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FGV LAW

DISCIPLINA OPTATIVA
COMUNICAÇÃO DE RISCOS

Profa. Dra. Cilene Victor

Síntese de Plano de Comunicação de Riscos

Checklist

A elaboração de uma síntese de plano de Comunicação de Riscos (CR), atenta aos


desafios e às potencialidades da sociedade de riscos e da hiperconectividade, deve
observar, considerar e contemplar uma série de dados e informações sobre o caso
escolhido. Para facilitar o levantamento dos dados, elaborei esta checklist com foco
nas principais informações que vocês precisam ter sobre o caso.

1. Informações básicas sobre a empresa ou instituição para a qual o plano de


comunicação de riscos (CR) será proposto.

2. O caso – explicar se é um risco que ainda não virou crise ou uma crise que
anunciou a chegada de novos riscos. Lembre-se: quando for uma crise já
consumada, o plano de CR será para os riscos que surgem a partir da crise.

3. Data e contexto:
1. Data e contexto da crise: quando for um plano de CR para os riscos que
surgiram de uma crise.
2. Contexto: quando for um plano de CR para riscos que ainda não viraram
uma crise

Observação: a crise tem uma data, pois ela é episódica, já o risco tem apenas o
contexto, pois trata-se de uma construção social que não tem uma data em si, mas o
contexto que anuncia a sua chegada.

4. Porta-voz: definir quem será a pessoa (cargo/função/departamento) da


instituição ou empresa para a qual o plano de CR será proposto. Não se
esqueçam de considerar o grau de credibilidade e confiabilidade que essa
pessoa/departamento deve ter diante da opinião pública e do público atingido
ou exposto ao risco.

5. Definição das pessoas (ou cargo, função ou departamento) que serão


interlocutoras nesses quatro modelos de comunicação de riscos para o caso
escolhido:

Modelo 1 Intrainstitucional:
Modelo 2 Interinstitucional:
Modelo 3 Midiático:
Modelo 4 Direto/Comunitário:

6. Identificação dos recursos e processos comunicacionais (tipos de canal), como


câmaras técnicas, audiências públicas, visitas técnicas, portas abertas, reuniões,
comitê de crise/riscos, coletivas de imprensa e notas públicas, para viabilizar a
comunicação de riscos (interação, diálogo, discussão, troca de informações e
impressões) entre os interlocutores de cada modelo de CR.

Intrainstitucional:
Interinstitucional:
Midiático:
Direto/Comunitário:

7. Identificação de recursos de media interventions para cada um dos modelos.


Exemplos: portal multimídia para o caso, uma série de podcast, uma série de
vídeos explicativos, animação, webstories, cartilhas interativas, videoaulas,
entre outros.

Intrainstitucional:
Interinstitucional:
Midiático:
Direto/Comunitário:

8. Identificação dos desafios e das potencialidades da escolha do desenho do


plano de comunicação de riscos a ser proposto.

1. como o plano vai explorar as potencialidades da mídia (tradicional) e das


mídias sociais
2. como o plano vai explorar as potencialidades do contexto no qual o caso se
insere
3. como o plano vai lidar com os desafios da ampliação social dos riscos,
sobretudo em decorrência de sua repercussão na mídia e nas mídias sociais
4. como o plano vai gerenciar os desafios impostos pela propagação de
rumores, fake news e desinformação; pela relação risco-benefício; pelas decisões
verticalizadas; entre outros fenômenos

9. Informações que devem ser consideradas na elaboração de um plano de


comunicação de riscos:

a. como se deu a identificação do risco


b. se o risco foi avaliado subjetiva ou objetivamente
c. se a tomada de decisão acerca do risco foi verticalizada (imposta, sem escuta
das partes) ou horizontalizada (decisões plurais, com participação dos atingidos
ou de seus representantes)
d. definição do perfil do público atingido diretamente pelo risco – perfil
demográfico e inferido
e. definição do perfil do público atingido indiretamente pelo risco – perfil
demográfico e inferido

Vejamos um exemplo: O público diretamente atingido pelo risco de ataques a creches


e escolas é formado por crianças e, consequentemente, pelos seus responsáveis, por
educadores, diretores e pessoal de apoio, como merendeiras e inspetores. Já o público
indiretamente atingido por esse risco é bem amplo, como estudantes universitários,
docentes e funcionários de universidades, sindicatos e associações da área da
educação. Quando consideramos os apelos e impactos de casos que envolvem
crianças, o público tende a se estender à sociedade e à opinião pública como um todo.

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