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CENTRAIS EÓLICAS
Volume I
Projeto Elétrico e Impacto de Centrais Eólicas na Rede Elétrica
Autores:
Pedro André Carvalho Rosas
Centro Brasileiro de Energia Eólica – CBEE
(Brasil)
Editores:
Everaldo Alencar feitosa, Ph.D.
Alexandre de Lemos Pereira, Ph.D.
Apoio:
http://www.wwindea.org
Recife
2003
EDITORES:
AUTORES:
SUMÁRIO
1 PREFÁCIO 7
2 DEFINIÇÕES 9
3 INTRODUÇÃO 13
4 PROJETO ELÉTRICO DE CENTRAIS EÓLICAS 15
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE INSTALAÇÃO 15
4.4.4 PÁRA-RAIOS. 23
6 REFERÊNCIAS 36
ANEXO A. CARACTERÍSTICAS DE TURBINAS E CENTRAIS EÓLICAS 39
A.1. TURBINAS EÓLICAS 39
3
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
4
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
ÍNDICE DE FIGURAS:
Figura 5. Tensão ao longo do ramal de distribuição onde se encontra instalada a central eólica.
29
Figura A.1. Curva de potência de uma turbina com regulação de potência com: a) variação do
Figura A.3. Diagrama geral das diferentes formas de conexão de turbinas eólicas em centrais
eólicas. 48
5
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
ÍNDICE DE TABELAS:
Tabela 3. Relação de análises que devem ser realizadas em função de diferentes condições de
redes elétricas [Estanqueiro, 2001]...................................................................................... 25
Tabela 5. coeficiente β para cálculo da contribuição harmônica por várias turbinas eólicas ... 33
6
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
1 PREFÁCIO
7
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
8
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
2 DEFINIÇÕES
Gerador síncrono – gerador que possui uma excitação própria. Fornece uma tensão
em uma freqüência que depende diretamente da freqüência de giro do seu eixo
mecânico.
9
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
σ
IT =
Vmédia
Potência máxima admissível – Pmax – é a potência ativa máxima que uma turbina
eólica poderá fornecer em regime permanente.
10
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Pst e Plt – parâmetros de flicker de curto e longo períodos que podem ser entendidos
como uma média ponderada da variação de tensão em 10 minutos e em 2 horas,
respectivamente.
Ramal de ligação – linha elétrica que realiza a ligação da central eólica à rede de
distribuição existente ou à subestação do concessionário.
11
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Scc
rcc =
Scentraeólica
12
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
3 INTRODUÇÃO
Este Guia trata dos principais aspectos do projeto elétrico de centrais eólicas,
enumerados abaixo:
Nem sempre todos os aspectos acima identificados são relevantes, sendo o bom
senso e a experiência importantes na decisão das principais análises a serem
conduzidas. No entanto, de uma maneira geral, para o projeto de uma central
eólica são necessárias análises envolvendo os quatro primeiros aspectos da lista
acima. Os três últimos tópicos são importantes na análise da integração de várias
centrais eólicas (ou centrais de grande capacidade), onde a participação da
geração de energia eólica na matriz energética regional ou local seja considerável.
13
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Neste Guia também são incluídos anexos sobre a tecnologia de turbinas eólicas
modernas e as principais características elétricas de funcionamento dessas
máquinas, uma descrição das noções básicas de transmissão de energia elétrica,
aspectos de otimização de projeto através da análise de perdas elétricas e um
diagrama esquemático apresentando todas as fases de um projeto elétrico de
centrais eólicas.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
A energia eólica é uma forma de geração elétrica que se diferencia das fontes
convencionais devido a dois importantes fatores: 1) característica aleatória da fonte
de energia, o vento e 2) tecnologia utilizada nas turbinas eólicas atuais.
