Você está na página 1de 30

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Controle de riscos no
ambiente de trabalho
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

A análise de riscos é uma ferramenta para tratar dos riscos de


uma indústria de processamento e seus impactos: no homem, na
propriedade e no meio ambiente.

A análise de riscos tem por objetivo responder às seguintes


perguntas:

– O quê? (o que oferece risco?)


– Para quem? (para quem oferece risco?)
– Quando? (quando oferece risco?)
– Por que? (por que oferece risco?)
– Com que frequência isto pode acontecer?
– Quais as suas consequências?
– O que fazer? (o que fazer para neutralizar o risco?)
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Exemplo:

Conta a mitologia grega que o Rei Minos, de Creta, mandou


aprisionar Dédalo e seu filho Ícaro, na parte montanhosa da ilha.
Com objetivo de escapar da Grécia Dédalo idealizou fabricar
asas; o que fez habilidosamente com penas, linho e cera de abelhas.

Antes da partida, Dédalo advertiu a Ícaro que tomasse cuidado


quanto a seu curso:
• Se voasse muito baixo, as ondas molhariam as penas;
• Se voasse muito alto, o sol derreteria a cera e ele cairia no mar;
E ele cairia no mar!

Essa advertência, uma das primeiras análises de riscos que se


pode citar, define o que hoje chama-se Análise Preliminar de Riscos -
APR.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Etapas
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Nome do setor
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Identificação dos perigos


Processo de reconhecimento de que um perigo
existe e definição de suas características.

Importância: relacionada com o conhecimento, pela


organização, de suas atividades, produtos e serviços
que possuam riscos de provocar acidentes e doenças.

Deve levar em consideração: situações normais e


anormais de operação, de parada, de partida e
emergenciais.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

O que deve ser feito: estudo detalhado desde o


início do processo produtivo (chegada da matéria-
prima), passando por todas as fases de transformação,
beneficiamento ou qualquer outro processo de
transformação.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Avaliação de riscos
Processo de avaliação de risco(s) proveniente(s) de
perigo(s), levando em consideração a adequação de
qualquer controle existente e decidindo se o risco é ou
não aceitável.

Observações:
- risco aceitável é um risco reduzido a um nível que pode ser tolerado
pela organização, levando em consideração suas obrigações legais
e sua própria política de SST.
- O risco está associado a dois elementos: a probabilidade de que um
perigo possa ocorrer; as consequências do evento perigoso.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Exemplo:
Riscos associados a perigos com potencial de
causar mortes, ou acidentes seguidos de lesões
incapacitantes têm como consequência amputações,
fraturas importantes, envenenamento, ferimentos fatais.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

A identificação dos perigos e a avaliação dos


riscos devem contemplar:
- atividades rotineiras e não rotineiras;
- as atividades de todos que tenham acesso aos locais de trabalho;
- comportamento das pessoas, bem como capacidades, limites e
outros fatores humanos;
- perigos externos ao local de trabalho;
- a infraestrutura, os equipamentos e materiais;
- as mudanças ou propostas de mudanças na organização, em suas
atividades ou materiais;
- as obrigações legais aplicáveis e a implementação dos controles
aceitáveis;
- o layout das áreas de trabalho, os processos, instalações, máquinas,
equipamentos, procedimentos e organização do trabalho, incluindo
sua adaptação às capacidades humanas.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Etapas básicas:

- classificar as atividades de trabalho;


- identificar os perigos;
- determinar os riscos;
- decidir se o risco é aceitável;
- preparar um plano de ação de controle de risco;
- revisar a adequabilidade do plano de ação.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

A classificação dos riscos para a obtenção de um


plano de ação leva em conta:

a) gravidade potencial de risco,


b) probabilidade da ocorrência.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

A) Gravidade

Levemente prejudicial ou de severidade baixa:


riscos associados a perigos sem potencial de causar
danos graves ou acidentes com afastamento ou
doenças ocupacionais.

Ferimentos superficiais, incômodo, irritação,


problemas de saúde que levem a desconforto
momentâneo.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Prejudicial ou de severidade média: riscos


associados a perigos com potencial de causar danos ou
acidentes seguidos de lesões ou doenças ocupacionais
reversíveis ou irreversíveis, mas não incapacitantes.

Lacerações, queimaduras, pequenas fraturas,


surdez, dermatite, asma, disfunções de membros
superiores, problema de saúde que leva a incapacidade
de pequeno porte.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Extremamente prejudicial ou de severidade média:


riscos associados a perigos com potencial de causar
mortes ou acidentes seguidos de lesões ou doenças
ocupacionais irreversíveis e incapacitantes.

Amputações, fraturas importantes, envenenamento,


ferimentos fatais, doenças graves que diminuem a
expectativa de vida e doenças agudas fatais.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

B) Probabilidade

- altamente improvável
- improvável
- provável
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Matriz Gravidade potencial de risco

Probabilidade de Levemente Prejudicial Extremamente


ocorrência prejudicial prejudicial

Altamente RISCO TRIVIAL RISCO RISCO


improvável TOLERÁVEL MODERADO

Improvável RISCO RISCO RISCO


TOLERÁVEL MODERADO SUBSTANCIAL

Provável RISCO RISCO RISCO


MODERADO SUBSTANCIAL INTOLERÁVEL
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Classificação dos riscos para o plano de ação


I Em princípio, nenhuma ação é necessária. No entanto, controles operacionais ou treinamentos
TRIVIAL podem ser definidos, de modo a obter prevenção mais efetiva e/ou melhoria contínua em SST.

