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Tomada de decisão: relação custo X volume X lucro

Prof.ª Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Descrição

Margem de contribuição. Limitações na capacidade de produção. Ponto de equilíbrio. Margem de


segurança. Relação custo X volume X lucro.

Propósito

Apresentar conceitos de contabilidade gerencial, mais especificamente aqueles envolvendo a relação entre
custo, volume produzido e lucro, que ajudam na tomada de decisão por parte da empresa.

Objetivos

Módulo 1

Margem de contribuição
Expressar o conceito de margem de contribuição, os principais tipos de limitações na capacidade de
produção e como a margem de contribuição ajuda na tomada de decisão.

Módulo 2

Ponto de equilíbrio - conceito


Aplicar o conceito de ponto de equilíbrio.

Módulo 3

Relação entre custo, volume e lucro

Estabelecer a relação entre custo, volume e lucro.

meeting_room
Introdução
Neste conteúdo, apresentaremos o conceito de margem de contribuição e de que forma ela contribui na
tomada de decisão em situações em que a empresa enfrenta limitações na sua capacidade de produção.
Por meio de teoria, exemplos e exercícios, serão apresentados também os conceitos de ponto de equilíbrio
(econômico, financeiro e contábil) e de margem de segurança de produção, necessários para a análise da
relação custo X volume X lucro.
1 - Margem de contribuição
Ao final deste módulo, você será capaz de expressar o conceito de margem de contribuição,
os principais tipos de limitações na capacidade de produção e como a margem de
contribuição ajuda na tomada de decisão.

Coceito margem de contribuição


A margem de contribuição é um dos conceitos mais utilizados para a tomada de decisão gerencial. Ela é
calculada pela diferença entre a receita de vendas e os custos fixos e as despesas variáveis. Os custos fixos
e as despesas não têm uma relação direta com a produção (eles existem independentemente de produção),
são apropriados por meio de rateio (muitas vezes baseados em critérios altamente subjetivos) e são menos
gerenciáveis pela empresa do que os custos variáveis. Ou seja, seu resultado demonstra quanto,
efetivamente, sua produção contribui para o resultado da empresa e os custos necessários para a produção
(custos variáveis).

Assim, ela representa o quanto a empresa consegue gerar de recursos para pagar seus custos e despesas
fixas e ainda obter lucro. Quando o valor da margem de contribuição for superior ao valor total das despesas
e custos fixos, a empresa estará gerando lucro e, quando for inferior, o resultado será entendido como
prejuízo.
Por exemplo, uma indústria fabrica três produtos (mesas, cadeiras e sofás) e quer saber qual deles contribui
mais para o resultado da empresa e qual deveria ter sua venda incentivada. Para isso, ela levantou as
seguintes informações:

Mesa Cadeira Sofá

Preço de venda unitário $ 1.000 $ 200 $ 2.000

Quantidade vendida 500 2500 300

Custo variável unitário $ 4500 $ 110 $ 1.200

Custo fixo unitário $ 200 $ 80 $ 400

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Assim, ao calcular a margem de contribuição, a empresa obteve os resultados demonstrados a seguir:

Mesa Cadeira Sofá

Preço de venda unitário $ 1.000 $ 200 $ 2.000

Custo variável unitário $ 450 $ 110 $ 1.200

Margem de
$ 550 $ 90 $ 800
contribuição unitária

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Conforme podemos observar, o produto com maior margem de contribuição para a indústria é o sofá,
seguido pela mesa e, por último, pela cadeira. Dessa forma, seria importante priorizar a venda do sofá, cuja
margem de contribuição unitária é maior e tem, portanto, maior capacidade de trazer resultados para a
indústria.

Atenção!

A Margem de contribuição ( MC ) consiste na diferença entre a receita de vendas ( R ), os custos ( Cv ) e as


despesas variáveis ( Dv ).
O cálculo da margem de contribuição deve também considerar outros fatores da produção, como a
quantidade de horas para a fabricação dos produtos. Por exemplo, uma indústria fabrica quatro produtos
(vassoura, rodo, lixeira e varal):

Outros custos H
Modelos Matéria-prima MOD
variáveis u

Vassoura $5 $3 2 2

Rodo $2 $2 1 1

Lixeira $ 10 $6 12 3

Varal $ 15 $5 13 3

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Seus custos fixos são de $500.000/mês. Ela precisará fazer uma parada programada para manutenção das
máquinas e reduzirá as horas gastas para produção. Assim, qual dos produtos deve ter sua produção
reduzida, visando maximizar o resultado da empresa?

PV – Custos H
Modelos Preço de venda Custos variáveis
Variáveis u

Vassoura $ 20 $ 10 $ 10 2

Rodo $ 10 $5 $5 1

Lixeira $ 40 $ 28 $ 12 3

Varal $ 50 $ 33 $ 17 3

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Para encontrarmos a margem de contribuição, não bastou apenas diminuir os custos variáveis do preço de
venda. Nesse caso, havia uma informação relevante: a quantidade de horas-máquina necessárias para
produzir uma unidade de cada produto. Repare que, para produzir a lixeira, por exemplo, é necessário o
dobro do tempo utilizado para produzir o rodo. Ou seja, enquanto a fábrica produz uma lixeira, ela consegue,
no mesmo tempo, produzir dois rodos. Portanto, é necessário colocar todos os produtos na mesma ordem
de grandeza, nesse caso, horas-máquina.

Apesar de a margem de contribuição não levar em consideração para seu cálculo as despesas e os custos
fixos, eles devem ser analisados também, visto que existem independentemente de produção e a empresa
tem menos condições de controlá-los. Não adianta uma empresa se preocupar apenas com as margens de
contribuição positivas e elevadas de seus produtos caso elas sejam, em conjunto, menores do que os
custos e as despesas fixas.

Por exemplo, uma empresa que fabrica quatro produtos apresenta a seguinte estrutura de custos:

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 M

Produção
2.000 1.500 1.800 2
(unidades)

Preço de venda
$ 950 $ 1200 $ 800 $
unitário

Custo variável
$ 450 $ 800 $ 420 $
unitário

Custo fixo unitário $ 490 $ 350 $ 300 $

Margem de
$ 500 $ 400 $ 380 $
contribuição

Receitas $ 1.900.000 $ 1.800.000 $ 1.440.000 $

(-) CPV $ (1.880.000) $ (1.725.000) $ (1.296.000) $

(=) LUCRO BRUTO $ 20.000 $ 75.000 $ 144.000 $

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Se analisarmos apenas a margem de contribuição, o modelo 1 é o que traz maior margem, enquanto o
modelo 3 apresenta a menor margem. E se analisarmos apenas o resultado por produto, o modelo 1 é o que
apresenta o pior resultado (exatamente o mesmo produto cuja margem de contribuição é maior). E
justamente o produto com menor margem de contribuição é o que traz o maior resultado para a empresa.
Cortar a produção dele com base apenas na análise da margem de contribuição provavelmente seria um
erro para a empresa.

