Você está na página 1de 39

Empresarial – Intensivo I - 2014

SUMÁRIO

Sumário ............................................................................................... 1
1 Direito comercial no Brasil ........................................................... 3
2 Conceito de empresário – art. 966 do CC ..................................... 4
2.1 Incidência do conceito de empresário. ................................. 4
2.2 Conceito de empresário........................................................ 4
2.3 Conceito de empresa ............................................................ 5
3 Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário .......... 6
3.1 Nomenclatura ....................................................................... 6
3.2 Excluídos – art. 966, p. único do CC ................................... 6
4 Empresário individual ................................................................... 8
4.1 Requisitos ............................................................................. 8
4.2 Hipóteses excepcionais de autorização para incapaz ser
empresário individual ................................................................................ 8
4.3 Hipóteses excepcionais de autorização para incapaz ser
empresário individual ................................................................................ 8
4.3.1 Requisitos para o incapaz continuar como empresário
individual 9
4.4 Empresário casado (art. 978 do CC) .................................... 9
4.5 Responsabilidade do empresário individual ...................... 10
4.6 EIRELI – LEI 12.441/11.................................................... 11
4.6.1 Reponsabilidade do titular da EIRELI ........................... 12
4.6.2 Capital mínimo .............................................................. 13
4.6.3 Limitação de EIRELI por pessoa ................................... 13
4.6.4 Titular da EIRELI .......................................................... 13
4.6.5 Administrador na EIRELI .............................................. 14
4.6.6 Natureza empresária ou simples .................................... 15
5 Obrigações empresariais .............................................................. 16
5.1 Registro .............................................................................. 16
5.2 Escrituração dos livros comerciais..................................... 18
5.3 Realização de balanços ...................................................... 21

Página 1 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

6 Nome empresarial / nome comercial ........................................... 22


6.1 Conceito: ............................................................................ 22
6.2 Modalidades de nome empresarial .................................... 22
6.2.1 Firma individual ............................................................. 22
6.2.2 Firma social.................................................................... 22
6.3 Análise individualizada/ quadro geral ............................... 23
6.4 Proteção ao nome empresarial ........................................... 24
6.5 Princípios do nome empresarial ......................................... 25
6.6 Diferença entre nome empresarial e marca........................ 25
6.7 Diferença entre nome empresarial e título de
estabelecimento ....................................................................................... 25
6.8 Características do nome empresarial ................................. 26
6.9 Conflito entre nome empresarial x marca .......................... 26
6.10 Cancelamento do nome empresarial .................................. 27
7 Estabelecimento comercial – art. 1.142 a 1.149 do CC .............. 28
7.1 Conceito ............................................................................. 28
7.2 Natureza jurídica do estabelecimento ................................ 28
7.3 Trespasse ............................................................................ 29
7.4 Eficácia do trespasse .......................................................... 29
7.5 Publicidade ......................................................................... 30
7.6 Responsabilidade por dívidas anteriores............................ 30
7.7 Concorrência ...................................................................... 31
7.8 Sub-rogação dos contratos de exploração .......................... 32
7.9 Aviamento ou goodwill of trade ........................................ 32
8 Propriedade industrial .................................................................. 32

Página 2 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Aula: 01 - 14/05/2014 – Alexandre Gialluca


@alegialluca – Facebook: Alexandre Gialluca III
www.socialcon.com.br

Bibliografia:
Manual de direito comercial – Fábio Ulhoa Coelho (É o mais indicado nos
editais)
Letra da lei é fundamental para prova objetiva e oral.
Aprofundar: Curso de Direito Comercial – 3 volumes – Fábio Ulhoa
Curso de Direito Empresarial - Marlon Tomazette – Edl Atlar (AGU, PFN,
Magistratura Federal)

1 DIREITO COMERCIAL NO BRASIL

1.1. Código Comercial de 1850


Este Código adotou uma a Teoria dos Atos de Comércio de origem
francesa. Trouxe a concepção de comerciante e de sociedade comercial. Só
seria comerciante pessoa física e sociedade comercial pessoa jurídica. Só
quem praticasse um ato considerado ato de comércio, com habitualidade e
lucrativa.
Regulamento 737/1850 – elencava poucas atividades consideradas de
comércio, Ex. bancárias, seguro, frete marítimo, compra e venda de bens
móveis, a industrialização - eram consideradas atividades mercantis.
Uma imobiliária por vender bens imóveis não seria uma atividade
comercial.
1.2. Código Civil de 2002
Teoria da Empresa, origem Italiana.
Revogou a 1ª parte do Código Comercial – art. 2.045 do CC.
O Código Comercial de 1850 possuiu três partes:
1ª parte: do comércio em geral. - Revogada pelo Código Civil de
2002
2ª parte: do comércio marítimo. (Ainda está em vigor os dispositivos
relacionados ao comércio marítimo)
Página 3 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

3ª parte: das quebras. – Revogada pelo Decreto Lei 7.661/45


Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro
de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código
Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.

2 CONCEITO DE EMPRESÁRIO – ART. 966 DO CC

2.1 Incidência do conceito de empresário.


O Conceito irá incidir sobre a pessoa física ou pessoa jurídica. A
pessoa física inserida nesse contexto se chama empresário individual.
A pessoa jurídica poderá ser uma sociedade empresária ou poderá ser
a EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada).
Empresário individual é pessoa física. Não é pessoa jurídica.
Observação: o empresário individual possui CNPJ para ter o mesmo
tratamento tributário que uma pessoa jurídica.
Há uma pergunta típica sobre isso: cabe desconsideração da
personalidade jurídica para o empresário individual?
MP-RJ – Prova Escrita – 2012 – A teoria da desconsideração da
personalidade jurídica é aplicável ao empresário individual?
O empresário individual é pessoa física que organiza atividade
empresarial. Ele não é pessoa jurídica.
Se não tem personalidade jurídica não há como desconsiderar aquilo
que não existe. Assim, não cabe a desconsideração da personalidade, pois
ele não tem personalidade jurídica.

2.2 Conceito de empresário


Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Empresário é aquele que profissionalmente exerce uma atividade


econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de
serviços.

Página 4 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Quando o legislador usa a expressão profissional isso quer dizer uma


atividade realizada com habitualidade, continuidade.
‘Atividade econômica’ significa finalidade lucrativa. Nem sempre
ele vai conseguir o lucro, mas ele busca o lucro.
‘Organização empresarial’ – uma atividade organizada.
OBERVAÇÃO 1: para a doutrina majoritária é a reunião dos quatro
fatores de produção: mão-de-obra, matéria-prima (insumos), capital e
tecnologia.
Fábio Ulhoa Coelho diz que na ausência de um dos fatores de
produção não haverá organização empresarial. É a posição que prevalece
em concurso.
OBSERVAÇÃO 2: mesmo quando não há mão de obra contratada
pode haver organização empresarial se presentes os demais fatores de
produção. Ex. mercado on line; posto de gasolina com autoatendimento.
Para prestadores de serviços que antes não se enquadrava no
regulamento, mas hoje se encaixa. Análise de quem está realizando (análise
subjetiva).
OBSERVAÇÃO 3: não haverá organização quando a atividade-fim
depender exclusivamente do exercício da pessoa natural ou dos sócios.
OBSERVAÇÃO 4: ainda que a figura ‘pessoa’ desempenha um
papel importante no caso do empresário é a organização que assume papel
primordial.

