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1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 31000. Gestão de Riscos –
Diretrizes. Rio de Janeiro, 2018.
2 YATES, F. & STONE, E. The Risk Construct. In: YATES, F. (Ed.). Risktaking Behaviour. Chichester:
Wiley, 1992.
3 WIEDEMANN, P. M. Introduction Risk Perception and Communication. Arbeiten Zur Risko-
Kommunikation Heft 38 Jülich - April (93) (1993), 1993.
A adoção de novas tecnologias – ou empreendimentos tecnológicos de
grandes proporções – sempre esteve associada ao impacto que tais eventos venham
a ter em uma sociedade ou grupos sociais envolvidos.
Entretanto, as análises técnicas de riscos tendem a subestimar (ou ignorar) a
dimensão social, a qual, inevitavelmente, constitui-se num dos principais
determinantes das atitudes/respostas de um indivíduo ou grupo populacional frente
ao(s) perigo(s) a que está(ão) exposto(s).
Os riscos tecnológicos/ambientais, mais do que entidades físicas que existem
independentemente dos seres humanos que os analisam e vivenciam, são processos
de construção social. Neste contexto, os estudos de percepção de risco aparecem
como uma nova área de investigação dentro do campo da análise de riscos, baseada
nas crenças, visões, sensações e interpretações da população/grupo
populacional/indivíduo relacionada(o) com o risco.
A percepção de risco, enquanto uma disciplina cientificamente organizada,
emerge, justamente, a partir da necessidade de entender os contrapontos entre a
percepção de técnicos e “leigos”.
Seus conhecimentos e referenciais teórico-metodológicos vêm sendo
frequentemente utilizados como instrumentos de subsídios a ações/intervenções no
campo da saúde e ambiente, sobretudo para o delineamento de políticas e
estratégias que envolvam práticas de comunicação de riscos (campanhas
informativas/de esclarecimento, assessorias técnicas, cursos de formação e
treinamento etc).
Freitas (2000)4 apresenta três grandes abordagens sobre as quais os atuais
estudos de percepção de risco encontram seus alicerces: A psicológica, a cultural e a
sociológica. A abordagem psicológica é baseada nas opiniões expressas pelas
5 Ibidem.
6 PERES, F. et al. O processo de comunicação relacionado ao uso de agrotóxicos em uma região
agrícola do estado do Rio de Janeiro. Rev. Saúde Pública, 35 (6), 2001.
risco para o entendimento da situação de exposição e da contaminação (humana e
ambiental) por agrotóxicos.
Os riscos relacionados ao regime de uso de agrotóxicos parecem estar bem
definidos para a comunidade científica de um modo geral. As vias de intoxicação, a
toxicidade e os danos à saúde e ao ambiente, por parte destes produtos, aparecem
hoje como conhecimentos claros e bem constituídos de estudos afins, baseando e
evidenciando o risco do uso/produção de tais substâncias.
Porém, estes riscos podem (ou não) passar quase despercebidos pelo usuário
de tais produtos, por motivos que variam do desconhecimento à negação da
existência do risco, como prática de convivência em um processo de trabalho
injurioso (Dejours, 1992)7.
A análise dos dados das entrevistas com os trabalhadores de duas localidades
rurais do município mostrou que aproximadamente 99% dos entrevistados
percebiam algum perigo nas práticas de uso destas substâncias (apenas um
entrevistado não identificou perigo qualquer).
No total, 90% dos trabalhadores, quando perguntados sobre o que achavam
sobre os agrotóxicos (de uma maneira genérica), responderam “perigoso”, “muito
perigoso”, “um perigo”, ou “um troço muito ruim”.
Três responderam que os agrotóxicos eram “necessários”. Porém, quando
perguntados se estes produtos poderiam causar algum problema, relacionaram-nos
problemas de saúde. E outros dois trabalhadores, além dos problemas relacionados
com a saúde, ainda relataram-nos os problemas ambientais.
Os principais sinais/sintomas relatados como “problemas de saúde
relacionados aos agrotóxicos” são dores de cabeça, dores de barriga e tonteiras. Tais
sinais são observados mais frequentemente em episódios de intoxicação aguda, cujo
quadro sintomatológico é bastante forte – convulsões, desmaios etc. –, o que vem a
A avaliação dos riscos estará completa após a avaliação dos controles internos
em funcionamento sobre os riscos atuais e identificados, possibilitando a
determinação do nível de risco residual, que definirá a necessidade e prioridade de
tratamento.