O modelo 1 é o que traz mais receitas para a empresa, sendo responsável por aproximadamente 27% do
faturamento. Mas é o modelo que apresenta menor resultado operacional. Cortar a produção dele
equivaleria a abrir mão de uma receita relevante (apesar de a empresa poder compensar essa perda de
receita com o faturamento de uma maior produção dos outros modelos, caso houvesse demanda de
mercado para isso).

Atenção!

Importante lembrar que os custos fixos continuariam existindo no montante de $980.000 (2.000 unidades x
$490). Caso a empresa corte a produção do modelo 1, isso significa um resultado menor em $1.000.000000
(1.900.000 - $450 x 2.000 unidades), se não houvesse alteração da produção dos outros modelos.

Por outro lado, o modelo 3 é o que tem a menor margem de contribuição e traz a menor receita para a
empresa. No entanto, é o modelo que apresenta maior resultado operacional, sendo responsável por
aproximadamente 37% do resultado ($144.000/$386.000 ). Cortar a produção dele equivaleria a abrir mão
de um resultado operacional relevante (apesar de, da mesma forma, essa perda de resultado poder ser
compensada com o faturamento de uma maior produção dos outros modelos, caso haja demanda de
mercado para isso). Novamente é importante lembrar que os custos fixos continuariam existindo no
montante de $ 5400.000 (1.800 unidades x $300) . Caso a empresa corte a produção do modelo 3, isso
significa um resultado menor em $ 684.000 ($1.440.000 - $420 x 1.800 unidades) , e ela passaria a
apresentar prejuízo (caso não houvesse alteração da produção dos outros modelos).

Conforme se pode observar, por mais importante que seja o conceito de margem de
contribuição e sua relevância para a tomada de decisão, ele não deve ser analisado
isoladamente, mas em conjunto com outras variáveis, tais como os custos fixos,
como apresentado.

video_library
Margem de contribuição e tomada de decisão
Neste vídeo, o especialista apresenta, com a ajuda de gráficos, o conceito de margem de contribuição.
Taxa de retorno do ativo
Esse é outro conceito que pode ser utilizado em conjunto com a margem de contribuição. Significa a
capacidade da empresa de gerar lucro a partir dos seus ativos. A taxa de retorno do ativo demonstra o
quanto de resultado o ativo da empresa gerou para ela e a fórmula para cálculo é a seguinte:

Lucro operacional
Taxa de retorno do ativo =
Total do Ativo

Rotacione a tela. screen_rotation


Vamos retomar o exemplo anterior: a empresa resolveu analisar seus quatro modelos utilizando
adicionalmente o conceito de taxa de retorno do ativo. Para isso, ela precisou ratear o ativo e analisar os
resultados para cada um dos quatro modelos:

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 M

Receitas $ 1.900.000 $ 1.800.000 $ 1.440.000 $

(-) Custos variáveis $ (900.000) $ (1.200.000) $ (756.000) $

Margem de
$ 1.000.000 $ 600.000 $ 684.000 $
contribuição

(-) Custos fixos $ (980.000) $ (525.000) $ (540.000) $

Resultado
$ 20.000 $ 75.000 $ 144.000 $
operacional

(-) Despesas fixas $ (18.000) $ (24.000) $ (90.000) $


Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 M

Lucro antes dos


impostos e $ 2.000 $ 51.000 $ 54.000 $
despesa financeira

Ativo $ 200.000 $ 530.000 $ 350.000 $

Taxa de retorno 1% 10% 15% 1

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Notem que quando usamos o conceito de taxa de retorno, o modelo 4 é o que apresenta maior retorno
sobre o ativo. Assim, em cada um dos critérios utilizados chegamos a resultados distintos. Esse exemplo é
apenas ilustrativo; com ele se buscou demonstrar como cada conceito, se usado isoladamente, tem
diferentes resultados possíveis.

Para fins de tomada de decisão, é importante combinar e analisar o máximo de informações disponíveis
para que a decisão seja a mais fundamentada e próxima possível do que será realizado.

Outra maneira de utilizar a margem de contribuição é na forma de percentual, em que ela se torna uma
medida da alavancagem da empresa obtida entre o volume de vendas e o lucro. Esse percentual representa
a parcela do preço praticado pela empresa que é acrescentado ao lucro ou ao prejuízo.

Ela é calculada da seguinte forma:

Margem de contribui ção total


Margem de contribui ção % =
Receita de vendas

ou

Margem de contribui ção


Margem de contribui ção % =
ç
Pre o

Rotacione a tela. screen_rotation


Por exemplo:

Exemplo

Uma empresa quer saber qual sua margem de contribuição percentual em relação ao preço de venda
praticado no mercado. Seu ideal era atingir uma margem de contribuição percentual de 50%. A seguir está a
estrutura de custos dessa empresa:

Preço de venda: $ 10.000/unidade


Despesas variáveis: $ 6.000/unidade
Custos fixos: $ 3.500/unidade

Para calcular a margem de contribuição percentual, basta dividirmos a margem de ($ 10.000 - 6.000)
contribuição da empresa pelo valor do preço de venda ($ 10.000) . Assim, a margem de contribuição
percentual é de 40%, ou seja, 40% do preço de venda da empresa é quanto o produto efetivamente paga os
custos fixos e, por vezes, traz um retorno para a empresa, enquanto os outros 60% pagam apenas os custos
variáveis.

Limitações na capacidade de produção


Capacidade normal de produção é a média que se espera atingir ao longo de vários períodos em condições
normais, tendo em vista as necessidades de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos
semelhantes considerados normais para a empresa. É necessário que ela conheça sua capacidade de
produção para a tomada de decisões.

Por vezes a empresa pode receber encomendas de um produto e precisará diminuir ou interromper a
produção de outros itens para atender a essa encomenda. Outras vezes, ela pode ter uma redução de
disponibilidade de horas de mão de obra direta (MOD), ou de horas-máquina (quebra ou manutenção de
uma máquina, por exemplo) ou ainda falta de matéria-prima (por greve ou problemas com o fornecedor, por
exemplo).

O que fazer quando situações como essas acontecem?