2.3 Conceito de empresa


Empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços.
A empresa de uma indústria farmacêutica é a produção de remédios.
Redação do art. 1.142 do CC.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo
de bens organizado, para exercício da empresa
(atividade), por empresário, ou por sociedade
empresária.

Página 5 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

3 AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE


EMPRESÁRIO

3.1 Nomenclatura
Se pessoa física será chamada de autônomo ou profissional liberal.
Se pessoa jurídica será uma sociedade simples ou uma EIRELI de
natureza simples.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício
de atividade própria de empresário sujeito a registro
(art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto,
considera-se empresária a sociedade por ações; e,
simples, a cooperativa.

O método trazido pelo legislador será por exclusão.

3.2 Excluídos – art. 966, p. único do CC


Art. 966. (...)
Parágrafo único. Não se considera empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
Natureza Científica: médico, contador, engenheiro, advogado.
Natureza literária: jornalista, autor de novela, escritor.
Natureza artística: desenhista, ator, cantor, dançarino, comediante.
OBSERAÇÃO 1: essa exclusão decorre do papel secundário que a
organização assume nessas atividades. Nelas o essencial é a atividade
pessoal o que não se compatibiliza com o conceito de empresário. Só que
esta profissão intelectual continua não sendo empresária, ainda que com
concurso de auxiliares ou colaboradores não será sociedade empresária.
Mas a lei diz SALVO SE o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
‘Elemento de empresa’ = Enunciado 194 do Conselho da Justiça
Federal.

Página 6 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

194 - Art. 966: Os profissionais liberais não são


considerados empresários, salvo se a organização dos
fatores de produção for mais importante que a atividade
pessoal desenvolvida.

A) Quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto


mais complexo, próprio da atividade empresarial. Ex. Clínica Veterinária
com pet shop. A princípio será uma sociedade simples – clínica veterinária.
Mas, além da atividade intelectual, há uma atividade empresarial – pet
shop. Então a atividade intelectual torna-se elemento de empresa.
Hospital não tem só atividade intelectual – médicos. Ele vende
remédios, hospedagem (dorme, toma banho, alimenta-se). É um hotel com
serviço médico.
B) Será empresário quando oferecer a terceiros prestações
intelectuais de pessoas a seu serviço.
Ex. empresa fotográfica. Vai prevalecer a organização.
Casamento Equipe 1 (atividade fim)
Fotógrafo Formatura Equipe 2 (atividade fim)
Festinha Equipe 3 (atividade fim)

O auxílio por si só (atividade meio) não caracteriza o elemento de


empresa.
ROL DOS EXCLUÍDOS
I. Aqueles que exercem atividade mercantil sem organização
empresarial. Ex. vender trufas, lingeries, chocolates, nas escolas.
II. Quem exerce uma atividade intelectual científica, literária ou
artística que não é elemento de empresa (não prevalece a organização).
III. As cooperativas estão excluídas do conceito de sociedade
empresária – art. 987, p. único do CC. Sempre terá natureza simples, nunca
será de natureza empresarial.
IV. Atividade rural sem registro na junta comercial.

Página 7 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

4 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

É a pessoa física, pessoa natural, que individualmente organiza uma


atividade empresarial.

4.1 Requisitos

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os


que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não
forem legalmente impedidos.

Capacidade civil: maior e o emancipado.


Impedimentos: ver o material de apoio.
O juiz, MP, defensor público, militar na ativa, servidor público
federal, não podem ser empresário individual. PORÉM, eles podem ser
sócios de uma sociedade empresária, desde que não exerça a administração,
não importa a proporção de suas cotas. Um juiz pode comprar ações da
Petrobrás, do Bradesco.
O defensor público federal é legalmente incapaz para ser empresário
(FALSO). O fato não está no âmbito da incapacidade, mas sim na
permissão. Ele barra no impedimento legal.
Aula: 02 - 21/05/2014 – Alexandre Gialluca

4.2 Hipóteses excepcionais de autorização para incapaz ser


empresário individual
A) Pleno gozo da capacidade civil
B) Não ter impedimento legal

4.3 Hipóteses excepcionais de autorização para incapaz ser


empresário individual

 Após a interdição: nos casos de incapacidade superveniente;


 Sucessão;
Essa autorização é de caráter incidental - incapacidade
superveniente.

Página 8 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Mas se no início da atividade ele tinha pleno gozo da capacidade,


mas depois do acidente ele tem uma incapacidade superveniente, ele poderá
continuar a atividade.
A mesma coisa ocorre no caso de sucessão. Se um menor suceder em
uma atividade já existente. A palavra chave é CONTINUAR.
Essa regra fica clara no art. 974 do Código Civil:
rt. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou
devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança.

Um menor de13 anos quiser montar uma start-up ele só pode fazer
isso enquanto sócio, sendo necessária e existência de sócios maiores.
Assim, ao invés dele ser empresário individual ele passar a ser sócio de
uma sociedade empresária. O incapaz pode ser sócio de sociedade (art.974,
§3º da CC) (VER)

4.3.1 Requisitos para o incapaz continuar como empresário


individual
Ele tem que estar devidamente assistido ou representado.
Autorização judicial (art.974, §1 do CC). O juiz irá analisar o fato,
ouvir e o MP e após conceder o alvará. Esse alvará é revogável a qualquer
tempo.
Averbação na Junta Comercial do Alvará (art. 976 do CC).

4.4 Empresário casado (art. 978 do CC)


João da Silva – representante comercial – ele compra um imóvel para
sua residência + imóvel sede – entra em crise.
O art. 1.647 do CC João precisa de autorização para vender o imóvel
utilizado para sua residência.
Mas João quer vender o imóvel sua representação comercial. Ele
precisa da autorização da esposa para vender o imóvel?
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens,
alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real.

Página 9 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Na primeira fase a resposta é a redação do art. 978 do CC.

Registro de imóveis
Matrícula do imóvel:
Marina – vendedora;
João da Silva – comprador;
R. D1 - qualificação do João diz que ele é empresário individual e
que está casado com Maria.
Av.01 – o imóvel está destinado para atividade empresarial. Mas
para dar esta destinação o cônjuge precisa autorizar.
Assim, a autorização do cônjuge é dada previamente, abrindo mão
da regra do 1.947 do CC.