A caracterização da rede elétrica, por sua vez, é fundamental para a definição dos
parâmetros elétricos e na otimização da capacidade da central eólica. A rede
elétrica local onde será conectada a central eólica (rede receptora) pode ser
caracterizada basicamente através das seguintes grandezas:
15
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Scc
rcc = (1)
Scentraleólica
16
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
17
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
S projeto
I projeto = (3)
3 ⋅U n
centro brasileiro de energia eólica – www.eolica.com.br
A corrente nominal de projeto é usada para especificar a seção mínima dos cabos
elétricos de conexão da turbina eólica à subestação bem como a corrente mínima
do lado secundário do transformador. Este parâmetro é também conhecido como
limite térmico do projeto.
1
É importante observar que turbinas eólicas com regulação por pitch, sem mecanismos de controle dos picos de
potência, podem ser dinamicamente mais prejudiciais para a rede que as turbinas controladas por stall, porque
as oscilações mais representativas são introduzidas na proximidade da potência nominal onde o controle de
potência está em funcionamento contínuo.
2
Neste caso a potência máxima será limitada pelo sistema de controle, sendo fundamental o conhecimento das
características do sistema de controle e eletrônicos de potência.
18
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
19
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
0
0 5 10 15 20
Velocidade de Vento (m/s)
600
Potencia (kW)
400
200
Potencia gerada
4000
2000
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distribuicao acumulada da potencia gerada na central eolica(%)
O projeto elétrico das turbinas eólicas deve incluir uma análise das proteções
elétricas. Estas proteções incluem:
¾ Sobre e sub-tensão;
¾ Curto-circuito;
¾ Sobre e sub-freqüência.
¾ Pára-raios.
20
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
4.4.1SOBRE E SUB-TENSÃO
4.4.2CURTO-CIRCUITO – SOBRE-CORRENTE
Como esperado, a ligação de uma turbina eólica à rede elétrica tem um impacto
diferente que depende da sua tecnologia construtiva e operativa (podendo se
apresentar de duas formas distintas: turbinas diretamente conectadas à rede e
turbinas com conversores de freqüência).
21
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
pois considera-se muito difícil que duas turbinas eólicas executem a ligação à rede
ao mesmo tempo. Desta maneira, a soma das correntes máximas não é aplicada.
Nt .e.
Q0, 2−c = ∑ Qn ,i + (Q 0 , 2 ,i − Qn ,i )
2
(7)
i =1
1 2 2
I max −c = ⋅ P0, 2−c + Q0, 2−c (8)
3 ⋅U n
Onde o subescrito “c” indica operação contínua e 0,2 indica a potência máxima
medida em 0,2 segundos (parâmetros fornecidos pelo fabricante).
22
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
4.4.3SOBRE-FREQÜÊNCIA E SUB-FREQÜÊNCIA.
4.4.4PÁRA-RAIOS.
Apesar de não aterrar o neutro do gerador, um sistema de terra deve ser feito para
o neutro do transformador, bem como para os pára-raios, para o sistema de
controle e para a proteção de toque dos componentes metálicos da turbina eólica.
23
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Variações cíclicas diárias do vento são apontadas como a causa principal das
variações lentas de tensão, também chamadas variações estáticas da tensão.
O valor da potência de curto-circuito irá definir será o melhor tipo de análise a ser
conduzida. Através da relação de curto-circuito é possível indicar as análises
relevantes para a integração das centrais eólicas conforme apresentado na Tabela
3.
3
Flicker é um termo de origem inglesa, que é usado para indicar flutuações de tensão visíveis a olho nu, ele
também é chamado de cintilação de tensão. Flicker pode ser entendido como uma média ponderada das
variações de tensão em freqüências da ordem de 0 a 10Hz.
24
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Relação de
Análises fundamentais
curto-circuito
Perfil de tensão no ramal.
rcc ≥ 20
Obs.: não deverão existir problemas de conexão elétrica
Tabela 3. Relação de análises que devem ser realizadas em função de diferentes condições de redes
elétricas [Estanqueiro, 2001].
Deve-se realçar que as análises sugeridas na Tabela 3, são usadas para centrais
Para locais onde a potência de curto-circuito é baixa, por exemplo locais onde a
impedância característica é grande, os efeitos da injeção de potência eólica podem
ser representativos ou impeditivos da conexão da central.