O efeito dos controles na mitigação de riscos consiste em determinar o fator
obtido a partir da análise do grau de efetividade da implementação dos controles. O
risco residual será apurado mediante a multiplicação do valor do risco inerente
apurado na fase de identificação de riscos e na fase inicial de análise pelo fator de
avaliação do controle interno.
Imagem 4 – Fator de avaliação de riscos. Fonte: Governo do Espírito Santo.
Aceitar: Um risco normalmente é aceito quando seu nível está nas faixas de
apetite a risco. Nessa situação, nenhum novo controle precisa ser implementado
para mitigar o risco.
14 AIG. O que são riscos ambientais? A sua empresa está exposta? Saiba como se prevenir.
Disponível em <https://www.negocioseguroaig.com.br/industria/tendencia/riscos-ambientais>
Acesso em: 15 de dezembro de 2021.
A empresa deve conhecer a fundo os ricos inerentes às suas operações. Este
conhecimento deve ser um conhecimento ativo, e não passivo, ou seja, deve-se
conhecer cada risco e posicionar-se frente ao mesmo.
Importa ressaltar que além dos riscos conhecidos, há também os riscos
desconhecidos ou não identificados pela empresa, em decorrência de diversos
fatores, como a inexistência de informações científicas sobre a questão à época.
É essencial a elaboração de um plano de gerenciamento de riscos ambientais,
esteja ele integrado a um plano de gerenciamento geral da empresa ou não. Este
plano deve ser amplo e eficiente.
Analisando-se as possibilidades, todas as empresas devem conhecer os riscos
e saber como atuar no caso de sua ocorrência. Devem ter um plano de ação em
casos emergenciais.
Este conteúdo foi adaptado no todo ou em parte a partir do artigo “Dialogando com o risco: Onde mora o perigo?
Percepção de riscos, ambiente e saúde”. O conteúdo é licenciado sob a forma Creative Commons (CC BY 4.0). A
forma como o conteúdo é aqui apresentado, no todo ou em parte, e eventuais considerações a partir dele, não
refletem a opinião do(s) autor(es). Ref: PERES, F. Debates - Onde mora o perigo? Percepção de riscos, ambiente e
saúde. In: MINAYO, MCS., and MIRANDA, AC., orgs. Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós [online]. Rio de
Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002, pp. 135-148. ISBN 978-85-7541-366-1. Available from SciELO Books
<http://books.scielo.org>. Acesso em: 05 de setembro de 2021.
Este conteúdo foi adaptado no todo ou em parte a partir do artigo “MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS”. O conteúdo é
licenciado sob a forma Creative Commons (CC BY 3.0). A forma como o conteúdo é aqui apresentado, no todo ou em
parte, e eventuais considerações a partir dele, não refletem a opinião do(s) autor(es). Ref: GOVERNO DO ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO. Manual de Gestão de Riscos. Disponível em
<https://repositorio.secont.es.gov.br/bitstream/123456789/143/5/Manual%20de%20Gest%c3%a3o%20de
%20Riscos.pdf> . Acesso em: 15 dez. 2021.
Este conteúdo foi adaptado no todo ou em parte a partir do artigo “GERENCIAMENTO DOS RISCOS EM PROJETOS DE
SOFTWARE: UMA APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO NO CRONOGRAMA DE UM PROJETO”. O conteúdo é
licenciado sob a forma Creative Commons (CC BY 4.0). A forma como o conteúdo é aqui apresentado, no todo ou em
parte, e eventuais considerações a partir dele, não refletem a opinião do(s) autor(es). Ref: CAMARGO DE ABREU, P.
H.; AMORIM, F. R. GERENCIAMENTO DOS RISCOS EM PROJETOS DE SOFTWARE: uma aplicação da simulação de
Monte Carlo no cronograma de um projeto. Revista Interface Tecnológica, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 53-71, 2017. Disponível
em: https://revista.fatectq.edu.br/index.php/interfacetecnologica/article/view/135. Acesso em: 15 dez. 2021.