4.5 Responsabilidade do empresário individual


A responsabilidade é ilimitada.
Nós temos um princípio chamado de princípio da unidade
patrimonial.
A pessoa física ou pessoa jurídica tem apenas um patrimônio. A
diversidade está nos bens.
João da Silva – empresário individual – possui um posto de gasolina
+ bens pessoais (carros, barco, ouro, casas) – a soma é o patrimônio de
João da Silva – se o posto passa a ter dívidas – as dívidas podem recair
sobre os bens pessoais, por sua responsabilidade é ilimitada e ele só tem
um patrimônio – as dívidas empresariais poderão recair sobre os bens
pessoais. Não cabe a desconsideração jurídica, porque ele já tem a
responsabilidade ilimitada.
A desconsideração da personalidade jurídica é utilizada quando o
sócio não responde com seus bens pessoais.
MP/SP – E se o João da Silva tiver uma dívida na farmácia – dívida
pessoal. As dívidas pessoais podem recair sobre os bens empresariais? O
inverso também é verdadeiro, pelo princípio da unidade patrimonial.
I Jornada de Direito Comercial - Enunciado 5
Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o
empresário individual tipificado no art. 966 do Código

Página 10 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Civil responderá primeiramente com os bens vinculados


à exploração de sua atividade econômica, nos termos do
art. 1.024 do Código Civil.
Este art. 1.1024 é conhecido como benefício de ordem.
Há exceção para essa regra: para o incapaz.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante
ou devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança. (...) (regra de proteção a empresa)
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens
que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela,
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização. (regra de proteção ao incapaz – há bens
protegidos)

Tem que estar constando o alvará. Se não tiver caberá prova.


João da Silva – posto de gasolina – empresário individual – dívidas
recaem sobre os bens pessoais e empresariais. O que o João tem que fazer
para poder sair dessa situação.
Ao invés de ser empresário individual, ele monta um posto em forma
de pessoa jurídica – monta uma sociedade limitada ou uma S/A – haverá
uma separação de patrimônio – patrimônio da pessoa jurídica e patrimônio
da pessoa física – a responsabilidade é limitada – o sócio não responde com
seus bens pessoais pelas dívidas contraídas pela sociedade – aqui será
necessária a desconsideração da personalidade jurídica.
Pela utilização de ‘sócio-laranja’ foi criada uma lei que permite a
criação de uma sociedade com apenas uma pessoa – EIRELI.
Pode ser criado um posto de gasolina – pessoa jurídica – separação
de patrimônio para aquele que a princípio era empresário individual -

4.6 EIRELI – LEI 12.441/11


Introduziu o art. 280-A do CC.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade
limitada será constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social, devidamente
integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011)(Vigência)

Página 11 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado constituída por


um único titular.
Enunciado 469 – V JDC
469 – Arts. 44 e 980-A: A empresa individual de
responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas
novo ente jurídico personificado.

Enunciado 3 – I JDCom
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada –
EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente,
distinto da pessoa do empresário e da sociedade
empresária.

Análise: conforme o artigo “A Natureza Jurídica “sui generis” do


membro da EIRELI“, a Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada é um novo tipo de pessoa jurídica, não se configurando uma
sociedade unipessoal.

4.6.1 Reponsabilidade do titular da EIRELI


O titular não responde por dívidas contraídas pela pessoa jurídica.
Cabe desconsideração da personalidade jurídica para EIRELI.
A fundamentação é o próprio veto do art.980-A, §4º do CC.
§ 4º do art. 980-A, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002, inserido pelo art. 2º do projeto de lei
"§ 4º Somente o patrimônio social da empresa
responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade limitada, não se confundindo em
qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural
que a constitui, conforme descrito em sua declaração
anual de bens entregue ao órgão competente."
Razões do veto
"Não obstante o mérito da proposta, o dispositivo traz a
expressão 'em qualquer situação', que pode gerar
divergências quanto à aplicação das hipóteses gerais de
desconsideração da personalidade jurídica, previstas no
art. 50 do Código Civil. Assim, e por força do § 6º do
projeto de lei, aplicar-se-á à EIRELI as regras da
sociedade limitada, inclusive quanto à separação do
patrimônio."

Página 12 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

4.6.2 Capital mínimo


Hoje se pretende constituir uma EIRELI é necessário o capital
mínimo.
A) valor do capital mínimo: art. 980-A, caput do CC: “não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País”.
A doutrina é pacífica ao dizer que a lei deve ser lida como salário-
mínimo federal. Por isso, ela é chamada de PJ-100.
B) forma de integralização: dinheiro, bens (móveis ou imóveis) e
créditos. NÃO se admite integralização com prestação de serviços.
I – JDCom - Enunciado 4. Uma vez subscrito e
efetivamente integralizado, o capital da empresa
individual de responsabilidade limitada não sofrerá
nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações
no salário mínimo.

Análise: este enunciado resolve uma dúvida recente no ordenamento


jurídico. O caput do artigo 980-A determina que a EIRELI deve ter um
capital social mínimo de 100 salários mínimos, o questionamento era: o
limite é para a constituição ou deve ser atualizado toda vez que houver
correção do salário mínimo? Com o Enunciado fica esclarecido que o valor
de 100 salários mínimos é para a constituição.
Não há necessidade de atualização de aumento de capital por
aumento posterior do salário-mínimo.
Como se irá resolver alguma lide quanto a EIRELI: aplica-se,
subsidiariamente, as regras previstas para as sociedades limitadas (§ 6º
Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que
couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.)

4.6.3 Limitação de EIRELI por pessoa


Art.980-A, §2º do CC – prevê uma EIRELI por CPF.

4.6.4 Titular da EIRELI


A pessoa jurídica pode ser titular?
1ª corrente – utilizar na primeira fase da prova – pessoa jurídica não
pode ser titular da EIRELI. Por causa de instrução normativa nº 117 no
departamento nacional do registro de comércio – DNRC.
V JDC – Enunciado 468
Página 13 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Art. 980-A: A empresa individual de responsabilidade


limitada só poderá ser constituída por pessoa natural.
Argumentos:
A ideia da EIRELI é acabar com a informalidade do empresário
individual.
Também visa a limitar a responsabilidade do empresário individual.
O §4º e o §2º do art. 980-A leva a dedução que somente pessoa
natural pode compor EIRELI
§ 4º do art. 980-A, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002, inserido pelo art. 2º do projeto de lei
"§ 4º Somente o patrimônio social da empresa
responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade limitada, não se confundindo em
qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural
que a constitui, conforme descrito em sua declaração
anual de bens entregue ao órgão competente." (VETADO
– No veto não se mencionou nada sobre a pessoa
natural, mas somente quanto a responsabilidade)

2ª corrente – utilizar para segunda etapa ou fase oral – pessoa


jurídica pode ser titular de EIRELI
Argumentos:
A lei não proíbe expressamente da pessoa jurídica ser titular de
EIRELI.
O DNRC – não tem competência para legislar, ou seja, a Instrução
Normativa 117 não poderia vedar a pessoa jurídica de compor EIRELI.
Há uma aplicação subsidiária das regras de sociedade limitada. Nas
regras da sociedade limitada pode ser sócio tanto a pessoa natural quanto a
pessoa jurídica.
O caput do art. 980-A diz “será constituída por uma única pessoa” a
lei não fez distinção. Foi uma omissão proposital.
Se consegue fazer o registro por meio de Mandado de Segurança
Preventivo.

