TEMA: ESTUDO DE CASO – CRISE DE IMAGEM NA EMPRESA NATUAL
A gestão da imagem das instituições é parte integrante da atividade de
relações públicas. Demora-se anos para construir uma imagem favorável de uma marca, porém um evento negativo pode facilmente comprometer esse trabalho, sobretudo na era das mídias sociais, em que a comunicação é cada vez mais veloz e dinâmica. Assim, para lidar com a crise de imagem da Natural devido à associação com a digital influencer, a empresa precisa comunicar-se com agilidade e confiabilidade, considerando todos os públicos afetados. Primeiramente, é necessário conhecer os fatos, manifestando-se rapidamente. Ainda que não esteja a par de todos os pormenores da situação, a organização deve comunicar, nas mídias da instituição, as medidas que estão sendo tomadas a respeito, evitando assim especulações de terceiros e assumindo o controle da comunicação. Por meio de reuniões com autoridades, a equipe de comunicação e o comitê de crise, caso houver, devem alinhar alternativas de enfretamento à crise e escolher e instruir o porta-voz que representará a empresa nos discursos e nas entrevistas com a mídia. No processo de comunicação, é essencial transmitir honestidade, transparência e credibilidade aos públicos, tendo como mensagens-chaves os valores da organização, enfatizando que a empresa não compactua com as atitudes da influenciadora. A Natural deve assumir a culpa do episódio para si e pedir desculpas sinceras aos seus consumidores pelas falas da digital influencer. O posicionamento da marca deve ser divulgado nos diversos canais institucionais (intranet, e-mail, site oficial, mídias sociais, sala de imprensa virtual), valendo-se de pronunciamentos, entrevistas, notas e releases à imprensa, adaptando as mensagens aos diferentes stakeholders, inclusive ao público interno, construindo um planejamento de divulgação. É preciso ainda acompanhar a eficácia das ações de comunicação. Por meio do clipping de imprensa e do monitoramento de mídias socias, pode-se mensurar, quantitativa e qualitativamente, a evolução diária das menções à marca nesses espaços. Na gestão das mídias sociais, é indispensável atualizar as informações sobre o caso com frequência e interagir com o público, respondendo com franqueza e cortesia aos comentários das postagens, demonstrando comprometimento da empresa perante seus consumidores. Por fim, a etapa pós crise não deve ser ignorada. Ao documentar os elementos que desencadearam a crise, as ferramentas que a identificaram e as medidas que se mostraram eficazes em seu gerenciamento, a empresa disporá de informações-guia sobre como agir em situações semelhantes no futuro. A partir desse diagnóstico, a instituição pode inclusive construir políticas de comunicação, manuais de atuação em mídias sociais, programas de media training e planos de enfretamento de crises de imagem. As instituições sempre estão sujeitas a crises de imagem. Não há receita mágica para lidar com tais eventos negativos. Porém, planejar discursos estratégicos, comunicar com agilidade e credibilidade, interagir com os públicos e aprender com erros e acertos podem, de forma integrada, minimizar e até mesmo reverter os danos à imagem da instituição no caso em questão, fortalecendo sua reputação. BIBLIOGRAFIA
DREYER, B. M. Relações públicas na contemporaneidade: contexto, modelos
e estratégias. São Paulo: Summus, 2017.
FORNI, JOÃO JOSÉ. Gestão de crises e comunicação: o que gestores e
profissionais de comunicação precisam saber para enfrentar crises corporativas. São Paulo: Atlas, 2022.