Você está na página 1de 22

Módulo 2

Conjunto de requisitos para


implantação de gestão de riscos,
ALARP
(As Low As Reasonably Praticable)
Conjunto de requisitos para implantação de gestão de risco
1. Atendimento a requisitos regulatórios nacionais e regionais
2. Responsabilidade da gerência
3. Qualificação de pessoal
4. Plano do gerenciamento de risco
5. Arquivo e documentação do gerenciamento de risco
6. Procedimento de gerenciamento de risco
7. Processo de gerenciamento de risco:
Passo 1 – Clara identificação da finalidade do produto ou serviço
Passo 2 – Identificação de perigos conhecidos ou previsíveis
Passo 3 – Estimativa de riscos para cada perigo
Passo 4 – Avaliação de risco
Passo 5 – Análise das opções para redução de risco
Passo 6 – Implementação das medidas de controle de risco
Passo 7 – Avaliação do risco residual
Passo 8 – Análise de risco/benefício
Passo 9 – Outros perigos gerados
Passo 10 – Totalidade da avaliação de risco
Passo 11 – Avaliação do risco residual total
Passo 12 – Relatório de gerenciamento de risco
Passo 13 – Informação pós-produção
1. Requisitos regulatórios nacionais ou regionais
 O atendimento à legislação é prioridade. Requisitos regulatórios nacionais, regionais e
internacionais (em caso de exportação) devem ser atendidos. Não deve ser admissível
que o produto ou o serviço não atenda à legislação em qualquer que seja o aspecto.
2. Responsabilidades da gerência
O fabricante ou prestador de serviço deve:

 Definir a política para determinação do risco


aceitável, levando em consideração as
normas relevantes e as regulamentações
nacionais e regionais

 Garantir a provisão de recursos adequados

 Garantir a designação de funcionários


qualificados para gerenciamento,
desempenho do trabalho e determinação das
atividades

 Analisar criticamente os resultados das


atividades de gerenciamento de risco em
intervalos definidos, para garantir a
adequação e a eficácia contínuas do
processo de gerenciamento de risco
3. Qualificação de pessoal
 O fabricante ou prestador de serviço deve garantir que as pessoas responsáveis pelas
tarefas de gerenciamento de risco possuam conhecimento e experiência apropriados
para realizar as tarefas que lhes são delegadas
 Isso deve incluir, quando houver necessidade, conhecimento e experiência com o
produto/serviço, sua utilização e técnicas de gerenciamento de risco
 Devem ser mantidos registros de qualificação apropriada
4. Plano de gerenciamento de risco
O fabricante do produto ou prestador de serviço deve
preparar um plano de gerenciamento de risco em
conformidade com o processo de gerenciamento de risco.
O plano de gerenciamento de risco deve ser parte do
arquivo de gerenciamento de risco.
Esse plano deve conter:
 O escopo do plano, identificando e descrevendo o produto
ou o serviço e as fases do ciclo de vida às quais o plano se
aplica
 Um plano de verificação
 Atribuição de responsabilidades
 Requisitos para a análise crítica das atividades de
gerenciamento de risco
 Critérios para aceitabilidade de risco

Os critérios para aceitabilidade de risco são muito


importantes para determinar a eficácia do processo de
gerenciamento de risco.
Se o plano for modificado durante o ciclo de vida do produto
ou serviço, um registro das mudanças deve ser mantido no
arquivo de gerenciamento de risco.
A conformidade deve ser verificada pela inspeção do
arquivo de gerenciamento de risco.
5. Arquivo e documentação de gerenciamento de risco
 Os resultados de todas as atividades de gestão de
risco para o produto ou serviço devem ser registrados
e mantidos no arquivo de gestão de risco

 Os registros e outros documentos que formam o


arquivo de gestão de risco podem ser parte de outros
documentos e arquivos exigidos, por exemplo, por um
sistema de gerenciamento da qualidade do fabricante

 O arquivo de gerenciamento de risco não precisa


conter todos os documentos relacionados à gestão de
risco. Entretanto, é recomendado que contenha pelo
menos referências ou indicação para a localização de
toda a documentação exigida

 É recomendado que o fabricante ou prestador de


serviço seja capaz de reunir a informação referenciada
no processo de gerenciamento de risco em tempo
hábil
Pausa
Para entendermos melhor os 2 últimos requisitos do sistema de gestão de riscos:

