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1 PRINCIPAIS
CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS
Classificação Categorias
Nesse tipo de análise, os custos são avaliados e classificados de acordo com a rela-
ção que apresentam com os produtos fabricados ou serviços realizados e são cate-
gorizados em: Direto e Indireto.
Classificação quanto à
Definições
identificação ao produto
Nota-se que os Custos Diretos são aqueles que podemos identificar, tanto em quan-
tidade física quanto em valor monetário, a cada produto fabricado. Por exemplo, po-
demos citar que, na fabricação de uma peça de vestuário, como uma camisa, a
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matéria-prima (tecido) consumida; os demais componentes como linhas, botões; as
embalagens e etiquetas; a mão de obra, se for possível mensurar a cada camisa pro-
duzida; são classificados como Custos Diretos.
Por outro lado, os Custos Indiretos são aqueles que, para serem identificados a cada
produto, precisam passar por uma estimativa de consumo a fim de, posteriormente,
serem distribuídos aos produtos fabricados.
Suponhamos que, em uma indústria de vestuário que fabrica camisas, calças e casa-
cos, há gastos de fabricação comuns, que devem ser absorvidos pelos três produtos,
tais como: o valor correspondente ao aluguel, vigilância e seguro da fábrica, manu-
tenção e depreciação de máquinas, as quais são utilizadas para a fabricação de mais
de um produto, entre outros.
EXEMPLO 1
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FICHA TÉCNICA – BELICHE
DESCRIÇÃO UNIDADE DE MEDIDA QUANTIDADE VALOR UNIT VALOR TOTAL
Madeira m³ 7 R$ 400,00 R$ 2.800,00
Tinta seladora L 24 R$ 10,00 R$ 240,00
Lixa Rl 2 R$ 20,00 R$ 40,00
Cola Kg 2 R$ 12,00 R$ 24,00
Parafusos estruturais Pç 950 R$ 0,20 R$ 190,00
Parafusos 3,5 x 3,5 mm Pç 3.000 R$ 0,05 R$ 150,00
Thinner L 10 R$ 10,00 R$ 100,00
MOD HORAS 325 R$ 30,50 R$ 9.912,50
Total para fabricação de 50 unidades de beliches R$ 13.456,50
Total CD por Unidade R$ 269,13
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Nota-se que é possível identificar quanto cada tipo de produto acabado consumiu de
matéria-prima e demais materiais para ser fabricado, tanto em quantidade como em
termos monetários. Esse tipo de gasto é denominado de Custo Direto, pois é passível
de ser mensurado com precisão.
Vale ressaltar que, no Exemplo 1, os valores da mão de obra do projetista e dos dois
ajudantes de produção também foram classificados como custos diretos, uma vez
que foi possível cronometrar o tempo de trabalho dedicado a cada unidade de produ-
to fabricado. Logo, esse tipo de gasto é denominado de mão de obra direta (MOD).
ATENÇÃO
Alguns custos, como a mão de obra e a energia elétrica, podem ser classificados como
Custos Diretos, apesar de não incorporarem fisicamente os produtos, porém é necessário
ter uma medida precisa do seu consumo ou utilização, como, por exemplo, tempo de mão
de obra dispendido para a fabricação de cada produto e consumo de quilowatts por hora,
por exemplo (MARTINS, 2018).
Além dos custos diretos, nessa fábrica, existem outros tipos de gastos que são co-
muns aos três móveis e precisam passar por um critério de rateio para serem aloca-
dos a cada produto fabricado.
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Observe que os gastos elencados na categoria Custos Indiretos de Fabricação são
aqueles comuns a todos os produtos fabricados no período, e que, para serem dis-
tribuídos a cada tipo de móvel produzido, precisam passar por um critério de rateio.
Nesse caso, foi definida a quantidade produzida, que totalizou 130 unidades, distribu-
ídas da seguinte maneira: 50 unidades de beliches; 50 unidades de camas de solteiro;
e 30 unidades de armários. Assim, se dividirmos o valor total de CIF do período – que
foi de R$ 9.930,00 – chegaríamos ao CIF unitário por produto equivalente a R$ 76,38.