II Controle operacional é necessário. Considerações podem ser feitas para avaliar soluções mais
TOLERÁVEL efetivas e de menor custo, ou, ainda, melhorias que não envolvam custos adicionais.
Monitoramento deve ser requerido para assegurar que os controles sejam mantidos.

III Esforços devem ser feitos para reduzir o risco, porém os custos de prevenção devem ser
MODERADO estimados e limitados. Devem-se estabelecer prazos para implementar as medidas de redução dos
riscos, por meio de planejamento (objetivos, metas e/ou planos de ação). Planos de emergência
podem ser elaborados caso exista uma probabilidade razoável de ocorrer incidentes, acidentes ou
danos ambientais por falhas nos controles e monitoramento existentes. Caso o risco moderado
esteja associado a consequências extremamente prejudiciais, uma avaliação adicional pode ser
importante para estabelecer mais precisamente a probabilidade de ocorrência de perdas, como
meio para determinar a necessidade de melhorias das medidas de controle.

IV As atividades não devem ser iniciadas até que o risco tenha sido reduzido. Recursos deverão ser
SUBSTANCIAL apropriados para reduzir o risco. Objetivos e metas de médio ou longo prazo devem ser
estabelecidos.
V A atividade não deve ser iniciada ou continuada até que o risco tenha sido reduzido. Se não for
INTOLERÁVEL possível reduzi-lo, mesmo com recursos ilimitados, o trabalho tem de ser proibido.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Controle de Riscos

Controle é uma ação que visa eliminar/controlar o


risco ou quando isso não é possível, reduzir a níveis
aceitáveis o risco na execução de uma determinada
etapa do trabalho, seja através da adoção de materiais,
ferramentas, equipamentos ou metodologia apropriada.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

As medidas de controle serão efetuadas de acordo


com a aplicação do método mais viável, geralmente
baseado em procedimentos, normas, legislação vigente.

Correlação exposição/dano; validação de medidas


de controle (definição de prioridades); definições de
áreas ambientais críticas (mapa de riscos); definição de
população crítica (grupo de trabalhadores expostos ao
mesmo risco).
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Ações: acompanhamento de aclimatação (adaptar-


se a temperatura ambiente); adaptação segundo o perfil
ambiente/ pessoa (adaptar o homem para a máquina ou
vice-versa); definição de restrições de exposição
(impedir a exposição a agentes perigosos a saúde);
treinamento (uma das ferramentas para controlar e
reduzir os acidentes e doenças ocupacionais).
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

A primeira medida de controle da exposição aos


agente potencialmente nocivos deve ser feita no
ambiente: substituição do produto (com menor ação
nociva para o homem); mudança ou alteração do
processo produtivo ou na operação; enclausuramento
ou barreira; manutenção do equipamento.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Ao determinar os controles (ou mudanças nos


controles existentes), deve-se considerar a redução dos
riscos de acordo com a seguinte hierarquia:
- eliminação;
- substituição;
- controles de engenharia;
- sinalização/alertas e/ou controles administrativos;
- equipamentos de proteção individual.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Risco / Perigo
• Alto Risco, Risco
presente.
Controle do Risco

Controle do Risco,
Risco ainda presente.
Eliminação do Risco / Perigo

Eliminação/controle do
risco,“Risco isolado”
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Medidas de segurança para proteção do


trabalhador
• Eliminação do perigo.

• Isolamento do perigo.

• Sinalização do perigo.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Medidas de controle relativas ao


ambiente

• Eliminar ou reduzir a utilização de agentes prejudiciais à


saúde;

• Prevenir a liberação ou disseminação desses agentes;

• Reduzir os níveis ou a concentração desses agentes no


ambiente de trabalho.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Medidas de controle no indivíduo

Após esgotadas todas as tentativas de eliminação


ou diminuição dos riscos no ambiente ou na sua
trajetória, as ações deverão ser direcionadas no próprio
indivíduo, como a utilização de EPI.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Exemplos de medidas de controles

• Procedimento Seguro de Trabalho - PST


É a descrição detalhada passo a passo com
identificação dos riscos existentes em cada fase/etapa
do trabalho e a descrição das medidas de controle
necessárias para evitar ou no mínimo neutralizar os
riscos existentes.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

• Permissão para Trabalhos Perigosos - PTP


É uma permissão por escrito requerida para
execução de um trabalho crítico, a qual, mesmo
regulamentada por um Procedimento Seguro de
Trabalho, ainda apresenta riscos potenciais
significativos.

• Inspeção de Segurança
É um procedimento técnico voltado ao ambiente
(local) onde o trabalho é executado que permite verificar
a existência de riscos potenciais.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

• Observação de Tarefa
É a técnica voltada ao executante, onde possibilita a
supervisão verificar se a tarefa está sendo executada de
acordo com o Procedimento Seguro de Trabalho.

• Sistema de Proteção
É o conjunto de dispositivos ou recursos técnicos
onde são aplicados ao ambiente ou indivíduos
envolvidos na execução do trabalho com o objetivo de
controlar os riscos.
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

Monitoramento

Realizar periodicamente avaliações quantitativas


dos índices de exposição dos agentes nocivos com
potencialidade de causarem danos substanciais à
saúde.

Avaliação da eficácia das ações e correção das que


forem consideradas ineficientes.

Você também pode gostar