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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Edução à Distância

Tema:
Impactos Sócios Ambientais Resultantes da Ocupação do Espaço no Bairro de Ndunda

Nome de Estudante: Agra Torres António Achane


Código: 708213171

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Cadeira: Metodologia de Investigação Cientifica
Docente: Marques Nhamonga
Ano de Frequência: 1º Ano

Milange, Janeiro de 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
reConteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
 Rigor e coerência
Normas APA 6ª
das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Recomendações de melhorias
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Índice
CAPÍTULO I:................................................................................................................................ 1
1. Introdução ................................................................................................................................. 1
1.1. Tema em estudo ................................................................................................................. 2
1.2. Delimitação do tema........................................................................................................... 2
1.3. Justificativa ........................................................................................................................ 2
1.4. Formulação do problema .................................................................................................... 3
1.5. Pergunta de Pesquisa .......................................................................................................... 4
1.6. Objetivos da Pesquisa......................................................................................................... 4
1.6.1. Objetivo Geral ............................................................................................................. 4
1.6.2. Objetivos Específicos .................................................................................................. 4
CAPITULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 5
2.2. Conceitos básicos ............................................................................................................... 5
2.3. Dinâmica dos espaços ........................................................................................................ 5
2.4. Ocupação desordenada de Espaços .................................................................................... 6
2.5. Causas da Dinâmica do Uso e Cobertura de Solo .............................................................. 7
2.6. Impactos dos Usos dos Espaços ............................................................................................. 8
2.7. Impacto Ambiental ............................................................................................................. 9
2.8. Impacto de Uso e Ocupação de Espaços .......................................................................... 10
2.9. Qualidade do Ambiente .................................................................................................... 11
2.10. Problemas Socio Ambientais ......................................................................................... 12
CAPÍTULO III PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 13
3.2. Tipo de pesquisa ............................................................................................................... 13
3.3. Tipo de pesquisa quanto a abordagem ............................................................................. 13
3.4. Tipo de pesquisa quanto aos objetivos ............................................................................. 13
3.5. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ...................................................... 13
3.6. Técnicas de colecta de dados ........................................................................................... 14
3.7. Universo e amostra de abordagem ................................................................................... 14
3.8. Processo de amostragem .................................................................................................. 15
5. Orçamento ............................................................................................................................... 16
4. Referência Bibliográfica ......................................................................................................... 17
CAPÍTULO I:

1. Introdução
Na presente abordagem intitulada ‘’Impactos Socio ambientais resultantes da
Ocupação do Espaço no Bairro de Ndunda’’ o autor procura analisar os impactos socio
ambientais resultantes da ocupação do espaço no Bairro de Ndunda, localizado na
Cidade da Beira, tendo definido os seguintes objectivos específicos: identificar os tipos
de uso e cobertura da terra no bairro de Ndunda; identificar os impactos sócio
ambientais resultantes da ocupação do espaço no bairro de Ndunda; e, sugerir algumas
medidas para minimização dos impactos sócio ambientais negativas resultantes da
ocupação do espaço no bairro de Ndunda.

Essa crescente expansão desordenada, caracterizada pelo uso e ocupação de


áreas impróprias e descaracterização de socio ambientais naturais essenciais ao
equilíbrio do meio ambiente, tem aumentado ao longo dos anos, mesmo em áreas
protegidas por lei.

Santos Filho (2011) menciona que estas áreas, por possuírem fácil acesso e,
desta forma, parecerem “disponíveis”, são cada vez mais ocupadas representando
grande parte do processo de expansão urbana do município, como acontece nos bairros
de Ndunda. Logo, o município da Beira, como qualquer outro, deveria ter um
planeamento urbano eficaz, fazendo com que o crescimento urbano acontecesse de
maneira ordenada.

Porém, o crescimento da mancha urbana está associado a alterações, ocupações


indevidas e pressão a diversos ambientes, de tal modo que a expansão urbana do
município da Beira tem acontecido de forma desordenada, caracterizada pela ocupação
de áreas inapropriadas para a edificação e ocupação humana.