6) Procedimento de gerenciamento de risco


7) Processo de gerenciamento de risco

Vamos fazer uma pausa para ampliar o entendimento de vocês sobre perigos e riscos.
Continuaremos no Módulo 3 com o requisito 6.
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
Níveis de tolerabilidade de risco
 O risco não
pode ser
justificado em Intolerável
qualquer caso 1 em 10 mil/ano

 Região de tão baixo Somente se a


quanto possível redução do risco
Tolerável é impraticável ou
 O risco é assumido
somente se houver o seu custo é
benefício desproporcional
ao seu ganho

1 em 1 milhão/ano

 Risco desprezível Razoavelmente aceitável 3 em 10 milhões/ano

 Risco trivial Aceitável


ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível

Tipos de risco:
 Risco individual é aquele onde o risco está para uma pessoa presente na vizinhança
de um perigo, considerando a gravidade deste e o período de tempo em que o dano
pode acontecer.
 Risco social é aquele que está para um agrupamento de pessoas expostas aos danos
decorrentes de um ou mais cenários acidentários.
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
Exemplos de riscos toleráveis na Holanda e na Inglaterra
no caso de riscos ocupacionais

Na prática, o risco individual se refere a um individuo presente num local determinado,


nas proximidades de uma zona industrial, 24 horas por dia.
Na Holanda, têm-se os seguintes valores: 6
 O nível máximo aceitável (permissível) é definido como 10 por ano. A probabilidade
anual de ocorrer uma fatalidade é de 1 em 1 milhão. 8
 O nível insignificante (neglicenciável) é definido como 10 por ano. A probabilidade anual
de ocorrer uma fatalidade é de 1 em 100 milhões.

O governo britânico utiliza os seguintes valores para o risco individual:


3
 Limite máximo tolerável (ocupacional) para trabalhadores: 10 por ano. 4

 Limite máximo tolerável para um indivíduo do público exposto ao risco: 10 por ano.
6 7
 Limite aceitável (insignificante): de 1 a 10 por ano.

Os riscos devem ser reduzidos tanto quanto possível através do principio ALARP.
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
 De um modo geral uma análise de riscos pode ser cara, consumir muitas horas de
trabalho e envolver muitas pessoas. Portanto é importante considerar, quando da sua
realização, qual o seu objetivo e em que profundidade deve ser realizada.
 Um dos principais objetivos de uma análise de riscos é “conhecer o processo”. Nem
sempre é óbvio saber como as coisas funcionam ou o que faz com que elas acabem
dando erradas.
 A definição cuidadosa dos componentes ou elementos envolvidos em um processo ou
uma atividade e a identificação de suas relações entre si ajudará que eventos, sistemas
e equipamentos sejam percebidos de uma maneira diferente, permitindo novas visões
sobre as complexidades desses processos ou atividades. Esta necessidade de
compreensão dos processos é que permite a sua melhoria.
 Um outro objetivo da análise de riscos é servir de ferramenta para uma tomada de
decisões para a seleção correta de uma ação ou de um curso de ações. Permite uma
melhor alocação de recursos financeiros e humanos, para que as ações sejam
realizadas dentro dos prazos previstos.

Existirá sempre um nível de incerteza entre o que seria aceitável e o


que seria considerado extremamente perigoso.
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
Quando priorizamos devemos levar em conta a criação de uma matriz de riscos a
partir de um sistema de valores. Esta matriz de riscos deve ser baseada em fatos
históricos que devem ser pesquisados para verificar se:

 Há a possibilidade de termos novas situações, procedimentos e operações que


possam causar novos danos?
 Tiramos alguma lição de acidentes do passado, e tomamos ação para que estas não
se repitam?

Baseados numa equipe multidisciplinar devemos aplicar esta metodologia tendo um


enfoque analítico. Podemos organizar a análise em três etapas:

1) Fotografia
2) Análise
3) Estudo
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
Fotografia: permite o recenseamento dos perigos/riscos:
 Levantamento dos acidentes e incidentes já ocorridos, obtendo características dos
produtos: propriedades física e químicas, estabilidade, explosividade, agressividade,
toxicidade, etc.
 Condições operacionais: processo contínuo, descontínuo ou semicontínuo, temperatura,
pressão, quantidade de reativos, vazões, etc.
 Tipos de materiais utilizados, estrutura da fábrica: implantação, densidade populacional,
condições climáticas, rejeitos, agressões externas, planos de emergência, etc.

