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Manual de Segurança e Saúde no
Trabalho Mineiro do Transporte Mineroduto
 
 
 

Discente: Dania Macajo (20191022)

Moçambique
2020 1
         
 

Índice

LISTA DE FIGURAS   III  

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS   IV  

1.   INTRODUÇÃO   5  

2.   DISPOSIÇÕES GERAIS   6  
2.1. PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE 6
2.2. DEVERES DO TRABALHADOR 7
2.3. DIREITOS ESPECÍFICOS DO TRABALHADOR 8

3.   DEFINIÇÕES   9  

4.   MINERODUTO   10  

5.   SEGURANÇA E SAÚDE NAS ETAPAS CONSTRUTIVAS DO MINERODUTO  12  

6.   ADVERTÊNCIAS DE SEGURANÇA DURANTE AS ATIVIDADES   18  


6.1.   AMBULATÓRIO   18  
6.2.   LIMPEZA   18  

7.   RECRUTAMENTO/TREINAMENTO/SEGURANÇA DO TRABALHO   20  

8.   A UTILIZAÇÃO DE EPI’S   21  
8.1.   DESCRIÇÃO DE CADA ITEM   22  
8.1.1.   CAPACETE   22  
8.1.2.   MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA   22  
8.1.3.   BOTAS   22  
8.1.4.   AURICULARES   23  
8.1.5.   ÓCULOS DE SEGURANÇA   23  
8.1.6.   LUVAS   23  

9.   CONCLUSÃO   25  

10.   REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA   26  


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
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LISTA DE FIGURAS
 
 
Figura 1: A Grande obra de Engenharia.................................................................... 10

Figura 2: Implantação do duto....................................................................................13

Figura 3: Verificação do material.............................................................................. 14

Figure 4: Espaçadores para armazenamento dos tubos.............................................. 15

Figura 5: Cinta para o deslocamento do tubo............................................................ 17

Figura 6: Pig de limpeza............................................................................................ 19

Figura 7: Capacete .................................................................................................... 21

Figura 8: Máscara...................................................................................................... 21

Figura 9: Botas........................................................................................................... 21

Figura 10:Auriculares................................................................................................ 21

Figura 11: Ocúlos....................................................................................................... 21

Figura 12: Luvas........................................................................................................ 21

Figura 13: O uso correto de EPI................................................................................ 24

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

         3III  
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

EPI’S – Equipamento de Proteção Individual


OIT - Organização Internacional do Trabalho;
SST- Segurança e Saúde no Trabalho

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
  IV 4
 
1. Introdução
 
Este manual serve para se estabelecer na atividades mineira, na garantia de segurança
e saúde nos locais de trabalho por ser um direito de todos os trabalhadores e também
um imperativo constitucional, este manual não pretende substituir leis,
regulamentações ou normas em vigor que estabeleçam requisitos mais rigorosos.

Nos dias de hoje o sucesso das organizações está relacionado com a qualidade das
condições de trabalho que as organizações providenciam aos seus colaboradores.
Desta forma, as condições de Segurança e Saúde no Trabalho, tornam-se importantes
para o aumento da motivação dos colaboradores, o que, por sua vez, resulta num
aumento da competitividade, num aumento da produtividade, e na diminuição de
ocorrência de acidentes e doenças profissionais.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), anualmente, ocorrem


por todo o mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e são declaradas 160
milhões de doenças profissionais, de que resulta a morte de dois milhões de pessoas.

A Segurança e a Saúde no trabalho das atividades Geológico-Mineiras de


Moçambique são regulamentadas pela Lei n° 61/2006, de 26 de dezembro. De acordo
com este decreto legal são responsáveis pela garantia das condições de segurança e
saúde no trabalho tanto os empregadores como os trabalhadores.

Desta forma, a Segurança e Saúde no Trabalho surge cada vez mais, não só como uma
obrigação legal, mas principalmente, como uma necessidade, a vários níveis,
intensificando-se a sua importância nas organizações.

Este Manual tem os seguintes objetivos:

§ Proteger trabalhadores de minas que manuseiam o transporte mineroduto de


perigos e riscos em seu trabalho.

§ Evitar ou reduzir a incidência e gravidade de doenças e lesões com o


transporte de mineroduto.

§ Promover melhoria na segurança e a saúde em minas que manuseiam o


mineroduto.

