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Quelimane
2021
DÉRCIO JOSÉ SALATO
DINÁCIA AMADE SAIDE
GERALDO MIQUEIAS JEMUSSE
NÓLMICA LEMOS ALBINO
TEQUIMO VENÂCIO EDUARDO
ZITO BERNARDO INGLOSSE
Quelimane
2021
Sumário
1 Introdução................................................................................................................................3
2 Personalidade e Capacidade Jurídicas Internacional...............................................................4
2.1 Breve conceituação...........................................................................................................4
2.1.1 Personalidade jurídica................................................................................................4
2.1.2 Capacidade jurídica....................................................................................................5
2.2 O Estado como personalidade jurídica internacional........................................................6
2.2.1 Reconhecimento da personalidade jurídica do Estado...............................................7
2.2.2 Reconhecimento do governo......................................................................................7
2.2.3 Soberania do Estado...................................................................................................8
2.3 As Organizações Internacionais como personalidades jurídicas internacional................8
2.3.1 Características das Organizações Internacionais.......................................................9
2.4 O indivíduo como personalidade jurídica internacional...................................................9
3 Conclusão...............................................................................................................................11
4 Referências Bibliográficas.....................................................................................................12
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1 Introdução
O presente trabalho de pesquisa, com o tema Personalidade e Capacidade Jurídicas
Internacional, busca analisar, no escopo do Direito Internacional, a forma como as pessoas
dotadas de qualificação jurídica, seja ela de que natureza for, se sustentam como sujeitos da
relação jurídica internacional.
O trabalho é realizado à luz das teorias apresentadas por Gutier (2011), Rezek (2011) e
Accioly; Nascimento e Silva; Casella (2012), que advogam sobre os Estados, as Organizações
Internacionais e os Indivíduos como sujeitos com capacidades jurídicas internacionais, ou
seja, capazes de estabelecer relações jurídicas internacionais.
2.1 Objectivos
Geral
Compreender personalidade e capacidade jurídicas internacionais
Específicos
Identificar Personalidade e Capacidade Jurídicas.
Definir de forma separada personalidade e Capacidade Jurídica vice-versa.
Especificar as fontes de aquisição de conteúdo cada um deles.
Breve conceituação
Para melhor abordar sobre o tema proposto, é de todo importante que sejam, à partida,
discutidos conceitos fundamentais a ele inerentes, como sejam o conceito de personalidade
jurídica e capacidade jurídica.
Assim, nos termos do preceituado no artigo 66º do Código Civil (CC), a personalidade
jurídica das pessoas singulares inicia-se no momento do seu nascimento e com vida, ou seja,
oferece-se legitimidade jurídica, para o exercício de direitos e obrigações, após o nascimento,
e nunca antes deste.
Por seu turno, quando tratar-se de pessoas colectivas, conforme ínsito no artigo 158º
do CC, a personalidade jurídica é adquirida por reconhecimento, implicando, por via disso,
que entidade governamental, circunscrita à área aonde a pessoa colectiva pretenda exercer a
sua actividade, assim o faça.
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Dos conceitos acima, podemos definir personalidade jurídica como a aptidão genérica
de adquirir direitos e obrigações, ou seja, de estabelecer relações jurídicas da mais vária
ordem e com diferentes sujeitos de direito.
Na senda dos conceitos supra avançados, Gutier (2011), Rezek (2011) e Accioly;
Nascimento e Silva; Casella (2012) configuram como sujeitos dotados de personalidade
jurídica internacional os Estados soberanos, as organizações internacionais e os indivíduos
(sobretudo na questão do cidadão estrangeiro). Este posicionamento, que surge como
consequência dos posicionamentos históricos, em que o Estado era visto como único agente
do direito internacional, é fortemente rebatido por Rezek (2011), ao assegurar que, hoje,
existem outras entidades dotas de personalidade jurídica internacional, pois estão habilitadas à
titularidade de direitos e deveresinternacionais, numa relação imediata e directa com aquele
corpode norma.
2.1.3 Justificativa
Assim, o termo capacidade jurídica, das pessoas singulares, ínsita no artigo 67º do CC,
resulta do facto das pessoas, dotadas de personalidade jurídica, poderem ser sujeitos de
quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal em contrário. Já o artigo 160º do mesmo
dispositivo legal, no seu n.º 1, dispõe que, para as pessoas colectivas, capacidade jurídica
abrange todos os direitos e obrigações necessários ou convenientes à prossecução dos seus
fins.
2.2 Hipóteses
O Estado como personalidade jurídica internacional
No entender de Rezek (2011), o Estado detém uma personalidade jurídica originária,
posto que compreende uma realidade física, um espaço territorial sobre o qual vive uma
comunidade. Nesta acepção, é possível vislumbrar características de Estados soberanos,
descritos por Gutier (2011), ao assegurar que, enquanto sujeitos detentores de personalidade
jurídica internacional, os mesmos são dotados de um povo, território, poder soberano e
finalidade.
