Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/256493079
CITATIONS READS
9 447
5 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
THE COLOUR OF LABOUR/ #Conceptualizing human biological variability, PhD project View project
PLANNING AND ENGAGEMENT ARENAS FOR RENEWABLE ENERGY LANDSCAPES - PEARLS (https://pearlsproject.org/) View project
All content following this page was uploaded by Maria Eduarda Gonçalves on 27 December 2016.
INTRODUÇÃO
Riscos socio-
Riscos sócio-
-económicos
-económicos Riscos ambientais
14%
14 21
21%
Acidentes
16%
16 689
Ana Delicado, Maria Eduarda Gonçalves
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Tendência actual Tendência futura
Aumentar Manter
..... Diminuir ..... NS/NR
N = 702.
Alterações climáticas
3
Catástrofes naturais
2
Outras respostas
4
Poluição
53
N = 601.
Acidente nuclear
Destruição da camada de
ozono
Contaminação alimentar
Aparecimento de novas
doenças
Catástrofes naturais
Alterações climáticas
Esgotamento de recursos
Clonagem
2,90 3,00 3,10 3,20 3,30 3,40 3,50 3,60 3,70 3,80 3,90
N = 702.
Contaminação da água
da torneira
Incêndios florestais
Contaminação dos
alimentos
Doenças pela poluição
do ar
Acidente numa central
nuclear
Contaminação por
resíduos industriais
Acidente industrial
Marés negras
Cheias
Terramotos
Novos riscos
Riscos tradicionais
Riscos agudos
Riscos crónicos
Riscos de proximidade
Riscos globais
Poluição do ar 24,7
Fábricas/minas 2,6
Inundações/cheias 2,5
Terramotos 1,5
Seca 0,7
NS/NR 8,1%
N = 261.
Hormonas em
animais para
alimentação
m
Lacticínios de gado
com brucelose
Alimentos com
OGM
Frutas com
pesticidas
Marisco
contaminado
Frangos comm
nitrofuranos
Não me interessam
12,3
estes assuntos
Não há nenhum
risco que me 11,9
preocupe
NS/NR 9,5
700 N = 317.
Os portugueses e os novos riscos: resultados de um inquérito
NS/NR 9,7
N = 67.
NS/NR 6,3
N = 635.
NS/NR 1,7
Profissionais de
saúde/médicos
Cientistas/peritos
Associações
ambiente/consumo
a
União Europeia
Jornalistas
Autarquias locais
Estado
Empresas/indústrias
Populações afectadas
Associações
ambientalistas
População em geral
Cientistas
Associações
de consumidores
Autarcas locais
Empresas
Depende
Depende dos
dos Não
Nãosabe/não
sabe/não
orgãos
órgãos de
de responde
responde
informação
informação 66
33
Depende
Dependedosdos
casos/tipo
casos/tipo de
de
risco
risco
6
6
Alarmista
Alarmista
43
43
Insuficiente
Insuficiente
1616
Adequada
Adequada
26
26
N = 702.
Homens
M ulheres
18 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 54 anos
55 a 64 anos
65 e mais anos
Nenhum
Ensino primário
Ensino básico
Ensino secundário
Ensino superior
Estudante
Exerce profissão
Reformado/inc
Doméstica
Desempregado
Nenhum 47,3
N = 702.
Homens 14,2
Mulheres 6,0
18 a 24 anos 14,6
25 a 34 anos 11,1
35 a 44 anos 5,4
45 a 54 anos 17,9
55 a 64 anos 5,7
Desempregado 15,4
Estudante 15,1
Reformado/incapacitado 8,6
Doméstico(a) 2,1
N = 702.
CONCLUSÕES
NOTAS
1
O inquérito foi realizado em 2003, no âmbito do estudo «Novos riscos, tecnologia e
ambiente» do programa OBSERVA — Ambiente, Sociedade e Opinião Pública, que incluiu
ainda três estudos sobre os casos da co-incineração, da doença das vacas loucas e do urânio
empobrecido nos Balcãs. O relatório integral do inquérito pode ser consultado no seguinte
endereço na Internet: http://observa.iscte.pt/v2/docs/03%20Relatorio%20Inquirito.pdf. Agra-
decemos a colaboração, na preparação e análise deste inquérito, de João Ferreira de Almeida,
Cristiana Bastos, Gil Nave, Luísa Schmidt, Hélder Raposo e Mafalda Domingues.
2
A aplicação telefónica do inquérito por questionário foi realizada em Junho de 2003
pela empresa Metris a uma amostra de 700 indivíduos residentes em Portugal continental, em
lares com telefone. 57% dos inquiridos são mulheres, 26% com idades compreendidas entre
18 e 34, 45% entre 35 e 65 e 30% mais de 64 anos. 5% do inquiridos não completaram
qualquer grau de escolaridade, 43% completaram o ensino básico, 24% o ensino secundário
e 27% o ensino superior (a sobrerrepresentação dos grupos mais escolarizados foi equilibrada
com um ponderador). 32% dos inquiridos residem no Norte do país, 31% no Centro, 28%
em Lisboa e Vale do Tejo, 4% no Alentejo e 5% no Algarve.
