula Eleitoral

A fórmula eleitoral é a forma como os votos são convertidos em assentos parlamentares. Várias
têm sido as fórmulas apresentadas pelos estudiosos que se dedicam as eleições. Porem, para o
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presente manual será analisado o Método de Quotas de Hare e a Fórmula D'Hondt. A escolha
dessas fórmulas deve-se ao facto de serem as mais usadas.

a) Método de Quotas de Hare

É o método mais simples que consiste na divisão de número total de votos de todos partidos
políticos pelo número de assentos existentes. Neste caso, cada partido irá receber um assento, caso
atinja a quota mínima necessária.

A quota de Hare foi calculada pela divisão do número total de votos obtidos (1500) pelo número
total de assentos (15). Neste caso, a quota é 100, sendo que para obter um assento, é necessários
que o partido tenha no mínimo, 100 votos. Desta forma, foram distribuídos 11 assentos com base
na quota que é de 100.

b) Método de D'Hondt

O método de D'Hondt também conhecido como método dos quocientes ou método da média mais
alta D'Hondt. é o mais utilizado a nível internacional.

Sendo este o mais usado na arena internacional, o sistema eleitoral moçambicano não é excepção.
Este caracteriza-se essencialmente pelo facto de o número de eleitos por cada candidatura
oconcorrente a uma determinada eleição ser proporcional ao número de eleitores que escolheram
votar nessa mesma candidatura.
O método de D’Hondt "aplica-se mediante a divisão sucessiva do número total de votos obtidos
por cada candidatura pelos divisores (1, 2, 3, 4, 5 etc.) e pela atribuição dos mandatos em disputa
por ordem decrescente aos quocientes mais altos que resultarem das divisões operadas. O processo
de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos e todas as possibilidades de aparecerem
quocientes iguais aos quais ainda caiba um mandato

2.1.4. Magnitude do Círculo Eleitoral

Magnitude do Círculo Eleitoral - refere-se ao número de assentos parlamentares por círculo


eleitoral. Alguns sistemas eleitorais possuem círculos eleitorais com um único assento
parlamentar.

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Nesse sistema existe um único representante parlamentar para o círculo eleitoral. Outros porém,
possuem círculos eleitorais com múltiplos assentos parlamentares. Nesse sistema existem vários
representantes parlamentares para o mesmo círculo eleitoral.

2.2.Alicerces do Sistema Eleitoral em Moçambique

O sistema eleitoral moçambicano, tem como sustentáculo o Acordo Geral de Paz de 1992 . Este,
sobretudo o protocolo III, traça os princípios que norteiam o processo eleitoral. O protocolo
advogava que a lei eleitoral estabelecerá um sistema eleitoral que consagra os princípios de voto
directo, igual, secreto e pessoal; as eleições da Assembleia da República e do Presidente da
República serão realizados concomitantemente, onde as primeiras eleições teriam lugar em 1993.
(Brito et al. 2010, 23)

2.3.Eleição da Assembleia da República

As províncias do país constituirão os círculos eleitorais, cabendo à Comissão Nacional de Eleições


decidir o número de assentos de cada círculo com base na densidade populacional de cada
província; para a eleição da Assembleia, a lei eleitoral estabeleceu um sistema eleitoral
proporcional; são elegíveis a Assembleia os cidadãos maiores de 18 anos. As partes acordaram
que seria estabelecida uma percentagem (não inferior a 5% ou superior a 20%) mínima dos votos
expressos à escala nacional sem a qual os partidos concorrentes não poderiam ter assentos na
Assembleia. Brito sustenta que “a proposta de estabelecer a barreira ao nível de 20% foi da
Renamo, em total contradição com o espírito do sistema de representação proporcional, ele próprio
adoptado em Roma sob proposta da Renamo” (Brito et al. 2010, 23).

2.4.Eleição do Presidente da República

Segundo o protocolo III do AGP, o presidente da República é eleito por maioria absoluta dos votos
expressos, se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta, proceder-se-á a um segundo escrutínio
entre os dois candidatos mais votados no prazo entre uma a duas semanas após a divulgação dos
resultados; serão elegíveis a Presidente da República os cidadão eleitores, maiores de 35 anos. As
candidaturas para Presidente da República devem ser apoiadas por um mínimo de 10000
assinaturas de cidadãos moçambicanos maiores de 18 anos com capacidade eleitoral activa.

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3. Conclusão

O sistema eleitoral é a estrutura composta pelas normativas e pelos processos que, estipulados
pela lei, permitem que os cidadãos intervenham nas decisões políticas através do voto.
Considera-se que existem três sistemas eleitorais dominantes: (i) os sistemas de
pluralidade/maioria que se baseiam nos círculos uninominais, que podem prever apenas uma volta,
sendo vencedores os candidatos que tiverem maior número de votos, ou duas voltas se o candidato
não tiver atingido a maioria absoluta na primeira; (ii) os sistemas de representação proporcional
que se podem constituir e (iii) sistemas mistos “que combinam os atributos positivos de sistemas
eleitorais de pluralidade/maioria e de representação proporcional.

O sistema de representação proporcional de lista fechada, como o adoptado em Moçambique, tem


como principal vantagem, para além do critério da proporcionalidade e da inclusão, tal como o
IDEA refere, a possibilidade de poder garantir o acesso a grupos socialmente discriminados, como
é o caso das mulheres. Considerando as barreiras que dificultam a presença de mulheres no campo
político, o sistema de listas abertas continua, principalmente em países onde a ordem de género
está profundamente enraizada, a impedir a equidade e a paridade.

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Referencias Bibliográficas
BRITO, Luís de, et al. 2010. “O sistema eleitoral: uma dimensão crítica da representação política
em Moçambique.” In Desafios para Moçambique 2010, 17–29. Maputo: IESE.

NUVUNGA, Adriano. 2007. “Experiências com Partidos Políticos em Novas Democracias: O


‘deixa andar’ no quadro institucional em Moçambique.” Cadernos Adenauer VIII 3.

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