Assim Apresentamos a seguinte estrutura do projeto de Pesquisa: Capitulo I que


é composto por tema em estudo, delimitação do tema, justificativa, problema em estudo,
perguntas de Pesquisas, objetivos do trabalho, limitações do estudo, resultados
esperados, Capitulo II composto por, revisão da literatura, revisão da literatura empírica
e Capítulo III, composto por Desenhos de Pesquisas, métodos de colheita de dados,
população em estudo, processo de amostragem, cronograma das atividades, referências
bibliográficas, apêndices e anexo.

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1.1. Tema em estudo
 O presente projeto de Pesquisa tem como tema o Impactos Sócios
Ambientais Resultantes da Ocupação do Espaço no Bairro de Ndunda

1.2. Delimitação do tema.


 A pesquisa será realizada na cidade da Beira, província de Sofala,
concretamente no Bairro Ndunda, período compreendido entre 2019-
2021

1.3. Justificativa
O desenvolvimento desta pesquisa assentou-se na reflexão do conhecimento do
objeto de estudo e das experiencias vividas no dia-apos-dia. O espaço e a sua dinâmica
têm muitas vezes repercussões tanto para o meio ambiente, bem como para a própria
população residente em um determinado espaço, podendo ser tanto positivas como
negativas. A expansão urbana é um processo ligado aos sistemas da cidade que
explicam e resultam no seu crescimento, podendo ser analisado dentre outras formas, de
acordo com a taxa de crescimento demográfico e pelo processo de expansão territorial.

Este segundo processo de análise, pode ser dividido em dois grandes tipos com
base no uso e ocupação do solo, sendo pelo crescimento territorial urbano intensivo e
extensivo, ambos apresentando semelhanças e peculiaridades. O crescimento territorial
urbano intensivo apresenta como característica central a expressividade do uso e
ocupação do solo, já o crescimento territorial urbano extensivo, a amplitude do tecido
urbano.
Os tipos de uso do espaço urbano e a sua dinâmica ao longo do tempo,
constituem actualmente uma base de problema social, económico e ambiental com
consequências graves sobre a vida dos moradores, mas também com certos benefícios
para os mesmos. Assim sendo, considera-se de relevante a presente pesquisa porque ela
pode permitir a identificação dos impactos socioambientais que resultam dos usos do
espaço em ambientes periurbanos e ajudar a propor soluções mitigadoras.

A identificação dos impactos sócio ambientais, principalmente os negativos que


resultam dos tipos de uso do solo urbano e as respectivas medidas como solução,

2
permite contribuir para a identificação de alternativas para a minimização dos impactos
sócio ambientais negativos derivados da ocupação desordenada do espaço no bairro de
Ndunda. Por outro lado, no contexto escolar, principalmente a abordagem da dinâmica
espacial nos temas como urbanismo (na 9ª e 12ª classes) podem ser inseridas as
questões relacionadas com os impactos socioambientais da dinâmica espacial.
Com está pesquisa contribuirá para a ciência, em particular, a área de educação.
Para além de contribuir para a área da ciência, servirá de fonte para que os estudantes
percebam o impacto socio ambientais.

Em temos pessoal, este trabalho contribuirá para o aperfeiçoamento a nível


intelectual da minha personalidade, importante para a sociedade pois garantirá a
melhoria da aprendizagem.

O tema em estudo é de grande importância no processo de ensino e


Aprendizagem, visto que retratara alguns pontos relacionados ao curso, pois os
resultados obtidos servirão de ponto de reflexão para a melhoria da gestão educacional e
muito mais para a melhoria da qualidade do ensino.

1.4. Formulação do problema


Problema é a dificuldade, teórica ou pratica, no conhecimento de alguma coisa
de real importância, para qual se deve encontrar soluções” Lakatos e Marconi
(1999:28).

