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FATOR DE POTÊNCIA DO ISOLAMENTO

A medida do fator de potência do isolamento de um transformador, em última análise,


visa avaliar o comportamento da corrente de fuga. Como citado anteriormente, quanto
menor for seu valor, em melhor estado estará o isolamento.
Em relação aos valores desejáveis do fator de potência do isolamento, a Doble
Engineering Company, um dos maiores fabricantes mundiais de pontes para a sua
medição, elaborou uma estatística baseadas em ensaios de transformadores, obtendo
em:

87 % dos ensaios, um fator de potência de 1,5 % ou menos;


76% dos ensaios, um fator de potência de 1 % ou menos;
52 % dos ensaios, um fator de potência de 0,5 % ou menos.

Por outro lado, a norma “IEEE – 505“ recomenda que transformadores de transmissão
e de distribuição em óleo mineral, tenham fator de potência da ordem de até 2%, se
medidos a temperatura de 200º C.
Observe-se, pelo exposto, que, na realidade, não existe até o presente momento, uma
relação de valores limites que possam traduzir de imediato as condições dielétricas de
um transformador , sendo que cada um possui o seu fator de potência específico.
Devido a este fato, deve-se obter um primeiro fator de potência quando da recepção
do transformador e as demais medições devem ser feitas periodicamente e
comparadas com os valores anteriores.
Conforme a NBR – 5356/1981, o fator de potência do isolamento deve ser medido
pelo método do watt por volt-ampére, ou pelo método de ponte especial, entre os
terminais dos enrolamentos e entre estes a terra.Este ensaio deve proceder os
ensaios dielétricos e pode ser repetido após os mesmos, para efeito de comparação
com os valores anteriormente obtidos.
Para a execução do ensaio o transformador deve estar:

Com todas as buchas montadas:


Com todos os enrolamentos curto-circuitados:
Com a temperatura do óleo e dos enrolamentos tão próximos quanto possível de 20º
C.

A medição deve ser feita com a freqüência de 60 hz. Quando utilizado o método do
watt por volt-ampére, a tensão aplicada deve ser:

entre 2,5 e 5 KV para enrolamentos de tensão máxima do equipamento igual a 1,2 KV;
entre 2,5 e 10 KV para enrolamentos de tensão máxima do equipamento superior a
1,2 KV.

As pontes especiais, entretanto, são mais empregadas em termos práticos,


especificamente a denominada ponte Doble.Observe-se que este termo tomou-se
sinônimo de equipamentos de campo para a medição do fator de potência do
isolamento, apesar de existirem outros fabricantes diferentes da Doble Engineering
Company.
Figura 1 - Ponte para Medição de Fator de Potência MEU- 2500 V

Fig. 1: MEU – 2500 V

Considerações sobre a ponte Doble.

Generalidades

Para avaliações de transformadores foram, e ainda o são, utilizadas três tipos de


pontes Doble, ou seja, MEU – 2500 V, MH – 10.000 V e MHM – 10.000 V.
O primeiro pode ser utilizado em qualquer equipamento elétrico cujo o isolamento
suporte pelo menos 2500 V, que é a tensão por ele aplicada ao espécime de ensaio.
O segundo e o terceiro, cuja tensão aplicada é de 10.000 V, são utilizados em
equipamentos de grande porte, com tensões acima de 138 KV.
Observa-se que, na atualidade, a Doble e outros fabricantes modernizaram sua linha
de produtos. O equipamento que avalia as condições do isolamento é o código
M4000. Permite as medidas de tensão, corrente para as cargas resistivas, indutivas,
capacitivas, perdas dielétricas, fator de potência do isolamento e tangente delta,
capacitância, indutância e resistência. Além disto, permite automação e análise de
resultados com programa compatível com o Windows.
Figura 2- Ponte para Medição de Fator de Potência MH-10000 V

Fig. 2:MH – 10000 V

Nota: A ponte Doble – MEU 2500 V é a mais empregada por usuários de


transformadores.