Para esse tipo de tomada de decisão, além de conhecer a capacidade de produção, a empresa tem que
conhecer a margem de contribuição de cada um dos seus produtos.

Por exemplo, uma indústria fabrica cinco produtos com a seguinte estrutura de custos:

Produto Matéria-prima MOD Horas MOD C

Rosa $ 20 $ 12 1 $

Amarelo $ 22 $ 14 2 $

Azul $ 24 $ 15 3 $
Produto Matéria-prima MOD Horas MOD C

Roxo $ 27 $ 16 4 $

Preto $ 29 $ 20 5 $

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Além disso, para fabricar cada um dos produtos a empresa consome diferentes quantidades de MOD e, em
condições normais, o mercado consome diferentes quantidades de cada produto por mês. Veja a diferença:

roduto por mês


Capacidade produtiva máxima dessa empresa.

Produto Horas de MOD/unidade Quantidade consumida/mês*

Rosa 1 5.000

Amarelo 2 7.500

Azul 3 600

Roxo 4 8.000

Preto 5 9.000

* também é a capacidade produtiva máxima da empresa


Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Nesse nível de produção, seus custos fixos mensais somam $ 500.000. Em dezembro, a empresa costuma
diminuir a quantidade de horas trabalhadas, fazendo um rodízio de férias, limitando a quantidade de horas
de MOD. Assim, ela reduz a produção de um de seus itens.

De qual item ela deve reduzir a produção em função dessa limitação?

Para respondermos à pergunta acima, devemos calcular a margem de contribuição unitária de cada um dos
produtos:
Produto PV unitário MOD CIF variáveis P

Rosa $ 125 $ 10 $ 17 $

Amarelo $ 130 $ 15 $ 19 $

Azul $ 160 $ 20 $ 20 $

Roxo $ 180 $ 25 $ 23 $

Preto $ 210 $ 30 $ 25 $

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No exemplo, para encontrarmos a margem de contribuição não bastou apenas reduzir os custos e despesas
variáveis do preço de venda. Como cada produto leva uma quantidade de horas para ficar pronto e a
empresa tem uma limitação de horas de MOD, devemos colocar na mesma base, como se todos levassem
apenas uma hora para ficar prontos. Assim, o produto que deverá ter sua produção diminuída é o preto.

Utilizando ainda o mesmo exemplo: e se a empresa, cuja capacidade de produção é


de 115.000 horas de MOD, recebesse uma encomenda de 10.000 unidades do
produto rosa, que tem maior margem de contribuição?

Para produzir 10.000 unidades do produto rosa sem reduzir a quantidade dos demais itens, a empresa
precisaria das seguintes horas:

Capacidade máxima de produção

Produto Horas MOD Quantidade Qtd X horas

Rosa 1 5000 5.000

Amarelo 2 7500 15.000

Azul 3 6000 18.000

Roxo 4 8000 32.000


Capacidade máxima de produção

Produto Horas MOD Quantidade Qtd X horas

Preto 5 9000 45.000

115.000

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Horas necessárias para atender a encomenda

Horas MOD Quantidade Qtd X horas

1 10000 10.000

2 7500 15.000

3 6000 18.000

4 8000 32.000

5 9000 45.000

120.000

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Sendo a capacidade máxima de produção de 115.000 horas e para atender a encomenda sem reduzir a
produção dos demais itens seriam necessárias 120.000 horas, e a empresa terá que reduzir a fabricação do
item com menor margem de contribuição; no caso, o produto preto.

Mas quantas unidades a menos do produto preto ela terá que fabricar?

Como a diferença é de 5.000 horas, a empresa deverá deixar de produzir 1.000 unidades do produto preto,
visto que cada um demanda 5 horas para ficar pronto:

5.000 horas
= 1.000 unidades
5h/ unidade
Rotacione a tela. screen_rotation
Assim, a produção da empresa deve ser a seguinte:

Horas necessárias para atender a encomenda

Produto Horas MOD Quantidade Qtd X horas

Rosa 1 10000 10.000

Amarelo 2 7500 15.000

Azul 3 6000 18.000

Roxo 4 8000 32.000

Preto 5 8000 40.000

115.000

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Para fixarmos melhor o assunto, vamos a mais um exemplo. Suponha que uma indústria produza garrafas e
copos de vidro utilizando o mesmo processo produtivo. Ela vende moringas pelo preço de $8,00, com as
seguintes informações de produção:

rocesso produtivo
Mesmas máquinas, matéria-prima e mão de obra.

oringas
Conjunto de moringa + copo.

Dados Garrafa Copo

Custo variável unitário $ 4,00 $ 1,50

Produção Mensal 500.000 500.000


Dados Garrafa Copo

Tempo de produção (minutos/unidade) 50 30

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Para esse nível de produção (capacidade máxima), seus custos fixos são de $ 800.000. A empresa verificou
que há uma demanda maior do que consegue atender e resolveu adquirir os copos já prontos de um
fornecedor, ao custo de $ 2,00/unidade.

Com base nos dados apresentados, que resultado a empresa obterá comprando os
copos e utilizando toda a sua capacidade instalada para produzir somente as
garrafas?

Para resolvermos a questão, devemos verificar quanto tempo a indústria demora para produzir cada garrafa
e cada copo:
Tempo total de produção da garrafa: 25.000.000 (500.000 x 50)
Tempo total de produção do copo: 15.000.000 (500.000 x 30)

Como a indústria não fabricará mais o copo, o tempo total de produção desse item pode ser utilizado para a
produção da garrafa.

Quantidade adicional de produção de garrafa: 300.000 (15.000.000 / 50)


Quantidade total de produção de garrafa: 800.000 (300.000 + 500.000)
Custo de aquisição dos copos do fornecedor: $ 1.600.000 ($ 2 x 800.000)

Receitas.............................................$ 6.400.000 → $ 8,00 x 800.000 (-) CPV


Custos fixos.....................................($ 800.000)
Custos variáveis..............................($ 3.200.000) → (800.000 x $ 4)
Custo de aquisição dos copos.......($ 1.600.000)
Resultado..........................................$ 800.000
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma indústria fabrica quatro produtos e apresenta a seguinte estrutura de custo para cada unidade
produzida:
Produto Preço de venda Custos variáveis Custos fixos

Saia $ 60 $ 20 $ 10

Camisa $ 50 $ 18 $9

Short $ 40 $ 10 $4

Calça $ 70 $ 23 $4

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

A empresa quer maximizar seu lucro e precisa incentivar a venda de dois produtos. Quais são eles?

