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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Esperança De Assucena Matique

Avaliação de riscos profissionais (Método de Williãm Fine)

Beira

2023
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Esperança De Assucena Matique

Avaliação de riscos profissionais (Metodo de Williãm Fine)

Trabalho de pesquisa, a ser apresentado no Departamento


de Economia e Gestão (EG), Curso de Gestão de Recursos
Humanos com habilidades em (HST), na Cadeira de Avaliação
e Controlo de Riscos Profissionais como Carácter avaliativo.

Orientador: MsC. Lucas Simão Lucas

Beira

2023
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

2. Método de Marat .................................................................................................................... 4

2.1. Metodologia ..................................................................................................................... 4

2.1.1. Procedimento de actuação ......................................................................................... 4

2.1.2. Nível de deficiência ................................................................................................... 5

2.2. Elaboração de uma check-list .......................................................................................... 5

2.2.1. Nível de exposição .................................................................................................... 6

2.2. Nível de probabilidade ..................................................................................................... 6

2.3. Nível de consequências .................................................................................................... 7

2.4. Nível de risco e nível de intervenção ............................................................................... 8

2.5. Nível de intervenção ........................................................................................................ 9

2.6. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 1 .................................. 10

2.6.1. Lista de verificação da figura 1 .............................................................................. 11

2.7. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 2 ...................................... 12

2.7.1. Lista de verificação da figura 2 .............................................................................. 14

2.8. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 3 ...................................... 15

2.8.1. Lista de verificação da figura 3 .............................................................................. 16


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1. Introdução

A avaliação de risco tem-se revelado cada vez mais fundamental para o sucesso empresarial,
na medida em que contribui, não só, para uma redução de acidentes, doenças profissionais e
consequente absentismo, mas também melhora a qualidade de trabalho dos colaboradores
aumentando assim a produtividade e competitividade da empresa. Uma das formas de
prevenção dentro de uma empresa é a realização de avaliações de riscos periódicas, tendo
como primeira etapa a identificação de perigo, visando a implementação de medidas que
eliminem ou, quando a sua eliminação não é possível, corrijam os riscos a que os
trabalhadores estão expostos no seu trabalho. A avaliação de riscos é um processo dinâmico
que permite às organizações a implementação de uma política pró-activa de gestão dos riscos
no local de trabalho.
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2. Método de Marat

2.1. Metodologia

O Método Marat (Método de Análise de Riscos de Acidentes de Trabalho) é adaptado do


método utilizado pela entidade espanhola INSHT - método simplificado de avaliação de
riscos (NTP 330).

Nesta metodologia considera-se, que o nível de probabilidade (NP) é função do nível de


deficiência (ND) e do nível de exposição (NE) à mesma.

NP = ND x NE

O nível de risco (NR) será uma função do nível de probabilidade (NP) e do nível de
consequências (NC), e pode expressar-se como:

NR = NP x NC

O nível de intervenção (NI) é definido pelo valor do nível de risco.

2.1.1. Procedimento de actuação

1) Risco a analisar.

2) Elaboração de check-list sobre os factores de risco que possibilitem a sua materialização.

3) Atribuição de um nível de importância a cada um dos factores de risco.

4) Preenchimento do questionário de check-list no local de trabalho e estimativa da exposição


e consequências normalmente esperadas.

5) Estimativa do nível de deficiência do questionário aplicado.

6) Estimativa do nível de probabilidade (NP) a partir do nível de deficiência (ND) e do nível


de exposição (NE).

7) Comparação do nível de probabilidade a partir de dados estatísticos disponíveis.

8) Estimativa do nível de risco (NR) a partir do nível de probabilidade e do nível de


consequências (NC).

9) Estabelecimento dos níveis de intervenção (NI) considerando os resultados obtidos e a sua


justificação sócio-económica.
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10) Comparação dos resultados obtidos com os estimados a partir de fontes de informação
precisas e da experiência.

