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Características de um indicador de
desempenho
Na formulação dos indicadores de desempenho os seguintes requisitos devem ser
observados:
Indicadores de Segurança
Os principais e mais comuns indicadores de segurança estão associados
à ocorrência do incidente e à sua consequência e, portanto, são indicadores
reativos. O indicador associado à ocorrência é denominado de taxa de frequência e
aquele associado à consequência é denominado de taxa de gravidade. Além destes, é
comum o uso do indicador de intervalo sem a ocorrência de incidentes e alguns outros
indicadores associados a fatores de causa específicos, tais como, aqueles que
avaliam a participação do empregado em segurança, o treinamento em segurança, o
comportamento seguro na execução de atividades, dentre outros.
Indicador de Frequência
A taxa de frequência de incidentes é um dos indicadores largamente utilizado para
avaliar a performance dos processos e das empresas na dimensão da
segurança. Ele representa a mensuração do número de ocorrências de incidentes em
relação ao tempo de exposição às condições perigosas de trabalho, expresso em
horas-homem de exposição. O cálculo deste indicador é orientado pela norma técnica
NBR 14280 publicada em 2001. Segundo esta norma técnica, a taxa de frequência
deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada utilizando a seguinte
expressão:
Onde:
FA é o resultado da divisão ou a taxa de frequência calculada;
N é o número de incidentes ou de acidentados;
H representa as horas-homem de exposição à condição perigosa.
Segundo esta norma técnica, quando não se puder determinar o total real de horas
trabalhadas elas devem ser estimadas multiplicando-se o total de dias de trabalho pela
média do número de horas trabalhadas por dia. Na impossibilidade absoluta de se
conseguir o total, na forma anteriormente citada, e na necessidade de obter-se índice
anual comparável, que reflita a situação do risco da empresa, arbitra-se em 2000
horas-homem anuais a exposição às condições perigosas para cada empregado.
As horas pagas não realmente trabalhadas, sejam reais ou estimadas, tais como as
relativas a férias, licenças para tratamento de saúde, feriados, dias de folga, gala, luto,
convocações oficiais, não devem ser incluídas no total de horas trabalhadas, isto
é, não são consideradas como horas de exposição. Só devem ser computadas as
horas durante as quais o empregado estiver realmente a serviço do empregador. No
caso de dirigente, viajante ou qualquer outro empregado sujeito a horário de trabalho
não definido, deve ser considerada, no cômputo das horas de exposição, a média
diária de oito horas para fins de cálculo das horas de exposição. No caso de mão de
obra subcontratada, de empresas prestadoras de serviços, as horas de exposição
pertinentes devem também ser consideradas.
Algumas empresas adotam a prática e incentivam o relato dos incidentes que não
geraram lesão, comumente denominados de quase acidentes ou incidentes sem
lesão. Nestes casos, é possível também calcular a taxa de frequência para estes
eventos e utilizá-la como um indicador de desempenho da segurança.
Ao comparar taxas de frequência entre empresas ou unidades de empresas é
importante verificar cuidadosamente como são calculadas. No Brasil, o referencial de
cálculo é de 1.000.000 de horas-homem de exposição, enquanto nos Estados Unidos
e alguns países da Europa o referencial de cálculo é de 200.000 horas-homem de
exposição (equivalente a exposição de 100 pessoas, trabalhando 50 semanas numa
jornada de 40 horas semanais). Assim, a taxa calculada, utilizando este referencial,
será cinco vezes menor, comparada ao mesmo cálculo utilizando o critério brasileiro.
É muito comum as empresas buscarem referenciais de desempenho externo,
para definir suas metas e alavancar a melhoria da segurança. Para isso
selecionam a melhor taxa de frequência obtida por outra empresa como alvo a ser
perseguido. Ao fazer isso, é importante conhecer também os critérios definidos para a
classificação dos incidentes, pois eles podem ser diferentes, além do referencial
adotado para o cálculo da taxa propriamente dito.