A Saia e camisa.

B Saia e calça.

C Short e camisa.

D Short e calça.

E Short e saia.

Parabéns! A alternativa D está correta.


Produto Preço de venda Custos variáveis Custos fixos

Saia $ 60 $ 20 $ 10

Camisa $ 50 $ 18 $9

Short $ 40 $ 10 $4

Calça $ 70 $ 23 $4

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Os dois produtos com maior margem de contribuição e que, portanto, devem ter suas vendas
estimuladas pela empresa objetivando ter um maior lucro são a calça e o short, nessa ordem.

Questão 2

Uma indústria fabrica três modelos de banquetas que utilizam exatamente a mesma matéria-prima e
mão de obra direta. A empresa apresenta as seguintes informações referentes à sua capacidade
produtiva normal:

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Matéria-prima (kg) 8 10 14

MOD (horas) 7 8 10

Produção
40.000 50.000 35.000
(unidades)

Preço de venda
$ 206 $ 220 $ 270
unitário

Renata Sol Leite Ferreira da Costa


Outras informações:

Matéria-prima: $ 10,00/kg

MOD: $ 5,00/hora

A indústria programou, para o próximo mês, férias coletivas para a MOD e reduzirá a sua capacidade de
horas dessa modalidade em 40%. Como ela pretende obter o maior lucro possível com os modelos de
lâmpadas, de que forma deve programar a produção?

Modelo 1 – não produzir / Modelo 2 – reduzir a produção / Modelo 3 – manter a


A
produção

Modelo 1 – reduzir a produção / Modelo 2 – manter a produção / Modelo 2 – não


B
produzir

C Modelo 1 – não produzir / Modelo 2 – não produzir / Modelo 3 – manter a produção

Modelo 1 – manter a produção / Modelo 2 – reduzir a produção / Modelo 3 – não


D
produzir

Modelo 1 – manter a produção / Modelo 2 – não produzir / Modelo 3 – reduzir a


E
produção

Parabéns! A alternativa D está correta.

Primeiramente devemos encontrar a quantidade total de horas de MOD consumidas para a produção
total de cada modelo:
Modelo 1: 40.00 unidades x 7 horas = 280.000 horas
Modelo 2: 50.00 unidades x 8 horas = 400.000 horas
Modelo 3: 35.00 unidades x 10 horas = 350.000 horas
Total de horas para os três modelos: 1.030.000 horas

Como a fábrica reduzirá em 40% a quantidade de horas de MOD, o total de horas disponíveis para a
produção dos três modelos será de 618.000 (60% x 1.030.000 horas). Assim, será necessário reduzir o
tempo em 412.000 horas (1.030.000 – 618.000).
Sabendo quantas horas será necessário reduzir, agora precisamos saber qual modelo deverá ter sua
produção reduzida e qual deverá ter sua produção mantida. Para isso devemos calcular a margem de
contribuição, considerando o fator de limitação de horas de MOD, da seguinte forma:

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Matéria-prima (kg) 8 10 14

Matéria-prima
$ 10 $ 10 $ 10
($/kg)

Custo da MP $ 80 $ 100 $ 140

MOD (horas) 7 8 10

MOD ($/horas) $5 $5 $5

Custo MOD $ 35 $ 40 $ 50

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Assim, com base nos cálculos apresentados, o produto com a menor margem de contribuição unitária,
considerando a limitação de horas de MOD, é o modelo 3. Agora precisamos verificar se basta reduzir a
produção do modelo 3 para que a indústria consiga atingir o lucro máximo com a redução de MOD.

Considerando o total de horas por modelo e que a empresa precisa reduzir o tempo de MOD para
618.000 horas (redução de 412.000 horas), e sabendo que a produção do modelo 3 consome, ao total,
350.000 horas, apenas reduzir a sua produção não basta: é necessária a interrupção total de sua
produção, e mesmo assim não é o suficiente, pois ainda falta cortar 62.000 horas. Assim, a empresa
precisa reduzir a produção de seu segundo modelo com menor margem de contribuição, considerando
o limitador de MOD, que, no exemplo, é o modelo 2. Como para produzir a quantidade total de itens do
modelo 2 a empresa consome o total de 400.000 horas e falta cortar 62.000 horas, não é necessário
interromper a sua produção, bastando apenas reduzi-la.

Assim, concluímos que, para atingir o lucro máximo, considerando uma limitação de horas de MOD em
60% (redução de 40%), a empresa deve manter a produção do modelo 1, reduzir a produção do modelo
2 e suspender a produção do modelo 3.
2 - Ponto de equilíbrio - conceito
Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar o conceito e os tipos de ponto de equilíbrio.

Ponto de equilíbrio – conceito


Ponto de equilíbrio é um dos conceitos mais utilizados pela contabilidade gerencial. Também denominado
de ponto de ruptura ou break even point, é a quantidade mínima que a entidade precisa produzir para não
gerar prejuízos. As empresas atingem seu ponto de equilíbrio quando conseguem equalizar suas receitas
totais com seus custos e despesas totais. Para calcularmos o ponto de equilíbrio existem algumas regras
ou pressupostos:
O cálculo deve ser feito para apenas um produto. Caso a empresa fabrique mais de um tipo,
ela deve analisar o ponto de equilíbrio por produto, preferencialmente.

Deve-se ter uma segregação clara entre os custos fixos e variáveis, visto que o conceito de
margem de contribuição é utilizado no cálculo.

Deve haver um comportamento linear de custos, despesas e preços. Não precisam ser iguais
de um período para o outro, basta que sejam lineares, que tenham um padrão de
comportamento ao longo do tempo.

Deve ser avaliado levando em consideração o custo de oportunidade, que vem a ser em
quanto uma empresa sacrifica a remuneração de seu capital por ter feito uma opção de
investimento em detrimento de outra opção. Por exemplo, uma empresa tem a opção de
aplicar uma parte de seu capital ($ 100.000) em um título que rende 10% ao ano ou aplicar
esse montante em uma máquina para fabricar sabão. Seu custo de oportunidade é $ 10.000,
pois se ela não fizer nada e aplicar apenas o dinheiro ela consegue pelo menos esse valor ($
10.000).Se, com a atividade resultante dessa máquina, seu lucro no ano for de $40.000, o
verdadeiro valor resultante da atividade seria de $30.000, que é o excedente ao que ela
conseguiria com o capital investido em uma instituição financeira ($40.000 - $10.000, que é
seu custo de oportunidade).