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2. Disposições Gerais

2.1. Plano de Segurança e Saúde

Segundo o decreto n° 61/2006, capítulo 2, artigo 4 diz:

1. As explorações mineiras devem ser precedidas de um plano de segurança


técnica e de saúde, contendo a seguinte informação:
a) Avaliação dos riscos a que os trabalhadores estejam expostos no
desempenho das suas tarefas, nomeadamente as fontes previsíveis de
incêndio e exploção, utilização, manutenção dos equipamentos e as
condições específicas dos locais de trabalho.
b) Definição e aplicação de medidas adequadas para a prevenção dos
riscos, acidentes de trabalho e doenças profissionais.
2. A elaboração do plano de segurança técnica e de saúde deve ter em conta a
ocorrência de outras actividades e a presença de elementos já existentes no
local e no meio envolvente que, directa ou indirectamente, possam prejudicar
ou condicionar a segurança dos trabalhos e dos trabalhadores.
3. Sempre que houver no mesmo local de trabalho, mais do que uma empresa e
actividade simultânea, o plano de segurança técnica e de saúde deve
identificar a empresa responsável que coordenará a aplicação das medidas
relativas a segurança técnica e de saúde dos trabalhadores, sem que esse facto
reduza a responsabilidade de cada uma delas no que respeita aos respectivos
trabalhadores, num principio de responsabilidade solidária.
4. O plano de segurança técnica e de saúde deve ser revisto anualmente e sempre
que houver alterações, ampliações ou transformações nos métodos ou nas
condições de trabalho.
5. O plano de segurança técnica e de saúde deve ser apresentado as entidades
competentes sempre que for solicitado.

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2.2. Deveres do Trabalhador

Segundo o decreto n° 61/2006, capítulo 2, artigo 7, constituem as obrigações do


trabalhador:

a) Cumprir o regulamento interno da empresa sobre os riscos


profissionais e na manutenção da higiene dos locais de trabalho,
cumprindo as disposições do presente Regulamento e demais preceitos
aplicáveis, bem como as instruções dadas pela entidade que os dirigir;
b) Adquirir conhecimentos sobre higiene, socorrismo e segurança no
trabalho que lhes sejam transmitidos pelo titular mineiro ou pela
entidade competente que superintende a área de Segurança e Saúde
Laboral;
c) Usar correctamente os equipamentos de protecção individual que lhes
forem fornecidos e zelar pelo seu bom estado de conservação;
d) Cumprir as normas e instruções sobre a segurança, em geral e
individualmente e abster-se de quaisquer actos que possam originar
situações de perigo, nomeadamente, alterar, deslocar, retirar, danificar
ou destruir dispositivos de segurança ou quaisquer outros sistemas de
protecção;
e) Comunicar imediatamente ao seu superior hierárquico as situações
anormais, avarias e deficiências de equipamentos e a instabilidade dos
locais, susceptíveis de provocar acidentes;
f) Cuidar e manter a sua higiene pessoal, procurando salvaguardar a
saúde e evitar a propagação de enfermidades contagiosas pelos demais
trabalhadores.

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2.3. Direitos Específicos do Trabalhador
 
Segundo o decreto n° 61/2006, capítulo 2, artigo 8, constituem os direitos do
trabalhador:

1. Sem prejuízo do disposto na legislação laboral constituem ainda direitos do


trabalhador:
a) Abandonar o local de trabalho quando se verifique a existência de
qualquer facto ou situação que ponha em perigo a sua segurança ou
saúde;
b) Escolher os seus representantes para efeitos de participação nas
organizações de segurança e saúde;
c) Requer inspeções e inquéritos ao titular ou operador mineiro através
deste a entidade competente ou outras entidades relevantes, sempre
que haja motivos de preocupação no que respeita a sua segurança e
saúde;
d) Ser informado sobre os perigos inerentes ao exercício da atividade e
sobre os meios ao seu dispor para assegurar a sua segurança e saúde;
e) A informação relativa a sua segurança e saúde.

2. Os representantes referidos na alínea b) do número anterior têm o direito de:


a) Representar os trabalhadores em tudo o que respeita a segurança
técnica e de saúde;
b) Participar nas reuniões das organizações de segurança e saúde
constituídas pelo titular mineiro, detentor de senha mineira ou
operador mineiro;
c) Participar nas inspeções e inquéritos que sejam conduzidos pelo titular
ou operador mineiro no local de trabalho, ligados a assuntos de
segurança e saúde;
d) Participar na elaboração e aplicação do plano de segurança técnica e de
saúde;
e) Serem informados sobre as ações de formação a desenvolver pelo
titular mineiro e sobre as medidas especiais a aplicar nas situações de
risco.