Destacados os aspectos supra, torna-se fundamental ainda referir que, nos termos da
Carta das Nações Unidas, os Estados são os principais sujeitos do Direito Internacional, com
personalidade e capacidade jurídicas imanentes e independentes, dependo, exclusivamente, do
seu reconhecimento pelos demais Estados. Por isso, o ínsito no artigo 6 da Convenção de
Viena é claro e explícito quanto à personalidade dos Estados no âmbito internacional,
assegurando a estes a capacidade para concluir todo o tratado.
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Metodologias
Para a realização deste trabalho, vários foram os métodos utilizados na busca dos
conteúdos ligados ao tema, para tal foi graças a certas doutrinas que culminaram com a leitura
e uma síntese dos conteúdos nos manuais dos autores e pensadores arrolados no trabalho
Assim, Gutier (2011) classifica os Estados soberanos como Estados simples, Estados
compostos e Estados compostos por subordinação, conforme abaixo se esclarece:
Estados simples: com poder único e centralizado;
Estados compostos: há divisão do poder no âmbito interno – Estados federais (unem-
se para formar uma união Federal, perdendo sua soberania para este), Confederações
de Estados (união ou associação de Estados independentes, feita por tratado
internacional, com objectivo de fomento da paz ou assegurar a sua segurança), Uniões
de Estados, Commonwelth ou Comunidade Britânica (não é considerada um Estado,
mas sim a união de ex-colônias, protetorados ou domínios do Reino Unido, que
tornaram-se independentes, mas mantiveram o vínculo com os Britânicos);
Estados compostos por subordinação: há hierarquia de poder – vassalos
(dominados, com dever de pagar tributo), protetorados (há relação de protecção de um
Estado para com o outro, podendo ocorrer interna ou internacionalmente), Estados
clientes (outorga de administração alfandegária, exército e administração pública a
outro Estado), Estados satélites, Estados exíguos (com exiguidade territorial, dai a sua
subordinação ao Estado limítrofe), Estados associados (independentes, mas sem
condições de o manter, pelo que subordinam-se a outros Estados).
Não obstante tal facto, assegura Rezek (2011), a necessidade de outros Estados ou
Organizações Internacionais o reconhecerem internacionalmente, através de uma
manifestação unilateral de reconhecimento. Para o efeito, três requisitos são fundamentais:
Possuir governo independente e autônomo na conduta dos negócios estrangeiros;
Governo com autoridade efectiva sobre o território, congregando forças.
Possuir território delimitado.
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Dispõe, por via disso, o artigo 104 da Carta das Nações Unidas que a “Organização
gozará no território de cada um de seus membros dacapacidade jurídica necessária ao
exercício de suas funções e àrealização de seus propósitos”. Fica assim implícita a capacidade
internacional das Organizações Internacionais, que gozam de personalidade e capacidade de
agir, impondo, por via de acordos internacionais, direitos e obrigações a si e aos Estados
contraentes.
Se por um lado Gutier (2011) advoga a sua tese sob os auspícios de questões
relacionadas à nacionalidade e à condição jurídica do estrangeiro, por outro
Accioly,Nascimento e Silva, e Casella (2012), sustentam a sua tese na ideia da Declaração dos
Direitos Humanos e a consolidação da protecção internacional.
Conclusão
Chegada esta fase do trabalho, cientes as adversidades existentes na vida social, na inserção
da pessoa em diversas dimensões de convívios social, levando em conta a contextualização do
tema ora proposto o qual passo a citar: personalidade e a capacidade jurídica, chegamos ao
entendimento que a personalidade jurídica não sendo apenas a aptidão genérica de adquirir
direitos e obrigações, nos fundamentamos na teoria de Gutier (2011,p.30) que defende a
``personalidade como a capacidade para agir internacionalmente, participando das relações
internacionais’’ portanto, “’é uma faculdade atribuída aos sujeitos de agir internacionalmente,
estabelecendo relações jurídicas que imponham direitos e obrigações, através de tratados,
convenções ou acordos internacionais. Enquanto capacidade jurídica é a maior ou menor
extensão da pessoa jurídica, dividindo-se em duas partes a saber: Capacidade de gozo ou de
direito (considerada como a aptidão proveniente da personalidade, para adquirir direitos e
obrigações)e a capacidade de exercício ou de facto (aptidão para exercer, por si, actos na vida
civil)Não obstante, importa referir, que foi possível chegar as conclusões acima com o auxílio
das teorias dos tratados internacionais que convencionam e definem os titulares das relações
jurídicas internacionais, como é o caso da convenção de Viena sobre os tratados, a carta das
nações unidades e como fontes para materialização da pesquisa utilizamos o Código Civil.
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4Referências Bibliográficas
Accioly, H.; Nascimento e Silva, G. E.; Casella, P. B. (2012). Manual de Direito
Internacional Público. 20.ª ed. São Paulo: Editora Saraiva.
Carta das Nações Unidas sobre a Organização Internacional.
Código Civil de Moçambique.
Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados de 1969.
Gutier, M. S. (2011). Introdução ao Direito Internacional Público. Uberaba-MG:s/e.
Lima, M. C. (1997). A Engenharia da Produção Acadêmica. São Paulo: Unidas.
Rezek, F. (2011). Direito Internacional Público: curso elementar. 13.ª ed. São Paulo: Editora
Saraiva.