Ponto de equilíbrio – tipos


Existem três tipos de ponto de equilíbrio:

done
Ponto de equilíbrio contábil (PEC)

done
Ponto de equilíbrio econômico (PEE)

done
Ponto de equilíbrio financeiro (PEF)

Ponto de equilíbrio contábil (PEC)


Representa a quantidade mínima que a entidade precisa produzir para cobrir seus custos e despesas fixas.
Aqui o conceito é muito semelhante ao de tomada de decisão com base na margem de contribuição: ele
leva em consideração que, como os custos e despesas fixas existem independentemente de produção, a
empresa deve, pelo menos, pagar esses custos.

( Custos Fixos + Despesas Fixas)


PEC(Qtd) =
Margem de contribui ção unit.

Rotacione a tela. screen_rotation


Por exemplo, uma empresa quer saber qual seu ponto de equilíbrio contábil, tendo os seguintes dados:

Custos fixos: $240.000


Despesas variáveis: $20/unidade
Preço de venda: $100/unidade
Custo de oportunidade: $20.000
Parcela não desembolsada dos custos: $10.000
Receita atual: $400.000

Resolução expand_more
($240.000)
P EC = = 3.000 unidades
($100 − $20)

Rotacione a tela. screen_rotation


Assim, para que essa empresa pague seus custos e despesas fixas, ela deve produzir 3.000
unidades. No entanto, se a empresa levar em consideração o custo de oportunidade, ela estará, na
verdade, perdendo dinheiro no ponto de equilíbrio contábil.

Ponto de equilíbrio econômico (PEE)


Representa a quantidade mínima que a entidade precisa produzir para pagar seus custos e despesas fixas e
ainda obter o mesmo rendimento que obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro. Assim, ele
utiliza o conceito de custo de oportunidade, em que a remuneração mínima equivale à taxa de juros de
mercado.

(Custos Fixos + Desp. Fixas + Custo de Oportunidade)


P EE =
Margem de Contribui ção Unit.

Rotacione a tela. screen_rotation


Utilizando o mesmo exemplo, se a empresa quer saber qual seu ponto de equilíbrio econômico, a partir dos
seguintes dados:

Custos fixos: $240.000


Despesas variáveis: $20/unidade
Preço de venda: $100/unidade
Custo de oportunidade: $20.000
Parcela não desembolsada dos custos: $10.000
Receita atual: $400.000

Resolução expand_more

($240.000 + $20.000)
P EE = = 3.250 unidades
($100 − $20)

Rotacione a tela. screen_rotation


Assim, para que essa empresa pague seus custos e despesas fixas e ainda consiga obter a
remuneração de mercado, ela deve produzir 3.250 unidades.

Ponto de equilíbrio financeiro (PEF)


Representa a quantidade mínima que a entidade precisa produzir para pagar seus custos e despesas fixas, e
igualar seus desembolsos financeiros. Nesse ponto de equilíbrio, devemos excluir aqueles custos ou
despesas que não implicam saída de caixa para a empresa, tais como a depreciação (custo ou despesa fixa
que não tem o desembolso relacionado).

ã
(Custos f ixos + Desp. f ixas − Parc. n o desembolsada do custo)
P EF =
Margem de contribui ção unit.

Rotacione a tela. screen_rotation


Utilizando o mesmo exemplo, se a empresa quer saber qual seu ponto de equilíbrio financeiro, a partir dos
seguintes dados:

Custos fixos: $240.000


Despesas variáveis: $20/unidade
Preço de venda: $100/unidade
Custo de oportunidade: $20.000
Parcela não desembolsada dos custos: $10.000
Receita atual: $400.000

Resolução expand_more

($240.000 − $10.000)
P EF = = 2.875 unidades
($100 − $20)

Rotacione a tela. screen_rotation


Assim, para que a empresa pague seus custos e despesas fixas e iguale seu fluxo de saída de caixa,
ela deve produzir 2.875 unidades.
Como podemos observar, e isso é uma regra geral, o ponto de equilíbrio econômico é sempre superior ao
ponto de equilíbrio contábil, visto que o primeiro utiliza, além dos custos e despesas fixas, a variável do
custo de oportunidade. Além disso, o ponto de equilíbrio contábil é sempre superior ao ponto de equilíbrio
financeiro, visto que este último exclui do cálculo a parcela de custos que não teve saída financeira.

Demonstração expand_more

$250.000
P EF = = 2.500 unidades
$100

Rotacione a tela. screen_rotation


( Custos f ixos + Despesas f ixas)
Ponto de equilibrio contábil (P EC) =
ã
Margem de contribuic o unit.

Rotacione a tela. screen_rotation


ã
(Custos f ixos + Desp. f ixas - Parc. n o desembolsada do custo)
Ponto de equilibrio financeiro (PEF) = Margem de contribui çào unit.

Rotacione a tela. screen_rotation

Regra geral: PEE > PEC > PEF

Rotacione a tela. screen_rotation

Vale observar que o denominador das três equações de ponto de equilíbrio é sempre o mesmo: a margem
de contribuição. Uma vez alcançado o ponto de equilíbrio, cada unidade adicional vendida aumenta o lucro
da empresa no valor da margem de contribuição unitária.

Por exemplo, uma empresa apresenta as seguintes informações:

Custos variáveis: $30/ unidade


Custos fixos: $250.000
Preço de venda: $130/ unidade
Margem de contribuição (MC): $100/unidade

Qual será o seu ponto de equilíbrio contábil?

Resolução expand_more
$250.000
P EF = = 2.500 unidades
$100

Rotacione a tela. screen_rotation

No ponto de equilíbrio o lucro é zero. Se a empresa for aumentando a sua produção em uma unidade, o
lucro fica aumentado da margem de contribuição, conforme podemos observar:

Assim, o resultado da empresa para uma quantidade superior à do ponto de equilíbrio pode ser calculado
pela fórmula:

Impacto no resultado í
= ( Quantidade atual − Quantidade no ponto de equil brio ) × M C

Rotacione a tela. screen_rotation


Em termos percentuais, o impacto no resultado da empresa decorrente de uma maior produção será sempre
maior do que o aumento das vendas. A esse fato dá-se o nome de alavancagem operacional, e pode ser
mensurado da seguinte forma:

ã
variac o percentual do resultado
Grau de alavancagem operacional =
variação percentual da quantidade

Rotacione a tela. screen_rotation


Assim, se usarmos o mesmo exemplo anterior, podemos simular a alavancagem da empresa para diferentes
quantidades, agora que sabemos a variação que cada unidade causa no resultado:
Assim, os graus de alavancagem operacional (GAO) para cada um dos níveis de produção serão:

GAO (3.000 un => 3.200 un): 0,4 / 0,07 = 6

GAO (3.200 un => 4.000 un): 1,14/0,25 = 4,57

GAO (4.000 un => 4.500 un): 0,33/0,13 = 2,67

video_library
Classificações do ponto de equilíbrio
Neste vídeo, o especialista apresenta, com a ajuda de gráficos, o conceito de ponto de equilíbrio, bem como
os diversos tipos de pontos de equilíbrio: PEC, PEE e PEF.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma indústria apresentou as seguintes informações sobre o seu produto:

Custo variável: $ 7,50/unidade

Despesa variável: $ 2,50/unidade

Despesa fixa total: $ 146.000,00


Preço de venda: $ 17,00/unidade

Investimento realizado para o processo produtivo: $ 800.000,00

Retorno mínimo esperado para o investimento realizado: 15%

Ponto de equilíbrio econômico (PEE): 100.000 unidades

Com base nessas informações, qual o total dos custos fixos da indústria?

A $ 368.000,00

B $ 376.000,00

C $ 434.000,00

D $ 452.000,00

E $ 444.000,00

Parabéns! A alternativa C está correta.

Custo de oportunidade = 15% x $ 800.000 = $ 120.000

(Custos f ixos + Despesas f ixas + Custo de oportunidade)


ô
Ponto de equilibrio econ mico =
ç
Margem de contribui z̃o

( Cusios f ixos + $146.000 + $120.000)


100.000 =
($17 − $7, 5 − $2, 5)

Custos fixos = $ 700.000 - $266.000 = $ 434.000

Questão 2
Uma empresa apresentou as seguintes informações:

Custos variáveis: $ 50,00/unidade


Despesas variáveis: $ 20,00/unidade
Custos fixos: $ 30.000
Despesas fixas: $ 5.000
Preço de venda: $ 105,00/unidade
Patrimônio líquido: $ 14.000,00
Rentabilidade esperada pelos acionistas: 15%
Depreciação: $ 700,00

Com base nessas informações, quais os pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro,
respectivamente?

A 980, 1.000 e 950.

B 1.000, 1.060 e 980.

C 1.200, 1.350 e 1.140.

D 1.340, 1.210 e 980.

E 1.000, 1.060 e 950.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Ponto de equilibrio contábil = $30.000+$5.000

($105−$50−$20)
= 1.000 unidades
Custo de oportunidade = 15% × $14.000 = $2.100

Ponto de equilibrio econômico = $30.000+$5.000+$2.100

($105−$50−$20)
= 1.060 unidades
Ponto de equilibrio financeiro = unidades
$30.000+$5.000−$700
= 980
($105−$50−$20)
3 - Relação entre custo, volume e lucro
Ao final deste módulo, você será capaz de estabelecer a relação entre custo, volume e lucro.

Margem de segurança e variáveis do ponto de equilíbrio


A análise da relação entre o custo, o volume e o lucro é amplamente utilizada para verificar o impacto no
resultado das empresas quando se altera o preço de venda, os custos ou ambos. Ou seja, é muito usada
para projeções do lucro que poderia ser obtido em diversos níveis de produção e vendas possíveis, também
chamados de cenários possíveis. Ela se baseia no custeio variável, visto que segrega os custos e despesas
fixas dos custos e despesas variáveis e utiliza o conceito de margem de contribuição. Além da margem de
contribuição, para essa análise são necessários, principalmente, outros dois conceitos: ponto de equilíbrio e
margem de segurança.

Margem de segurança
O conceito de ponto de equilíbrio foi amplamente discutido no módulo anterior. Margem de segurança é o
quanto a empresa está operando acima do seu ponto de equilíbrio. Ele pode ser calculado das seguintes
formas:
Receita atual − Receita no ponto de equil brioí
Margem de seguran a ç =
Receita atual

ou Margem de contribuição = Quantidade produzida atual − Quantidade produzida no ponto de equilíbrio

Rotacione a tela. screen_rotation


Utilizando o mesmo exemplo, caso a empresa queira saber sua margem de segurança atual, tendo os
seguintes dados:

Custos fixos: $240.000


Despesas variáveis: $20/unidade
Preço de venda: $ 100/unidade
Custo de oportunidade: $ 20.000
Parcela não desembolsada dos custos: $ 10.000
Receita atual: $ 400.000

Resposta 1 expand_more

$400.000 − (3.000 unidades x$100)


Margem de seguran a ç = = 25%
$400.000

Rotacione a tela. screen_rotation


A empresa opera com uma margem de segurança de 25%.

Resposta 2 expand_more

Margem de segurança = ($ 400.000 / $ 100) – 3.000 unidades = 1.000 unidades

A empresa opera com 1.000 unidades acima do seu ponto de equilíbrio contábil.

Variáveis do ponto de equilíbrio


O ponto de equilíbrio é um cálculo que leva em consideração a margem de contribuição e os custos e
despesas fixas. Assim, são três as variáveis que, caso alteradas, modificam o ponto de equilíbrio de uma
empresa:

Custos e despesas fixas

Alterações nos custos e despesas fixas impactam o numerador da equação do ponto de equilíbrio. Assim,
se esses fatores aumentarem (sem alterações na margem de contribuição), o ponto de equilíbrio será maior,
ou seja, a empresa precisará fabricar mais unidades para compensar um aumento dos seus custos e
despesas fixas. De forma contrária, se esses fatores diminuírem, o ponto de equilíbrio será menor, pois a
empresa precisará produzir menos para pagar custos e despesas fixas mais baixas.

Preço de venda

Alterações no preço de venda impactam a margem de contribuição, que é o denominador da equação do


ponto de equilíbrio. Assim, se o preço de venda aumentar (sem alterações nos custos e despesas fixas, e
custos e despesas variáveis), a margem de contribuição aumentará e o ponto de equilíbrio será menor. De
forma contrária, se o preço de venda diminuir, a margem de contribuição será menor e o ponto de equilíbrio,
maior.

Custos e despesas variáveis

Alterações nos custos e despesas variáveis impactam a margem de contribuição, que é o denominador da
equação do ponto de equilíbrio. Assim, se os custos e despesas variáveis aumentarem (sem alterações no
preço de venda), a margem de contribuição diminuirá e o ponto de equilíbrio será maior. De forma contrária,
se os custos e as despesas variáveis diminuírem, a margem de contribuição será maior e o ponto de
equilíbrio, menor.