  8
 
3. Definições

O termo perigo refere-se a potencialidade de causar lesão ou dano à saúde das


pessoas.

O termo risco significa a probabilidade de se produzir algo que cause lesão ou dano à
saúde das pessoas, ou pode ser definido como uma grandeza simultaneamente
proporcional à probabilidade de ocorrência de um evento danoso e às dimensões dos
danos potenciais, ou seja: Quanto maior for a probabilidade de ocorrência de um
evento danoso, maior será o risco; e Quanto maior for a gravidade do evento danoso,
maior será o risco.

Entende-se por acidente em mina todo dano sofrido por alguém em decorrência de
trabalho de mineração na área da atividade mineradora, que tenha requerido
tratamento médico ou resulte em perda de consciência ou em morte.

Ocorrência perigosa significa todo fato não previsto em alguma mina capaz de
causar danos ou doenças no trabalho.

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4. Mineroduto

Segundo (Heider, 2010), em seu artigo sustentabilidade na mineração, um Mineroduto


pode ser definido como um sistema de tubulações cujo objetivo é transportar minérios
por longas distâncias de forma que haja menor impacto ambiental se comparado com
os meios mais usuais de transporte. O minério a ser levado por esses equipamentos de
um lado para o outro, pode ser de diversos tipos, como ferro, carvão, bauxita, etc.
Afirma que para haver esse tipo de sistema, uma grande obra de engenharia é
necessária. Isso porque é algo extremamente complexo e que inclui riscos potenciais
de danos físicos e materiais, explica ele.
Heider, conclui citando que, desde a escolha do material utilizado em sua fase inicial
de construção, até a escolha dos ambientes geográficos que servirão para abrigar esse
sistema já na sua fase de execução, são de relevância.    
 
 
 

Figura 1 – A grande obra de Engenharia, segundo Heider

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4.1. Como funcionam os Minerodutos?

A estrutura dos Minerodutos é composta por um cano que transporta uma lama
viscosa chamada polpa com 35% de água e 65% de sólidos que é o minério de ferro.
Esta polpa rica em minério fino é bombeada por centenas de quilômetros até o
processamento final. Além da água acrescida, o sistema de bombeamento também
utiliza energia elétrica para o transporte do material. Com isso, ao atingir certa
velocidade esse material passa a ser movido pela ação da gravidade, entrando em
desaceleração constantemente. Isso ocorre porque evita a pressão excessiva na
tubulação e consequentemente o desgaste do equipamento ou eventuais acidentes.

4.2. Vantagens do Mineroduto

A construção de dutos para transportar minérios é avaliada como a opção menos


poluente e mais barata do que outras alternativas. Assim, temos como exemplo o
transporte por caminhão ou ferroviário que geram emissões de poluentes como
dióxido de carbono e enxofre. Portanto, um mineroduto pode substituir 1,5 mil
caminhões por dia no transporte de 60 mil toneladas de minério. Além disso, outras
vantagens consideráveis para a implantação de um mineroduto são o seu baixo
consumo energético, inexistência de ruídos e a não emissão de Dióxido de Carbono
na atmosfera. Sendo assim, implicaria em baixo investimento financeiro e
minimização dos poluentes na natureza.

4.3. Desvantagens do Mineroduto

A maior preocupação no uso destes sistemas de transporte mineral é o uso do bem


mais precioso e raro para a vida na Terra, a água. Os ecologistas afirmam que a
quantidade de água necessária para bombear o minério, dependendo da distância,
pode abastecer grandes cidades e ignorar este fato seria um grande desperdício. No
entanto, as empresas, alegam a viabilidade do empreendimento com o uso de água
não potável, proveniente dos rios já poluídos, por exemplo. Ademais, uma segunda
opção seria garantir o reaproveitamento de toda água utilizada no processo. De acordo
com os órgãos de proteção ambiental, outra desvantagem que poderia impossibilitar
ou comprometer a aplicação deste projeto é o desmatamento e a terraplanagem de
áreas extensas. Isso poderia afetar a fauna e a agricultura da região.