O Bairro de Ndunda, encontrando-se em franca expansão devido ao crescimento


populacional na cidade em geral e em particular na área de estudo tem registado a
ocorrência de diversos impactos sócio ambientais resultam da dinâmica da mesma e que
tem impactos sobre a organização espacial bem como para a população residente na
área. Muitos autores revistos também afirmam que a dinâmica do uso do espaço no
meio urbano e periurbano gera diversos impactos sócio ambientais negativos.

Entretanto, esses indicadores despertaram em mim a necessidade de fazer o


estudo relativamente ao tema. Assim, com base nesta complementaridade descrita,
busco responder a seguinte questão de partida: Que impactos sócio ambientais
resultam da ocupação do espaço no bairro de Ndunda?

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1.5. Pergunta de Pesquisa

 Que impactos socio ambientais resultam da ocupação das zonas urbanas?


 Quais são as consequências socio ambientais que resultam da ocupação
das terras nas zonas urbanas?
 Quais são as medidas a propor para que haja na sensibilização da
ocupação das terras nas zonas urbanas?

1.6. Objetivos da Pesquisa

1.6.1. Objetivo Geral

 Analisar os impactos socio ambientais resultantes da ocupação do espaço


no Bairro de Ndunda na Cidade da Beira;

1.6.2. Objetivos Específicos

 Identificar os tipos de uso do solo urbano no bairro de Ndunda.


 Identificar os impactos sócio ambientais resultantes da ocupação do
espaço no Bairro de Ndunda;
 Sugerir algumas medidas para minimização dos impactos sócio
ambientais negativos da ocupação do espaço no Bairro de Ndunda.

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CAPITULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo é reservado para apresentação de alguns elementos essências como: A
revisão de literatura teórica, e a revisão da literatura Empírica.

2.2. Conceitos básicos

Cobertura do solo - a cobertura da terra pode ser descrita pelo estado biofísico da
superfície por exemplo savana.

Uso do solo - o uso ou ocupação da terra envolve a maneira como os atributos


biofísicos da terra são manipulados e utilizados por seres humanos, por exemplo
assentamentos humanos.
Dinâmica na Cobertura e uso do solo - refere-se as alterações no padrão de ocupação ou
cobertura de determinadas parcelas do espaço geográfico.

2.3. Dinâmica dos espaços

Segundo Santos (2007, p. 167), afirma que “o planeta Terra vem construindo sua
história a mais de 3,5 bilhões de anos. É uma história longa e complexa, repleta de
constantes transformações capazes de evidenciar uma sucessão de estados que se
alternam entre situações de não-equilíbrio e equilíbrio, resultando em diferentes
paisagens”.

Uma paisagem é, então, a expressão de processos compostos de uma sequência


de mudanças que ocorreram em uma determinada fracção de tempo. Mudanças que
ocorreram e ainda ocorrem desencadeadas pela acção de agentes naturais em um
passado distante e agentes naturais e humanos no tempo presente. A paisagem que
vemos hoje é um retrato dos acontecimentos do passado e, sem dúvida, não será a
mesma no futuro.

O homem desenvolveu grande capacidade de apropriação e transformação do


meio em que vive, utilizando o quanto o meio possa lhe dar, mas não desenvolveu,
concomitantemente, a consciência e o conhecimento necessário a respeito das
limitações desse espaço, usando-o, muitas vezes, de forma descontrolada e desmedida
(Santos, 2007).

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Santos (2007, p. 170) afirma que “a forma como se dá a ocupação do espaço tem
provocado sucessivos e inúmeros problemas ambientais, como a degradação da
cobertura vegetal, perda de biodiversidade, obstrução e alteração da rede de drenagem,
transmissão de doenças de veiculação hídrica, contaminação e poluição do ar, água e
solo, perda de terras produtivas, desencadeamento de processos erosivos, entre outros
tantos.

Uma vez que o crescimento é um imperativo, impõe-se discutir os instrumentos


e os mecanismos que conciliem obras e projectos desenvolvimentistas com a redução
dos impactos ecológicos e, consequentemente, os custos socioeconómicos.