Princípio de funcionamento.
Figura 3- Circuito básico de medição

Fig. 3: Circuito de medição do Doble, MEU- 2500 V


Na figura tem-se:

C. é um capacitor padrão próprio do instrumento, a ar, colocado em série com o


resistor R. sobre o qual, o cursor K pode ser deslocado;
R. é um resistor padrão, fixo, do instrumento;
V é um voltímetro graduado diretamente em mVA e mW, de 0 a 100, acoplado a um
amplificador, que pode ser ligado em A ou B;
C e Rx representam a capacitância e a resistência de fuga do espécime sob ensaio
(no caso, entre os enrolamentos de alta e baixa tensão e carcaça de um
transformador).

A chave de comutação pode conectar o voltímetro V nos terminais A e depois em B e,


desta
forma,tem-se:

Quando V é conectado em A, fica submetido à diferença de potencial Rs, sendo,


portanto, a indicação proporcional à I, uma vez que Rs é fixa. A leitura será na escala
graduada em mVA, pois corresponde à corrente total que percorre o espécime;
Quando V é conectado em B, a tensão nesta posição é proporcional à componente
ativa Ir, devendo, portanto, a leitura ser feita na escala graduada em mW.

O fator de potência do isolamento (cos ) é dado, em valores porcentuais, por:

Cos  = mW . 100
mVA
Painel e funções

A figura 4 mostra um esboço do painel do MEU 2500 V, onde se tem as seguintes


funções para as diversas chaves e botões:

Fig. 4: Painel do MEU- 2500 V

Voltage: permite o ajuste da tensão de ensaio entre 0 e 2500 V, sendo estes valores
lidos no kilovoltímetro.
Selector: possui três posições, ou seja, “Check”, “MVA” e “MW”.

Se a chave estiver na posição “Check”, permite o ajuste da indicação do medidor de


milivoltampere e miliwatts, multiplicando pela constante 100, com o auxilio do controle
“Meter ADJ”.
Se a chave estiver na posição “MW”, deve-se ler o indicador e multiplicar pela
constante indicada pelo botão “RANGE”. A leitura fornece os miliwatts absorvidos pelo
isolamento.Se a chave estiver na posição “MVA”, tem-se uma situação análoga a da
posição “MW”. A leitura indica os milivoltampéres absorvidos pelo isolamento.
Observe-se que a Doble utiliza-se o prefixo “M” como mili e não mega, como
normalizado.

Range: o botão “RANGE” possui três posições, as quais fornecerão os valores das
constantes de multiplicação para as leituras dos miliwatts e milivoltampéres, conforme
mostrado na tabela.

POSIÇÃO DA CHAVE MVA


OU MW
Posição
MULTIPLICAR LEITURA POR
HIGH 2000 1000 200 100 20
MED 200 100 20 10 2
LOW 20 10 2 1 0,2
Tabela – Constantes de multiplicação
LV Switch: seleciona as posições “Ground”, “Guard”, “UST”, conforme o ensaio a ser
realizado.

A figura abaixo, ilustra o emprego da chave:

No esquema, tem –se:

Chave na posição “GROUND”: mede-se a isolação AT/BT + AT/TERRA;


Chave na posição “GUARD”: mede-se a isolação AT/TERRA.
Chave na posição “UST” ( Ungrounded Speciment Test): mede –se a isolação AT/BT;

POLARITY: determina o sinal positivo ou negativo das leituras de mW e mVA;


RW SWITCH: permite fazer leituras com as chaves nas duas posições, tomando-se a
média aritmética das mesmas;
MW adj: sua função é ajustar o ponteiro indicador de mW na posição do valor mínimo.
O botão possui um mostrador, cuja leitura multiplicada pelo valor “K” fornece a
capacitância do espécime sob teste em picofarads (pF).

Cabos

A ponte DOBLE é fornecida com condutores apropriados para conectá-la ao


equipamento sob ensaio, ou seja:

o cabo de alta tensão (HV) é um cabo coaxial especial, com extremidade em forma de
gancho para contato com a parte ativa do equipamento;
o cabo de baixa tensão (LV): é um cabo simples;
o de aterramento (G) é uma cordoalha de fios de cobre que conecta a carcaça do
instrumento ao neutro do circuito de alimentação e também à carcaça do
equipamento.
Interruptor de Segurança do Operador

Por medida de segurança para o operador o teste é realizado somente com o


acionamento do interruptor de segurança (Fig. 5)

Fig. 5: Interruptor de Segurança


Procedimentos para medições com a ponte Doble.