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5. Segurança e Saúde nas Etapas Construtivas do Mineroduto

Conforme o decreto de Moçambique n° 61/2006, capítulo 2, artigo 5, deve ser


considerado as Etapas Construtivas do Mineroduto de modo a ser precedidas de um
plano de segurança técnica e de saúde.
Etapas Construtivas do Mineroduto:

Ø Negociação das propriedades e o seu estabelecimento

Após efetuado todo o processo de negociação junto aos órgãos públicos, a empresa
deverá contatar, com antecedência, a população dos terrenos atravessados pelo duto,
deverá ser comunicada, por meio de correspondência específica e contato presencial,
do início dos trabalhos de abertura da pista e/ou acessos em suas propriedades, com
antecedência mínima em relação a da data prevista para a entrada das máquinas nas
propriedades. As seguintes premissas deverão ser observadas:

o A população deve ser informada acerca do planejamento de execução da


actividade em seus territórios, sabendo o tipo de actividade, o material a ser
extraído ou transportado e ser informado dos riscos e perigos. O planejamento
deverá ser estendido aos responsáveis pelas diferentes áreas atingidas;

o Os dados relativos da população, deverão ser armazenados em bancos de


dados. No fim das actividades, as declarações de toda a população,
relativamente as actividades executados nas suas respectivas propriedades ou
áreas de atribuição, deverão ser apresentados.

Ø Instalação dos Canteiros de Obra

Os canteiros centrais abrigarão as demais áreas necessárias às atividades construtivas,


tais como áreas para a estocagem de tubos, oficinas, almoxarifados, sanitários,
cozinhas, refeitórios, espaços para lazer, ambulatório, escritório de projetos e
administração, suprimento e distribuição de água e energia e tratamento de efluentes
possuirão utilização temporária, ou seja, enquanto durarem as obras de implantação.

Os critérios a serem considerados, pelos empreiteiros, para a locação dos canteiros


centrais de obras, são:

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o O local da área a ser escolhida deverá ter como requisitos básicos: o tipo de
solo e acessos compatíveis com o porte dos veículos / equipamentos e com a
intensidade do tráfego. Deverá ser dotado de um sistema de sinalização de
trânsito e de um sistema de drenagem superficial, com um plano de
manutenção e limpeza periódica;
o A localização não deverá interferir expressivamente com o sistema viário e de
saneamento básico, sendo necessário contatar órgãos de trânsito, segurança
pública, sistema hospitalar, concessionárias de água, esgoto, energia elétrica,
telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação;
o Os canteiros deverão ser instalados, preferencialmente, em áreas antropizadas,
evitando assim a supressão de vegetação nativa.

Ø Estrutura de Apoio na faixa de servidão

Para as obras de construção e montagem do duto, as estruturas de apoio poderão ser


instaladas nas proximidades das margens ou dentro da faixa de servidão do
mineroduto, tendo em vista a necessidade das estruturas de apoio da montagem das
tubulações. Para a implantação, deve-se obedecer os critérios estabelecidos a seguir,
que serão analisadas, previamente, pela equipe de Meio Ambiente do empreendedor.
Caso essa estrutura de apoio tenha que ser instalado fora da faixa de domínio, tal
situação ocorrerá somente com o conhecimento e, se for o caso, após o parecer
favorável do órgão ambiental competente.

                                               

Figura 2 - Implantação do duto

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Ø Inspeção de recebimento de materiais

Os materiais serão inspecionados logo após o seu recebimento e antes de sua


aplicação na montagem, deverão estar de acordo com os documentos de compra e
especificações de projeto, também deverão ser identificados e certificados, a
identificação deve permitir a rastreabilidade até o certificado de qualidade do
material. Todos os materiais metálicos, quando não identificados e não certificados,
deverão ser submetidos aos ensaios de reconhecimento de aços e ligas metálicas,
confrontando o seu resultado com a especificação solicitada.