Utilizando ainda o mesmo exemplo, verificamos que o ponto de equilíbrio contábil da empresa é de 3.000
unidades, considerando as seguintes informações:

Custos fixos: $ 240.000


Despesas variáveis: $ 20/unidade
Preço de venda: $ 100/unidade
Custo de oportunidade: $ 20.000
Parcela não desembolsada dos custos: $ 10.000
Receita atual: $ 400.000

Caso os custos fixos aumentem para $300.000 expand_more

Nesse caso, o aumento é de 25%, e o novo ponto de equilíbrio seria:

$300.000
í
Ponto de equil brio = = 3.750 unidades (aumento de 25%)
($100 − $20)

Rotacione a tela. screen_rotation

Caso os custos fixos dimnuíssem para $210.000 expand_more

Nesse caso, a queda é de 12,5%, e o novo ponto de equilíbrio seria:

$210.000
í
Ponto de equil brio = = 2.625 unidades (queda de 12, 5% )
($100 − $20)

Rotacione a tela. screen_rotation

Como podemos observar, as alterações nos custos fixos alteram na mesma proporção o ponto de equilíbrio.
Mas para os custos e despesas variáveis e para o preço de venda não ocorre essa proporcionalidade. Veja
nos exemplos a seguir:

Caso o preço de venda aumente para $ 120 (aumento de 20%)

$240.000
Ponto de equilibrio = = 2.400 unidades (queda de 20% )
($120 − $20)

Caso o preço de venda diminua para $ 80 (queda de 20%)


$240.000
Ponto de equilibrio = = 4.000 unidades (aumento de 33, 3% )
($80 − $20)

Caso os custos variáveis aumentem para $ 25 (aumento de 25%)

$240.000
Ponto de equilibrio = = 3.200 unidades (aumento de 6, 7% )
($100 − $25)

Caso os custos variáveis diminuam para $ 18 (queda de 10%)

$240.000
Ponto de equilibrio = = 2.927 unidades (aumento de 31% )
($100 − $18)

Note que as alterações nos custos variáveis e no preço de venda não resultam em uma alteração
proporcional do ponto de equilíbrio. Independentemente de quanto maior seja a margem de contribuição, as
alterações de suas variáveis não impactarão tanto o ponto de equilíbrio. Entretanto, quanto menor for a
margem de contribuição, maior será o impacto da alteração de suas variáveis no ponto de equilíbrio.

Relação custo X volume X lucro


Uma empresa pode trabalhar com as variáveis aqui apresentadas para simular a produção necessária
visando atingir determinado lucro. Conhecendo o ponto de equilíbrio, ela saberá que uma produção acima
da necessária para pagar seus custos lhe gerará um retorno.

Se utilizarmos mais uma vez o exemplo em que calculamos o ponto de equilíbrio da empresa, veremos que,
para ela pagar seus custos e despesas fixas, será necessária uma produção de 3.000 unidades de seu
produto. Assim, se ela fabricar 3.000 unidades, gerará um lucro de zero (desconsiderando outras variáveis).
Custos fixos: $ 240.000

Despesas variáveis: $ 20/unidade

Preço de venda: $ 100/unidade

Custo de oportunidade: $ 20.000

Parcela não desembolsada dos custos: $ 10.000

Receita atual: $ 400.000

Se a mesma empresa quer gerar um lucro de $ 100.000, quanto ela precisará produzir a mais, mantendo as
demais variáveis constantes?

Receita – Custos variáveis – Custos fixos = $ 100.000


(Preço de venda x quantidade) – (Custos variáveis x quantidade) – Custos fixos = $ 100.000
($ 100 x quantidade) – ($ 20 x quantidade) – $ 240.000 = $ 100.000
$ 80 x quantidade = $ 100.000 + $ 240.000
Quantidade = 4.250

Notem que, para ter o retorno esperado, a empresa terá que produzir 1.250
unidades acima do ponto de equilíbrio. Ela pode não ter capacidade de produção
para isso; mesmo que tenha, pode não estar disposta a isso. O que a empresa pode
fazer é modificar as variáveis do ponto de equilíbrio.

Digamos que, no mesmo exemplo, ela não queira modificar a quantidade produzida. Para conseguir o
retorno esperado, deve então modificar uma das três variáveis existentes na equação: ou aumentar o preço
de venda (caso haja espaço no mercado para isso), ou diminuir os custos e despesas fixas (que são menos
gerenciáveis, em geral), ou ainda diminuir os custos variáveis.

Como já vimos, alterar a estrutura dos custos é algo muito complexo, em especial os custos fixos. Mas de
qualquer forma, veremos no exemplo de quanto deveria ser a alteração de cada uma das variáveis para que
a empresa obtivesse o resultado esperado:

Receita – Custos variáveis – Custos fixos = $ 100.000

(Preço de venda X quantidade) – (Custos variáveis X quantidade) – Custos fixos = $ 100.000

Preço de venda

(PV x 3.000) – ($ 20 x 3.000) – $ 240.000 = $ 100.000

3000 x PV = $ 100.000 + $ 240.000 + $ 60.000

PV = 134 (aumento de 34%)

Custos fixos

($100 x 3.000) – ($ 20 x 3.000) – CF = $ 100.000

CF = $ 300.000 - $ 60.000 - $ 100.000

CF = $ 140.000 (queda de 41,7%)

Custos variáveis

($100 x 3.000) – (CV x 3.000) – $ 240.000 = $ 100.000

3.000 x CV = $ 300.000 - $ 240.000 - $ 100.000

CV = ($ 13,33) (custo negativo! No exemplo apresentado não seria possível.)

Veja que alterar apenas os custos variáveis seria impossível. Mas a empresa pode estudar vários cenários
alterando todas as variáveis ou algumas delas até chegar em um cenário viável para obter o retorno
esperado.