Para a medição do fator de potência deve ser respeitando o seguinte procedimento

Isolar o transformador das barras energizadas;


Desconectar todos os cabos externos dos terminais das buchas e afastá-los das
mesmas;
Desconectar os cabos de aterramento de cada enrolamento;
Sendo o transformador monofásico, curto-circuitar cada enrolamento em seus
terminais;
Sendo transformador trifásico, curto – circuitar todos os terminais de um mesmo
enrolamento;
Aterrar o tanque;
Aterrar o instrumento por intermédio do terminal do aterramento situado na parte
externa da caixa.
Colocar o plugue do cabo de ligação à fonte de alimentação com 110V, 60 HZ, no
receptáculo, situado na parte externa da caixa;
Colocar o plugue do cabo de extensão do interruptor de segurança no receptáculo
correspondente, do lado esquerdo da parte externa da caixa;
Colocar o plugue do cabo de alta tensão (HV) no receptáculo, do lado direito da caixa,
e o gancho no terminal do espécime a ser testado.

Para executar os ensaios, o procedimento é o que segue:

Colocar o botão Voltage de controle da tensão na posição zero, girando-o, totalmente,


no sentido anti-horário:
Ligar o cabo de alimentação à fonte de 110 V, 60 hz;
Colocar o interruptor geral na posição fechada (ON). A lâmpada de cor verde deve
acender;
Colocar a chave seletora (SELECTOR) na posição CHECK;
Colocar a chave RANGE na posição HIGH;
Colocar a chave seletora da constante de mVA na posição 2000 (a mais alta);
Colocar a chave seletora da constante mW na posição 2000 (a mais alta);
Colocar a chave LV SWITCH na posição GROUND, ou GUARD, ou UST, conforme o
tipo de ensaio a ser realizado;
Colocar a chave de reversão REV SWITCH na posição à direita ou à esquerda. A
posição central OFF é desligada;
Apertar o botão interruptor de segurança. O relé deve-se fechar e a lâmpada verde,
apagar-se. Se não for ouvido o ruído de operação do relé e a lâmpada verde não
apagar, conectar o capacitor de terra ao circuito de alimentação da seguinte forma:
desconectar o cabo de alimentação da fonte; ligar à terra o condutor de aterramento
do capacitor, e colocar o plugue do cabo de alimentação no receptáculo da fonte;
Apertar novamente o botão do interruptor de segurança. A lâmpada verde deverá
apagar-se e a vermelha, acender ao mesmo tempo que se ouvirá o ruído de
fechamento do relé. Girar o botão Voltage até obter a tensão desejada. A tensão lida
no voltímetro é a tensão desejada. A tensão lida no voltímetro é a tensão aplicada ao
transformador sob teste. O instrumento não se presta para testes com tensão abaixo
de 1,25 kV. Se o interruptor geral abrir com uma tensão inferior a esse valor, o teste
não poderá ser realizado. Se o interruptor abrir com uma tensão entre 1,25 e 2,5 kV, o
teste poderá ser realizado conforme as instruções especificas para esses casos;
Com a chave SELECTOR na posição CHECK e a tensão ajustada para o valor
desejada ( 2,5 kV , por exemplo); girar o botão METER ADJ até que o ponteiro
indicador (de mW ou mVA) ocupe a posição 100;
Mudar a posição da chave SELECTOR para a posição mVA. A chave RANGE devera
ser colocada numa posição tal que permita o desvio máximo do ponteiro. Por exemplo,
se a chave RANGE estiver na posição tal que permita o desvio máximo do ponteiro.
Por exemplo, se a chave RANGE estiver na posição HIGH e a leitura for menor que
dez divisões mudá-la para a posição LOW . A chave das constantes de medição deve
ser colocada numa posição tal que permita ao ponteiro um desvio para além da
metade da escala e o mais próximo possível do fim da mesma. Anotar o valor
indicado;
Mudar a chave REV SWITCH de posição e fazer nova leitura. Os valores lidos na
duas posições da chave REV SWITCH serão anotados na ficha de registro de
ensaios, assim como a média algébrica, que é o valor final a ser considerado. Toma-
se a média das leituras porque o instrumento pode ficar exposto a campos
eletrostáticos que influem no resultado da medição. Ao se mudar a chave REV
SWITCH de posição, há a inversão do sentido da corrente na bobina móvel do
instrumento indicador. Tomar o valor médio algébrico das duas leituras como resultado
final da medição. A chave seletora das constantes de medição deve permanecer na
mesma posição durante as leituras;
Colocar a chave SELECTOR na posição mW. Girar o botão MW ADJ até que o
ponteiro indique o menor valor que deve ser anotado. Com a chave RANGE na
mesma posição, colocar a chave das constantes de multiplicação é mudada de
posição, o botão MW ADJ deve ser girado para se obter a deflexão mínima .A leitura
deve abranger meia divisão da escala.
Mudar a posição da REV SWITCH, assim como seu valor médio algébrico;
Ler o valor indicado no mostrador ciclométrico do botão do potenciômetro MW ADJ.
Este valor multiplicado pela constante correspondente à posição da chave RANGE dá
o valor da capacitância do espécime. Esta leitura é feita logo após as leitura de mW;