2.1.2. Nível de deficiência

Grandeza esperada entre os factores de risco considerados e a sua relação causal directa com o
possível acidente.

Para classificar o nível de deficiência, utilizam-se os valores do seguinte quadro:

Nível de deficiência NC Significado


Muito deficiente (MD) 10 Detetaram-se fatores de risco significativos que
determinam como muito possível a geração de
falhas. O conjunto de medidas preventivas
existentes em relação ao risco resulta ineficaz.
Deficiente (D) 6 Detectou-se algum factor de risco significativo
que precisa de ser corrigido. A eficácia do
conjunto de medidas preventivas existentes vê-se
reduzida de forma apreciável
Melhorável (M) 2 Detectaram-se factores de risco de menor
importância. A eficácia do conjunto de medidas
preventivas existentes em relação ao risco não se
vê reduzida de forma apreciável.
Aceitável (A) - Não se detectou nenhuma anomalia destacável. O
risco está controlado. Não se valoriza.

2.2. Elaboração de uma check-list

Se bem que o nível de deficiência (ND) possa ser estimado de muitas formas, considera-se
idóneo o questionário check-list de verificação que analise os possíveis factores de risco em
cada situação – ver NTP 324.
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2.2.1. Nível de exposição

É a medida de frequência com que se dá a exposição ao risco. Para um determinado risco, o


nível de exposição pode-se estimar em função do tempo de permanência nos locais de
trabalho, operações com máquinas, etc.

Nível de exposição NC Significado


Continuada (EC) 4 Continuamente. Várias vezes durante a jornada
laboral com tempo prolongado.
Frequentemente (EF) 3 Várias vezes durante a jornada de trabalho, se
bem que com tempos curtos.
Ocasional (EO) 2 Alguma vez durante a jornada de trabalho e com
um período curto de tempo
Esporádica (EE) 1 Irregularmente

2.2. Nível de probabilidade


Em função do nível de deficiência das medidas preventivas e do nível de exposição de risco,
determina-se o nível de probabilidade (NP), o qual se pode expressar como o produto de
ambos os termos:

NP = ND x NE

Nível de Exposição (NE)


4 3 2 1
MA MA A A
40 30 20 10
Nível de Deficiência (ND)

10

MA A A M
24 18 12 6
6

M M B B
8 6 4 2
2
7

Nível de NP Significado
Probabilidade
Muito Alta (MA) Entre 40-24 Situação deficiente, com exposição
continuada ou muito deficiente, com
exposição frequente, Normalmente a
materialização do risco ocorre com
frequência.
Alta (A) Entre 20-10 Situação deficiente, com exposição
frequente ou ocasional ou muito deficiente,
ou situação muito deficiente com exposição
ocasional ou esporádica. A materialização
do risco é possível que suceda várias vezes
no ciclo de vida laboral.
Media (M) Entre 8-6 Situação deficiente, com exposição
esporádica ou situação melhorável com
exposição continuada ou frequente. Existe
possibilidade de dano.
Baixa (B) Entre 4-2 Situação melhorável, com exposição
ocasional ou esporádica. Não et expectável a
ocorrência de risco, ainda que seja
concebível.

2.3. Nível de consequências

As consequências dos acidentes referem-se aquelas que são normalmente esperadas no caso
da materialização do risco.
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Para classificar o nível de consequências, utilizam-se os valores do seguinte quadro:

Nível de NC Danos pessoais Danos materiais


consequências
Mortal ou Catastrófico 100 1 Morto ou mais Destruição total do
(M) sistema (difícil renová-
lo)

Muito Grave (MG) 60 Lesões graves que podem Destruição parcial do


ser irreparáveis sistema (completa e
custosa a reparação)

Grave (G) 25 Lesões com incapacidade Requer-se paragem do


laboral temporária processo para efectuar a
reparação
Leve (L) 10 Pequenas lesões que não Reparável sem
requerem hospitalização necessidade de paragem
do processo

2.4. Nível de risco e nível de intervenção

O nível de risco é determinado pelo produto do nível de probabilidade pelo nível de


consequências:

NR = NP x NC
9

Para se determinar o nível de risco de intervenção recorre-se à seguinte tabela.