3
Foram utilizados os seguintes testes estatísticos, considerando-se um nível de significân-
cia inferior ou igual a 0,05: testes de independência (quiquadrado) e medidas de associação (Phi,
V de Cramer) para as variáveis nominais; testes à diferença de médias (análise de variância
ANOVA e T-test) para as variáveis ordinais ou contínuas.
4
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões relativas a catástrofes naturais, esgotamento de recursos, escassez de água potável,
terramotos, cheias e incêndios (alfa de Cronbach = 0,7).
5
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões relativas a acidentes nucleares, à destruição da camada de ozono, à contaminação
alimentar, a novas doenças, a alterações climáticas, à clonagem, a marés negras, a resíduos
industriais, a acidentes industriais, a doenças causadas pela poluição (alfa de Cronbach = 0,8).
6
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões relativas a alterações climáticas, escassez de água potável, destruição da camada de
ozono, contaminação alimentar, clonagem, novas doenças, esgotamento de recursos, conta-
minação por resíduos industriais, contaminação da água da torneira, doenças causadas pela
poluição do ar (alfa de Cronbach = 0,8).
7
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões relativas a catástrofes naturais, acidentes nucleares, terramotos, cheias, incêndios
florestais, marés negras, acidentes industriais (alfa de Cronbach = 0,8). 715
Ana Delicado, Maria Eduarda Gonçalves
8
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões referidas no gráfico n.º 4 (alfa de Cronbach = 0,8).
9
Este indicador compósito foi construído com base na média aritmética das respostas às
questões referidas no gráfico n.º 5 (alfa de Cronbach = 0,9).
10
A equipa do OBSERVA detectou no inquérito «Os Portugueses e o Ambiente II»,
realizado em 2000, uma predisposição generalizada para consumir produtos de agricultura
biológica (70% dos inquiridos) que não tinha correspondência nas práticas quotidianas (apenas
36% declararam já alguma vez ter consumido estes produtos) (Schmidt et al., 2004, p. 205).
11
Indicador construído com base na média das respostas sobre o grau de preocupação com
o conjunto de riscos globais e nacionais acima mencionado (alfa de Cronbach = 0,9).
BIBLIOGRAFIA
ADAM, B., e VAN LOON, J. (2000), «Introduction: repositioning risk, the challenge for social
theory», in idem, Beck, U. (eds.), The Risk Society and Beyond, Critical Issues for Social
Theory, Londres, Sage, pp. 1-31.
BECK, U. (1992), Risk Society. Towards a New Modernity, Londres, Sage.
BECK, U. (1998), «Politics of risk society», in J. Franklin (org.), The Politics of Risk Society,
Cambridge, Polity Press, pp. 9-22.
BECK, U. (1999), World Risk Society, Cambridge, Polity Press.
CABRAL, M. V. (2000), «O exercício da cidadania política em Portugal», in M. V. Cabral,
J. Vala e J. Freire (orgs.), Atitudes Sociais dos Portugueses, Lisboa, Instituto de Ciências
Sociais, pp. 123-162.
CASTRO, P. (2004), «Cultura científica e confiança na ciência em matérias ambientais —
Portugal no contexto da União Europeia», in L. Lima, M. V. Cabral e J. Vala (orgs.),
Atitudes Sociais dos Portugueses — Ambiente e Desenvolvimento, Lisboa, Imprensa de
Ciências Sociais, pp. 79-112.
CASTRO, P., e LIMA, M. L. (2003), «Discursos sobre a ciência num debate ambiental», in
M. E. Gonçalves (org.), Os Portugueses e a Ciência, Lisboa, D. Quixote, pp. 115-155.
COSTA, A. F. DA, ÁVILA, P., e MATEUS, S. (2002), Públicos da Ciência em Portugal, Lisboa,
Gradiva.
COVELLO, V. T., e P ETERS, R. (1996), «The determinants of trust and credibility in
environmental risk communication: an empirical study», in V. H. Sublet, V. T. Covello
e T. L. Tinker (orgs.), Scientific Uncertainty and its Influence on the Public
Communication Process, Dordrecht, Kluwer Academic Publishers, pp. 33-63.
COZZENS, S. E., e WOODHOUSE, E. J. (1995), «Science, government and the politics of
knowledge», in S. Jasanoff, G. E. Markle, J. C. Petersen e T. Pinch (orgs.), Handbook
of Science and Technology Studies, Londres, Sage, pp. 533-553.
DOUGLAS, M. (1985), Risk Acceptability According to the Social Sciences, Nova Iorque,
Russell Sage Foundation.
DUCLOS, D. (1987), «La construction sociale des risques majeurs», in J. L. Fabiani e J. Theys
(orgs.), La societé vulnérable, Paris, Presses de l’École Normale Supérieure, pp. 37-54.
GARCIA, J. L., BARATA, P., e MATOS, G. (2000), «Orientação, cidadania e responsabilização»,
in J. Ferreira de Almeida (coord.), Os Portugueses e o Ambiente. I Inquérito às Repre-
sentações e Práticas dos Portugueses sobre o Ambiente, Oeiras, Celta Editora, pp. 145-
-184.