4.6.5 Administrador na EIRELI


O titular.

Página 14 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Aquele que não é titular, conforme art. 980, §6º c/c art. 1.061 do CC.
Sociedades: A – 70% e B – 30% para transformar em ERELI
tem que se fazer a transferência das cotas para apenas um sócio para
somente fazer a transformação da sociedade em EIRELI.
Art. 980-A, §3º - A empresa individual de
responsabilidade limitada também poderá resultar da
concentração das quotas de outra modalidade societária
num único sócio, independentemente das razões que
motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)

V JDC – Enunciado 483 – Art. 1.033, parágrafo único:


Admite-se a transformação do registro da sociedade
anônima, na hipótese do art. 206, I, d , da Lei n.
6.404/1976, em empresário individual ou empresa
individual de responsabilidade limitada.

É possível o inverso? SIM.


A EIRELI pode ter natureza originária ou derivada.
Na EIRELI derivada somente se faz a transformação se tive capital
mínimo.

4.6.6 Natureza empresária ou simples


A EIRELI em um primeiro momento é de natureza empresarial.
Sociedade pode ser empresária se sua organização empresarial. Mas
se ela não tem esta organização ou tem uma atividade intelectual ela passa
a ser uma sociedade simples (art. 982 do CC).
O médico tem uma clínica com um outro sócio, também médico.
Porém, ele não quer mais ser sócio. Ele poderia montar uma EIRELI? A
doutrina entende que sim, pois pode haver EIRELI de natureza simples.
(Entendimento principalmente em provas de cartório)
O advogado por ter uma EIRELI? Posição do Gialluca, ainda não
tem na doutrina, não pode, porque o advogado tem o Estatuto da OAB (Lei
8.906/94 ) que em seu art. 17 diz:

Página 15 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Art. 17. Além da sociedade, o sócio responde


subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia,
sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que
possa incorrer.

Ele tem responsabilidade ilimitada, assim, não pode ser titular de


EIRELI, pois esta prevê que o sócio tem responsabilidade limitada. Isso,
confrontaria com a regra do Estatuto da OAB.
Aula 03 – 30/05/2014 – Alexandre Gialluca

5 OBRIGAÇÕES EMPRESARIAIS

O empresário individual, a sociedade empresária e a EIRELI devem


respeitar as obrigações.
A) Registro:
B) Escrituração dos livros comerciais:
C) Realização de balanços:

5.1 Registro
I. SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis).
Está estabelecido na Lei 8.934/94). Trata de Registro Público de Empresas
Mercantis.
Esse sistema é composto por dois órgãos:
 Decreto extinguiu o DRNC e criou outro departamento o
Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI).
Esse departamento é um órgão federal e foi criado para normatizar e
fiscalizador.
 Junta Comercial:
É órgão estadual. É um órgão executor. Quando falamos de registro é
um ato obrigatório
II. Atos de registro: matrícula, arquivamento e autenticação.
Matrícula só se faz para os considerados auxiliares do comércio.
Eles auxiliam na sociedade empresarial. Ex. Leiloeiro, o tradutor interprete.
Página 16 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Arquivamento está relacionado aos atos de constituição,


modificação e extinção da atividade empresarial.
Autenticação: refere-se aos livros comerciais.
III. Consequências da ausência de registro
i. Não possui legitimidade ativa para pedido falência de terceiro e
pedido de recuperação judicial.
ii. Tratando-se de sociedade ou de EIRELI haverá responsabilidade
ilimitada, dos sócios se for da sociedade ou do titulo se for EIRELI.
iii. Não pode participar de licitação.
iv. Não terá certidão negativa de débito tributário.
IV. Registro facultativo
É o empresário rural.
Empresário rural: é a pessoa física ou jurídica que exerce atividade
agrária, seja ela agrícola, pecuária, agroindustrial ou extrativa (vegetal ou
mineral), procurando conjugar de forma racional, organizada e econômica,
os fatores terra, trabalho e capital.
Art. 971 do Código Civil:
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua
sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos,
requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao
empresário sujeito a registro.

Dúvidas:
Qual a natureza jurídica do registro?
 Empresário comum: o registro é mera condição de
regularidade. Fazer registro ou não fazer registro não
caracteriza o empresário. Isso se dá se ele se enquadra nos
elementos do art. 966.
Enunciado 198 da I JDC:
198 – Art. 967: A inscrição do empresário na Junta
Comercial não é requisito para a sua caracterização,
Página 17 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

admitindo-se o exercício da empresa sem tal


providência. O empresário irregular reúne os requisitos
do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da
legislação comercial, salvo naquilo em que forem
incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa
disposição em contrário.

Enunciado 199 da I JDC:


199 – Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade
empresária é requisito delineador de sua regularidade,
e não de sua caracterização.

 Empresário rural: o registro tem natureza constitutiva. Parte


final do art. 971 do CC.
O empresário rural só será considerado empresário se tiver registro
na junta comercial.
O empresário rural tem fazer registro na junta comercial e não em
Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
V) Competência para julgamento de atos do Presidente da Junta
Comercial
Quem tem competência para o MS. A competência para o MS é da
Justiça Federal.
Porque quando falamos em junta comercial ela tem o que chamamos
de subordinação. Ela tem natureza administrativa e técnica.
Quanto a subordinação administrativa a Junta está subordinada ao
Estado.
Quanto ao âmbito técnico a Junta está subordinada a um órgão de
natureza federal (DREI).
Por isso, o MS é julgado pela Justiça Federa. RE 199793/RS.

5.2 Escrituração dos livros comerciais


a) É ato obrigatório.
b) Livros que devem ser escriturados:

Página 18 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Comum. (Art. 1180


do CC). Livro Diário.
Livro Obrigatório
Especial. Livro
Classificação registro de
Livro facultativo. Ex. duplicatas.
Livro razão, caixa,
conta correntes.

c) Consequência da ausência de escrituração:


i. inexistência de eficácia probatória dos livros comerciais (art. 379
do CPC).
Deixar de escriturar não é crime. Não há nenhuma sanção para quem
não faz a escrituração.
Deixar de escriturar – crise – sentença declaratória de falência;
concessão de recuperação judicial; ou homologação de recuperação
extrajudicial. O fato que não era considerado crime passa a ser considerado
crime falimentar previsto no art. 178 da Lei de Falência.
Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar,
antes ou depois da sentença que decretar a falência,
conceder a recuperação judicial ou homologar o plano
de recuperação extrajudicial, os documentos de
escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o
fato não constitui crime mais grave.
d) Exceção:
O pequeno empresário está dispensado da escrituração dos Livros
(art. 1179, §2º do CC).
Pequeno empresário é diferente de Micro Empresa e Empresa de
Pequeno Porte.
Lei Complementar 123/06 cc LC 139/11.