Análise: Utilizando-se as técnicas de identificação de perigos e de análise de riscos procura-


se estabelecer, de maneira qualitativa (usando-se experiência e aplicação das regras) ou
quantitativa (através de uma estimativa probabilística da ocorrência do evento) identificar
perigos e avaliar riscos.
Estudo: Nesta etapa procura-se definir os meios a serem colocados em prática para
gerenciar os riscos ou minimizá-los a um nível compatível com os objetivos fixados, ou
seja, obter-se uma segurança e uma proteção do meio ambiente aceitável. Os meios
para tanto podem ser técnicos (concepção, operação), humanos (capacidade do pessoal
em controlar situações normais e anormais) e/ou organizacionais (procedimentos).
ALARP - As Low As Reasonably Praticable
Risco Tão Baixo Quanto Possível
Quando não for possível atender os objetivos com os meios existentes, deve-se colocar
em prática ações de prevenção e proteção:
 Prevenção significa evitar o risco ou limitar a sua probabilidade de ocorrência, como
por exemplo: aterramento elétrico, sistemas de esvaziamento rápido, manutenção,
inspeção, planejamento, procedimento de trabalho, etc.
 Proteção significa minimizar a gravidade das conseqüências através de ações, como
por exemplo: sistemas à prova de explosão, discos de ruptura, diminuição do
combustível ou do comburente, da alimentação ou do nível de energia, rede de
combate a incêndios, supressão de explosões, meios de intervenção, bacias de
contenção de vazamentos, sistemas de coleta e tratamento de gases e vapores, etc.
Como já citado anteriormente: o risco, como uma medida da probabilidade e severidade
de efeitos adversos, é um conceito de difícil compreensão devido à incerteza da medida
da probabilidade.
Exercício
Indique se é verdadeiro ou falso:
1. O fabricante ou prestador de serviço deve analisar criticamente os resultados das
atividades de gerenciamento de risco somente quando ocorrer uma mudança no
produto ou no processo.
2. A análise de risco pode ser quantitativa ou qualitativa e é a combinação de dois
componentes: probabilidade e gravidade.
3. Uma abordagem empregada geralmente para estimar probabilidades é o uso de dados
históricos relevantes.
4. O fabricante ou prestador de serviço deve decidir quantas categorias são necessárias
para identificar a gravidade e a probabilidade e se estas categorias serão descritivas ou
numéricas ou simbólicas.
5. Proteção significa minimizar a gravidade das conseqüências.
6. O plano de gerenciamento de risco deve conter: o escopo do plano, as fases do ciclo
de vida às quais o plano se aplica, um plano de verificação, atribuição de
responsabilidades, requisitos para a análise crítica das atividades de gerenciamento de
risco e critérios para aceitabilidade de risco.
7. Na sua definição da política para determinação do risco aceitável, o fabricante ou
prestador de serviço não precisa levar em consideração as normas relevantes e as
regulamentações nacionais e regionais.
8. O fabricante ou prestador de serviço deve garantir que as pessoas responsáveis pelas
tarefas de gerenciamento de risco possuam conhecimento e experiência apropriados
para realizar as tarefas que lhes são delegadas.
Resposta do exercício
Indique se é verdadeiro ou falso:
1. O fabricante ou prestador de serviço deve analisar criticamente os resultados das
atividades de gerenciamento de risco somente quando ocorrer uma mudança no
produto ou no processo. F – Deve realizar em intervalos planejados
2. A análise de risco pode ser quantitativa ou qualitativa e é a combinação de dois
componentes: probabilidade e gravidade. V
3. Uma abordagem empregada geralmente para estimar probabilidades é o uso de dados
históricos relevantes. V
4. O fabricante ou prestador de serviço deve decidir quantas categorias são necessárias
para identificar a gravidade e a probabilidade e se estas categorias serão descritivas ou
numéricas ou simbólicas. V
5. Proteção significa minimizar a gravidade das conseqüências. V
6. O plano de gerenciamento de risco deve conter: o escopo do plano, as fases do ciclo
de vida às quais o plano se aplica, um plano de verificação, atribuição de
responsabilidades, requisitos para a análise crítica das atividades de gerenciamento de
risco e critérios para aceitabilidade de risco. V
7. Na sua definição da política para determinação do risco aceitável, o fabricante ou
prestador de serviço não precisa levar em consideração as normas relevantes e as
regulamentações nacionais e regionais. F
8. O fabricante ou prestador de serviço deve garantir que as pessoas responsáveis pelas
tarefas de gerenciamento de risco possuam conhecimento e experiência apropriados
para realizar as tarefas que lhes são delegadas. V
Exemplo de famílias de perigos
A) Perigos relacionados a projeto/desenvolvimento, produção e entrega do produto ou
serviço: especificação ou produção ou entrega inadequada, matéria prima fora da
especificação, processos de produção inadequados, falta de inspeção, não atendimento à
legislação ou a boas práticas de fabricação, processo inadequado, etc.