ATENÇÃO
Nesse caso, a energia elétrica consumida durante um mês de produção foi classificada
como um CIF, pois, nesse processo produtivo, não há uma forma de medição do consumo
desse recurso em cada unidade de item fabricado.
De acordo com Martins (2018, p. 38), “Cada vez que é necessário utilizar qualquer
critério ou fator de rateio para a alocação ou cada vez que há o uso de estimativas e
não de medição direta, fica o custo incluído como indireto”.
Outra forma utilizada para categorizar e analisar os gastos é efetuar sua classificação
tomando como base o volume de produção, ou seja, é preciso observar se os custos
sofrem alteração de acordo com a quantidade produzida. Nesse tipo de análise, os
custos são classificados em: Custo Variável (CV) e Custo Fixo (CF). O Quadro 4 apre-
senta as definições desses custos.
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Quadro 5 – Materiais para fabricação de beliche
Cola 24,00
Thinner 100,00
É possível verificar que, para produção de 50 unidades, os custos variáveis com ma-
teriais totalizaram R$ 3.544,00. Imaginemos que essa produção aumente para 60 uni-
dades: o valor total dos materiais diretos consumidos irá aumentar na mesma propor-
ção, totalizando R$ 4.252,80 de custos variáveis. Considere, ainda, uma diminuição
da produção de 50 para 30 unidades fabricadas. Nesse caso, os custos variáveis de
materiais também sofrerão redução de consumo equivalente a R$ 2.126,40.
Por sua vez, o aluguel fabril é um custo fixo e totalizou, no exemplo da fábrica de mó-
veis (Exemplo 1), R$ 2.450,00. Independentemente do volume de produção, seu valor
mensal permanecerá o mesmo.
Nota-se que o comportamento dos custos fixos, como o aluguel, independe da quan-
tidade produzida, permanece constante, não deixando de existir caso não haja produ-
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ção. Por outro lado, o comportamento dos custos variáveis é diferente, como os ma-
teriais diretos, pois, conforme ocorre o aumento do volume de unidades fabricadas,
eles aumentam na mesma proporção e o inverso também acontece, isto é, quando há
diminuição do volume de itens fabricados, os custos variáveis diminuem.
ATENÇÃO
Quando for efetuar a classificação dos custos em variáveis e fixos, você deve analisar
a relação que esses gastos possuem com a quantidade produzida e não a oscilação de
valores monetários que pode ocorrer de um mês para outro.
Outro ponto que você deverá observar é que, geralmente, os custos que são clas-
sificados em diretos, quanto a sua identificação aos produtos fabricados e serviços
prestados, são classificados como variáveis quando observamos a sua relação com
o volume de produção. Do mesmo modo, os que são categorizados como indiretos
tendem a ser classificados como fixos. Mas atenção: existem exceções!
REFLITA
E agora?
A resposta é: depende!
Os valores que correspondem aos custos de mão de obra direta (MOD) terão o tra-
tamento do custo variável somente quando for calculado o tempo realmente utilizado
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no processo de produção. Dessa forma, deixam de ser classificados como mão de
obra direta o tempo ocioso ou usado em outras funções. Essa diferença deverá ser
considera como custos indiretos de fabricação (CIF) e distribuída por meio de critérios
de rateio (MARTINS, 2018).
Para Martins (2018, p. 122), “o custo de Mão de Obra Direta varia com a produção,
enquanto a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa”.
EXEMPLO 2
Novamente, vamos retomar o exemplo da fábrica de móveis sob medida, que produz
três tipos de produtos diferentes: beliches, camas de solteiro e armários. Como custos
variáveis, temos os materiais diretos, uma vez que, conforme a oscilação da quantidade
produzida, correrá a variação desses gastos e MOD. Observe, no quadro a seguir, o reflexo
nos valores de custos variáveis totais e unitários, com a simulação de aumento e diminuição
da quantidade produzida.