NÍVEL DE PROBABILIDADE (NP)

40-24 20-10 8-6 4-2

I I I II
4000-2400 2000-1200 800-600 400-200
100

I I II II
2400-1440 1200-600 480-360 240
NÍVEL DE CONSEQUÊNCIAS (NC)

III
120
60

I II II III
1000-600 500-250 200-150 100-50
25

II II III III
400-240 200 80-60 40
III IV
100 20
10

2.5. Nível de intervenção

Este é um nível que é determinado tendo em conta o valor de NR.

NÍVEL DE NR SIGNIFICADO
INTERVENÇÃO

I 4000-600 Situação critica. Correção urgente.


II 500-150 Corrigir e adoptar medidas de controlo
III 120-40 Melhorar se for possível. Seria
conveniente justificar a intervenção e sua
rentabilidade.
IV 20 Não intervir, salvo se justifique por uma
análise mais precisa
10

Imagem 1

2.6. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 1

IDENTIFICAÇÃO AVALIAÇÃO
PERIGO RISCO DANO ND NE NP NC NR NI Medidas
OU de
FACTOR controlo
DE
RISCO
É de má Queda de Quebra de 6 3 18 25 450 II Exercer a
colocação andaime ossos actividade
de utilizando
andeime andaime
Seguras fachadeiro
Queda em Produção Queda dos 10 4 40 60 2400 I Uso de
altura de danos trabalhadores cinto de
optical segurança
Uso de Pode sofrer Pode ficar 6 3 18 60 1080 I Não deve
luvas cortes nas impossibilitado se
mãos de trabalhar continuar a
trabalhar se
IPI
completo
11

2.6.1. Lista de verificação da figura 1

N˚ Questões S N Legislação Observações


1 O empregador X Lei n˚23/2007 O empregador deve ter
dispõe de Artigo 216, N˚ 5 equipamento de
equipamentos de protecção individual,
protecção e roupas olhando para lei
de trabalho n˚23/2007, artigo 216,
apropriado, com N˚ 5
vista a prevenir os
riscos de acidentes
do trabalhador?
2 É disponibilizado X Lei n˚23/2007 O empregador deve
equipamento para Artigo 216, N˚ 5 disponibilizar os óculos
prevenir os efeitos de protecção,
prejudiciais que considerando a lei
podem ser causados n˚23/2007, artigo 216,
por soldar sem N˚ 5
óculos?
3 O empregador X Lei n˚23/2007 O empregador deve
proporciona ao seu Artigo 216, N˚ 2 oferecer ao seu
trabalhador boas trabalhador boas
condições físicas, condições de trabalho
ambientais e morais olhando para lei
de trabalho? n˚23/2007
artigo 216, N˚ 2
12

Imagem 2

É um risco ergonómico porque verifica-se levantamento de peso que uma postura inadequada,
pois isso pode afectar a sua integridade física ou mental do trabalhadores, propondo-lhe
desconforto ou doenças.

Os riscos ergonómicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológico e provoca sérios à


saúde dos trabalhadores porque produzem alterações no organismo e estado emocional,
comprometendo produtividade, saúde e segurança, cansaço físico, dores musculares,
hiperatenções arterial alteração do sono, doenças nervosas, tensão e problemas de coluna etc.

Para evitar que este risco comprometa a actividade e a saúde do trabalhadores, é necessário
um ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto
físico e psíquica por meio de melhorar no processo de trabalho, melhores condições no local
de trabalho, modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as
pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequado.