Para ilustrar as diferenças das variáveis sobre o ponto de equilíbrio, observe o exemplo abaixo de uma
empresa que fabrica dois produtos (camisas e vestidos):
Camisa Vestido

Preço de venda $ 100 $ 100

Custos variáves unitários $ 80 $ 20

Custos fixos totais $ 30.000 $ 210.000

Margem de contribuição $ 20 $ 80

Ponto de equilíbrio $ 1.500 $ 2.625

Renata Sol Leite Ferreira da Costa

Com base nessas informações, a empresa precisa, para pagar seus custos e despesas fixas, produzir 1.500
camisas e 2.625 vestidos; ela resolve então fazer simulações de alteração no seu preço de venda e avaliar
como reduções ou aumentos nele impactariam a quantidade necessária para pagar seus custos e despesas
fixas (que seria o novo ponto de equilíbrio com os novos preços). Após fazer as simulações, a empresa
chegou aos seguintes resultados:

Alteração no volume do ponto de equilíbrio (%):

Camisa Vestido

Redução no preço de venda em 5% 2.000 + 33% 2.800 + 7%

Redução no preço de venda em 10% 3.000 + 100% 3.000 + 14%

Redução no preço de venda em 15% 6.000 + 300% 3.231 + 23%

Aumento no preço de venda em 5% 1.200 - 20% 2.471 - 6%

Aumento no preço de venda em 10% 1.000 - 33% 2.333 - 11%

Aumento no preço de venda em 15% 857 - 43% 2.211 - 16%

Renata Sol Leite Ferreira da Costa


Note os percentuais dos cenários de variação dos preços de venda dos dois produtos. Os custos variáveis
da camisa são elevados, sendo sua margem de contribuição percentual de 20% ($20/$100). Já os custos
variáveis do vestido são baixos, tendo esse item uma margem de contribuição percentual de 80%
($20/$100). O efeito no volume de produção necessário para cada um desses produtos, decorrente de uma
mudança no preço de venda, é muito diferente.

Atenção!

Se a empresa aumentar o preço de venda em 10%, será necessário um aumento de 14% da quantidade
produzida de vestidos, enquanto para as camisas será necessário um aumento de 100%!

Isso ocorre sempre entre produtos com margens de contribuição tão diferentes: quanto maior a margem de
contribuição, menos sensível a alterações no preço de venda é o ponto de equilíbrio; por outro lado, quanto
menor a margem de contribuição, mais sensível a alterações no preço de venda é o ponto de equilíbrio.

Margem de segurança: Volume atual de vendas – Volume de vendas no ponto de equilíbrio.

video_library
Relação custo X volume X lucro
Neste vídeo, o especialista resolve um exemplo numérico calculando o ponto de equilíbrio da empresa, o
volume necessário para obter determinado lucro e modificar as variáveis do ponto de equilíbrio para simular
alternativas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma empresa fabrica apenas um produto e tem os seguintes custos mapeados:


Despesa variável: $ 65,00/unidade
Custo variável: $ 140,00/unidade
Preço de venda: $ 320,00/unidade
Custos fixos: $ 11.500,00
Depreciação de máquinas: $ 1.150,00

A empresa deseja um lucro de $ 6.900,00. Com base nas informações apresentadas, qual a opção
correta em relação à análise de custo X volume X lucro?

Para atingir o ponto de equilíbrio contábil, é necessário que as vendas alcancem


A
$11.500,00.

Para atingir o ponto de equilíbrio econômico, é necessário que as vendas alcancem


B
$51.200,00.

C A margem de contribuição representa aproximadamente 68% do preço de venda.

D O ponto de equilíbrio econômico é de 115 unidades.

E O ponto de equilíbrio econômico é de 150 unidades.

Parabéns! A alternativa B está correta.

1º Passo: Calcular a Margem de Contribuição (MC) = PV – DV - CV

PV = 320
CV = 140
DV = 65
MC = 320 - 140 - 65
MC = 115

2º Passo: Calcular PEE


PEE = (Custo Fixo + Custo de Oportunidade) / MC =18.400 / 115
PEE = 160 unidades

Verificando o cálculo do PEE:


PEE * (PV – CV – DV) - CF = Custo de Oportunidade
CF = 11.500
160*(320 – 140 – 65) - 11.500 = 6.900 = Custo de Oportunidade

Total de vendas = PV*PEE = 320*160 = 51.200

Para atingir o ponto de equilíbrio econômico, é necessário que as vendas alcancem $ 51.200,00.

Questão 2

Uma indústria apurou as seguintes informações gerenciais sobre sua produção:

Fabricou 15.000 produtos e vendeu 12.000 produtos (preço de venda: $ 340/unidade)


Cenário 1: preço de venda $ 320/unidade => vendas 15% maiores
Cenário 2: preço de venda $ 310/unidade => vendas 20% maiores
Cenário 3: preço de venda $ 300/unidade => vendas 25% maiores
Custo variável: $ 155/unidade
Comissões sobre vendas: 12% sobre o preço de venda
Custos fixos: $ 400.000
Despesas fixas: $ 55.000

Que preço a indústria deveria adotar para maximizar o seu lucro?

A 340

B 320

C 310

D 300

E 330
Parabéns! A alternativa B está correta.

Cenário real:

Receitas: $ 4.080.000 => (12.000 unidades x $ 340)


Comissão: ($ 489.600) => (12% x $ 4.080.000)
Custos variáveis: ($ 1.860.000) => (12.000 unidades x $ 155)
Resultado: $ 1.730.400

Cenário 1:
Receitas: $ 4.416.000 => (13.800 unidades x $ 320)
Comissão: ($ 529.920) => (12% x $ 4.416.000)
Custos variáveis: ($ 2.139.000) => (13.800 unidades x $ 155)
Resultado: $ 1.747.080 ( ESTE É O MAIOR RESULTADO, PORTANTO A OPÇÃO B É A CORRETA)

Cenário 2:
Receitas: $ 4.464.000 => (14.400 unidades x $ 310)
Comissão: ($ 535.680) => (12% x $ 4.464.000)
Custos variáveis: ($ 2.232.000) => (14.400 unidades x $ 155)
Resultado: $ 1.696.320

Cenário 3:
Receitas: $ 4.500.000 => (15.000 unidades x $ 300)
Comissão: ($ 540.000) => (12% x $ 4.500.000)
Custos variáveis: ($ 2.325.000) => (15.000 unidades x $ 155)
Resultado: $ 1.635.000

Considerações finais
Vimos o conceito de margem de contribuição e sua importância para a contabilidade gerencial. Trata-se de
uma relevante ferramenta para a tomada de decisão, especialmente quando a empresa enfrenta alguma
limitação de produção. Vimos também que, por meio desse conceito, é possível encontrarmos o ponto de
equilíbrio (seja contábil, econômico ou financeiro), além de realizarmos simulações com variações de custo,
de volume ou de ambos. Demonstramos a relevância da análise de alterações nos componentes da relação
custo X volume X lucro.

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Referências
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.

IUDICIBUS, S.; MELLO, G. Análise de custos: uma abordagem quantitativa. São Paulo: Atlas, 2013.

LIMA, A. Contabilidade de custos para concursos: teoria e questões comentadas da FCC, FGV, Cespe e Esaf.
São Paulo: Método, 2011.
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