Página 19 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Micro Empresa Empresa de Pequeno Pequeno Empresário


Porte
Empresário individual, Empresário individual, Empresário individual
Sociedade empresária. Sociedade empresária. = tem que ser pessoa
Sociedade simples Sociedade simples física.
EIRELI EIRELI
São classificações, enquadramentos que se dão É o Micro
para as pessoas jurídicas. Isso ocorre para fins de Empreendedor
benefícios fiscais e outras vantagens que será Individual- o MEI.
analisado posteriormente. O critério é objetivo:
RECEITA BRUTA ANUAL.

Receita Bruta anual Receita Bruta anual Receita Bruta anual


igual ou inferior a R$ superior a R$ igual ou inferior a R$
360.000,00. 360.000,00 e igual ou 60.000,00.
inferior a R$
3.600.000,00.

e) Princípio da sigilosidade:
O princípio que rege a escrituração dos livros é o princípio da
sigilosidade - Art. 1.190 do Código Civil.
Os dados do livro obrigatório comum são sigilosos.
Há exceções:
1) Exibição integral (art. 1.191 do CC1);
O juiz só pode ordenar a exibição total quando se tratar de sucessão,
sociedade/ condomínio (comunhão), gestão à conta de outrem e falência.
2) Exibição parcial: é possível em qualquer ação judicial.
3) Art. 1.193 do Código Civil. A sigilosidade não se aplica a
autoridade fazendária quando do exercício da fiscalização do pagamento de
tributos.

1
São classificações, enquadramentos que se dão para as pessoas jurídicas. Isso ocorre
para fins de benefícios fiscais e outras vantagens que será analisado posteriormente. O
critério é objetivo: RECEITA BRUTA ANUAL.

Página 20 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao


exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se
aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da
fiscalização do pagamento de impostos, nos termos
estritos das respectivas leis especiais.

Pode se pedir a exibição em medida liminar.


f) Consequência da ausência de exibição
Presunção relativa de que os fatos narrados são verdadeiros – art.
1192 do CC.
Pode ser feita prova contrária com outros documentos.
g) Falsificação dos livros comerciais
Código Penal – art. 297
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
portador ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
particular.

5.3 Realização de balanços

Ativo
Patrimonial - art.
1.188 da CC
Passivo
Balanços

Resultado Apura o resultado


econômico - art. se forem lucros ou
1.189 do CC perdas

Página 21 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

6 NOME EMPRESARIAL / NOME COMERCIAL

6.1 Conceito:
É o elemento de identificação do empresário, sociedade empresária e
EIRELI.
CF - Art. 5, XXIX - a lei assegurará aos autores de
inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;

6.2 Modalidades de nome empresarial


Pode ser: firma ou denominação.
A firma está subdividida em firma individual ou social/razão social.
A razão social vai ser a mesma coisa de firma social. Mas razão
social não é a mesma coisa de denominação.

6.2.1 Firma individual

Aplicação:
Firma individual: é aplicável ao empresário individual.
Composição: nome civil do empresário (pode ser completo ou
abreviado).
Ex. Marcelo Novelino tem uma agência de modelo. Ele tenta
registrar o nome M. Novelino somente com o nome, sem o ramo da firma.
O ramo de atividade é facultativo não é obrigatório.
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída
por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do
gênero de atividade.

6.2.2 Firma social


Aplicação para sociedade que possui sócio com responsabilidade
ilimitada.
Página 22 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

O sócio vai responder com seus próprios bens. O seu patrimônio


pessoa responde por dívidas da sociedade.
Composição: nome dos sócios – podem ser completo ou abreviado.
Ex. Nestor Távora e Cléber Masson – N. Távora e C.Masson. Eles
conseguirão registrar no nome sem registrar o ramo de atividade.
Denominação:
Aplicação: sociedade que possui sócio com responsabilidade
limitada.
Composição: expressões linguísticas, frase, palavra, letras, termos,
etc.
Ex. Cavaleiros da Tavora Redonda; Divina Gula - restaurante, Ki
Fome - lanchonete; Cê Ki Sabe - motel.
Na denominação o ramo de atividade é obrigatório. Diferentemente
do que acontece na firma.

6.3 Análise individualizada/ quadro geral

Firma Denominação
Empresário individual x 0
Sociedade em nome
x 0
coletivo
Sociedade em
x 0
comandita simples
Cooperativa 0 X (art. 1.159 do CC)
Sociedade anônima 0 x
Sociedade limitada – X (exceção a regra
x
art. 1158 do CC geral)
EIRELI – art. 980-A, X (exceção a regra
x
§1º do CC geral)

Ex. Sociedade limitada – pode ter tanto firma como denominação.


Art. 1158 do CC.
N. Távora e C. Masson Casa de Massagem Ltda. (Não precisa
colocar o nome da atividade)
Oh My God Motel Ltda.
D´4 Motel Ltda.

Página 23 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Tanto a firma quanto a denominação precisam da expressão ‘Ltda’


ao final do nome empresarial. Não é no meio nem no início.
O que acontece quando a sociedade omite a expressão Ltda? Art.
1.158, §3 do CC.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma ou a
denominação da sociedade.

EIRELI - art. 980-A, §1


C. Masson Comércio de Brinquedos EIRELI.
Clebinho da Alegrai Comércio de Brinquedos EIRELI.
Nana Nene Com. De Brinquedos EIRELI.
A expressão EIRELI tem que constar no final do nome empresarial.
Se não constar aplica-se o art. 1158, §3º, pois aplica-se as regras de
limitada para EIRELI no que couber.

6.4 Proteção ao nome empresarial


A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do
registro do empresário, da sociedade empresário ou da EIRELI na Junta
Comercial.
A Junta Comercial é órgão estadual, assim o âmbito de proteção é
estadual. Por isso o art. 1166 do CC diz que a proteção é de âmbito
estadual.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos
constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas
averbações, no registro próprio, asseguram o uso
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-
se-á a todo o território nacional, se registrado na forma
da lei especial.

Para se fazer o registro em toda a federação tem que fazer o registro


em todo os Estados da Federação. Ainda não é possível o registro único,
pois não tem uma lei específica para isso.

Página 24 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Aula 04 – 11/06/2014 - Alexandre Gialluca

6.5 Princípios do nome empresarial


Art. 34 da Lei 8.934/94 diz que temos dois princípios do nome
empresarial: princípio da novidade e princípio da veracidade.
Princípio da novidade: art. 1.163 do Código Civil. Não poderão
coexistir, na mesma unidade federativa dois nomes empresariais idênticos
ou semelhantes, prevalecendo aquele já protegido pelo prévio registro.
Princípio da veracidade/ autenticidade: impõe que a firma
individual ou social seja composta a partir do nome do empresário ou dos
sócios respectivamente.
A firma não pode se chamar Alexandre Gialluca e Eike Batista
Consultoria Ltda, pois o Eike Batista não faz parte da sociedade. Assim, o
nom é inverídico.
Se tem uma sociedade com o nome do sócio e este sócio morre ou sai
da sociedade tem que se retirar o nome da razão social. Pois, isso não seria
verdadeiro.
Art. 1.165 do CC – a lei só faz referência a firma social. Não faz
referência a denominação.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for
excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma
social.

6.6 Diferença entre nome empresarial e marca


O nome empresaria é um elemento de identificação. Ele identifica
pessoas seja ela física ou jurídica.
A marca é um elemento de identificação de um produto ou de um
serviço.

6.7 Diferença entre nome empresarial e título de


estabelecimento
O nome empresaria é um elemento de identificação. Ele identifica
pessoas seja ela física ou jurídica.
O título de estabelecimento ele identifica o próprio estabelecimento
que é o complexo de bem. Apelido comercial. É o nome fantasia.

Página 25 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Ex. Companhia Brasileira de Distribuição = Pão de Açucar


Ex. Globex Unidades Domésticas S.A = Ponto Frio
Ex. Arthur Lundgren Tecidos S.A = Casas Pernambucanas
Renata Franco e Guilherme Silva Nome empresarial. (Não pode ser
Sorveteria Ltda (nome empresarial) alienado)
Beijo Gelado Título de estabelecimento. É o nome
fantasia. (Pode ser alienado)
Panegel® Marca registrada do panetone.

Itaú S.A Nome empresarial. (Não pode ser


alienado)
Itaú Título de estabelecimento. É o nome
fantasia. (Pode ser alienado)
Itaú® Marca registrada

6.8 Características do nome empresarial


a) O nome empresarial é inalienável – art. 1.164 do CC.
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de
alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por
ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o
nome do alienante, precedido do seu próprio, com a
qualificação de sucessor.

O que se pode alienar é o título de estabelecimento.


b) Regra do art. 1.167 do Código Civil
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação
para anular a inscrição do nome empresarial feita com
violação da lei ou do contrato.

O prejudicado, a qualquer tempo, pode ajuizar ação de anulação de


inscrição do nome empresarial.

6.9 Conflito entre nome empresarial x marca


Posicionamento do STJ: inicialmente tem que se analisar alguns
critérios:
Página 26 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

a) especificidade ou especialidade = deve ser analisar qual o ramo de


atividade. Se conflita com o mesmo ramo de atividade passa para o
próximo critério.
b) quem foi registrado por primeiro.
Nome Empresarial Marca
All Star Artigos All Star Tem semelhança na atividade. Deve
Espostivos Ltda se verificar quem foi registrado
primeiro.
Caracu Ind. E Com. Caracu Não há semelhança na atividade.
Ltda. Assim, não há prejuízo para as partes.

6.10 Cancelamento do nome empresarial


Ocorre por dissolução da sociedade, cessação da atividade pelo
empresário individual, inatividade (art. 60, Lei 8.934/942).
Decisão Judicial?
Enunciado 1 da I Jornada de Direito Comercial. Se dá a possibilidade
de modificação do nome empresarial, ao invés de cancelar.
1. Decisão judicial que considera ser o nome
empresarial violador do direito de marca não implica a
anulação do respectivo registro no órgão próprio nem
lhe retira os efeitos, preservado o direito de o
empresário alterá-lo.

2
Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento
no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja
manter-se em funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa,
promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da
proteção ao nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial,
mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras,
no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua
constituição.

Página 27 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

7 ESTABELECIMENTO COMERCIAL – ART. 1.142 A 1.149


DO CC

Também chamado de fundo de comércio e azienda.


Estabelecimento é um tema que cai muito em prova.
Sobre este assunto não precisa ler doutrina, somente o caderno e o
Código Civil.

7.1 Conceito
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo
de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária.

Conjunto de bens organizados:


- bens materiais/ corpóreos: móveis, equipamentos, maquinários,
mercadorias, imóvel, veículos.
- bens imateriais/ incorpóreos: ponto comercial, marca, patente,
domínio de internet.
OBSERVAÇÃO: imóvel não é estabelecimento, mas sim elemento
integrante do estabelecimento.
Estabelecimento é diferente de patrimônio.
Bens que estão diretamente relacionados à atividade empresarial.
TJDF – imóvel alugado – dinheiro do aluguel utilizado para comprar
mercadoria para a atividade empresarial. Nesse caso o imóvel não está
ligado ao estabelecimento comercial.
OBSERVAÇÃO: estabelecimento é diferente de patrimônio. O
conceito de patrimônio é mais abrangente que o de estabelecimento.

7.2 Natureza jurídica do estabelecimento


Estabelecimento não é sujeito de direito. Quem explora a atividade
empresário é o empresário, é a sociedade empresária, é a EIRELI.
Estabelecimento é objeto unitário de direito (art. 1.143 do CC).
Universalidade é o conjunto de bens.

Página 28 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

O estabelecimento é uma universalidade de fato.


Universalidade de direito é aquele conjunto de bens que é reunido
por vontade da lei. É o legislador que decidiu reunir estes bens, por
exemplo, a herança e a massa falida.

7.3 Trespasse
É o nome que se dá ao contrato de compra e venda de
estabelecimento empresarial.
Trespasse ≠ Cessão de cotas
Kipão Padaria Ltda – Maria 70% e João 30%.
Estabelecimento I -
Estabelecimento II – vendida para a empresa Forno Quente Padaria
Ltda. – ocorre o trespasse – nele ocorre a transferência da titularidade do
estabelecimento.
A Forno Quente Padaria compra as cotas de Maria, por meio de
contrato de cessão de cotas. Houve uma alteração do quadro societário. Na
cessão de cotas não existe transferência da titularidade do estabelecimento,
mas sim a transferência das cotas de uma sociedade empresária chamada
Kipão Padaria Ltda.
Trespasse é a transferência da titularidade do estabelecimento. Na
cessão de cotas não há transferência da titularidade do estabelecimento,
mas sim modificação do quadro societário.

7.4 Eficácia do trespasse


Padaria Real Ltda.
Estabelecimento I – R$ 1.000.000,00
Estabelecimento II – R$ 500.000,00
Credores: R$ 700.000,00
A grande segurança dos credores é o complexo de bens.
Se houve falência o complexo de bens será arrecadados e vendidos
para pagamento dos credores.
Como o estabelecimento I garante a dívida ela pode vender a unidade
II sem precisar de autorização de ninguém.