Toda paisagem possui uma dada configuração espacial e temporal em função do


arranjo e das inter-relações entre os seus componentes. Se um ou mais desses
componentes são modificados, a configuração espacial também será alterada e uma
nova estrutura de paisagem será posta. Pode-se extrair de uma paisagem uma grande
quantidade de informações, considerando todos os seus aspectos e a complexidade que a
envolve. Em estudos de paisagem, pode-se analisar, por exemplo, sua geologia, os tipos
de solos e de relevo, o sistema hídrico, além de algumas características climáticas. É
importante reconhecer a importância de cada informação (Santos, 2007).

Segundo Soares FIlho (1998), para estudar a dinâmica da paisagem, é


necessário, em primeiro lugar mapear os padrões de uso e cobertura da terra,
categorizando-os em função de características médias, para com isso avaliar como cada
elemento da paisagem se relaciona com o outro espacialmente e temporalmente.
2.4. Ocupação desordenada de Espaços

Segundo Turner (1999, p. 208), afirma que “o crescimento urbano desordenado


é o desenvolvimento económico das áreas em torno das grandes cidades, que são
densamente povoadas e frequentemente mais desagradáveis em termos ambientais”.

Neste contexto, construções desordenadas de habitações são construções que não


obedeceram o Plano de Estrutura Urbana, cresceram acelerada e desordenadamente,
fazendo com que as mesmas se tornem cada vez mais problemáticas, afectando a vida
da população, Araujo Filhos, et al (2007, p. 127).

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Em relação ao planeamento urbano é fundamental o parcelamento do solo, sendo
importante trabalhar com a densidade habitacional e a densidade urbana.

Esses indicadores têm maiores possibilidades de serem controlados e


manuseados durante a fase do planeamento, pois possibilitam a avaliação em termos de
ocupação e custos de infra-estruturas, serviços e terrenos. O tamanho do lote, a
ocupação e altura da construção esclarecem os aspectos mais visíveis da densidade e o
total de espaço a ser construído. Definir estes índices é função dos planeadores urbanos
e dos responsáveis pelos projectos de parcelamento e uso do solo. O que é determinado
durante a fase do projecto pode ser reforçado e controlado no planeamento, através das
autorizações para as construções.

Todavia, isto não garante que o planeamento seja efectuado como tal, visto que
muitas vezes a fiscalização é inoperante.

2.5. Causas da Dinâmica do Uso e Cobertura de Solo

Uso e cobertura da terra é um tema básico, pois retrata as actividades humanas


que podem significar pressão e impacto sobre os elementos naturais. É uma ponte
essencial para a análise de fontes de poluição e um elo importante de ligação entre as
informações dos meios biofísicos e socioeconómicos.

Das classes de uso e cobertura da terra, pelo seu potencial como indicador, a
vegetação é um tema muito valorizado. É um elemento do meio natural muito sensível
às condições e tendências da paisagem, reagindo distinta e rapidamente às variações. A
vegetação pode mudar abruptamente, em curtos períodos de tempo e dentro de pequenas
distâncias. Seu estudo permite conhecer, por um lado, as condições naturais do território
e, por outro lado, as influências antrópicas recebidas, podendo-se inferir, globalmente, a
qualidade do meio (Meyer & Turner,1994).

A delimitação da vegetação em datas diferentes indica as mudanças, sua


direcção e a velocidade ao longo do tempo, permitindo compreender o cenário actual e
reconstruir os cenários passados. Além disso, o mapeamento da vegetação é a forma
mais comum encontrada para a tomada de decisões relativas à conservação de
ecossistemas naturais ou à recuperação da cobertura vegetal (Santos, 2004).