Figura 3 - Verificação do material

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Ø Armazenamento e preservação de materiais

O empreendedor, antes do início das actividades, deverá preparar um plano de acesso


às áreas dos canteiros de obra/estocagem de tubos, apresentando uma planta-chave
que indique as estradas principais da região, identificando, as estradas secundárias,
caminhos e trilhas existentes, indicando as sinalizações horizontais e verticais a serem
implantadas. Incluem-se, também, nesse plano, os pequenos novos acessos
provisórios que, porventura, tenham que ser implantados. Esse plano deverá ser
analisado e aprovado, previamente, pelo empreendedor e órgão ambiental. Caso haja
alguma discordância quanto ao uso de algum percurso/acesso, o empreendedor deverá
apresentar alternativas, objetivando sempre a minimização dos impactos ambientais,
principalmente com as comunidades locais. Só serão utilizadas as estradas de acesso
autorizadas.

O armazenamento dos tubos deverá ser feito de modo a se evitar danos e contato
direto com o solo, para tanto serão utilizados suportes almofadados ou espaçadores
apropriados.

Figura 4 - Espaçadores para armazenamento dos tubos

 
 

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Ø Transporte, Distribuição e Manuseio de Tubos e Outros Materiais

As operações de transporte dos materiais, especialmente tubos, deverão ser realizadas


de acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo trânsito na região
atravessada. As ruas, rodovias, e municipais, ou estradas particulares não devem ser
obstruídas durante o transporte e este deve ser feito de forma a não constituir perigo
para o trânsito normal de veículos.

No transporte de tubos, as cargas deverão ser dispostas de modo a permitir amarração


firme, evitando deslizamento ou queda da carga, sem danificar o tubo ou seu
revestimento. Antes de desamarrar a pilha para descarga, deverá ser feita uma
inspeção visual, a fim de verificar se os tubos estão convenientemente apoiados, sem
risco de rolamento. Proteções adicionais deverão ser instaladas a fim de proteger os
ocupantes da cabine do veículo transportador dos tubos, em casos de movimentação
inesperada da carga. Deverá ser mantidos nos locais de armazenamento e nos de
distribuição de tubos ao longo da faixa, pessoal e equipamentos adequados ao
manuseio dos tubos, bem como deverão ser tomados cuidados quanto à manutenção,
segurança e limpeza permanente da área.

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Para o manuseio dos tubos durante carregamento ou descarregamento, deverão ser
feitas por exemplo por uma grua telescópica de esteira que serão usadas cintas de
largura mínima de 80 mm ou ganchos especiais (patolas) para evitar danos nos tubos.
Estes ganchos deverão ser revestidos de material mais macio que o material do tubo,
sendo os ganchos projetados para conformarem-se à curvatura interna dos tubos. Será
dada uma atenção especial à movimentação, posicionamento e levantamento de tubos
depois de curvados, devido à possibilidade de movimentos inesperados provocados
pela mudança em seu centro de gravidade. Com a finalidade de guiar os tubos durante
sua movimentação, cordas deverão ser fixadas nas suas extremidades possibilitando a
sua condução, de modo a evitar golpes inesperados e movimentos bruscos.

Figura 5 - Cinta para o deslocamento do tubo

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6. Advertências de Segurança durante as atividades

Durante a instalação da tubulação no leito da rodovia, deverão ser tomadas todas as


precauções necessárias para minimizar o dano às áreas adjacentes, atrasos de
transporte ao mesmo tempo em que se garanta a segurança dos veículos, pedestres e
trabalhadores, com equipamentos de sinalização , para atender à segurança do tráfego
e cumprir as exigências das autoridades responsáveis pela administração das vias e os
requisitos da documentação do Projeto, onde será previsto, minimamente, dois (2)
funcionários com sinalizadores com rádios portáteis em cada extremidade de trecho.

6.1. Ambulatório

Esta unidade terá como objetivo atender as necessidades da equipe, dentro dos
padrões de segurança, higiene e conforto exigidos pela legislação e pelas normas
técnicas aplicáveis. Será disposto um ambulatório em cada canteiro para assistência à
saúde do trabalhador, o qual abrangerá atividades de saúde ocupacional e de
vigilância em saúde, com o propósito da prevenção e controle de doenças, em especial
as endêmicas da região.
O ambulatório será destinado ao atendimento preliminar, uma vez que, os casos mais
graves deverão ser encaminhados para o hospital mais próximo. Nestes casos de
atendimento de emergência, os trabalhadores contarão com uma ambulância em
horário integral, com um motorista e atendente capacitado em primeiros socorros.