Página 29 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Mas se quando se faz o trespasse e os bens remanescentes não são


suficientes para garantir as dívidas deve se atentar para a regra do art. 1.145
do CC.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes
para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do
estabelecimento depende do pagamento de todos os
credores, ou do consentimento destes, de modo
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação.

Essa autorização deve ser feita por notificação/ intimados. Se no


prazo de 30 dias não deram respostas tacitamente concordaram com a
venda.
PEGADINHA: a lei não falou em maioria, mas sim de todos os
credores.
A Súmula/STJ 451 é medida excepcional.
STJ Súmula nº 451 - 02/06/2010 –
É legítima a penhora da sede do estabelecimento
comercial.

7.5 Publicidade
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação,
o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só
produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado
à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis,
e de publicado na imprensa oficial.
Para que o contrato de trespasse tenha efeito perante terceiros é
necessário que haja averbação na Junta Comercial e publicação na
imprensa oficial.
É indispensável a publicidade da operação.

7.6 Responsabilidade por dívidas anteriores

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde


pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados, continuando o
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo
de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Página 30 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

Ele responde de forma solidária pelo prazo de 1 ano apenas. E tudo


vai depender da dívida se ela é vencida ou vincenda.
Se vencida é um ano da data de publicação na imprensa oficial do
trespassse.
Se a dívida é vincenda, conta-se um ano da data do vencimento.
OBSERVAÇÕES:
a) a regra do art. 1.146 não se aplica para dívida trabalhista (arts. 10
e 448 da CLT) e dívida tributária – art. 10 e 448 da CLT.
b) em se tratando de falência ou recuperação judicial não haverá a
responsabilidade do adquirente – art. 141, II da Lei 11.101/05. Conjugar o
art. 60 da Lei 11.101 c.c Enunciado 47 da I Jornada de Direito Comercial.

Lei 11.101/05 - Art. 60. Se o plano de recuperação


judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais
ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz
ordenará a sua realização, observado o disposto no art.
142 desta Lei.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre
de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante
nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141
desta Lei.

Enunciado 47. Nas alienações realizadas nos termos do


art. 60 da Lei n. 11.101/2005, não há sucessão do
adquirente nas dívidas do devedor, inclusive nas de
natureza tributária, trabalhista e decorrentes de
acidentes de trabalho.

7.7 Concorrência
É o contrato que define se pode ou não pode ter concorrência.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o
alienante do estabelecimento não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos cinco anos
subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto
do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo
persistirá durante o prazo do contrato.

Página 31 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

OMISSÃO: o alienante não pode fazer concorrência pelo prazo de


cinco anos.
O conceito de concorrência dependerá muito do caso concreto.

7.8 Sub-rogação dos contratos de exploração


Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a
transferência importa a sub-rogação do adquirente nos
contratos estipulados para exploração do
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal,
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa
dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer
justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade
do alienante.

7.9 Aviamento ou goodwill of trade


É o potencial de lucratividade do estabelecimento. Se agrega um
valor que o mercado reconhece.
Bens + Potencial.
Oscar Barreto Filho é diz que o aviamento existe para o
estabelecimento como a saúde existe para o corpo, que a velocidade existe
para o carro.
O aviamento não é elemento integrante do estabelecimento, mas sim
um atributo deste.
O goodwill está diretamente relacionado a clientela. Mas clientela
não é algo que se possa garantir. Clientela também não integra
estabelecimento. É uma mera situação de fato. É considerado para fins de
aviamento. Aviamento é potencial de lucratividade de um estabelecimento.
Aula on line – Alexandre Gialluca – disponível em 04/07/2014 – jogo da
COPA

8 PROPRIEDADE INDUSTRIAL

1. Finalidade
A Lei 9.279/96 tem a finalidade de garantir a exclusividade de uso
dos bens de propriedade industrial.
2. Bens de propriedade industrial – (Ih, Me Dei Mal)

Página 32 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

INPI: instituto nacional de propriedade industrial. É uma autarquia


federal.
Bens Patente/re Órgão Prazo Início do Prorrogação
gistro prazo de prazo
Invenção INPI 20 anos Data do Não admite
depósito
Patente
Modelo de INPI 15 anos Data do Não admite
utilidade depósito
Desenho INPI 10 anos Data do Prorrogável
industrial Registro depósito
Marca INPI 10 anos Concessão Prorrogável
Este quadro corresponde a 60% da matéria de propriedade industrial

3. Patente:

A) Conceito:
É um título de monopólio temporário sobre uma invenção ou modelo
de utilidade outorgado pelo Estado aos inventores (pessoa física ou pessoa
jurídica) Para exploração econômica da criação. Em contrapartida, o
inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da
matéria protegida pela patente.
B) Bens patenteáveis: invenção e modelo de utilidade

:
o Requisitos:
a) novidade: novo é aquilo que não está compreendido no estado
da técnica.
b) atividade inventiva: sempre que para um especialista no
assunto não decorra de forma obvia ou evidente do estado da
técnica. É necessário uma avanço, um progresso.
Tanto a novidade quanto a atividade inventiva envolvem a expressão
“estado da técnica”. Essa expressão significa o estágio da técnica. Ex.
Google Glass.
Estado da técnica: é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao
público antes da data do depósito do pedido de patente, por descrição
escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio no Brasil ou no exterior.
c) aplicação industrial: é necessário que a invenção seja
industrializável.

Página 33 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

d) não ter impedimento legal: os casos de impedimento estão no


artigo 18 da Lei de Propriedade Industrial.
Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à
segurança, à ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou
produtos de qualquer espécie, bem como a modificação
de suas propriedades físico-químicas e os respectivos
processos de obtenção ou modificação, quando
resultantes de transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os
microorganismos transgênicos que atendam aos
três requisitos de patenteabilidade - novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial -
previstos no art. 8º e que não sejam mera
descoberta. (despenca em concurso)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos
transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de
plantas ou de animais, que expressem, mediante
intervenção humana direta em sua composição genética,
uma característica normalmente não alcançável pela
espécie em condições naturais.
Obs: uso prático não é requisito para invenção.
o Não se considera invenção:
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de
utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos
matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos
comerciais, contábeis, financeiros, educativos,
publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e
científicas ou qualquer criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem
como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais
biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela
isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de
qualquer ser vivo natural e os processos biológicos
naturais.