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A análise do processo de urbanização, suas consequências e a compreensão da
estrutura e dinâmica da população, são relacionadas com os aspectos demográficos, que
se relacionam diretamente à ocupação física do espaço, no adensamento e expansão das
cidades (Santos, 2004). Outra classe de uso e cobertura da terra destacada são os usos
agro-pecuários. Esta classe representa um uso directo pela humanidade para a produção
de alimentos e mantimentos diversos. Ao mesmo tempo, as áreas agro-pecuárias,
quando não gerenciadas da forma adequada, podem promover danos e impactos
ambientais diversos.

A disponibilidade de imagens de satélite, de uma mesma região da Terra,


espaçadas no tempo, e das ferramentas computacionais presentes nos SIGs permitem
que sejam elaboradas comparações, utilizando a dimensão temporal como uma
qualidade dos dados adquiridos nos distintos instantes, qualificando as informações
obtidas. Esta função do sensoriamento remoto, destinada à análise dos fenómenos
temporais, cíclicos ou não, é conhecida por Detecção de Mudanças no Uso e Cobertura
da Terra ou ainda Avaliação Temporal (Huang et al., 2000).

No contexto das mudanças globais, os levantamentos de Uso e Cobertura da


Terra fornecem subsídios para as análises e avaliações dos impactos ambientais, como
os provenientes de desmatamentos, da perda da biodiversidade, das mudanças
climáticas, das doenças reincidentes, ou, ainda, os inúmeros impactos gerados pelos
altos índices de urbanização e pelas transformações rurais que se cristalizam em um
grande contingente de população sem emprego, vivendo nos limites das condições de
sobrevivência.

Em cada região do País, os problemas se repetem, mas também se diferenciam a


partir das formas e dos tipos de ocupação e do uso da terra, que são delineados a partir
dos processos definidos nos diferentes “circuitos de produção” (Santos, 1988).

2.6. Impactos dos Usos dos Espaços

Pesquisas revelam que o potencial do impacto adverso dessas transformações


depende de sua escala, extensão, padrão espacial e das dinâmicas relações entre usos do
solo. Segundo Meyer & Turner (1994), a mudança de tipo de uso de solo é um processo
dinâmico e complexo que liga sistemas naturais e humanos, tendo impactos directos no
solo, água, atmosfera, biodiversidade e está directamente ligado as questões ambientais.

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Araujo filho, et al (2007), a visão de conjunto do uso da terra e as preocupações
ambientais, com destaque para as demandas de um controle e mitigação das mudanças
do clima, e, mais recentemente, as demandas para a contabilização de mudanças na
cobertura e no uso da terra no contexto do Sistema de Contabilidade Económico –
Ambiental que as Nações Unidas vêm promovendo, e contribuindo para a ampliação da
produção de uma crítica e soluções ao modelo de desenvolvimento.
2.7. Impacto Ambiental

Impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente, resultante de actividades


humanas e natural, com efeito no ar, na terra, na água, na biodiversidade e na saúde das
pessoas. (Roque, 2002).

Cuna (2004), menciona que impacto ambiental é o processo de mudanças sociais


e ecológicas causadas por perturbações (ocupação e/ou construção de um objecto novo)
no ambiente. É a relação entre sociedade e natureza que transforma, diferencial e
dinamicamente o meio ambiente.

Segundo Oliveira & Herrmann (2001), os impactos ambientais tendem a se


multiplicar e a se repetir ao longo do tempo devido ao crescimento urbano realizado por
movimentos espontâneos, estimulados pela especulação imobiliária e pela apropriação
indevida de formas estruturais.

Segundo Silva (2000), crescimento urbano desordenado é o desenvolvimento


económico das áreas em torno das grandes cidades, que são densamente povoadas e
frequentemente mais desagradáveis em termos ambientais.

Ainda segundo o mesmo autor, a configuração de uma área planejada é o


resultado da acção criativa do desenho urbano, através da subdivisão dos terrenos e
áreas específicas do espaço disponível, definindo-se os domínios públicos e privados, as
áreas destinadas às actividades humanas e às circulações de veículo e pedestres. Daí se
explica o facto de a densidade ser altamente influenciada e directamente associada à
morfologia urbana de um assentamento humano, a qual deve ser adequada tanto do
ponto de vista cultural quanto ambiental.