6.2. Limpeza
 
As atividades de limpeza, será realizada de acordo com os requisitos do projeto a se
executar onde os estudos deverão comprovar a viabilidade da captação e do descarte
de água nos pontos indicados e nas vazões máximas, em conformidade com a
legislação moçambicana, incluindo as questões ambientais inicialmente deverá ser
realizada uma lavagem interna no duto, sendo bombeado para seu interior, um volume
de água equivalente a 500 m lineares de duto;
em seguida deverão ser lançados “pigs” de limpeza, compostos de pelo menos 2
discos “guia” e 2 copos cônicos onde os “pigs” de limpeza deverão ser equipados com
escovas de aço pré-tensionadas (raspadores), de modo a cobrir todo o perímetro da
parede interna do duto; em caso de dutos com pintura interna, deverão ser utilizadas

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escovas não metálicas e um novo “pig” de limpeza só deverá ser lançado após o “pig”
anteriormente lançado ter percorrido 500 m lineares no duto. O duto deverá ser
considerado limpo nesta etapa, quando a água descartada imediatamente antes da
chegada do “pig” de limpeza, apresentar visualmente as mesmas características da
água injetada no duto.

Figura 6 – Pig de limpeza

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7. Recrutamento/Treinamento/Segurança do Trabalho

A unidade de recrutamento, treinamento e segurança do trabalho será composta, em


cada canteiro, sala de recrutamento e sala da equipe de Saúde, Meio Ambiente,
Segurança e Comunicação Social, equipada com um sanitário, contendo um conjunto
de lavatório e vaso.

Conforme o decreto de Moçambique n° 61/2006, capítulo 2, artigo 9, todos os


profissionais recrutados serão submetidos ao treinamento de integração antes de
iniciarem suas atividades. Este treinamento tem por objetivo informar aos
trabalhadores noções de segurança do trabalho, saúde ocupacional, vigilância em
saúde e meio ambiente, garantindo, desta forma, que os trabalhadores conheçam os
perigos aos quais estarão expostos, bem como os procedimentos, planos e documentos
operacionais para poder controlá-los.

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8. A Utilização de EPI’s

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é considerado como todo dispositivo ou


produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos
susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O correto uso do EPI não
se limita apenas a proteger o trabalhador mas sim também para evitar prejuízos a
empresa. Os principais EPI’s utilizados na mineração:

  
                           Figura 2 – Capacete Figura 3 – Máscara

Figura 4 – Botas Figura 5 - Auriculares

                                                                             

Figura 6 – Ocúlos Figura 7 – Luvas

     

                               

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8.1. Descrição de cada item
O fornecimento e o uso dos EPI’s estão descritos no decreto n° 61/2006, capítulo 2,
artigo 7, alínea c). Segundo o decreto, cabe a empresa fornecer aos trabalhadores, os
equipamentos de qualidade, adequados contra os riscos existentes no ambiente de
trabalho e controlar o seu uso adequado.
Assim, os trabalhadores ficam protegidos na execução de suas atividades.

8.1.1. Capacete
O uso do capacete é comum que em uma área de mineração, todos tenham que usá-lo.
Isso inclui visitantes ou pessoas que não executam atividades dentro da empresa. Ele
é feito com material especial e tem resistência extra, portanto, ajuda na proteção
contra impactos e contra diversos tipos de imprevistos.

8.1.2. Máscara de proteção respiratória


Os respiradores são extremamente importantes para o desempenho de atividades de
mineração. Eles têm como finalidade evitar que o trabalhador inale partículas
presentes no ar, por exemplo, poeira e pó de minério. Elas “filtram” o ar e retêm
grande parte dessas finas partículas suspensas. Assim, evitando a contaminação dos
trabalhadores e reduz o risco de desenvolver doenças crônicas. Também é ideal para
prevenir o agravamento de doenças já existentes.

8.1.3. Botas
É um EPI de uso obrigatório que deve ser utilizado sempre que o trabalhador estiver
em seu local de trabalho. Sua principal função é manter os pés do trabalhador
protegidos de qualquer perigo externo, sendo essencial para a segurança do
trabalhador e para a sua integridade física. É de responsabilidade do trabalhador
manter a bota conservada, higienizada e bem cuidada para que sua vida útil seja
prolongada. Caso haja qualquer problema com a bota, seja furos, desgaste, defeito, é
essencial que o trabalhador informe o seu empregador para que as medidas
necessárias sejam tomadas.