25
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
U 2 + 2 ⋅ ( R ⋅ P + Q ⋅ X ) + U 4 + 4 ⋅ ( R ⋅ P + Q ⋅ X ) ⋅ U 2 − 4 ⋅ ( X ⋅ P + R ⋅ Q) 2
U ce = (9)
2
R+jX P + j⋅Q
U Uce
U ce − U
∆U ce = ⋅ 100 (10)
U
26
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
X
tan(ψ cc ) = (11)
R
e a relação de curto-circuito:
S cc U2 1
rcc = = ⋅ (12)
S R +X
2 2
P + Q2
2
R ⋅ P + X ⋅Q
∆U ce ≈ ⋅ 100 (13)
U2
Barra 4
Central Eolica
27
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
15 15
10 10
5 5
0 0
0 10 20 30 40 0 1000 2000 3000
Horas Potencia Ativa (kW)
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3000
Potencia (kvar, kW)
−200
2000 −300
1000 −400
−500
0
−600
−1000 −700
0 10 20 30 40 0 1000 2000 3000
Horas Potencia Ativa (kW)
28
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
1.06
Tensao na Rede Eletrica
1.04
1.02
0.98
4
3.5
3
2.5
2 40
1.5 30
1 20
0.5 10
Barramentos da Rede Eletrica
Figura 5. Tensão ao longo do ramal de distribuição onde se encontra instalada a central eólica.
O caso apresentado acima não leva em consideração a variação das cargas locais
ao longo dos dias. A potência de curto-circuito no local de instalação da central
eólica é de 47 MVA.
Em casos onde a simulação da tensão na rede local indique como resultado, perfis
de tensão fora dos padrões estabelecidos pelo operador da rede elétrica local,
deverão ser consideradas ações como:
29
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Os resultados deste tipo de análise serão utilizados para garantir que, ainda na fase
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Sn
Pst = Plt = c(ψ cc , va ) ⋅ (14)
S cc
onde Pst representa o flicker emitido por uma turbina eólica para períodos curtos de
tempo, Plt é o flicker emitido em períodos de tempo longos, c(Ψcc,va) é o coeficiente
de emissão de flicker fornecido pelo fabricante, Ψcc é o ângulo característico da
rede elétrica (fornecido pelo concessionário ou estimado), va é a velocidade média
anual de vento (medida no local), Sn é a potência nominal da turbina eólica e Scc é
a potência de curto-circuito no ponto de conexão.
4
Essa característica é importante para turbinas eólicas com conversores eletrônicos de potência, os quais
podem eventualmente gerar componentes harmônicas. No caso de turbinas com conexão direta esse parâmetro
é irrelevante.
31
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Sn
Pst = 18 ⋅ N100.31 ⋅ k f (ψ cc ) ⋅ (15)
S cc
Sn
Plt = 8 ⋅ N120
0.31
⋅ k f (ψ cc ) ⋅ (16)
S cc
onde Pst é o flicker emitido por uma turbina eólica em tempo curto (10 minutos), Plt é
o flicker emitido em tempo longo (120 minutos), kf(Ψcc) é o coeficiente de emissão
de flicker fornecido pelo fabricante, Ψcc é o ângulo característico da rede elétrica
(fornecido pelo concessionário), Sn é a potência nominal da turbina eólica e Scc é a
potência de curto-circuito no ponto de conexão, N10 e N120 são os números
máximos de chaveamento permitidos pelo sistema de controle em 10 e 120 minutos
respectivamente.
1
∑
Nt . e .
Pst = Plt = (ci (ψ cc , va ) ⋅ S n ,i ) 2 (17)
∑ ∑ S cc i =1
Onde i se refere à i-ésima turbina eólica da central eólica e Nt.e. é o número total de
turbinas eólicas, os outros fatores são os mesmos definidos anteriormente.
Nas equações (18) e (19) a notação é a mesma utilizada para as expressões (15) e
(16) de emissão contínua de flicker.
