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3 METODOLOGIA

A metodologia a ser empregada no atendimento a NR-12 é descrita no fluxograma da Figura 2.


Em vistas do objetivo deste trabalho que se concentra na elaboração da apreciação de riscos, os
demais itens não serão explorados, contudo, cada item tem o seguinte significado:
 INVENTÁRIO
O inventário é requisito obrigado e deve ser elaborado por profissional qualificado ou
legalmente habilitado, estando sempre atualizado com informações de identificação por
tipo, capacidade, sistemas de segurança e localização esquemática.
 APRECIAÇÃO DE RISCOS (INICIAL)
Deve ser elaborado por profissionais legalmente habilitados no qual o processo
completo que compreende a análise de risco e a avaliação de risco do cenário atual das
máquinas. Apresentando os perigos da máquina com informações qualitativas e
quantitativa dos riscos e categoria de segurança para cada função de segurança.
 PROJETOS DE SEGURANÇA MECÂNICA E ELÉTRICA
Os projetos de segurança devem ser elaborados por profissionais legalmente
habilitados, os quais devem considerar a apreciação de riscos da máquina. É composto
pelos diagramas, memoriais descritivos, cálculos etc. São orientados pelas normas
técnicas nacionais vigentes e nas internacionais aplicáveis com o objetivo de reduzir o
risco de forma adequada.
 IMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS
Etapa de aplicação dos projetos de segurança, isto é, seguindo-se o que foi proposto nos
projetos, implementa-se sem desvios obedecendo criteriosamente todas as
especificações técnicas.
 APRECIAÇÃO DE RISCOS (VALIDAÇÃO)
Igualmente a apreciação de riscos inicial, contudo, tem como principal objetivo validar
se as medidas propostas e implementadas obtiveram êxito na redução adequada do
risco, por isso, é comumente utilizado a comparação numérica do risco final com o
inicial.
 CAPACITAÇÃO
Os operadores devem ser capacitados na operação segura da máquina conforme
requisitos do Anexo II da NR-12 que entre outros aspectos preparam os trabalhadores
no conhecimento de aplicação dos sistemas de segurança implementados na máquina.

Figura 2 - Fluxograma atendimento NR-12

Apreciação de Riscos
(inicial)
Inventário
Projetos de Segurança
Mecânica e Elétrica

Implementação dos Projetos

Apreciação de Riscos
(validação)

Capacitação

Fonte: próprio autor, 2018.


Todas as etapas descritas no fluxograma são de fundamental importância no processo de
adequação de máquinas e equipamentos, todavia, o objetivo deste trabalho se limita a exposição
das metodologias empregadas na elaboração da Apreciação de Riscos.
 Apreciação de Riscos
Para o desenvolvimento da apreciação de riscos, utiliza-se a NBR ISO 12100:2013 - Segurança
de máquinas — Princípios gerais de projeto — Apreciação e redução de riscos. A Figura 3
apresenta um fluxograma extraído da referida norma que orienta os passos e procedimentos para
elaboração da apreciação de riscos.
Figura 3 - Fluxograma Apreciação de Riscos

[2]

Para a estimativa e avaliação dos perigos é comumente utilizado o método HRN – Hazard
Rating Number (Número de Avaliação de Perigos). Mundialmente reconhecido, o HRN é
frequentemente usado na apreciação de riscos de máquinas e equipamentos, classificando os
riscos de raro a extremo.
Os parâmetros utilizados por este método são:
 A probabilidade de ocorrência (LO) de estar em contato com o risco
 A frequência de exposição ao risco (FE)
 O grau de severidade do dano (DPH)
 O número de pessoas exposta ao risco (NP)
Onde o HRN encontrado é estabelecido através da expressão matemática abaixo:
HRN = LO X FE X DPH X NP
Os parâmetros utilizados por este método, bem como suas variáveis estão elencados na Tabela
2.
Tabela 2 - Parâmetros do método HRN e suas variáveis
Parâmetros Utilizados pelo Método HRN (Hazard Rating Number)
Probabilidade de Ocorrência (LO)
0,033 Quase impossível Pode ocorrer em circunstâncias extremas
1 Altamente improvável Mas pode ocorrer
1,5 Improvável Embora concebível
1 2 Possível Mas não usual
5 Alguma chance Pode acontecer
8 Provável Sem surpresas
10 Muito provável Esperado
15 Certeza Sem dúvida
Frequência da Exposição (FE)
0,5 Anualmente
1 Mensalmente
2 1,5 Semanalmente
2,5 Diariamente
4 Em termos de hora
5 Constantemente
Grau de Possível Lesão (DPH)
0,1 Arranhão / Escoriação
3 0,5 Dilaceração / corte / enfermidade leve
1 Fratura leve de ossos - dedos das mãos / dedos dos pés
2 Fratura grave de ossos - mão / braço / perna
4 Perda de 1 ou 2 dedos das mãos / dedos dos pés
8 Amputação de perna / mão, perda parcial da audição ou visão.
Amputação de 2 pernas ou mãos, perda parcial da audição ou visão em ambos
10
ouvidos ou mãos.
12 Enfermidade permanente ou crítica
15 Fatalidade
Número de Pessoas sob Risco (NP)
1 1 - 2 pessoas
2 3 - 7 pessoas
4
4 8 - 15 pessoas
8 16 - 50 pessoas
12 Mais do que 50 pessoas
A Tabela 3 apresenta o grau de risco e o range de perigo que pode ser calculado.
Tabela 3 - Grau de risco e range de perigo
HRN Risco Comentário
0-1 Raro Apresenta um nível de risco muito pequeno.
1-5 Baixo Apresenta um nível de risco a ser avaliado.
5 - 50 Atenção Apresenta riscos em potencial.
Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança no prazo
50 - 100 Significativo
máximo de uma semana.
Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança no prazo
100 - 500 Alto
máximo de um dia.
Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança
> 500 Extremo
imediata.
Utilizando-se deste método chega-se a um range de risco de 0,00165 representando o nível de
risco mais baixo possível classificado como raro ou > 500 representando o nível de risco mais
alto possível classificado como extremo.
Conforme requisitos da NR-12, faz-se necessário atribuir categoria de segurança para cada
máquina/equipamento, portanto, utiliza-se a NBR 14153 - Segurança de máquinas — Partes de
sistemas de comando relacionados à segurança — Princípios gerais para projeto.
A Figura 4 apresenta fluxograma de como definir a categoria de segurança.
Figura 4 - Seleção de categoria
Categoria
B 1 2 3 4

S1

P1
F1

P2
S2
P1
F2

P2

S - Severidade do ferimento P- Possibilidade de evitar o perigo


S1 - Ferimento leve (normalmente reversível) P1- Possível sob condições específicas
S2 - Ferimento sério (normalmente P2 - Quase nunca possível
irreversível) incluindo morte
F - Frequência e/ou tempo de exposição ao B, 1 a 4 Categorias para partes relacionadas
perigo à segurança de sistemas de comando
F1- Raro a relativamente frequente e/ou baixo Categorias preferenciais para pontos de
tempo de exposição referência.
F2- Frequente a contínuo e/ou tempo de Categorias possíveis que requerem
exposição longo medidas adicionais.

Medidas que podem ser


superdimensionadas para risco relevante.
[6]

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