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rafaelmminto14/06/2021
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Venha conhecer com o Master as regras gerais sobre nome empresarial, firma e
denominação e fique mais próximo da sua aprovação nos concursos públicos.
Nome empresarial
O nome serve para identificar o empresário e o distinguir dos outros empresários que
atuam no mercado. Sua regra geral se encontra no artigo 1.155 do Código Civil:
Existem pessoas que não são empresárias mas desenvolvem atividades econômicas.
Essas pessoas também precisam se identificar perante a coletividade. O legislador, então,
determinou, no parágrafo único acima citado, que estas pessoas devem adotar uma
denominação.
Além disso, nos termos do artigo 44 do Código Civil, associações e fundações são outros
tipos de pessoas jurídicas. Porém, elas devem adotar, para efeito de proteção legal, a
espécie “denominação”. A diferença entre firma e denominação está na sua composição,
cada uma tendo seus elementos obrigatórios.
Firma
O elemento obrigatório na firma é o nome civil dos participantes. O objeto, ou seja, a
atividade desempenhada pelo empresário, é facultativo na firma, mas o nome civil da
pessoa que exerce a atividade, ou dos sócios que optaram por “firma social” ou “firma
coletiva”, é obrigatório.
Na firma pode ser usado o nome todo, apenas as iniciais, ou algum apelido que designe a
pessoa do empreendedor sem erro. Por exemplo, para um empresário individual de nome
João Paulo é possível a utilização da firma, com suas iniciais, JP Instaladora; para duas
empreendedoras de nome Maria e Ana, é possível uso da firma Ana & Mar Spa; para os
três irmãos da família Silva, é possível o uso da firma Silva Engenharia.
Em todos os exemplos acima consta o nome civil dos envolvidos, haja envolvimento de
empresário individual ou de sócios de uma sociedade empresária que optaram por firma
social ou firma coletiva.
Denominação
O elemento obrigatório da denominação é o objeto social. A denominação precisa apontar
o objeto, o ramo em que aquela atividade empresária é desenvolvida.
Daí decorre uma pequena confusão: examinadores podem perguntar se são espécies de
nome empresarial a razão social e o nome fantasia. Razão social, como antes explicado,
é uma nomenclatura antiga que não é mais utilizada e foi substituída pela firma coletiva. O
"nome fantasia", ou "elemento fantasia", está dentro da denominação, quando há
indicação do objeto com acréscimo de um elemento fantasioso.
Por exemplo, "Jogada Ensaiada Ltda.", pessoa jurídica que trabalha com jogos de
computador, tem na palavra “Jogada” o objeto e na palavra “Ensaiada” seu elemento
fantasia); "Gol Linhas Aéreas S.A." tem na expressão "Linhas Aéreas" seu objeto e na
palavra "Gol" seu elemento fantasia). Em todos os exemplos de denominação deve existir
o objeto, podendo haver o acréscimo de um elemento fantasia.
Atenção!
A Lei Complementar 123/2006, lei que trata das microempresas e empresas de pequeno
porte, no seu artigo 72, dizia que as empresas por ela regidas que adotarem firma ou
denominação estão dispensadas de incluir o objeto social, podendo adotá-lo, assim,
apenas se quiserem.
Esse artigo, no entanto, foi revogado pela Lei Complementar 155/2016. Logo, as mesmas
regras devem ser adotadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte.
Situação diferente é o que acontece com a marca, que consta no sistema nacional
unificado. Logo, a marca, ao ser criada, deve ser uma novidade em todo o território
nacional na classe em que ela atua, diferente do nome empresarial.
Isso é assim porque o Código Civil, no artigo 1.166, dispõe que o âmbito de proteção do
nome empresarial é estadual, pois a jurisdição da Junta Comercial é estadual.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou
as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos
limites do respectivo Estado.
Princípio da Veracidade
O nome empresarial deve ser compatível com o objeto e, caso indique o nome dos
sócios, tem que ser o dos sócios que efetivamente participam do empreendimento. Assim,
este princípio é verificado sob dois aspectos:
A veracidade quanto ao nome dos sócios pode ser verificada, por exemplo, nos termos do
artigo 1.165 do Código Civil: se o sócio de uma sociedade empresarial falece ou se retira
da sociedade, o nome dele deve ser retirado da firma, por respeito à veracidade.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser
conservado na firma social.
1. Sociedade anônima
É possível que na Sociedade Anônima seja inserido o nome civil do fundador, ou de uma
pessoa que tenha contribuído para seu êxito, como o nome de um arquiteto famoso que
tenha construído sua sede. Isso é visto como uma forma de homenagem, mas é válida
apenas para esse tipo empresarial. É o que diz o §1° do artigo 3° da Lei 6.404/76:
Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões
"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas
vedada a utilização da primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha
concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.
2. Sociedade de advogados
Os nomes dos escritórios de advocacia são firmas coletivas formadas pelo nome dos
sócios. Por isso, mudar o nome de escritório de advocacia pode gerar uma situação
dramática, pois ele pode ficar reconhecido pelo nome de apenas um dos sócios, por
exemplo.
Para evitar situações desse tipo, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil permite,
desde que haja previsão no estatuto social, que, caso um sócio faleça, o nome dele seja
mantido na firma, para não ter que mudar o nome do escritório.
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de
sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade
empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à
advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia
pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado
responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista
tal possibilidade no ato constitutivo.
Ocasionalmente podem ser vistas outras designações. Por exemplo, quando uma
empresa está em recuperação judicial, essa situação deve ser incluída em seu nome
empresarial. Assim, "Jogada Ensaiada Ltda." passa a ser "Jogada Ensaiada Ltda. em
recuperação judicial", por exemplo. É o que nos diz a lei 11.101/05:
Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao
procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a
expressão "em Recuperação Judicial".
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: [...]
VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro do devedor, para que
dele constem a expressão “falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação de
que trata o art. 102 desta Lei;
Macete!
Existe um macete para decorar os nomes empresariais. Para isso, precisamos saber qual
a responsabilidade do empresário, se limitada ou ilimitada.
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero
de atividade.
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob
firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar
ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura.
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo
"cooperativa".
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social,
integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou
abreviadamente.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa
que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.
Sociedade em comandita por ações (artigo 1.161), sociedade limitada (artigo 1.158) e
EIRELI (art. 980-A, §1°, CC) são as três exceções: elas podem adotar tanto firma quanto
denominação.
Art. 980-A. [...] § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de
responsabilidade limitada.
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela
palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar
denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações".
Atenção! Conforme artigo 1.162 do Código Civil, sociedade em conta de participação não
adota nem firma nem denominação:
Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.
Explica-se: o caput usou o gênero, dizendo que o nome empresarial não pode ser objeto
de alienação. Dentro do nome estão incluídos “firma” e “denominação”; logo, nenhum dos
dois pode ser vendido. Mas se houver trespasse, havendo a venda do estabelecimento,
pode ser feita cessão de uso do nome (pode-se constatar isso no trecho “usar o nome do
alienante”). Ou seja, o parágrafo único do art. 1.164 permite, em caso de trespasse, não a
venda do nome empresarial, mas sim a cessão do mesmo, a permissão de seu uso.
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome
empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no
período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-
se em funcionamento.