CAMAS DE
50 R$ 5.974,50 R$ 119,49 60 R$ 7.169,40 R$ 119,49 30 R$ 3.584,70 R$ 119,49
SOLTEIRO
Podemos observar que o comportamento dos custos variáveis totais passa por mo-
dificações de acordo com o aumento e diminuição da quantidade produzida. No en-
tanto os valores referentes aos custos variáveis unitários permanecem os mesmos,
independentemente da quantidade produzia.
Assim, podemos afirmar que, em uma análise de custos variáveis unitários, estes
apresentam um comportamento fixo.
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CUSTO AUMENTO CUSTO DIMINUIÇÃO CUSTOS CUSTO
PRODUÇÃO CUSTOS CUSTOS
PRODUTOS FIXO DE FIXO DE FIXOS FIXO
TOTAL FIXOS TOTAIS FIXOS TOTAIS
UNITÁRIO PRODUÇÃO UNITÁRIO PRODUÇÃO TOTAIS UNITÁRIO
BELICHES,
CAMAS DE
130 R$ 9.930,00 R$ 76,38 170 R$ 9.930,00 R$ 58,41 75 R$ 9.930,00 R$ 132,40
SOLTEIRO E
ARMÁRIOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Em estudo realizado por Lopes, Reis e Yamaguchi (2007), foram comparadas duas
metodologias de apuração de custos aplicados à produção de pecuária leiteira. Acesse aqui!
Fonte: LOPES, Patrick Fernandes; REIS, Ricardo Pereira; YAMAGUCHI, Luiz Carlos Takao. Custos e escala de produção
na pecuária leiteira: estudo nos principais estados produtores do Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 45,
n. 3, p. 567-590, 2007.
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1.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS
São exemplos deste tipo de despesa as comissões dos vendedores e os fretes sobre
venda, pois quanto maior o volume de vendas, maior serão esses gastos, sendo que
o inverso também ocorre (MARTINS, 2018).
ATENÇÃO
A classificação de uma despesa como fixa não está vinculada à repetição de valores mensais
em certos gastos, pois uma despesa pode ocorrer em determinado período e em outro não.
Por exemplo, podemos citar as despesas com propaganda e publicidade, que podem gerar
gasto em determinados meses do ano e em outros não apresentaram movimentação.
Gastos Definições
São os gastos classificados como fixos que passam por alterações sob forma de degraus,
Semivariáveis ou seja, são constantes até determinando volume de atividade e, a partir de uma modifica-
ção nesse volume, eles sofrem uma oscilação e, posteriormente, continuam constantes.
São os gastos que variam em função da quantidade produzida ou vendida, mas não exata-
mente nas mesmas proporções. Um exemplo de custos semifixos é a energia elétrica, pois
Semifixos
até determinado nível de consumo o seu valor permanece constante e o que ultrapassar é
considerado como variável.
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aumentar. Por exemplo, para a produção de 5.000 peças de determinado produto, o
aluguel de uma única máquina é suficiente, entretanto para aumentar a produção para
7.500 peças é preciso alugar mais uma máquina.
Os semifixos são aqueles que têm uma parcela fixa e outra variável, ou seja, até de-
terminado momento permanecem fixos e depois passam a ser variáveis conforme o
consumo.
CONCLUSÃO
Estudamos a classificação dos custos, que pode ser dividida em categorias, obser-
vando a identificação dos custos com os produtos e serviços fabricados e presta-
dos, subdividindo-se em diretos e indiretos; ou em relação ao volume de produção,
a qual categoriza os custos em variáveis e fixos. Além disso, existem outros tipos
de classificação utilizadas pela gestão de custos, nas quais os custos de produção
podem ser classificados em semifixos e semivariáveis; e as despesas em fixas e va-
riáveis, porém, nessa última relação, deve-se observar a oscilação das despesas em
função da quantidade vendida.
REFERÊNCIAS
BRUNI, Adriano Leal. Gestão de custos e formação de preço. 7. ed. Rio de Janeiro:
Atlas, 2019. (Finanças na prática).
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LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.
SANTOS, Joel José dos. Análise de custos: remodelado com ênfase para sistema de
custeio marginal, relatórios e estudos de casos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 231 p.
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