A variação de tensão relativa, devido à conexão de uma turbina eólica, pode ser
estimada aplicando a seguinte expressão:
Sn
d = 100 ⋅ kU (ψ cc ) ⋅ (20)
S cc
32
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Ordem harmônica β
h<5 1,0
5≤h≤10 1,4
h>10 2,0
Tabela 5. coeficiente β para cálculo da contribuição harmônica por várias turbinas eólicas
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Os principais fatores que deverão ser assegurados nesta análise são: a garantia que
os relês de sobrecorrente não irão atuar durante os curtos-circuitos e que, em
condições críticas, as turbinas não perderão a estabilidade de torque. No caso de
turbinas diretamente conectadas com geradores assíncronos, deve ser assegurado,
ainda, o desligamento imediato dos bancos capacitores, evitando que as turbinas
venham a sofrer o fenômeno de auto-excitação; uma vez que os geradores de
indução contribuem para a potência de curto-circuito durante os períodos
transitórios e sub-transitórios, pois na ausência de tensão não dispõe de excitação.
As análises devem ser conduzidas com ambos os modelos dinâmicos: das máquinas
eólicas e da rede elétrica. Os modelos devem permitir, pelo menos, análises de
curtos-circuitos trifásicos. Em algumas situações será importante a análise de curto-
circuito monofásico, especialmente em locais onde existem um elevado índice de
ocorrência dos mesmos. Curtos monofásicos ocasionam o desequilíbrio de fases e
nesses casos as maquinas eólicas podem sofrer torques cíclicos.
34
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
A não inclusão da turbulência no modelo do vento pode ter pequena influência nas
grandezas elétricas simuladas. Muito embora, a turbulência possa ser modelada
como um fenômeno estocástico e a sua máxima magnitude possa ser aproximada a
uma condição crítica (por exemplo, a variação brusca de vento de
aproximadamente 40%, durante o curto-circuito ou operação de conexão). Esta
condição pode ser simulada com o uso do modelo sugerido.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
6 REFERÊNCIAS
[4] Sørensen, P., (1995). Methods for Calculation of the Flicker Contributions from
Wind Turbines, RISØ – I – 939(EN), December 1995, Roskilde – Dinamarca.
[7] Estanqueiro, A., (2001). Curso de integração de centrais eólica na rede elétrica,
Centro Brasileiro de Energia Eólica, agosto 2001, Recife – PE, Brasil.
[8] Elgerd, O. I. (1983). Electric energy systems theory. An introduction, Vol. I, 2nd
edition, McGraw-Hill Pub. Company, Toronto. p. 526.
36
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
[15] Larsson, A. (1995). Existing data from power quality measurements performed at
wind turbines. Chalmers University of Technology, Report R-95-14. p. 11.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
38
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Do ponto de vista formal, uma turbina eólica é constituída unicamente pelo rotor –
pás e respectiva ligação mecânica – de um sistema de conversão de energia do
vento em energia elétrica. No entanto, a denominação anglo-saxônica “wind
Conexão direta se caracteriza como uma conexão rígida com a rede elétrica, pois
somente uma reduzida variação na velocidade de rotação do eixo mecânico é
permitida. Nesta forma de conexão, grande parte das flutuações do vento no rotor é
transmitida à rede elétrica.
39
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
40
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Multipicador
GA Multipicador
GS
DC
DC
~ =
M ultipicador
GA = ~ M ultipicador
GS ~ =
= ~
DC
~
M ultipicador
GA ~ GS ~ =
= ~
DC
P ~ =
M ultipicador
GA M = ~
Conexão direta com controle de torque – rotores Conexão com conversores AC/DC/AC –
bobinados excitação com ímãs permanentes sem
multiplicador de velocidade
~ =
= ~
P ~
M ~
M ultipicador
GA
Conexão direta com controle de torque – rotores Conexão com conversores AC/AC –
bobinados – double fed geradores excitação com ímãs permanentes sem
multiplicador de velocidade
Tabela 6. Principais tipos e formas de conexão de turbinas eólicas.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
onde muitos deles são irrelevantes neste guia. Entretanto, a escolha por um
determinado tipo de turbina eólica será importante para definir os principais
parâmetros elétricos.