Deve-se observar que é possível que uma das leituras tenha valor negativo. Para se
saber se tal fato ocorreu, procede-se da seguinte forma: quando a medição é de mW,
girar lentamente o botão POLARITY até que o ponteiro comece a se movimentar. Se o
ponteiro iniciar seu movimento em direção ao valor zero da escala, o valor da leitura é
positivo. Se, pelo contrario, seu movimento inicial é em direção ao valor 100 da escala,
o valor lido é negativo. Para o cálculo, somar os valores de sinal positivo e subtrai-los
quando um deles for negativo, dividindo-se o resultado por 2.
Terminada a medição, desativar o instrumento da seguinte maneira:

Colocar a chave SELECTOR na posição CHECK;


Reduzir a tensão a zero, girando o botão VOLTAGE, totalmente, no sentido anti-
horário;
Despertar os botões dos interruptores de segurança;
Colocar as chaves de MVA, MW e RANGE na posição correspondente ao valor
máximo;
Colocar o interruptor geral na posição desligada e retirar o plugue do receptáculo de
110V.
Só então poderão ser recolhidos os cabos de conexões.
Medições em transformadores de dois circuitos.

A medição do fator de potência do isolamento em transformadores com dois circuitos


segue o procedimento relatado anteriormente.
As isolações envolvidas neste tipo de transformadores são esquematicamente
mostradas na figura.

Representação esquemática do isolamento – transformadores de dois


enrolamentos

Na figura, tem –se :

Ca – isolação entre o enrolamento de TS e carcaça;


Cb – idem, para TI e carcaça;
Cc – idem, para TS e TI.

As ligações devem ser feitas conforme mostra a tabela.

Etapas ensaio nº Cabo HV Cabo LV Chave Isolação


em em LV
1 TS TI Ground Ca + Cb
Primeira 2 TS TI Guard Ca
3 TS TI UST Cab
1 TI TS Ground Cb+Cba
Segunda 2 TI TS Guard Cb
3 TI TS UST Cba

Ligação do Doble em transformadores de dois enrolamentos.


Cálculo do fator de Potência

Como em cada ensaio há duas leituras para obter-se os milivoltampéres e duas


leituras para obter-se os miliwatts, correspondentes as leituras nas duas posições da
chave reversora (REV SWITCH), é necessário calcular-se a média, ou seja;

mVA = mVA + mVA2


2

mW = mW1 + mW2
2

Onde:

mVA, mVA1 e mVA2 – são os valores médio, primeira e segunda leitura da chave
mVA;
mW, mW1 e mW2 – são os valores médio, primeira e segunda leituras da chave mW.

Com tais valores, calcula-se o fator de potência com a expressão.