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Portanto, algumas de ocupação do espaço e das construções de habitações no
Bairro de Ndunda não obedeceram o Plano de Estrutura Urbana, e como consequência
desta situação, surgem diversos impactos sócio ambientais.
2.8. Impacto de Uso e Ocupação de Espaços

Heymann et. al (1994) afirma que o uso da terra é composto pelas actividades
antrópicas relacionadas a uma extensão da terra, com a intenção de obter produtos e
benefícios através da utilização dos recurso, ou seja, está relacionado à função
socioeconómica ̵ agricultura, habitação , protecção ambiental da superfície. É o emprego
da cobertura da terra o meio pelo qual a actividade humana se apropria dos resultados
da produção primária liquida, conforme determinado por um complexo de factores
socioeconómico (Skole, 1994).

Neste conceito acima, nota ̵ se que a terra pode ser entendida como o local onde
o solo está, incluindo sua caracterização e outros atributos do meio físico como: relevo,
vegetação, clima, impedimento à mecanização e, ainda, as condições socioeconómicas
não só da região, mas também do uso deste solo.

Novo (1989) explica que o termo Uso da Terra refere-se a utilização cultural da
terra, enquanto o termo cobertura da terra “cobertura da terra” ou ”land cover“ refere se
ao seu revestimento. A autora exemplifica esta diferenciação onde “áreas florestais que,
embora sejam de um só tipo sob ponto de vista de cobertura, podem ter diferentes usos:
lazer, exploração de madeira, reservas biológicas, etc.

Assim, os conceitos relativos ao uso da terra e a cobertura da terra são muitos


próximos, por isso, muitas vezes são usados indistintamente. Cobertura da terra esta
ligada directamente associada com tipos de cobertura natural ou artificial, que é de
factos o que as imagens sensoriamente remoto são capazes de registar. Imagens não
registam actividades directamente. Cabe ao intérprete buscar as associações de
reflectâncias, textuais, estruturas e padrões de formas para derivar normações acercadas
actividades do uso, a partir do que é basicamente informações da cobertura da terra
(Araújo Filho et. al., 2007)

O estudo do uso da terra e ocupação do uso do solo consiste em buscar


conhecimentos de toda a sua utilização por parte do homem ou, quando não utilizado

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pelo homem, a caracterização dos tipos de categorias de vegetação natural que reveste o
solo, como também suas perspectivas localizações. (Rosa, 2007:63).

Segundo Turner et al. (2001) o uso do solo é o estado biofísico da superfície da


Terra e da subsuperficial imediata”, ou seja, o solo descreve o estado físico da superfície
como o tipo e a quantidade de vegetação, materiais terrestres, e consequentes estruturas
humanas, como edifícios e pavimentos, assim como outros aspectos do meio físico
como solos, biodiversidade e água (superficial e subsuperficial) (Briassoulis, 2000 e
Malczewski, 2003).

O uso do solo, por outro lado, é por si próprio o emprego humano dado a uma
determinada ocupação do solo (Malczewski, 2003). O uso do solo envolve a forma em
que os atributos biofísicos do solo são manipulados e a intenção subjacente a essa
manipulação, ou seja, a finalidade para a qual o solo é usado (Tornes et al., 1995). Por
outras palavras, a configuração do uso do solo varia consoante o propósito que serve,
quer seja para produções agrícolas, pecuária, área residencial, recreio, extracção e
processamento de materiais, assim como as características biofísicas próprias do solo
(Briassoulis, 2000).

A terra para além do referido anteriormente, não deve ser confundida com o solo
porque ela é mais ampla e, de acordo com Lespsch (1987), deve ̵ se sempre preferir o
termo terra quando aplicável às avaliações do meio físico, evitando expressões tais
como aptidão dos solos ou aptidão edáfica.

