Você está na página 1de 8

DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

AVALIAÇÃO DE RISCOS

1. OBJECTIVO 2
2. ACÇÕES PRELIMINARES 2
2.1. Identificação dos objectos a que será aplicada a APR 2
2.2. Estabelecimento Qualitativo das Categorias de Riscos 2
2.3. Avaliação Qualitativa de Consequências e Estabelecimento do Grau de Severidade 3
2.4. Selecção dos Alvos 3
2.6. Estabelecimento da Matriz de Níveis de Aceitabilidade de Riscos 3
3. Modo de Proceder 4
3.1. Acções da APR 4
3.1.1. Identificação dos perigos/alvos 4
3.1.2. Análise e Avaliação de Risco 5
3.1.3. Estabelecimento e Selecção de Medidas de Controlo de Risco (Acções Correctivas) 5
3.1.4. Reavaliação dos níveis de riscos 6
3.2. Registos 6
4. Tabelas Qualitativas de Avaliação 6

REV.01 Pág. 1 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

1. OBJECTIVO
Segundo a Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro e a Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro, o empregador
deve proceder à avaliação dos riscos inerentes à actividade de cada trabalhador, tendo em
consideração a condição física e psíquica dos mesmos.
A avaliação de riscos deve ser efectuada antes do inicio das actividades (avaliação preliminar de
riscos – APR) e, posteriormente, de seis em seis meses e sempre que se verifiquem alterações nas
condições de trabalho.
O objectivo da presente memória traduz-se em estabelecer o modo de execução e aplicação da
técnica de identificação de perigos e análise de riscos denominada de Análise Preliminar de Riscos
(APR) ou ainda Análise Preliminar de Perigos.
Este método de avaliação de riscos define o modo de actuação para a identificação dos perigos, a
valoração, avaliação, hierarquização e controlo dos riscos associados às actividades e processos de
forma a determinar aqueles que poderão ser tolerados e não tolerados. Nesta avaliação de riscos
estão devidamente identificadas as adequadas medidas preventivas a adoptar face aos respectivos
riscos.

2. ACÇÕES PRELIMINARES

2.1. Identificação dos objectos a que será aplicada a APR


O objecto poderá ser limitado pela sua fronteira física, pela sua fronteira funcional, pela
fase/condição de operação:
 PO – Projecto
 CO – Construção
 NL – Normal (exploração)
 PM – Paragem
 AE – Arranque
 EM – Emergência

2.2. Estabelecimento Qualitativo das Categorias de Riscos


Os riscos identificados, associados a um evento perigoso, serão categorizados segundo um Nível de
Riscos (NR) que se apresenta na Tabela A. Estes níveis de risco bem como as acções/medidas de
controlo recomendadas estão directamente relacionados com os critérios de “aceitabilidade de
riscos”.

REV.01 Pág. 2 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

2.3. Avaliação Qualitativa de Consequências e Estabelecimento do Grau de Severidade


Da exposição a um determinado risco advêm consequências (danos ou perdas) que podem ser
diversas.
Assim para se fazer a análise das consequências devemos escolher o evento perigoso de nível
adequado e considerar a consequência esperada de maior gravidade. A Tabela B estabelece os
graus de gravidade para as consequências esperadas de um evento danoso.

2.4. Selecção dos Alvos


Para uma clara avaliação de consequências associadas a um evento danoso é preciso estabelecer
o Alvo, objecto do estudo, ou seja aquele ente que poderá estar sujeito a uma acção de um agente
agressivo. O alvo é essencialmente Humano mas poderá ser também Patrimonial ou Ambiental e há
que ser estabelecido antecipadamente:
 F – Funcionários
 C – Comunidade
 I – Infra-estruturas
 O – Outros
 P – Produto
 A – Ambiente
 V – Visitas
 E – Equipamentos

2.5. Avaliação Qualitativa de Frequências e Estabelecimento de Categorias de Frequências


Outro factor de risco associado a um evento é a sua probabilidade da ocorrência. A sua avaliação
qualitativa directa será feita por comparação do evento analisado com o que é esperado ocorrer e
está apresentada na tabela de níveis de probabilidade apresentada na Tabela C.

2.6. Estabelecimento da Matriz de Níveis de Aceitabilidade de Riscos


A avaliação qualitativa de risco será feita combinando a Tabela de probabilidade (Tabela C), a
Tabela de gravidade (Tabela B) e a Tabela de Níveis de Risco (Tabela A) produzindo a Matriz de
valorização de Riscos conforme mostrada na Tabela D. Note-se que a construção dessa matriz
baseia-se em avaliações subjectivas e ao utilizá-la devemos sempre lembrar que o produto de duas
grandezas avaliadas qualitativamente também é qualitativo e apresenta maior grau de
subjectividade que os seus factores (frequência e consequência).

REV.01 Pág. 3 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

3. Modo de Proceder
A execução do APR seguirá o estabelecido no seguinte fluxo simplificado do processo:

IDENTIFICAR/
1 VERIFICAR
4 PERIGOS

PERIGO 1 PERIGO 2 PERIGO 3 PERIGO p

Alvo 1 Alvo 2 Alvo 3 Alvo a

2 AVALIAR AVALIAR Repetir para cada


GRAVIDADE PROBABILIDADE combinação
4 ALVO/PERIGO
(Pior caso)

3 ANALISAR
RISCO
4

Usar a Matriz
AVALIAR Categoria de
RISCO Riscos

4
4 ESTABELECER
MEDIDA DE CONTROLO
E REAVALIAR

3.1. Acções da APR

3.1.1. Identificação dos perigos/alvos

Há que se notar que um perigo pode:


 Ter um ou vários alvos, dependendo do objecto do estudo.
 Aparecer em uma ou várias fases da operação
 Ter um risco associado que varia de alvo para alvo e de fase operacional para fase
operacional
 Não ser identificado até que ele produza um evento danoso.