Naturalmente, os ensaios devem ser realizados sempre em condições as mais
próximas possíveis do último ensaio e, assim, tornar viável a comparação dos
resultados sem correções de temperatura.
Por outro lado, a fim de conseguir valores referidos a uma mesma temperatura,
quando se utiliza a ponte Doble, devem ser feitas correções.
Para determinar o fator de potência corrigido a 20º C, utiliza-se a expressão:

Cos  20 = fc cos 

Onde:

Cos  20 – fator de potência


cos  - fator de potência medido à temperatura de ensaio;
fc - fator de correção de temperatura dado na tabela, em função do tipo de tanque do
transformador, ou seja:

Transformador com conservador: curva clientes da Doble:


Transformadores selados: curva IEEE;
Transformadores com respiradouro: curva DOBLE.
Fatores de Correção de Temperatura – Ponte Doble
Temperatura (ºC) Doble IEEE Cliente da Doble
20 1,00 1,00 1,00
21 0,96 0,98 1,00
2 0,91 0,96 0,99
23 0,87 0,94 0,99
24 0,83 0,92 0,98
25 0,79 0,90 0,96
26 0,76 0,88 0,97
27 0,73 0,86 0,97
28 0,70 0,84 0,96
29 0,67 0,82 0,95
30 0,63 0,80 0,95
31 0,60 0,78 0,94
32 0,58 0,76 0,94
33 0,56 0,75 0,93
34 0,53 0,73 0,93
35 0,51 0,71 0,92
36 0,49 0,70 0,91
37 0,47 0,69 0,91
38 0,45 0,67 0,90
39 0,44 0,66 0,89
40 0,42 0,65 0,89
41 0,40 0,63 0,88
42 0,38 0,62 0,87
43 0,37 0,60 0,86
44 0,36 0,59 0,86
45 0,34 0,57 0,85
46 0,33 0,56 0,84
47 0,31 0,55 0,81
48 0,30 0,54 0,83
49 0,29 0,52 0,82
50 0,28 0,51 0,81
52 0,26 0,49 0,79
54 0,23 0,47 0,77
56 0,21 0,45 0,75
58 0,19 0,43 0,72
60 0,17 0,41 0,70
62 0,16 0,40 0,67
64 0,15 0,38 0,65
66 0,14 0,36 0,62
68 0,13 0,35 0,59
70 0,12 0,33 0,55
72 0,12 0,32
74 0,11 0,31
76 0,10 0,30
78 0,09 0,28
80 0,09 0,27
Conclusões

Em relação aos ensaios, deve-se observar que:

Após a ser executado um determinado ensaio, desligar o instrumento (Doble) e aterrar


o equipamento sob ensaio;
Nunca proceder a mudança da posição das chaves de baixa tensão (LV SWITCH) e
da Reversora (REV SWITCH) com instrumento de ensaio ligado;

Teste de Fator de Potência de buchas de Transformadores

Generalidades

De acordo com as publicações GET-2525 e GET-908C da General Eletric Co. informa


que o teste de fator de potência é, provavelmente, o indicador mais confiável de
umidade das buchas.
Um fator de potência elevado gera uma mudança nas características dielétricas
evidenciando possíveis condições de falha.
Valores estáveis de fator de potência indicam que as partes internas da s buchas
podem ser classificadas em bom estado.

De acordo com a Doble Engennering Co. a isolação das buchas são classificadas de
acordo com os seguintes testes:

Fator de Potência medido por:

testes padronizados do total da bucha isoladamente;


testes de espécimes não-aterrados (UST) em buchas que tenham derivações de
capacitores ou derivações de teste de fator de potência;
testes com guard energizado em buchas que tenham condutor passante ou cabeça
isolada;
testes padronizados da isolação das derivações de capacitância das buchas que as
possuem.

Valores-Limite de fatores de potência (FDP) de buchas a 20 º C

Buchas General Eletric

Situação duvidosa,
FDP limite de
Tipo Descrição quando FDP for maior
fábrica (%)
que (%)
A Porcelana 6,0 8,0
B Cabo flexível e massa isolante 10,0 12,0
F Selada, com óleo 1,5 3,0
L Selada, parte superior com óleo 3,0 4,0
LC Selada, parte superior com óleo 2,5 3,5
OF Com óleo e câmara de expansão 2,0 6,0
S Formas C e CG, núcleo rígido com 3,5 6,0
massa isolante
U Selada com óleo 1,0 2,0
Buchas Westinghouse