2.9. Qualidade do Ambiente

Segundo Kliass (2010), a qualidade ambiental urbana é o predicado do meio


urbano que assegura a vida dos habitantes dentro dos padrões de qualidade, tanto nos
aspectos biológicos (condições habitacionais, saneamento urbano, qualidade do ar,
conforto ambiental, condições de trabalho, alimentação, sistemas de transporte), quanto
nos aspectos sócio – culturais (percepção ambiental, preservação do património natural
e cultural, recreação, educação).

Conforme Oliveira (2001) As condições de qualidade ambiental são muito


subjectivas e serão boas ou más de acordo com o tipo e a situação da população em
questão, e de como ela se relaciona e percebe o meio ambiente e a vida.

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2.10. Problemas Socio Ambientais

Segundo Santos (2003, pag.126), muitas doenças podem ser consideradas


ambientais porque estão relacionadas directamente com a degradação humana e do
ambiente global. "Os problemas ambientais urbanos constituem, em primeiro lugar, um
atentado generalizado à saúde pública. As doenças prevalecentes ligadas ao ambiente
incluem malária, doenças diarreicas, incluindo cólera, parasitoses intestinais,
intoxicações alimentares e meningite".

O lixo favorece a rápida proliferação de moscas, responsáveis pela transmissão


de doenças várias como sejam as diarreias infecciosas, cólera, amebíase, helmintoses e
outras parasitoses, e ao favorecer, igualmente, a multiplicação de ratos, animais
responsáveis pela transmissão da peste bubónica, o lixo afecta a economia do país ao
concorrer para a redução da vida média efectiva do indivíduo, aumentando a
mortalidade e doenças no seio da população. (CUNA, 2004).

Segundo Muchangos (1994), os numerosos charcos existentes entre as


habitações agravam as condições de salubridade de tal modo que estes bairros são os
mais afectados pelas doenças endémicas tais como a cólera, a malária e a diarreia.

De acordo com Boane (1997), a falta de água para o consumo, condicionam o


recurso a fontes alternativas e de qualidade de água duvidosa e imprópria, aumentando o
risco de ocorrência de enfermidade de vária ordem.

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CAPÍTULO III PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo abordar-se-ão alguns elementos essências como: Desenho de
Pesquisa, método de recolha de dados, a população em estudo, processo de amostragem,
cronograma de Pesquisas, referências bibliográficas.

Para alcance do Objetivo traçado, para o presente trabalho, usar-se-á alguns


métodos que farão com que o objetivo sejam alcançados com eficiência. Para tal neste
ponto será abordado: o tipo de pesquisa, técnicas de pesquisa o universo e amostra.

Metodologia “procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa” GIL


(2002:162). Para a concretização deste trabalho usar-se-á as seguintes metodologias:

3.2. Tipo de pesquisa


Para este item será feita apresentação dos tipos de pesquisa utilizadas neste
trabalho, segundo a seguinte classificação, tipo de pesquisa quanto a abordagem, tipo de
pesquisa quanto aos objetivos e tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos.

3.3. Tipo de pesquisa quanto a abordagem


Sob ponto de vista da abordagem do problema, usar-se-á a pesquisa qualitativa,
pois far-se-á análise e descrição dos impactos Sócios Ambientais Resultantes da
Ocupação do Espaço no Bairro de Ndunda.

3.4. Tipo de pesquisa quanto aos objetivos


Sob ponto do próprio Objetivo da pesquisa, usar-se-á a pesquisa exploratória
cujo ajudará na determinação dos impactos sócios ambientais resultantes da ocupação
do espaco no bairro de Ndunda.

Segundo Gil (2007),”Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar


maior familiaridade com o problema, com vista a torna-lo mais explícito. a grande
maioria dessa pesquisa envolve, levamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
tiveram experiencias praticas com o problema pesquisado.

3.5. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos


Quanto aos procedimentos técnicos far-se-á o estudo de campo. O estudo de
campo pois será realizado por meio de entrevista.