GIDDENS, A. (2000), «Risco», in A. Giddens, O Mundo na Era da Globalização, Lisboa,
Presença, pp. 31-43.
GONÇALVES, M. E. (1999), «Ciência, controvérsia, participação», in M. E. Gonçalves (org.),
Actas dos V Cursos Internacionais de Verão de Cascais, 3, Os Limites da Ciência, Cascais,
716 Câmara Municipal de Cascais, pp. 157-163.
Os portugueses e os novos riscos: resultados de um inquérito
NELKIN, D. (1995), «Science controversies: the dynamics of public disputes in the United
States», in S. Jasanoff, G. E. Markle, J. C. Petersen e T. Pinch (orgs.), Handbook of
Science and Technology Studies, Londres, Sage, pp. 444-456.
NUNES, J. A., e MATIAS, M. (2003), «Controvérsia científica e conflitos ambientais em
Portugal: o caso da co-incineração de resíduos industriais perigosos», in Revista Crítica
de Ciências Sociais, 65, pp. 129-150.
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS (1998), Relatório do Inquérito à Cultura
Científica dos Portugueses 1996/1997, Lisboa, OCT.
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS (2000), Resultados do Inquérito à Cultura
Científica dos Portugueses 2000 (versão provisória), Lisboa, OCT.
PERETTI-WATEL, P. (2001), La société du risque, Paris, La Découverte.
SCHMIDT, L. (2003), «Ciência, democracia e gestão dos riscos ambientais», in M. E. Gonçalves
(org.), Actas dos VIII Encontros Internacionais de Cascais — 2002, Cascais, Câmara
Municipal de Cascais.
SCHMIDT, L., TRUNINGER, M., e VALENTE, S. (2004a), «Problemas ambientais, prioridades e
quadro de vida», in J. Ferreira de Almeida (coord.), Os Portugueses e o Ambiente, Oeiras,
Celta Editora, pp. 65-172.
SCHMIDT, L., VALENTE, S., e PINHEIRO, J. (2000), «País: percepção, retrato e desejo», in J.
Ferreira de Almeida (coord.), Os Portugueses e o Ambiente. I Inquérito às Representações
e Práticas dos Portugueses sobre o Ambiente, Oeiras, Celta Editora, pp. 33-101.
SCHMIDT, L., VALENTE, S., e TRUNINGER, M (2004b), «Riscos ambientais e riscos alimentares:
percepções e atitudes», in J. Ferreira de Almeida (coord.), Os Portugueses e o Ambiente,
Oeiras, Celta Editora, pp. 173-236.
SLOVIC, P., FISHOFF, B., e LICHTENSTEIN, S. (2002a), «Rating the risks», in P. Slovic, The
Perception of Risk, Londres, Earthscan, pp. 104-120.
SLOVIC, P., FISHOFF, B., e LICHTENSTEIN, S. (2002b), «Facts and fears: understanding perceived
risks», in P. Slovic, The Perception of Risk, Londres, Earthscan, pp. 137-153.
SLOVIC, P. (2002), «Informing and educating the public about risk», in P. Slovic, The
Perception of Risk, Londres, Earthscan, pp. 182-198.
SUBLET, V. H. (1996), «Scientific uncertainty in risk communication: an international
perspective», in V. H. Sublet, V. T. Covello e T. L. Tinker (orgs.), Scientific Uncertainty
and its Influence on the Public Communication Process, Dordrecht, Kluwer Academic
Publishers, pp. 1-25.
THEYS, J. (1987), «La société vulnérable», in J. Theys e J. L. Fabiani (orgs.), La société
vulnérable, Paris, Presses de l’ École Normale Supérieure, pp. 3-36.
VALADAS DE LIMA, A., e GUERRA, J. (2004a), «Ambiente e cidadania: dimensões da mobilização
ambiental e quatro países europeus», in L. Lima, M. V. Cabral e J. Vala (orgs.), Atitudes
Sociais dos Portugueses — Ambiente e Desenvolvimento, Lisboa, Imprensa de Ciências
Sociais, pp. 113-155.
VALADAS DE LIMA, A., e GUERRA, J. (2004b), «Degradação ambiental, representações e novos
valores ecológicos», in J. Ferreira de Almeida (coord.) (2003), Os Portugueses e o
Ambiente, Oeiras, Celta Editora, pp. 7-64.
VAN LOON, J. (2002), Risk and Technological Culture: Towards a Sociology of Virulence,
Londres, Routledge.
W ILKINSON, I. (2001), «Social theories of risk perception: at once indispensable and
insufficient», in Current Sociology, 49 (1), pp. 1-22.
WYNNE, B. (1996), «May the sheep safely graze? A reflexive view of the expert-lay
knowledge divide», in S. Lash, B. Wynne e B. Szerszynski, Risk, Environment and
Modernity — Towards a New Ecology, Londres, Sage, pp. 44-83.
WYNNE, BRIAN (2002), «Risk and environment as legitimatory discourses of technology:
718 reflexivity inside out?», in Current Sociology, vol. 50 (3), pp. 459-477.