REV.01 Pág. 4 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

Não se deve confundir um perigo com as suas consequências! Para se evitar isto o perigo deve ser
descrito através da seguinte sequência (não necessariamente nesta ordem):

AGENTE AGRESSIVO (OU FONTE AGRESSIVA) MECANISMO RESULTADO

3.1.2. Análise e Avaliação de Risco


Para cada combinação Perigo/Alvo, em cada Fase Operacional, há que se avaliar:
 A gravidade (pior consequência esperada associada ao evento em análise)
 A Probabilidade de ocorrência (decorrente do pior cenário crível)
 Consultar a Matriz de Níveis de Aceitabilidade de Riscos

3.1.3. Estabelecimento e Selecção de Medidas de Controlo de Risco (Acções


Correctivas)
Estas medidas de controlo poderão eliminar ou minimizar os riscos por redução do grau de
gravidade potencial associado, por diminuição da probabilidade de ocorrência ou por combinação
dos dois factores. Para facilitar o estabelecimento de Medidas de Controlo poderá ser utilizada uma
lista de verificação.
Em função do Nível de Risco e com o auxílio da Tabela de Categoria de Riscos estabeleça as
medidas de controlo:

a. Seguindo sempre a hierarquia de eficácia conforme tabela abaixo.


Hierarquia Categorias Características
Eliminação do perigo ou substituição do sistema,
Alteração de Projecto (P) equipamento ou produto através de modificações
fundamentais no projecto

Controlos de Engenharia (E)


Instalação de dispositivos activos de protecção
Instalação de alarmes, sinalização de segurança e
Dispositivos de Aviso (A) adopção de controlos administrativos (ex. controlo de
acessos)
Instalação de dispositivos passivos de protecção,
Dispositivos de Segurança (S)
Disponibilização de EPI e EPC

Treino/Procedimentos (T) Formação e treino de pessoas. Estabelecimento de


PRO/ITR operacionais.

REV.01 Pág. 5 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

b. Examinando cada medida de controlo quanto a:


 Sua real eficácia para o risco identificado;
 Praticabilidade da sua implementação;
 Custo previsto;
 Introdução de novos perigos (se SIM, propor novas medidas);
 Redução da performance geral do sistema (se SIM, propor novas medidas).

É possível, na identificação das medidas de controlo, a partir da avaliação dos níveis de risco antes
e depois da implementação, verificar se a medida de controlo proposta actuará sobre o factor
severidade do dano, probabilidade de ocorrência ou sobre ambos os factores, sendo apenas
necessário avaliar o desempenho esperado antes e depois da implementação dos referidos factores.

3.1.4. Reavaliação dos níveis de riscos


Deverão ser reavaliados os níveis de riscos considerando a implementação das medidas de controlo
propostas e verificando se estes são aceitáveis.

3.2. Registos
Os registos das avaliações de riscos efectuadas para cada actividade serão devidamente registadas
em modelo próprio e anexo ao presente documento.

4. Tabelas Qualitativas de Avaliação

Tabela A – Tabela Qualitativa de Categoria de Níveis de Riscos

Nível de Risco Aceitabilidade


1
2
B BAIXO Nível de risco considerado como insignificante
3
4
6 Se o risco residual permanecer ou estiver nesta região, ele será
aceitável apenas se outras medidas de redução forem impraticáveis
M MODERADO 8 ou requererem acções que sejam grandemente desproporcionadas
em tempo, complexidade e esforço para que a redução do risco seja
9 alcançada

12 Medidas de controlo devem ser introduzidas para que o risco residual


A ALTO
recaia na região de risco aceitável
16

REV.01 Pág. 6 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

Tabela B – Tabela Qualitativa de Categoria de Gravidade

GRAVIDADE

1 Sem gravidade Danos superficiais, irritações e cortes pequenos; sem


qualquer incapacidade; sem ausência ao trabalho
2 Feridos com pouca Gravidade Ferimentos menores e incapacidades menores

3 Feridos com alguma gravidade Lesões múltiplas; ferimentos com alguma gravidade
Feridos muito Graves
4 Incapacidade parcial ou total permanente; morte.
/ Incapac. Permanente /morte

Tabela C – Tabela Qualitativa de Categoria de probabilidade de Ocorrências

PROBABILIDADE
1 Muito improvável Quase impossível de acontecer

2 Raro Ocorre muito raramente, mas é possível de acontecer

3 Ocasional Ocorre algumas vezes/com alguma frequência

4 Frequente Acontece sempre ou quase sempre que se executa a


actividade

Tabela D – Tabela Qualitativa de Níveis de Aceitabilidade de Riscos


GRAVIDADE
Sem Feridos com Feridos c/
Feridos muito
gravidade/ pouca alguma
graves/IP/morte
incapacidade gravidade gravidade
PROBABILIDADE

1 2 3 4
Muito
1 1 2 3 4
Improvável
Raro 2 2 4 6 8
Ocasional 3 3 6 9 12
Frequente 4 4 8 12 16

REV.01 Pág. 7 / 8
DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

Interpretação:
- RISCO DE NIVEL BAIXO (B) – cor verde
- RISCO DE NIVEL MÉDIO (M) – cor amarela
- RISCO DE NIVLE ALTO (A) – cor encarnada

5. Medidas de protecção a implementar


As medidas preventivas a implementar encontram-se preconizadas nos respectivos PTRE’s e fichas
de procedimento de segurança para as actividades em questão.

REV.01 Pág. 8 / 8

Você também pode gostar