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Assim como por meio de entrevista com vista a obtenção de explicações sobre o
Impacto socio ambientais resultantes da ocupação do Espaço no Bairro Ndunda A
escolha desse tipo de pesquisa, deve-se a necessidade do autor do trabalho, poder
deslocar ao campo para poder se inteirar melhor sobre assunto em estudo.

3.6. Técnicas de colecta de dados


Neste subtítulo, far-se-á a apresentação minuciosa, dos instrumentos utilizados
para a colecta de dados na qual para este trabalho usar-se-á as técnicas de entrevista
semi-estruturada, e observação.

a) Entrevista semi-estruturada

A entrevista constitui num diálogo, entre duas partes, em que uma das partes
recolhe informação, e a outra fornece informações sobre um facto.

Para Gil (2010:109), entende a Entrevista, como sendo uma técnica em que o
investigador se apresenta frente ao investigador e lhe formula perguntas, com o
objectivo de obtenção dos dados que interessam a investiga.

b) Observação

A observação é uma das técnicas importantes na pesquisa, cujo fez-se sentir


deste a formulação do problema, construção das hipóteses, coleta de dados, até a
interpretação de dados.

Observação é o uso de sentidos com vista a adquirir os conhecimentos


necessários sobre o tema em estudo (GIL, 2010:101).

3.7. Universo e amostra de abordagem


De acordo com IVALA (2007:38), “o universo ou população é o conjunto de
seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica”. Neste
contexto constitui como população os habitantes do bairro Ndunda com 5596 famílias.

A amostra constitui o subconjunto do universo ou da população e que consiste


na escolha de uma parte, de tal modo que seja a mais representativa possível de todos, a
partir dos resultados obtidos relativos a essa parte (Lakatos e Marconi, 1999:43).

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Para a recolha de informação relacionada com a pesquisa usar-se-á como
amostra, 100 membros, representando a toda a população.

3.8. Processo de amostragem


Usar-se-á a amostragem aleatória simples que é o processo mais elementar e
mais frequente utilizado. Atribui-se a cada população um número distinto. Se a
população for numerada usa-se esse rótulo. Neste caso para cada instituição superior
iremos enumerar os membros de cada família no sentido de extrair a nossa amostra.

4. Cronograma

Cronograma é a indica o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma das


etapas.

No Actividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1 Escolha do X
tema
2 Levantamento X X
da literatura
3 Elaboração X
do projecto
4 Colecta de X X
dados
5 Tratamento X
de dados
6 Entrega do X
trabalho
7 Defesa do X
trabalho
Fonte: Elaborada pelo autor

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5. Orçamento
No Nomes/materiais Quantidade Preço Unitário Total
01 Papeis 540,00 280,00 MT
02 Canetas e lápis 6 10,00 MT 60,00 MT
03 Impressão 800,00 MT 800,00 MT
04 Transporte e 1000,00 MT 1000,00 MT
lanche
05 Comunicação 300,00 MT 300,00 MT
06 Imprevistos 1000,00 MT 1000,00 MT
07 Copias 500,00 MT 500,00 MT
TOTAL: 4,380,00 MT
A pesquisa está orçada em 4,380,00 MT.

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4. Referência Bibliográfica

1. Gil, A. 1999. Como elaborar projeto para pesquisa? São Paulo.


2. Gil, A. 2002. Pesquisa Social. São Paulo.
3. Fonseca, J. & Martins, G. 2011. Curso de Estatística. São Paulo. Atlas.
4. Araújo, M. (2003). Geografia da População e dos Povoamentos. Maputo
5. Araujo Filho, et al (2007). Sistema de Classificação de uso e cobertura da Terra
na análise de imagens de satélite. Lisboa
6. Aksov, G. (1988). Documento sobre o trabalho sociológico das zonas verdes da
Beira. Beira
7. Boane, A. (1997). Moçambique. Questões do Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável. Maputo
8. Cuna, A. (2004). A problemática de lixo em Meio Urbano. Maputo

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Anexos

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