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No momento de constituir uma empresa, há diversos fatores que devem ser considerados. Um deles
diz respeito à escolha do nome empresarial.
Neste guia, trataremos dos diferentes tipos de nome empresarial, abordando algumas das normas
que devem ser observadas no momento da escolha.
Nome empresarial, também chamado de razão social, é o título utilizado pelo empresário para
exercer uma atividade econômica.
Em termos mais práticos, nome empresarial é o "nome formal" da empresa, aquele que constará de
todos os seus documentos oficiais, além de contratos, procurações, notas fiscais e contas bancárias.
O nome empresarial deve ser informado no ato constitutivo da empresa (como, por exemplo,
o contrato social de sociedade limitada, o ato constitutivo de EIRELI e o ato constitutivo de
sociedade limitada unipessoal), que, por sua vez, é registrado na Junta Comercial - somente com esse
registro a empresa poderá legalmente exercer atividades econômicas.
O nome empresarial também serve para indicar qual será a estrutura legal da empresa - ou
seja, se é Sociedade Anônima, Sociedade Limitada, EIRELI e assim por diante.
Segundo o Código Civil brasileiro (Lei Federal n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002), os nomes
empresariais serão obrigatoriamente de um entre dois tipos: firma ou denominação.
A utilização de um ou de outro tipo dependerá do tipo de empresa, havendo casos em que a escolha é
permitida e outros em que a própria lei define qual tipo deve ser usado.
Além disso, determinados tipos empresariais poderão ter leves variações, devendo incluir alguns
termos obrigatórios na razão social.
2.1. Firma
A firma pode ser utilizada por empresários individuais, por sociedades limitadas unipessoais (de
apenas um sócio), por sociedades limitadas e por sociedades empresárias ilimitadas.
Vale lembrar que a firma social só pode conter os nomes de sócios que forem pessoas físicas.
A firma individual deve ser utilizada por empresários individuais (ou seja, por pessoas físicas
que exerçam atividade empresarial em nome próprio). A adoção da firma individual, neste caso,
indica que o empresário tem responsabilidade ilimitada.
A utilização, por uma sociedade, de uma firma social indica, via de regra, que um ou parte dos
sócios daquela sociedade possuem responsabilidade ilimitada (respondendo, portanto, com seu
patrimônio pelas dívidas e obrigações da empresa). A firma social pode conter os nomes de todos os
sócios ou de apenas alguns, sendo que, não sendo nomeados todos, deverá ser acrescentada ao nome
empresarial a expressão "e companhia" (ou suas formas abreviadas "e cia" ou "& cia").
A denominação deve fazer referência às atividades da empresa (ou seja, ao objeto da sociedade).
Desde que observada esta exigência, pode conter o nome de um ou de alguns dos sócios ou, ainda,
algum termo ou expressão de uso comum.
Caso a sociedade tenha mais de um objeto social, apenas um deve ser escolhido para integrar a
denominação.
Embora, como acontece na firma, a denominação também possa conter nomes de sócios, nesta o
foco não está na pessoa de um ou de alguns sócios, mas nas atividades exercidas pela empresa.
Justamente por isso, na denominação não são admitidas expressões genéricas isoladas de
atividade (como apenas "comércio", "serviços", "consultoria").
A ideia é que o nome responda a pergunta "o que exatamente a empresa faz?", especificando qual
é a principal atividade desenvolvida pelo negócio.
A sociedade limitada poderá adotar tanto firma quanto denominação. Para esse tipo social, o
nome empresarial escolhido deverá ser seguido pela palavra "Limitada" ou pela sua abreviação
"Ltda".
Diferentemente do que ocorre com outras sociedades que utilizam firma, a lei permite que as
sociedades limitadas a utilizem sem que isto indique a existência de sócios com responsabilidade
ilimitada. Nestes casos, porém, o nome empresarial deverá indicar expressamente o regime de
responsabilidade (como no exemplo Marcela A. Carvalho & Companhia Ltda.).
Como a sociedade limitada unipessoal nada mais é que uma sociedade limitada constituída por um
único sócio, as regras aplicáveis ao nome empresarial deste tipo de empresa são as mesmas
aplicáveis à sociedade limitada.
Isso quer dizer que a sociedade limitada unipessoal poderá adotar tanto firma quanto
denominação e, em qualquer caso, a razão social deverá ser seguida pelo termo "Limitada" (ou
ainda "Ltda.").
Na EIRELI, o nome empresarial também poderá ser formado por firma ou denominação, porém
deverá ser seguido pelo termo "EIRELI".
Como esse modelo se destina ao empresário individual, o termo "e companhia" jamais poderá ser
adicionado neste modelo empresarial.
O nome empresarial da Sociedade Anônima deverá ser constituído somente por denominação,
seguido pela expressão "sociedade anônima" ("S.A."). Ainda, o empresário poderá substituir o uso
de "sociedade anônima" por "companhia", por extenso ou abreviado ("Cia.").
Pelo princípio da novidade, o nome empresarial deverá ser único e novo, ou seja, não poderá ser
igual a nenhum outro nome que já esteja registrado na Junta Comercial do estado em que a empresa
exercerá atividade. Por isso, o empresário deverá realizar uma consulta de viabilidade do nome
empresarial, buscando descobrir se já há empresa em atividade se utilizando da razão social
escolhida.
Já o princípio da veracidade determina que a razão social deve ser verdadeira - ou seja, os sócios
que figuram no título escolhido devem ser de fato sócios da empresa, e a atividade indicada na
denominação deve ser realmente aquela exercida pelo negócio.
Para que seja válido, o nome empresarial deve constar do ato constitutivo da empresa
registrado na Junta Comercial do estado em que a empresa exerça atividade. Caso a empresa atue
em dois ou mais estados, o nome empresarial só será protegido em todos eles se a empresa tiver
registro nas juntas comerciais locais.
O procedimento de registro pode variar entre as diferentes juntas comerciais, então é recomendado
que as juntas sejam consultadas caso haja quaisquer dúvidas.