B) Perigos relacionados à interface com o usuário inadequada: erros e julgamentos


errôneos, lapsos e erros cognitivos, descuido e erros crassos (mentais ou físicos), violação
ou abreviação de instruções, procedimentos, etc, sistema de controle complexo ou confuso,
estado ambíguo ou sem definição clara, apresentação de configurações, medições ou
outras informações ambíguas ou não claras, má interpretação de resultados, visibilidade,
audibilidade ou tatilidade insuficientes, distribuição precária dos controles para ação ou das
informações exibidas sobre o estado atual, distribuições ou modos controversos quando
comparados a equipamentos existentes, etc.

C) Perigos de defeitos funcionais, manutenção, envelhecimento: transferência errônea de


dados, falta ou especificação inadequada relacionada à manutenção das verificações
funcionais da pós-manutenção, manutenção inadequada, falta de determinação adequada
do término da vida útil, perda de integridade mecânica/elétrica, embalagem inadequada,
reutilização e/ou reutilização inapropriada, deterioração da função devido ao uso constante,
etc.

D) Perigos relacionados à energia: eletricidade, calor, força mecânica, radiação ionizante e


não-ionizante, partes móveis (movimento indesejável), massas suspensas, pressão,
pressão acústica, vibração, campos magnéticos, etc.
Exemplo de famílias de perigos
E) Perigos biológicos: biocontaminação, biocompatibilidade, formulação incorreta
(composição química), toxidade, alergenicidade, mutagenicidade, teratogenicidade (causas
do desenvolvimento anormal e defeitos de nascimento), carcinogenicidade, reinfecção e/ou
infecção cruzada, pirogenicidade, incapacidade de manutenção da segurança higiênica,
degradação, etc.

F) Perigos ambientais: campos eletromagnéticos, suscetibilidade à interferência


eletromagnética, emissões de interferência eletromagnética, fornecimento inadequado de
energia ou de refrigeração, armazenamento ou operação diferentes das condições
ambientais previstas, incompatibilidade com outros dispositivos destinados a serem
utilizados em conjunto, dano mecânico acidental, contaminação devido a resíduos e/ou
descarte, etc.
G) Perigos relacionados ao uso do produto: rotulagem inadequada, instruções de operação
inadequadas, tais como: especificação inadequada dos acessórios a serem utilizados,
especificação inadequada de verificações de pré-utilização, instruções operacionais
exageradamente complicadas, especificação inadequada do serviço e da manutenção,
utilização por pessoas não treinadas ou sem a habilidade para o uso, uso incorreto
razoavelmente previsível, advertência insuficiente dos efeitos colaterais, advertência
insuficiente quanto a prováveis perigos ligados à reutilização de produtos, medição incorreta
e outros aspectos metrológicos, incompatibilidade com itens de consumo/acessórios/de
outros produtos, etc.
H) Outros
Exercício
 Identifique 3 perigos existentes no processo de utilização de um lápis preto por uma
pessoa que podem ter sido gerados durante a fabricação.
 Estime a probabilidade, do seu ponto de vista (indique de 10 a 100% de chance) de
cada um destes perigos serem efetivados e se transformarem em um dano.
 Estime a gravidade do dano em cada caso, do seu ponto de vista (indique de 1 a 10
sendo 1 equivalente a nenhum dano e 10 equivalente ao pior dano possível).
 Indique o risco de dano existente e calcule o nível de risco multiplicando a
probabilidade pela gravidade.
 Utilize o formulário abaixo:

Produto, Perigo Probabilida Grávida Risco Nível de


matéria de de risco
prima ou (de 1 a 10) (de 1 a
componente 10)
Resposta do exercício
Produto, Perigo Probabilida Grávida Risco Nível de
matéria de de risco
prima ou (de 1 a 10) (de 1 a
componente 10)
Grafite Grafite 3 2 Perfurar a 6
ser pessoa
afiado que está
demais utilizando
o lápis
Faltar o 1 10 O cliente 10
grafite não poder
utilizar o
produto
Diâmetro 2 2 Desconfor 4
Capa do menor to do
lápis que o cliente
especifi durante a
cado utilização
Fim do Módulo 2

Você também pode gostar