2.7. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 2

IDENTIFICAÇÃO AVALIAÇÃO
PERIGO RISCO DANO ND NE NP NC NR NI Medidas de
OU controlo
FACTOR
DE
RISCO
Suportar os Sobrecargas Cansaço 6 4 24 25 600 I Ajustar
baldes e sobre Lesões condições de
durante a esforços corporais trabalho, na
13

realização disponibilidade
o do de andaime
trabalho para suportar
peso.
Cansaço Strees Dores de 6 4 24 25 600 I Deve-se
físico por individual cabeça melhorar as
suportar Subida condições de
pesos de trabalho
tensão colocando
roldana para
assegurar
baldes
Trabalho Queda em Morte 6 4 24 100 2400 I Implementação
em altura altura Lesões de escadas
graves duplicadas de
plataformas
que resguarda
com guarda
corpo com
sistema de
paragem.
Realizar o Postura de Lesões 6 4 24 25 600 I Usar
trabalho trabalho corporais equipamentos
estando que
suspenso possibilitam
por uma ter uma
corda e postura
suportando adequada
baldes durante a
realização do
trabalho.
14

2.7.1. Lista de verificação da figura 2

N˚ Questões S N Legislação Observações


1 A empresa dispõe X DL. n˚ 41821/1958, A empresa deve dispor
de andaime metálico Artigo 26. de andaime para
para satisfazer as garantir a segurança ao
condições de seu trabalhador, olhando
segurança do para DL. n˚
trabalhador? 41821/1958, Artigo 26.
2 A empresa X Lei n˚23/2007 É imperioso a empresa
proporciona ao seu Artigo 59, alínea oferecer ao seu
trabalhador boas d. trabalhador boas
condições físicas e condições físicas e
morais no local de moral no local de
trabalho? trabalho, considerando a
Lei n˚23/2007
Artigo 59, alínea d.
3 A empresa dispõe X Lei n˚23/2007 A empresa deve dispor
de medidas Artigo 54, alínea de medidas apropriado
apropriadas de g. de HST para assegurar a
protecção, integridade física, moral
segurança e higiene e mental do seu
no trabalho que trabalhador, olhando
assegura a para a Lei n˚23/2007
integridade física, Artigo 54, alínea g.
moral e mental do
trabalhador?
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Imagem 3

2.8. Apresentação de resultados da avaliação de riscos da imagem 3

IDENTIFICAÇÃO AVALIAÇÃO
PERIGO RISCO DANO ND NE NP NC NR NI Medidas
OU de
FACTOR controlo
DE
RISCO
Falta de Choque Lesões 10 3 30 100 3000 I Sinalizar o
Sinalização contra corporais local de
do local de objectos Morte trabalho
trabalho
Falta de Falta de Lesões 10 3 30 100 3000 I Não se
EPI equipamento corporais deve
para exercer que pode continuar a
o trabalho. causar trabalhar
Morte sem se
resolver a
questão dos
riscos
existentes
de falta de
EPI.
16

Queda de Queda de Lesões 10 3 30 100 3000 I Não se


poste poste sobre nos pés deve
os pés continuar a
trabalhar
sem se
resolver a
questão dos
riscos
existentes
de falta de
EPI.

2.8.1. Lista de verificação da figura 3

N˚ Questões S N Legislação Observações


1 O empregador X Lei n˚23/2007 O empregador deve
dispõe métodos de Artigo 218, N˚ 2 criar métodos de
prevenção assegurar prevenção, higiene no
a higiene no local de local de trabalho,
trabalho? olhando para Lei
n˚23/2007
Artigo 218, N˚ 2
2 O empregador X Lei n˚23/2007 A empresa deve ter o
dispõe de Artigo 216, N˚ 5 equipamento de
equipamento de protecção dos
protecção para seus trabalhadores, olhando
trabalhadores? para Lei n˚23/2007
Artigo 216, N˚ 5
3 Existe condições de X Lei n˚23/2007 A entidade empregadora
higiene e segurança Artigo 216, N˚ 1 deve criar condições
para exercer o adequado para exercer o
trabalho? trabalho, considerando a
Lei n˚23/2007
17

Artigo 216, N˚ 1

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