Neste tipo de conexão, o gerador está diretamente ligado à rede elétrica. O sistema
é dito “rígido”, pois quase não existe flexibilidade no sistema mecânico devido às
características de funcionamento do gerador elétrico. Este sistema é muito comum e
o gerador demanda o uso de um sistema de compensação de energia reativa. Um
dos pontos mais importantes nesta conexão é a robustez e a não emissão de
componentes harmônicas de corrente.
Nesse caso, podem ser encontrados dois tipos básicos de configurações, uma em
que o escorregamento (ou torque) é controlado através de eletrônica de potência no
circuito do rotor e outra categoria é a conexão de um circuito de extração de
potência pelo rotor (conhecido como “double fed generator” do inglês). São
máquinas que podem injetar na rede uma potência reativa variável e programável.
42
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Neste tipo de conexão, o gerador está diretamente ligado à rede elétrica. O sistema
é dito extremamente rígido, pois quase não existe flexibilidade no sistema mecânico
devido às características de funcionamento do gerador elétrico. Este sistema é muito
comum para pequenas potências (<1kW) instaladas em sistemas isolados.
Além da forma de conexão das turbinas eólicas, outro fator relevante é a forma de
regulação de potência, dividida em descolamento do vento ou estol (em inglês:
stall) e por variação de ângulo de passo das pás (em inglês: pitch). A Figura A.1
apresenta duas curvas de potência características para turbinas com regulação de
potência por: a) variação do ângulo de pás e b) por descolamento do vento.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
0.9
0.8
0.7
P/PN [pu]
0.6
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0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0 5 10 15 20 25
V [m/s]
0.9
0.8
0.7
P/PN [pu]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0 5 10 15 20 25
V [m/s]
Figura A.1. Curva de potência de uma turbina com regulação de potência com: a)Pitch - b) stall.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
45
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Próxima turbina
ou rede elétrica
~
Transformador
Elevador Rede
elétrica
Sistema de controle e 13.8kV ou 69kV
protecão para a turbina
eólica
Compensacao local
de energia reativa Próxima turbina
Capacitores (3 estágios)
ou rede elétrica
A demanda de energia reativa por cada turbina eólica, somada à demanda dos
transformadores individuais, pode acarretar em níveis acima do acordado com o
concessionário, podendo este último, punir o produtor independente com
faturamento de consumo de energia e demanda de reativo.
46
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Transformadores com regulação de tensão em carga, podem ser muito úteis para
reduzir variações estacionárias de tensão e melhorar assim, a qualidade da tensão
no ponto de conexão.
47
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Transformador
Elevador
~
Compensacao local
de energia reativa
Capacitores
Transformador
Elevador
~
Rede
elétrica
Alta tensão
Compensacao local
de energia reativa
Capacitores
Transformador
Elevador
~
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Compensacao local
de energia reativa
Capacitores
Figura A.3. Diagrama geral das diferentes formas de conexão de turbinas eólicas em centrais eólicas.
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
p( t ) = v( t ) i ( t ) ; (B. 1)
p( t ) = v( t ) i ( t ) = VI cos( ωt + α v ) cos( ωt + α i ) =
VI (B. 2)
=
2
[cos( α v − α i ) + cos( 2 ωt + α v + α i ) ]
Recorrendo à definição de valor eficaz de uma grandeza alternada e definindo o
ângulo de impedância como, ϕ = α v − α i , pode escrever-se:
1
P = ( p( t ) )med =
T T∫
v( t ) i ( t ) dt (B. 4)
A potência ativa pode também ser escrita como o produto de dois fatores:
49
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
No caso dos sistemas reativos puros, que armazenam, mas não dissipam energia, o
termo da potência reduz-se ao termo oscilante de valor médio nulo, sendo também
nulo o fator de potência (ϕ=±π/2 ⇒cosϕ=0). O fato de a tensão e a corrente
estarem em quadratura obriga a que a potência ativa seja nula. No entanto,
embora P seja nula, a potência aparente pode apresentar valores bastante
elevados.
A sua definição está para além deste texto, mas convém reter que à função senoidal
a( t ) = A cos( ωt + δ ) de amplitude A e fase na origem dos tempos δ se associa o
vetor A = Ae j δ , assumindo constante, e comum a todas as grandezas intervenientes
(com exceção da potência), a freqüência ω = 2 πf .