Página 34 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

o Titularidade
No Brasil prevalece o sistema declarativo. Há uma presunção de que
o titular é aquele que efetuou o depósito no INPI. Assim, quem primeiro
depositar terá os direitos da patente.

o Empregado:
Patente Contrato de trabalho Meios/ equipamentos
do empregador
Empregador SIM, fazia parte do SIM – utilizou os
contrato fazer invenção meios / equipamentos
do empregador
50% empregador NÃO fazia parte do SIM – utilizou os
50% empregado contrato fazer invenção meios / equipamentos
do empregador
Empregado NÃO fazia parte do NÃO – utilizou os
contrato fazer invenção meios / equipamentos
do empregador

o Prazo de vigência:
Prazo de 20 anos contado do depósito. Esse prazo é improrrogável.
Porém, o prazo não pode ser inferior a 10 anos contados da concessão (art.
40 da Lei).
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20
(vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15
(quinze) anos contados da data de depósito.
Parágrafo único. O prazo de vigência não será
inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7
(sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a
contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o
INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do
pedido, por pendência judicial comprovada ou por
motivo de força maior.

o Segredo industrial:
É aquela criação que não foi levada para a patente. Não foi
patenteada (ex. Coca-Cola, Guaraná Antártica; Channel 5), pois se não, em
caso de patente, após 20 anos teriam que liberar a fórmula.

Página 35 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

o Licença compulsória (art. 71)


Só se tem licença compulsória em caso de emergência nacional ou
em caso de interesse público. O Estado por meio de decreto do Presidente
(chefe do poder executivo federal) pode estabelecer a licença compulsória,
ou seja, a licença obrigatória de determinada patente.
Essa licença não pode ser exclusiva, não se pode restringir a um só
fabricante. É uma licença temporária, até cessar a emergência ou interesse
nacional. Não haverá prejuízo ao titular, pois ele terá uma remuneração
para essa licença. Terá prazo determinado.
Ex. Decreto 6.108/07 – concede licença compulsória para a
fabricação de remédios contra AIDS (ver).
Não existe quebra de patente, mas licença compulsória.

o Conceito:
É o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação
industrial que apresente nova fórmula ou disposição, envolvendo ato
inventivo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua
fabricação.
o Prazo de vigência
Será de 15 anos contado da data do depósito. Porém, fica assegurado
o mínimo de 7 anos (art. 40).

C) Forma de extinção da patente (invenção/ modelo de utilidade)

a) Expiração do prazo de vigência: cai em domínio público.


b) Renúncia do titular.
c) Caducidade.
d) Inobservância do artigo 217: ( Art. 217. A pessoa
domiciliada no exterior deverá constituir e manter
procurador devidamente qualificado e domiciliado no País,
com poderes para representá-la administrativa e
judicialmente, inclusive para receber citações.)

Página 36 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

e) Falta de pagamento retribuição anual ao INPI (art. 84)3.

4. Registro

A) Conceito:
O registro confere direito de propriedade temporária sobre marca ou
desenho industrial, pelo qual assegura o seu uso exclusivo em todo o
território nacional.
B) Bens registráveis:
Desenho industrial e marca.

o Conceito:
É a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração
externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.
Trata-se do famoso design.
O modelo de utilidade traz uma utilidade maior, o desenho industrial
muda a estética. Ex. a mudança de formato de mouse que era quadrado e
passou a ser arredondado e sem fio – será um modelo de utilidade. Já a
mudança do mouse de formato de coração – será um desenho industrial.
o Prazo de vigência
Prazo de 10 anos da data de depósito. Pode ser prorrogado por até 3
vezes. A cada prorrogação são cinco anos. Depois disso cairá em domínio
público.

3
Art. 84. O depositante do pedido e o titular da patente estão sujeitos ao pagamento de
retribuição anual, a partir do início do terceiro ano da data do depósito.
§ 1º O pagamento antecipado da retribuição anual será regulado pelo INPI.
§ 2º O pagamento deverá ser efetuado dentro dos primeiros 3 (três) meses de cada
período anual, podendo, ainda, ser feito, independente de notificação, dentro dos 6
(seis) meses subsequentes, mediante pagamento de retribuição adicional.

Página 37 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

A) Conceito:
É o sinal distintivo visualmente perceptível, não compreendido nas
proibições legais.
Sinal sonoro não pode ser registrado com marca.
B) Titularidade
Pessoa física, pessoa jurídica de direito privado e pessoa jurídica de
direito público.
C) Requisitos da marca

a) Novidade relativa.
b) Não colidência com marca notória – marca notório é aquela que
tem reconhecimento/ popularidade internacional. Será protegida
ainda que não seja registrada no INPI.
c) Não ter impedimento legal: todos previstos no art. 124 da Lei.
No INPI tem uma classificação de itens e serviços. A novidade tem
que ser analisada na classe.
Ex. a) O sinal do sol. Várias marcas tem esse símbolo. Porque a
marca faz a distinção dentro da classificação do INPI. A marca é protegida
dentro do ramo da atividade, é a especificidade. Tem-se a revista Veja, mas
também tem o detergente Veja.
Ex. b) IMBM, Apple, McDonald´s, Burger King.
Marca notória Marca de alto renome
Reconhecimento internacional Não precise ser uma marca de
reconhecimento internacional
Proteção só dentro do ramo de Proteção em todos os ramos de
atividade. Ex. Perfume, roupas, atividade. Ex. Natura, Kibon,
relógios – Armani. Mas pode se Pirelli, Coral, Banco do Brasi, Play
colocar uma marca de tinta como Boy, Bom Bril. Não se consegue
Armani. registrar uma cadeira Sadia.
Tem que ser concedida pelo INPI.
Não pode ser por via judicial. É uma
medida administrativa.

Atenção: não podem ser registrados como marcas:

Página 38 de 39
Empresarial – Intensivo I - 2014

- brasão da república, bandeira, símbolos oficiais, monumentos;


- tudo que for contrário a moral e aos bons costumes;
- falsa representação geográfica. Ex. não pode se registrar um
charuto como cubano se ele é feito em Maceió.
D) Espécies de marca
Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - marca de produto ou serviço: aquela usada para
distinguir produto ou serviço de outro idêntico,
semelhante ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a
conformidade de um produto ou serviço com
determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material
utilizado e metodologia empregada; e
III - marca coletiva: aquela usada para identificar
produtos ou serviços provindos de membros de uma
determinada entidade. (Ex. franquia – Associação
Brasileira de Franquias; Associação dos Cristãos do
Brasil)

E) Formas de extinção do registro

a) Expiração do prazo de vigência: o prazo da marca é dez anos


contados da concessão. Só que o titular da marca pode prorrogar a
marca quantas vezes ele quiser, não há limite de prorrogação. A
prorrogação é sempre por igual período, ou seja, de 10 em 10
anos.
b) Caducidade – art. 143: deixar de usar a marca por mais de 5 anos,
haverá caducidade dessa marca. Isso aconteceu no caso do ‘Jogo
do Milhão’. Era uma marca de uma empresa mexicana.
c) Pela falta de retribuição.
d) Pela inobservância do art. 217: falta de representante, quando a
pessoa não tem domicílio no país.

Página 39 de 39

Você também pode gostar