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8.1.4. Auriculares
É comum que um ambiente de mineração envolva máquinas pesadas, tanto no
transporte quanto na realização de tarefas. Camiões, moinhos e britadores são apenas
algumas das possibilidades que podem gerar elevados níveis de ruído. Eles são
responsáveis por atenuar os ruídos do ambiente sobre os funcionários, adaptando o
som a um nível aceitável e exposição do trabalhador a níveis de ruídos
superiores, pode prejudicar a audição, ocasionando, até mesmo, a perda auditiva
induzida por ruído.

8.1.5. Óculos de segurança


Da mesma maneira que essa poeira mineral pode prejudicar as vias respiratórias, ela
também pode afetar a visão. Por isso, os óculos de segurança estão entre os
equipamentos de proteção individual indispensáveis na mineração. Na prática, ele
preserva a saúde ocular, já que evita o contato das partículas minerais nos olhos. Em
relação aos acidentes, impede que pedaços de rochas e outros componentes atinjam
essa região. Também é uma maneira de garantir a nitidez da visão, o que faz com que
as tarefas sejam executadas com mais segurança e eficiência.

8.1.6. Luvas
O uso de luvas é indispensável ao exercício das atividades de extração mineira e a
manipulação de minérios. Feitas com materiais especiais, oferecem cobertura durável
e resistência à ranhuras. Ao mesmo tempo, não ocorre a perda de movimentos, o que
permite a execução de tarefas de maneira consistente.

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Figura 8 - O uso correto de EPI

Além, dos equipamentos listados acima, existem vários outros que são de uso
obrigatório, como o colete refletor e cinturões. Na hora de escolher o EPI para
mineração, é importante verificar se o dispositivo tem o Certificado de Aprovação e,
levar em consideração os riscos presentes no ambiente.

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9. Conclusão

Na elaboração do manual concluiu-se o quanto é importante se estabelecer a garantia


de segurança e saúde nos locais de trabalho, especificamente na atividade mineira, a
importância de se estabelecer uma segurança e saúde nas etapas construtivas do
mineroduto, que foi baseado na norma n ° 61/2006 das actividades Geológico-
Mineiras de Moçambique, o procedimento nos cuidados a se tomarem com o
transporte mineroduto e com mau manuseamento ou a não manutenção das mesmas
causa o acréscimo dos acidentes., a necessidade de treinamento dos trabalhadores de
modo a informar as noções de segurança do trabalho, saúde ocupacional, vigilância
em saúde e meio ambiente, garantindo, desta forma, que os trabalhadores conheçam
os perigos aos quais estarão expostos, bem como os procedimentos, planos e
documentos operacionais para poder controlá-los e a importância dos equipamentos
de proteção individual numa atividade mineira.

Concluiu-se também que bons padrões de segurança e saúde só podem ser alcançados
quando todos estão capacitados para o trabalho que devem fazer e zelam pela
segurança e saúde no trabalho.

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10. Referência Bibliográfica

ü BOLETIM DA REPÚBLICA, 6º Suplemento - Decreto nº. 61(Imprensa


Nacional de Moçambique ed.).

ü Heider, M. (2010). Sustentabilidade na mineração.


ü Walle, M., & Jennings, N. (2003). Segurança e saúde em minas de superfície
de pequeno porte (1a edição ed.). Brasília .
ü Manual de Segurança e Saúde no Trabalho . (2018). Brasília.
ü Saúde, I. G. (2018). MANUAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
ü https://www.minasjr.com.br/entenda-o-que-e-um-mineroduto/
ü https://www.andritz.com/resource/blob/17838/14aa50b4f6a584ea2a984d51a8
0ef681/aa-simulation-pipelines-pt-data.pdf
ü https://brasil.angloamerican.com/~/media/Files/A/Anglo-American-
Group/Brazil/sustentabilidade/meio-ambiente/parecer-tecnico-ipt-21079-
301.pdf
ü https://blog.safesst.com.br/conheca-8-siglas-importantes-no-universo-da-
seguranca-do-trabalho-e-saude-ocupacional/
ü https://iema.es.gov.br/Media/iema/CQAI/EIA/2013/Mineroduto%20Morro%2
0do%20Pilar/capitulo5.pdf
ü http://www.ecobrasmil.com/?pag=produtos&acao=exibProd&prod=576

ü https://portaldamineracao.com.br/anglo-american-conclui-inspecao-no-
mineroduto/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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