Situação duvidosa, quando FDP


for maior que (%)
Tipo semicapacitivo
a) Todas as buchas tido D para
transformadores 6,0
Tipo capacitivo

a) Disjuntores e transformadores para


3,5
instrumentos 69 kV e abaixo
b) Disjuntores e transformadores de
2,8
instrumentos de 92 a 138 kV (exceto tipo O)
c) Transformadores de transmissão e
distribuição de qualquer capacidade,
2,0
disjuntores e transformadores de instrumentos,
de 161 a 288 kV (exceto tipo O)
d) todas as buchas tipo O com óleo, de 92 a 1,4
288 kV

Nota: Conforme o GCOI são considerados normais os seguintes valores de fator


de potência para buchas; no máximo igual a 2,5% para buchas de tensão
nominal de até 170 kV; e no máximo igual a 1,5% para buchas de tensão nominal
igual ou maior que 245 kV.

Tipos de testes:
Teste de buchas que têm derivação de capacitância ou de fator de potência
instaladas em transformadores
A figura 1 ilustra o esquema de ligações para testar buchas. O método de teste é
de espécime não aterrado (UST)

Procedimentos do teste:

O transformador deve estar completamente desenergizado.


Fazer as ligações conforme esquema de ligação, isto é, o cabo HV no terminal da
bucha e o cabo LV na derivação de teste
Interligar o terminal da bucha em teste com o terminal da outra bucha do mesmo
enrolamento.
Preparar o instrumento de teste, colocando a chave LV SWITCH na posição UST.
Realizar as medições, calcular o fator de potência e convertê-lo para a temperatura de
20 º C

Teste com Guard Energizado (Hot Guard Test-HGT)

A figura 2 ilustra o esquema de ligação do teste:

(Fig.2)

Este tipo de teste é aplicável às buchas do tipo de cabo passante, em que o cabo é
isolado do corpo da bucha. Cabo Guard é ligado ao cabo passante da bucha e o cabo
HV, a sua cabeça.
Se a isolação entre o cabo passante e o corpo da bucha puder resistir a uma tensão
de 500 a 1500V, é possível testar a bucha pelo método GST com guard
desenergizado.

Registros dos Testes

A Doble Engeneering CO. recomenda que, na folha de registro de testes de buchas


(anexo1), sejam colocados os seguintes dados:

Fabricante, tipo e forma do disjuntor ou transformador


Número de série do disjuntor ou transformador
Fabricante, tipo, número de série ou de projeto da bucha
Tensão e corrente nominais da bucha
Tensão nominal dos enrolamentos de alta tensão e baixa tensão
Potência nominal (kVA) do transformador
Tempo de serviço do disjuntor ou transformador
Designação do equipamento, número ou nome
Temperatura do ar atmosférico à sombra e temperatura do óleo da parte superior do
tanque do transformador
Umidade relativa do ar
Condições do tempo durante o teste e antes do teste, se houver diferença
Instalação do aparelho: abrigada ou ao tempo
Comprimento do barramento, número de isoladores e outros equipamentos incluídos
no teste
Ao testar buchas de reserva, informar como estão acondicionadas, se estão
armazenadas em local seco ou úmido e se sua parte inferior está envolvida em
material impermeável
Verificar se as buchas de reserva do tipo de óleo contém óleo
Se os testes forem feitos a uma temperatura diferente de 20 º C, converter os valores
encontrados de fator de potência para a temperatura de 20º C, para registrá-los na
folha
É também aconselhável registrar as condições da superfície de porcelana da bucha,
isto é, se contém silicone, se está contaminada ou se está completamente limpa ou
seca

Nota: Nas buchas em que o óleo isolante está em contato com a isolação sólida
(papel), pode haver a deterioração tanto da isolação sólida como da líquida
sendo, por isso, recomendável que sejam realizados testes físicos, químicos e
de gascromatografia do mesmo

Anexo 1 – Folha de Testes


Conclusão final: A determinação do Fator de Potência do Isolamento com a
aplicação de tensão elevada, nos informa as condições da isolação no que se
refere à possibilidade de ocorrência de descargas parcias.

Bibliografia:

Manutenção de Transformadores em Líquido Isolante


Autor: Milan Milasch

FUPAI – Fundação de Pesquisa e a Acessoramento à Indústria


Curso de Manutenção e Operação de Transformadores
EFEI – Escola Federal de Engenharia de Itajubá

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