50
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
P = ( V ) ef ( I a ) ef (B. 7.)
sendo:
( I a )ef = ( I )ef cos ϕ (B. 8.)
Da corrente I , só a sua componente ativa contribui para o fluxo de energia,
traduzido por P. Define-se então a potência reativa Q, proporcional à componente
que se exprime em Volt Ampére reativo (VAr). Sendo diferente de zero sempre que,
num sistema alternado senoidal, exista defasagem entre a tensão e a corrente,
(ϕ≠0). Esta situação, tal como se viu anteriormente, está associada à presença de
elementos reativos, capazes de armazenar energia (bobinas e condensadores).
Deve-se notar que a potência reativa corresponde, não a um fluxo de energia, mas
sim à expressão, numa grandeza física com dimensões de potência, das oscilações
do fluxo de energia em torno do valor médio (eq. B.2.), sendo pois uma potência
fictícia.
51
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
; (B. 12.)
= Vef I ef cosϕ + jVef I ef sen ϕ = P + jQ
52
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Z = R2 + X 2 ; (B. 14.)
53
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
PR − QX
V g = Vs + . (B. 19.)
Vg
Como as tensões têm valores próximos da unidade (em valores p.u. ou próximo da
tensão nominal na definição corrente), a queda de tensão na linha de transmissão
devida à turbina eólica é igual a:
∆V = V g − V s = PR − QX ; (B. 20.)
de onde se pode concluir que, o fluxo de potência reativa da rede para o parque
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Pp = ( P 2 + Q 2 ) R . (B. 21.)
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guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Um projeto elétrico ótimo de conexão de centrais eólicas deve atender aos seguintes
objetivos:
CT = E perdas ⋅ p ⋅ a + I (C. 1)
Onde CT é o custo total da central eólica, Eperdas são as perdas anuais de uma
central eólica, p é o preço do kWh das perdas, I é o investimento e a é a taxa de
conversão para custo atual das perdas que pode ser calculado como segue na
equação (C. 2):
a=
(1 − (1 + r ) )
−n
(C. 2)
r
R ⋅T 2
E perdas ≈ ⋅ S n ⋅ Fperdas (C. 3)
U n2
R ⋅T 2
E perdas ≈ P0 + ⋅ S n ⋅ Fperdas (C. 4)
U n2
Onde:
55
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Vdesligamaneto
Fperdas = ∑s
v =0
2
(v ) ⋅ f (v ) (C. 5)
Onde:
Vdesligamento é a velocidade de vento para qual a turbina é desligada;
s é a curva de potência aparente da turbina normalizada (em p.u.) em função do vento v
em m/s, é importante destacar que esta curva inclui a demanda de energia reativa para o
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gerador elétrico;
f é a distribuição probabilidade de vento estimada para o local, multiplicada pelo fator de
disponibilidade da turbina eólica.
56
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
57
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Potência reativa:
Potência de Potência reativa medida
Potência ativa medida (kW)
saída (% da Pn) (kVAr)
0
10
20
30
40
50
60
70
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80
90
100
58
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Flutuações de tensão
Operação contínua:
Ângulo da impedância característica, ψcc,
30 50 70 85
(graus)
Operações de conexão:
Partida da turbina em vento
Condição de análise:
de início de operação.
59
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
18 19
20 21
22 23
24 25
26 27
28 29
30 31
32 33
34 35
36 37
38 39
40 41
42 43
44 45
46 47
48 49
50
Máxima total distorção harmônica de corrente (% In)
Potência gerada para máxima total distorção harmônica (kW)
60
guia de projeto elétrico de centrais eólicas
Coleta de dados:
1. Local da instalação;
2. Turbinas eólicas.
Verificação da operação:
1. Corrente da central
2. Perdas elétricas
Não
Valores aceitáveis?
Sim
Análises de
qualidade de
energia
61
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Aceitável? Aceitável?
Sim
Tensão? Tensão?
Não
Não
Relatório final do
projeto.
62
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