Indicador de Gravidade
A taxa de gravidade de incidentes é um dos indicadores também utilizado para avaliar
a performance dos processos e das empresas na dimensão da segurança. Ela
representa a mensuração do quão severos são os incidentes, em relação ao tempo de
exposição às condições perigosas de trabalho. O cálculo deste indicador é orientado
pela norma técnica NBR 14280 publicada em 2001. Segundo esta norma técnica, a
taxa de gravidade deve ser expressa em números inteiros e calculada utilizando a
seguinte expressão:
Onde:
Ainda segundo esta norma técnica, não devem ser consideradas como causadoras de
incapacidade permanente parcial, mas de incapacidade temporária total ou
inexistência de incapacidade (caso de lesões sem afastamento) e portanto, não há
dias a debitar, mas sim computar os dias efetivamente perdidos, decorrentes das
seguintes lesões:
Deste modo pode-se expressar o número de dias sem fatalidades, o número de dias
sem incidentes com perda de tempo ou afastamento, o número de dias sem incidentes
sem perda de tempo ou sem afastamento ou simplesmente o número de dias sem
nenhum incidente. Normalmente este e outros indicadores são dispostos em
grandes placares, estrategicamente localizados nas empresas de modo que as
pessoas os vejam de maneira continuada.
Indicador de frequência por unidade
produzida
O outro indicador de frequência utilizado para expressão e avaliação de desempenho
tem a expressão de cálculo similar ao indicador de frequência apresentado
anteriormente, com a diferença apenas no referencial de cálculo que, neste caso, é o
número de unidades produzidas sem a ocorrência de incidentes.
De maneira similar pode-se utilizar este indicador estratificado por classe de incidente
ou mesmo de maneira global, sem nenhum incidente. Uma variação deste indicador é
a inversão do cálculo. Ao invés de expressar o número de unidades produzidas sem a
ocorrência de incidentes, adota-se expressar o número de incidentes por cada
conjunto de unidades produzidas. Por exemplo, em mineração, pode-se utilizar o
indicador definido como “o número de eventos por milhão de toneladas produzidas” ou
a quantidade de produção conseguida sem a ocorrência de incidentes.
Indicador de Severidade
Dentre os indicadores de uso corrente, apenas a taxa de gravidade expressa a
severidade das ocorrências de incidentes e, mesmo assim, só pode ser calculada para
incidentes que geraram perda de tempo ou afastamento do trabalho e para aqueles
dos quais resultaram incapacitação permanente para o trabalho, uma vez que a
expressão de cálculo requer o número de dias perdidos e debitados como expressão
das perdas geradas pelos incidentes.
Deste modo, a gravidade dos incidentes que não geram perda de tempo ou
afastamento do trabalho não é conhecida. Embora a consequência do incidente seja
uma variável qualitativa, é possível transformá-la num indicador, atribuindo valores
a cada uma das classes de consequência, como exemplificado na figura 4, e construir
um indicador de gravidade, incluindo os eventos que não geraram perda de tempo.
Este indicador pode ser construído para expressar a severidade potencial do incidente
de qualquer classe, bastando para isto avaliar e registrar, para cada evento, o número
que representa a sua consequência potencial. Muito frequentemente, um determinado
incidente nem resulta numa lesão, mas poderia ter resultado em fatalidade. Neste
caso, a consequência real é baixa (severidade 1 no exemplo da figura 4) porém, a
consequência potencial é altíssima (potencial de severidade 9 no exemplo da figura 4).
Daí a importância de se definir um indicador para medir as consequências potenciais
dos incidentes que não geram perda de tempo ou afastamento do trabalho.
Outros Indicadores
Na ótica da abordagem de processos, os indicadores apresentados anteriormente
podem ser utilizados para medir e avaliar o efeito, pois estão associados às
ocorrências dos incidentes e suas consequências. A grande maioria dos outros
indicadores é orientada para a medição e avaliação de fatores de causa dos
incidentes, baseados na representação do processo na forma de um diagrama causa-
efeito.
Deste modo, eles são úteis para medir e avaliar os fatores associados à mão de obra,
à máquina, ao meio ambiente, ao método, à matéria-prima, à medida e ao
gerenciamento. No jargão da qualidade, estes indicadores são conhecidos como itens
de verificação, por serem os elementos que podem contribuir para a ocorrência ou
não de um incidente (fatores de causa), enquanto aqueles associados diretamente
com os incidentes são classificados como itens de controle por representarem um
efeito do processo que é o incidente propriamente dito. Sabidamente, no
gerenciamento, não basta medir e monitorar os efeitos.
É preciso também medir e monitorar os fatores de causa, completando assim o ciclo
causa-efeito, em termos de indicadores de gestão da segurança. Exemplos de
indicadores desta natureza: