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• Cálculo 

da frequência de ressonância

O valor do peso linear, Pb , pode ser calculado pela Equação (2.47).

Logo, a frequência de ressonância pode ser dada pela Equação (2.49).

A frequência de ressonância do barramento é de 1,8 Hz, valor distante da frequência do sistema de 60 Hz.

2.3.4.2.4 Critério do efeito corona
Quando os condutores aéreos estão submetidos a um gradiente de potencial superior ao gradiente crítico de tensão disruptiva do ar que circunda os referidos condutores, inicia­se um
processo de descargas elétricas no entorno desse volume de ar. Esse fenômeno se forma em decorrência de o campo elétrico, formado na circunvizinhança dos condutores, acelerar os
elétrons  livres  existentes  no  ar.  A  colisão  desses  elétrons  com  os  átomos  existentes  nesse  meio  faz  liberar  novos  elétrons,  normalmente  presentes  nas  últimas  camadas  dos  átomos.
Esse fenômeno é comum nas linhas de transmissão e barramento de subestações operando em altas tensões, normalmente iguais e superiores a 138 kV, quando o seu efeito deve ser
considerado no dimensionamento desses barramentos.
Os  barramentos  de  seção  tubular  possuem  melhor  desempenho  ao  efeito  corona,  em  função  de  sua  forma  arredondada  e  superfície  lisa  que  permitem  que  o  mesmo  possa  operar
muito próximo ao gradiente de tensão limite na superfície do condutor.
A presença de umidade elevada no ar e a pressão atmosférica contribuem para a formação das descargas elétricas e consequentemente do efeito corona.
A  influência  maior  do  efeito  corona  nas  linhas  de  transmissão  e  barramentos  de  subestação  é  nos  equipamentos  de  comunicação  próximos  aos  condutores  de  alta  tensão,  em
decorrência da radiointerferência degradando a qualidade do sinal de alta frequência.
O efeito corona é um fenômeno visível quando essas pequenas descargas elétricas produzem uma coroa luminosa no entorno do condutor, notada principalmente no período noturno
em áreas escuras, e é acompanhado por ruído audível.
Além desses fenômenos anteriormente mencionados, o efeito corona provoca reações químicas na forma de ozônio que é uma substância corrosiva e óxido de nitrogênio, vibrações
nos condutores e perda de energia. Para inibir a vibração nos barramentos deve­se utilizar um cabo do mesmo material condutor do barramento no interior do tubo para seções entre 80
mm e 120 mm de diâmetro externo. Para diâmetros superiores devem­se utilizar dois cabos, cada um soldado em uma das extremidades do tubo. O comprimento do cabo deve ser igual
a 2/3 do comprimento do tubo. Já o peso do cabo deve corresponder entre 10 % e 30 % do peso da seção do barramento que se quer proteger contra vibração.
O efeito corona está presente na superfície dos condutores dos barramentos, ferragens e isoladores. Mesmo que não percebido visualmente ou por meio auditivo, o efeito corona
poderá existir.
A tensão disruptiva do ar que provoca descargas elétricas, chamada de tensão crítica, pode ser dada pela Equação (2.53).

M0  – fator de irregularidade que varia entre 0 e 1; quanto menor for esse valor, mais crítico será o aparecimento do fenômeno. Seu valor pode ser conhecido na Tabela 2.12.
Dc  – diâmetro do condutor do barramento, em mm;
Dbb  – distância entre os condutores (barramentos), em mm;
θ – fator de densidade do ar. Seu valor pode ser obtido pela Equação (2.54).

Par  – pressão atmosférica, cmHg; ao nível do mar a pressão vale 101,325 kP = 76 cmHg;
Ta  – temperatura ambiente, em ºC.

Para que a tensão nominal do barramento não supere à tensão crítica de disrupção deve­se ter a seguinte condição, dada na Equação (2.55).

Vf f  – tensão nominal entre fases, em kV.

Tabela 2.12 Fator de irregularidade

Fator de irregularidade

M0  = 1 Condição do condutor

0,93 ≤ M0  < 0,98 Cilíndrico e envelhecido

0,87 ≤ M0  < 0,90 Condutor com mais de 7 fios e envelhecido

0,80 ≤ M0  < 0,87 Condutor com menos de 7 fios e envelhecido


O efeito corona proporciona perdas elétricas que fazem reduzir a capacidade do condutor do barramento. Essas perdas podem ser computadas pela Equação (2.56).

Fs  – frequência nominal do sistema, em Hz;
Vn  – tensão nominal entre fases, em kV;
Vc rí  – tensão crítica, em kV.

Logo, a perda total será obtida considerando o comprimento total do barramento por fase, conforme a Equação (2.57).

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2.11)
 
Determinar a tensão crítica de um barramento de uma subestação abaixadora industrial de 224 MVA – 230/69 kV, localizada em Fortaleza (CE), sabendo­se que a temperatura
média local é de 26,5 ºC. O barramento será construído em cabo 477 MCM – CA, código Cosmo. O comprimento do barramento é de 60 m/fase e a distância entre as barras é
de 4000 mm.

• Fator de irregularidade

• Determinação da tensão crítica

M0  = 0,88 (valor adotado: veja a Tabela 2.12 – para condutores envelhecidos com mais de 7 fios)

D c  = 20,10 mm – Tabela 2.4

O valor da tensão crítica é:

• Condição de disrupção (efeito corona)

 (condição não satisfeita: o barramento estará sujeito ao efeito corona)

• Perda por efeito corona

Da Equação (2.56), temos:

Logo, a perda total no barramento por fase é:

Pc ort  = Lb  × Pc or  = 60 × 0,00584 = 0,31 kW

2.4 ESPAÇAMENTOS ELÉTRICOS
Os  barramentos  devem  ser  projetados  com  distâncias  entre  fases  e  entre  fases  e  terra  de  forma  a  atender  aos  espaçamentos  mínimos  da  tensão  nominal  e  da  tensão  suportável  de
impulso, bem como às alturas recomendáveis por norma. A Tabela 2.13 fornece os espaçamentos entre fases e entre fases e terra e as respectivas alturas para nível de tensão entre 13,8
kV a 230 kV.
A Tabela 2.14 fornece os espaçamentos entre fases e entre fases de terra quando da abertura das chaves seccionadoras com abertura vertical e abertura lateral tanto para barramentos
rígidos como para barramentos flexíveis considerando as chaves seccionadoras das classes de tensão de 15 kV e 72,5 kV.
A Tabela 2.15 fornece as distâncias e alturas de segurança do setor de 69 kV.
De forma geral, os leitores poderão obter todas as distâncias e alturas de segurança dos barramentos principal e de transferência, analisando os desenhos dos projetos executivos
das subestações de 13,8, 69, 138 e 230 kV, que se encontram nos Capítulos 5, 6, 7 e 8.

Tabela 2.13 Espaçamentos elétricos

Espaçamento em metro Altura
recomendada
Tensão Tensão Altura sobre
Eixo a eixo de
Tensão estradas (m)
máxima do suportável Fase­terra fases com mínima De
nominal Fase­fase (mínimo) Secundárias
equipamento nominal de (mínimo) equipamentos barramento serviços
(kV)
(kV) impulso horizontal
atmosférico sobre o
(kV crista) Barramentos Circuito solo (m)
Barramentosrígidos
flexíveis diferente

13,8 15 110 0,20 0,30 ­ ­ 3,00 ­ 6,00

34,5 38 200 0,38 0,48 ­ ­ 3,00 ­ 6,00

69 72,5 350 0,69 0,79 1,25 3,00 3,00 4,55 6,00

138 145 550 1,10 1,25 2,50 4,00 3,60 4,55 7,50

138 145 850 1,30 1,45 2,50 5,00 3,60 4,55 7,50

230 242 850 1,60 1,90 4,00 8,00 4,50 5,60 8,50

230 242 950 1,70 2,10 4,00 8,00 4,50 5,60 8,50

230 242 1050 1,90 2,30 4,00 8,00 4,50 5,60 8,50

Tabela 2.14 Espaçamentos de seccionadores e barramentos, em mm

Abertura vertical Abertura lateral Chifres/fusíveis Barramento rígido Barramento flexível


Tensão nominal (kV) TSI
F­F F­T F­F F­T F­F F­T F­F F­T F­F F­T

15 110 610 360 760 450 920,0 540,0 310,0 180,0 800,0 540,0

72,5 350 1520 930 1830 1120 2130 1300 790 640 1830 – 2130 1070­1300

Tabela 2.15 Distâncias e alturas de segurança do setor de 69 kV (veja o Capítulo 6)

Descrição Espaçamento (m)

Distância vertical mínima ao nível das bases (sem consideração de flechas)

Sobre passagem de pedestre 3,40

Sobre estrada de serviço 6,80

Altura dos barramentos do setor de 69 kV ­ TSI 350 kV

Altura do barramento superior da subestação 10,00

Altura do barramento inferior da subestação 3,40

Altura da barra principal da subestação 6,65

Altura da barra de transferência da subestação Depende do arranjo

Altura da barra principal/barra de transferência da subestação Depende do arranjo
3.1 INTRODUÇÃO

As  subestações  de  alta  tensão  devem  ser  providas  de  serviços  auxiliares  necessários  ao  seu  funcionamento  em  condições  normais  de  operação  e  permitir,  em  condições  de  defeito
interno  ou  externo  às  instalações, manter determinados  serviços  básicos,  de  forma  a  possibilitar os trabalhos das equipes de manutenção para sua reinserção no sistema, ou mesmo,
com a perda total das linhas de transmissão de alimentação da subestação, permitir às equipes de operação realizar os serviços necessários à sua reenergização quando do retorno da
tensão no barramento de alta tensão.

3.1.1 Subestações simples de média tensão
Entendem­se aqui por subestações simples aquelas dotadas de uma entrada de energia e um disjuntor geral de proteção acionado por um relé digital de sobrecorrente alimentado por um
sistema de “trip capacitivo”.
Quando não é utilizado o “trip capacitivo” e for instalado um relé digital como proteção geral, faz­se necessária uma fonte de corrente contínua ou alternada para alimentar o relé,
podendo  também  alimentar  outros  relés,  no  caso  de  uma  derivação  primária  depois  do  disjuntor  geral  de  proteção.  Nesse  caso,  é  econômico  instalar  um  nobreak  externo  ou
internamente ao painel de proteção com capacidade para alimentar todas as cargas em corrente alternada. Em geral, utiliza­se um nobreak de 1,5 kVA.
Normalmente, nesse nível de tensão, como as subestações são, em geral, de pequena capacidade e nenhuma complexidade, não é necessário sistema auxiliar em corrente contínua.

3.1.2 Subestações de alta tensão
Dependendo do nível de importância da subestação, podem ser empregados determinados tipos de serviços denominados serviços auxiliares.

3.1.2.1 Serviço auxiliar em corrente alternada
É aquele que deve fornecer tensão alternada nos terminais de certo número de cargas que operam nesse tipo de sistema, tais como iluminação e tomadas da casa de comando e controle,
iluminação de pátio de manobra, motores para operação de chaves e disjuntores, motores para bombeamento de água em subestações distantes dos centros urbanos etc.
Os serviços auxiliares em corrente alternada são alimentados por um transformador do tipo distribuição denominado TSA – transformador de serviço auxiliar, com tensão primária
igual à tensão secundária do transformador de força (34,5 kV; 25 kV; 13,8 kV e 6,6 kV) e baixa tensão, em geral de acordo com a tensão da região (220/127 V ou 380/220 V).
O dimensionamento do TSA é função da carga que será alimentada, como por exemplo, circuitos de iluminação, circuitos de aquecimento etc.

3.1.2.1.1 Dimensionamento do QSA­CA
O  TSA  alimenta  o  quadro  de  serviço  auxiliar  em  corrente  alternada,  denominado  QSA­CA,  a  partir  do  qual  derivam  todos  os  circuitos  monofásicos  e  trifásicos  de  alimentação  das
cargas de utilidade da subestação.
As cargas normalmente ligadas ao QSA­CA são:

• Circuitos de iluminação do pátio de manobra.
• Circuitos de iluminação dos acessos à subestação.
• Circuitos de iluminação e climatização da casa de comando e controle.
• Circuitos dos resistores de desumidificação dos quadros de comando e controle dos equipamentos, tais como os transformadores de força, chaves seccionadoras etc.
• Circuito de alimentação do retificador­carregador do banco de baterias.
• Circuitos de alimentação do sistema de acionamento dos disjuntores e chaves seccionadoras.

Normalmente a alimentação do QSA­CA é fornecida pelas seguintes fontes:

• Transformador de distribuição (TSA) alimentado pelo transformador de força da subestação.
• Grupo motor gerador a óleo diesel (GMG).
• Rede de distribuição da concessionária de serviço público (RD).

A Figura 3.1 mostra as partes externa e interna de um QSA­CA, construção típica e de larga utilização nos projetos de subestações de alta tensão (69 kV a 230 kV).
Figura 3.1 Vistas frontal externa e interna de um QSA­CA.

Já a Figura 3.2 mostra um diagrama trifilar de um QSA­CA, observando­se a separação das cargas de corrente alternada em dois diferentes grupos, ou seja, cargas prioritárias e
cargas não prioritárias. A seleção das cargas prioritárias e cargas não prioritárias deve ser uma decisão de projeto.

3.1.2.1.2 Dimensionamento do transformador de serviço auxiliar (TSA)
Algumas  subestações  somente  possuem  como  serviço  auxiliar  um  transformador  de  média  tensão  com  capacidade  entre  75  kVA  e  225  kVA,  denominado  transformador  de  serviço
auxiliar. Em outras subestações, além do TSA, utiliza­se um grupo motor gerador como fonte de emergência na falta da alimentação do TSA. E finalmente, nas subestações de grande
porte,  principalmente  aquelas  que  fazem  parte  da  Rede  Básica,  são  utilizadas  três  formas  de  suprimento,  ou  seja,  além  do  TSA  e  da  fonte  de  geração  de  emergência,  os  serviços
auxiliares de corrente alternada podem ser ligados à rede de distribuição de energia elétrica.
É importante informar que as subestações pertencentes a centrais geradoras termelétricas devem utilizar as três formas de serviço auxiliar. Quando despachadas pelo ONS podem
consumir tanto a energia gerada internamente, como a energia da concessionária local. Quando está fora de operação utiliza somente a rede da concessionária, pois não é econômico
manter  um  transformador  de  potência  energizado  para  suprir  o  TSA.  Finalmente,  quando  ocorre  um  defeito  na  rede  da  concessionária,  estando  a  usina  fora  de  operação  faz­se
necessário  o  uso  do  GMG  (Grupo  Motor  Gerador).  Normalmente,  a  preferência  para  suprimento  dos  serviços  auxiliares  em  corrente  alternada  recai  sobre  a  energia  fornecida  pela
concessionária que é, sem dúvida, a de menor custo para o empreendedor.
Figura 3.2 Diagrama trifilar de um quadro de serviço auxiliar QSA­CA.

O  dimensionamento  do  TSA  deve  ser  precedido  do  levantamento  de  todas  as  cargas  em  corrente  alternada.  Essas  cargas  devem  ser  cuidadosamente  selecionadas  e  podem  ser
agrupadas, a critério do projetista, nos seguintes conjuntos. Como exemplos temos:
a) Cargas essenciais permanentes (P)

São aquelas imprescindíveis ao funcionamento da subestação e que operam continuamente.
• Retificador­carregador dos serviços auxiliares.
• Casa de comando e controle: iluminação e climatização da sala dos painéis.
• Casa do grupo motor gerador (GMG): retificador­carregador do banco de baterias.

b) Cargas essenciais intermitentes (I)

São aquelas acionadas em intervalos aperiódicos de tempo.
• Transformador de potência: ventilação forçada, principalmente o primeiro estágio.
• Iluminação do pátio: tem como valor admissível de 0,30 VA/m2
• Sistema de preaquecimento do óleo do GMG.

c) Cargas essenciais eventuais (E)

São aquelas consideradas essenciais ao funcionamento da subestação e que são acionadas eventualmente.
• Chaves seccionadoras: bobina de fechamento e motor de carregamento da mola quando alimentadas em CA.
• Disjuntores: bobina de fechamento e motor de carregamento da mola quando alimentados em CA.
• Transformador de potência: iluminação e tomada do armário.
• Pátio de manobra: tomadas.
• Casa de comando e controle: tomadas.
• Copa, banheiro e vestuário da casa de comando e controle.

d) Cargas não essenciais permanentes
São  aquelas  consideradas  não  essenciais  ao  funcionamento  da  subestação,  mas  quando  utilizadas  operam  continuamente,  tais  como  CFTV  (Circuito  Fechado  de  Televisão)  e
tomadas para geladeira e similares.
e) Cargas não essenciais eventuais

São aquelas consideradas não essenciais ao funcionamento da subestação, mas quando utilizadas operam eventualmente. Por exemplo, a tomada de pátio para alimentação do filtro
de óleo do transformador.

Como exemplo do agrupamento das cargas, observar as colunas (4), (5), (6) e (7) da Tabela 3.1 que faz parte do Exemplo de Aplicação (3.1), bem como as Tabelas 3.2 a 3.12. As
considerações sobre as cargas simultâneas essenciais e não essenciais devem ser definidas pelo projetista.

Tabela 3.1 Planilha de cálculo das cargas P – I – E da subestação em CA

Potência das cargas em CA

Simultâneas
Carga Não
Essenciais
instalada essenciais Não
Equipamentos instalados Quant. Tipo Essenciais
essenciais

kVA kVA kVA kVA kVA

(1)   (2) (3) (4) (5) (6) (7)

P 0,50   0,50  
Trafo 230/34,5 kV 120 MVA –
1 13,20 I 10,40   10,40  
Acionamento/Ventilação

E   2,30    

P 0,50   0,50  

Disjuntor 230 kV – Acionamento/painel 1 2,80 I        

E   2,30   2,30

P 0,50   0,50  
Seccionadora 230 kV s/lâmina de terra –
1 2,80 I        
Acionamento/painel

E   2,30   2,30

P 1,05   1,05  

Cubículos – 34,5 kV 7 3,95 I        

E   2,90   2,90

P 0,63   0,63  

Painel de medição de faturamento 1 0,83 I        

E   0,20   0,20

P 1,02   1,02  

Painel de serviços auxiliares – CA/CC 2 3,42 I        

E   2,40   2,40

P 0,60 0,45   1,05

Painéis de proteção e controle 3 3,55 I        

E   2,50   2,50

P 5,80 0,45 6,25  

Painel do GMG 1 8,10 I        

E   2,30   2,30

P 4,00   4,00  

Casa de comando/controle – iluminação e tomadas 1 4,00 I        

E 4,05   4,05  

P 5,80     5,80
Casa do GMG – iluminação e tomadas – 8,10 I        

E   2,30   2,30

P        

Pátio 230 kV – iluminação – 10,20 I 10,20   10,20  

E        

P        

Pátio 230 kV – tomadas – 9,92 I        

E   9,92   9,92

P        

Pátio 230 kV – tomada do filtro óleo 1,00 60,00 I        

E       60(*)

P 9,80   10,45  

Retificador­carregador – sistema CC 2,00 9,80 I        

E        

P        

Bomba do poço artesiano 1,00 1,20 I 1,20     1,22

E        

P 17,34   17,34  

Ar­condicionado – casa com controle – 33,99 I   6,67   6,67

E   10,00   10,00

P 2,00   2,00  

Retificador­carregador – Telecom 1,00 2,00 I        

E        

P – – 44,24 6,85

Totalização I – – 20,60 7,89

E – – 4,05 37,12

P – carga que está permanentemente em operação

I – carga que entra em operação de forma intermitente por determinados períodos de tempo

E – carga que entra em operação de forma eventual

(*) É opcional; não considerar essa carga.

Tabela 3.2 Quantitativos dos principais equipamentos da subestação

Principais equipamentos utilizados na subestação

Equipamentos Descrição Quantidade Obs.

Transformador 120 MVA­230/34,5 kV Acionamento/armário 1 –

Disjuntor 245 kV Acionamento/armário 1 –

Chave seccion. 230 kV s/lâmina de terra Acionamento/armário 1 –

Cubículos 34,5 kV Cubículos 6 + R R – RESERVA

Grupo motor gerador Motor/gerador/armário 1 –

Painéis de proteção Proteção de AT/MT 3 –

Cubículos dos serviços auxiliares Corrente alternada e contínua 2 –
Painéis de medição Medição de faturamento 1 –

A  planilha  de  cálculo  da Tabela 3.1 fornece  as  cargas  demandadas  em  corrente  alternada  em  diferentes  condições  de  operação  da  subestação,  classificadas  por  tipo:  P  –  cargas
permanentemente  em  operação;  I  –  cargas  que  entram  em  operação  de  forma  intermitente;  E  –  cargas  que  entram  em  operação  eventualmente.  A  partir  dos  resultados  da  referida
planilha determina­se a potência nominal do transformador de serviço auxiliar utilizando­se a Equação (3.1) para definir a potência nominal do TSA. Os dados da planilha de cálculo
da Tabela 3.1 são obtidos a partir das Tabelas 3.2 a 3.12 que são facilmente preenchidas, desde que sejam disponíveis os dados dos equipamentos e as áreas dos diversos ambientes da
subestação, tais como a casa de comando e controle, casa do gerador, sala de baterias, pátio de manobra, área de circulação etc.

Pnt  – potência nominal mínima do transformador de serviço auxiliar;
 – somatório das cargas permanentes simultâneas, essenciais e não essenciais;

 – somatório das cargas intermitentes, simultâneas, essenciais e não essenciais;
 – somatório das cargas eventuais, simultâneas, essenciais e não essenciais;
Fse  – fator de segurança: Fse  = 1,1 a 1,3.

Para a determinação da potência nominal do transformador de serviço auxiliar, as cargas devem ser classificadas também em dois diferentes tipos, conforme a Tabela 3.1, ou seja:
a) Cargas simultâneas essenciais

São aquelas classificadas como essenciais e operam de forma simultânea. São assim consideradas as cargas dos retificadores­carregadores do banco de baterias, iluminação da sala de
painéis da casa de comando e controle etc.

Tabela 3.3 Quantitativo e carga de outros equipamentos da subestação

Outros equipamentos instalados na subestação

Equipamentos Quantidade Descrição Potência (kVA)

Carga unitária instalada 9800
Retificador­carregador 50 A/125 Vcc (*) 2
Permanente essencial 9800

Carga unitária instalada 444
Bomba da caixa­d’água ½ cv 1
Intermitente não essencial 444

Carga unitária instalada 1000
IHM 1
Permanente essencial 1000

Carga unitária instalada 2000
Retificador­carregador – Telecom 1
Permanente essencial 2000

(*) Os dois retificadores­carregadores irão operar em paralelo com 50 % de carga.

Tabela 3.4 Carga dos ambientes fechados da subestação

Iluminação e tomadas

Casa de comando e controle

  Essenciais Não essenciais
Ambientes
m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E

Iluminação, tomadas e ar­condicionado nos ambientes

Sala cubículos/painéis 100 40,00 4000 4,00 – – – – – – –

Copa 4,3 70,00 301 – – 0,31 – – – – –

WC masculino 4,5 50,00 225 – – 0,23 – – – – –

Vestiário 5,6 20,00 112 – – 0,11 – – – – –

Sala de reunião 40 40,00 1600 – – 1,60 – – – – –

Almoxarifado 120 15,00 1800 – – 1,80 – – – – –

TOTAL 274,4 – 8038 4,00 – 4,05 – – – – –

Iluminação, tomadas e ar­condicionado nos ambientes

Casa de comando e controle
  Essenciais Não essenciais
Ambientes
m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E

Ar­condicionado

Ambientes BTU (1) W (1) VA VA I E VA/m2 VA P I E

Sala cubículos/painéis 40.000 12.000 13.333 13,34 – – – – – – –

Copa 10.000 3000 3333 – – – – – – 3,33 –

WC masculino – – – – – – – – – – –

Vestiário 10.000 3000 3333 – – – – – – 3,33 –

Sala de reunião 30.000 9000 10.000 – – – – – – – 10,00

Almoxarifado 12.000 3600 4000 4,00 – 5 – – – – –

TOTAL 102.000 30.600 39.999 17,34 – – – – – 6,67 10,00

Casa do GMG

Carga m2 VA/m2 VA P I E VA/m2 VA P I E

Casa do GMG – iluminação 20 38,00 760 – – – – – – – 760

Tomadas 20 50,00 1000 – – – – – – – 1000

Painel do gerador – – 500 – – – – – – – 500

TOTAL – – 2260 – – – – – – – 2260

1 BTU ≈ 0,30 W – – –

(1) As áreas dos diversos ambientes devem ser determinadas a partir da planta baixa da casa de comando.

(2) Os valores de VA/m2  e BTU/m2  são aproximados, mas válidos para esse propósito.

(3) Serão instalados quatro aparelhos, porém somente dois aparelhos funcionam simultaneamente. Os demais são reservas.

Tabela 3.5 Carga das áreas externas da subestação (pátio de manobra)

Iluminação e tomada no pátio (*)

Iluminação e tomadas
Área
Carga instalada Essenciais Não essenciais
Setor
  – – P I E     P I E

m2 VA/m2 VA kVA VA/m2 VA VA

Iluminação no pátio de 230 kV 3306 0,8 2644,8 – 2,64 – – – – – 9,91

Tomadas no pátio de 230 kV 3306 3,0 9918,0 – – – – – – – 60(*)

Tomada do filtro de óleo – – 60.000,0   – – – – – – –

Área de circulação 755,0 10,0 7550,0 – 7,55 – – – – – –

TOTAL – – 80.113 – 10,19 – – – – – 9,91

(*) Os valores de VA/m2  são aproximados, mas válidos para esse propósito. As áreas do pátio e de circulação podem ser obtidas na planta
baixa da subestação.

Tabela 3.6 Quantitativo e cargas resistivas e tomadas do disjuntor de alta tensão (230 kV)

Cargas resistivas e tomadas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA


Disjuntor 230 kV

Motor em CC 1 – – – – – – – –

Resistor de desumidificação 1 1 0,25 0,25 0,25 – – – – –

Resistor de desumidificação 2 1 0,25 0,25 0,25 – – – – –

Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10

Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

TOTAL – – 2,80 0,50 – – – – 2,30

b) Cargas simultâneas essenciais e não essenciais

São  aquelas  classificadas  como  essenciais  e  não  essenciais  que  operam  de  forma  simultânea.  São  assim  considerados  o  sistema  de  climatização  da  casa  de  comando  e  controle,
retificador­carregador das baterias etc.

3.1.2.1.3 Dimensionamento do grupo motor gerador (GMG) de serviço auxiliar
As subestações iguais ou superiores a 69 kV, normalmente dispõem de fonte de geração auxiliar. Algumas indústrias necessitam de uma geração de backup para alimentar determinados
setores que não podem sofrer falta de energia, sob pena da perda de qualidade do produto ou mesmo perda total. É o caso de indústrias de cerveja, por exemplo, que possuem grandes
tanques frios para armazenamento do produto em uma fase intermediária da produção. Com a falta de energia, a temperatura sobe a um valor acima do recomendado, podendo perder
milhares de litros do produto. Assim, não confundir essa geração de emergência, dedicada à produção, com a geração de emergência da subestação que deve alimentar os retificadores­
carregadores dos bancos de baterias, a iluminação de emergência em corrente alternada e outras cargas posteriormente definidas.
A potência nominal do grupo motor gerador Png  deverá ser calculada conforme a Equação (3.2).

Png  – potência nominal mínima do GMG;
Fse  – varia, em geral, de 1 a 1,2;
 – somatório das cargas permanentes, simultâneas, essenciais e não essenciais;
 – somatório das cargas intermitentes, simultâneas, essenciais e não essenciais.

Tabela 3.7 Quantitativo e cargas da chave seccionadora (230 kV)

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Chave seccionadora 230 kV

Motor em CC 1 – – – – – – – –

Resistor de desumidificação (R1) 1 0,25 0,25 – – – 0,25 – –

Resistor de desumidificação (R2) 1 0,25 0,25 – – – 0,25 – –

Lâmpada incandescente 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10

Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

TOTAL – – 2,80 – – – 0,50 – 2,30

Tabela 3.8 Quantitativo e cargas do transformador – ventilação forçada

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Transformador de potência 120 MVA/230 V

Ventilação/armário

Motor 3F/380 V 400 VA 8 1,30 10,40 – 10,40 – – – –

Resistor desumidificador (R1) 1 0,25 0,25 0,25 – – – – –


Resistor desumidificador (R2) 1 0,25 0,25 0,25 – – – – –

Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10

Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

TOTAL   – 13,20 0,50 10,40 – – – 2,30

Tabela 3.9 Quantitativo e cargas dos cubículos de média tensão (34,5 kV)

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Cubículos 34,5 kV

Motores CC 7 – – – – – – – –

Resistor de desumidificação (R1) 7 0,15 1,05 1,05 – – – – –

Lâmpada 7 0,10 0,70 – – – – – 0,70

Tomada 2P+T–500 V (*) 1 2,20 2,20 –   – – – 2,20

TOTAL     3,95 1,05 – – – – 2,90

(*) Será considerada somente uma tomada utilizada de cada vez.

Tabela 3.10 Quantitativo e cargas do painel de GMG

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Painel do GMG

Resistor de aquecimento do alternador 1 0,15 0,15 0,15 – – – – –

Resistor de aquecimento do óleo 1 1,50 1,50 1,50 – – – – –

Resistores de preaquecimento água motor 1 2,00 2,00 2,00 – – – – –

Resistor aquecimento alternador 2 0,90 1,80 1,80 – – – – –

Resistor aquecimento do painel 1 0,15 0,15 0,15 – – – – –

Retificador da bateria 1 0,20 0,20 0,20 – – – – –

Lâmpada 1 0,10 0,10 – – – – – 0,10

Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

TOTAL     8,10 5,80 – – – – 2,30

Tabela 3.11 Quantitativo e cargas dos painéis de proteção e controle

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Painéis de proteção e controle

Resistor de desumidificação (R1) 3 0,15 0,45 – – – 0,45 – –

Lâmpada 3 0,10 0,30 – – – – – 0,30


Lâmpada de sinalização 3 0,08 0,24 0,24          

Tomada 2P+T–500 V (*) 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

Relés 3 0,12 0,36 0,36 – – – – –

TOTAL – – 3,55 0,60 – – 0,45 – 2,50

(*) Será considerada a operação de apenas 1 tomada.

Tabela 3.12 Quantitativo e cargas dos painéis de serviços auxiliares

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Painéis de serviços auxiliares ­ CA e CC

Resistor de desumidificação (R1) 2 0,15 0,30 0,30 – – – – –

Lâmpada 2 0,10 0,20 – – – – – 0,20

Lâmpada de sinalização 9 0,08 0,72 0,72 – – – – –

Tomada 2P+T–500 V 1 2,20 2,20 – – – – – 2,20

TOTAL     3,42 1,02 – – – – 2,40

Tabela 3.13 Quantitativo e cargas do painel de medição de faturamento

Potência das cargas

Instaladas Essenciais Não essenciais

Setor Quant. – Total P I E P I E

kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA

Painel de medição de faturamento

Resistor de desumidificação (R1) 1 0,15 0,15 0,15          

Lâmpadas 2 0,10 0,20           0,20

Lâmpadas de sinalização 6 0,08 0,48 0,48          

Medidores 2 0,15 0,15 0,15          

TOTAL – – 0,98 0,63         0,20

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.1)
 
Considerar  uma  subestação  de  120  MVA­230/34,5  kV,  cujas  cargas  em  corrente  alternada  estão  indicadas  nas Tabelas  3.2  a  3.13.  Determinar  a  potência  nominal  do
transformador de serviço auxiliar e a capacidade nominal do grupo motor gerador. Esses valores foram obtidos de equipamentos utilizados normalmente no mercado nacional
empregados nas subestações industriais e de geração. A Tabela 3.1 é o resultado das Tabelas 3.2 a 3.13. Pelo diagrama unifilar da Figura 3.3 pode­se contar o número dos
equipamentos que serão utilizados no projeto, cujas cargas determinam a capacidade nominal do transformador e do gerador. Para reduzir o grau de complexidade da questão,
foram desconsiderados os painéis de alguns equipamentos, tais como filtros harmônicos, banco de capacitores etc. As áreas dos ambientes da casa de comando e controle
estão indicadas nas Tabelas 3.4. As áreas externas à subestação estão indicadas na Tabela 3.5. A quantidade dos equipamentos, painéis e cubículos do conjunto de manobra
está indicada nas Tabelas 3.2 e 3.3.
Figura 3.3 Diagrama unifilar – 230/34,5 kV.

a) Determinação da potência nominal do transformador de serviço auxiliar

A partir das cargas dos equipamentos, motores, iluminação e tomadas obtêm­se, nas linhas de totalização da Tabela 3.1, os seguintes valores:

Logo, a potência nominal do transformador de serviço auxiliar é de 150 kVA / 380­220 V que é a potência comercial mais próxima a 147,74 kVA.
Considerando que a tomada de 60 kVA venha a ser utilizada no tratamento do óleo do único transformador da subestação, a capacidade do TSA teria o seguinte valor:

Pnt  ≥ Pt om  + 145,74 kVA

Pt om  = 60 kVA (capacidade nominal da tomada).

Pnt  = 60 + 1145,74 = 205,74 kVA

Logo, a capacidade nominal do TSA seria de 225 kVA.
b) Determinação da potência nominal do grupo motor gerador
Deve­se aplicar a Equação (3.2).

Logo, será dimensionado um GMG com as seguintes características:

Potência nominal para regime intermitente: 75 kVA ou 60 kW.
Tensão nominal de geração: 380/220 V.
Fator de potência: 0,80.
Combustível: óleo diesel.

3.1.2.2 Quadro de serviço auxiliar em corrente contínua
Muitos  equipamentos,  tais  como  bobinas  de  abertura  e  fechamento  de  disjuntores,  motores  de  acionamento  de  disjuntores,  bobinas  de  acionamento  de  chaves  seccionadoras  etc.,
necessitam  de  uma  fonte  de  corrente  contínua  para  operar.  Além  disso,  quando  as  fontes  de  corrente  alternada  falharem  por  defeito  na  própria  subestação  [rede  pública  da
concessionária e a(s) linha(s) de transmissão que alimenta(m) a subestação em questão] será necessário existir uma fonte independente que forneça energia ao ambiente de modo que se
possa trabalhar na recuperação do sistema. Neste caso, deve­se utilizar também o grupo motor gerador para garantir os trabalhos de reparo e recuperação do sistema.
Os serviços auxiliares em corrente contínua são constituídos dos seguintes elementos:

• Quadro dos serviços auxiliares em corrente contínua (QSA­CC)
• Banco de baterias
• Retificador­carregador

As cargas dos serviços auxiliares em corrente contínua podem ser classificadas em dois diferentes tipos:

• Cargas permanentes

São  aquelas  que  consomem  permanentemente  energia  durante  todo  o  ciclo  de  emergência,  tais  como  relés  auxiliares,  dispositivos  eletrônicos  inteligentes  chamados  de  IED
(Intelligent Electronic Device), ou simplesmente relés de proteção digitais.
• Cargas temporárias

São  aquelas  que  consomem  energia  apenas  temporariamente  durante  o  ciclo  de  emergência,  tais  como  as  bobinas  dos  disjuntores  de  potência,  bobinas  de  chaves  seccionadoras
automáticas etc.

3.1.2.2.1 Dimensionamento do QSA­CC
É constituído de um painel dotado de disjuntores bipolares alimentados por um banco de baterias que por sua vez é alimentado pelo retificador­carregador, anteriormente mencionado.
A Figura 3.4 mostra as vistas frontal e interna de um QSA­CC.
A Figura 3.5 mostra o diagrama bifilar de um quadro de serviço auxiliar em corrente contínua.
O dimensionamento dos disjuntores é função da carga que será alimentada, como por exemplo, circuitos de iluminação, circuitos de aquecimento etc.
As cargas normalmente ligadas ao QSA­CC são:

• Circuitos de iluminação de emergência do pátio de manobra.
• Circuitos de iluminação de emergência da casa de comando e controle.
• Circuitos de alimentação dos relés digitais.
• Circuitos de alimentação das bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores de alta e média tensões.
• Circuitos de alimentação dos motores de carregamento da mola de fechamento dos disjuntores.
Figura 3.4 QSA­CC – vistas frontal e interna de um QSA­CC.

3.1.2.2.2 Dimensionamento de bancos de baterias para subestações
O banco de baterias deverá ser constituído por determinado número de elementos que possa suprir a carga em regime de emergência durante determinado tempo, em geral durante o
período de três horas ou cinco horas como ocorre nas subestações conectadas à Rede Básica.
Normalmente o banco de baterias para aplicação em subestações de potência de médio e grande portes apresenta as seguintes características técnicas básicas:

• Tipo: bateria regulada por válvula ou, simplesmente, bateria selada.
• Tensão nominal: 127 Vcc.
• Tensão máxima: 137,50 Vcc.
• Tensão mínima: 106,25 Vcc.
• Tensão de flutuação por elemento: 2,20 Vcc.
• Tensão final de descarga por elemento: 1,75 Vcc.

3.1.2.2.3 Cálculo do número de elementos de um banco de baterias
O  número  de  elementos  de  um  banco  de  baterias  é  calculado  com  base  na  variação  da  tensão  permitida  pelo  equipamento  consumidor  e  cujo  valor  pode  ser  determinado  por  três
diferentes processos, adotando­se a solução que conduza ao melhor aproveitamento da bateria, ou seja:
Figura 3.5 Diagrama bifilar de um quadro de serviço auxiliar QSA­CC.

• Regime de carga

Aplicar a Equação (3.3).

Vm áx  – tensão máxima do equipamento consumidor, em V;
Vc  – tensão de carga por elemento, em V.
• Regime de descarga

Aplicar a Equação (3.4).

Vm í n  – tensão mínima do equipamento consumidor, em V;
Vf n  – tensão final de descarga do elemento, em V.

• Regime de flutuação

Aplicar a Equação (3.5).

Vn  – tensão nominal do equipamento consumidor, em V;
Vf e  – tensão de flutuação por elemento, em V.

Se os resultados das três equações forem iguais obtém­se o acumulador com o máximo rendimento operacional.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.2)
 
Determinar o número de elementos de um banco de baterias cujas especificações técnicas exigem as seguintes características: (i) tensão de flutuação por elemento: 2,18 V;
(ii) tensão final de descarga do elemento: 1,73 V; (iii) tensão de carga por elemento: 2,30 V. O equipamento consumidor precisa operar com as seguintes tensões: (i) tensão
nominal: 126 V; (ii) tensão máxima: 138 V; e (iii) tensão mínima: 108 V.
a) Determinação do número de elementos do banco de baterias
• Em regime de carga,

• Em regime de descarga

• Em regime de flutuação

b) Análise para seleção do banco de baterias
• Tensões para o banco de baterias de 60 elementos

– Tensão total de flutuação

– Tensão final de descarga por elemento para 60 elementos

– Tensão total de carga

– Tensão final de carga por elemento para 60 elementos

• Tensão final de descarga por elemento para 58 elementos

Este valor é relativamente alto com pouco aproveitamento da bateria.

• Tensão final de carga por elemento para 62 elementos

Este valor é baixo para o carregamento do banco de baterias.
Logo, 60 elementos é o número ideal para a capacidade do banco de baterias, pois a tensão de carga para 60 elementos, igual a 2,3 V, coincide com a tensão de carga
especificada para a bateria; já a tensão de descarga para 60 elementos, igual a 1,80 V, está mais próxima de 1,73 V do que a tensão final de descarga especificada para a
bateria de 58 elementos, cujo valor é de 1,86 V. E assim, analisando os demais itens, conclui­se que 60 elementos é a melhor configuração.

3.1.2.2.4 Cálculo da capacidade nominal de um banco de baterias
A  capacidade  nominal  de  uma  bateria  é  a  quantidade  de  energia  elétrica  que  a  mesma  consegue  liberar  durante  um  período  de  tempo  antes  que  sua  tensão  se  reduza  a  um  valor
previamente definido. É expressa em Ah.
Para  atender  aos  requisitos  normativos,  a  capacidade  nominal  de  uma  bateria  é  especificada  para  10  horas  de  operação  ininterrupta.  Assim,  uma  bateria  de  10  Ah  deve  fornecer
energia elétrica a uma carga que consome 1,0 A durante o período de 10 horas. Deve­se alertar que essa relação não é linear. A Figura 3.6 mostra a curva de tensão com a variação da
corrente de descarga aproximada de uma bateria estacionária chumbo­ácida.
A associação de um grupo de baterias ligadas em série forma um banco de baterias que, no caso de subestações, alimenta as cargas já anteriormente estudadas. A determinação da
capacidade do banco de baterias pode ser realizada por diferentes processos. Aqui estudaremos dois processos de uso corrente, sendo um mais simplificado e outro mais detalhado.

Figura 3.6 Descarga de uma bateria – bateria chumbo­ácida.

3.1.2.2.4.1 Processo simplificado
Neste caso deve­se aplicar a Equação (3.6).

C10  – capacidade nominal do banco de baterias, em Ah, para uma descarga em 10 horas;
Ie  – corrente das cargas dos circuitos de emergência, em A;
Nd  – número de disjuntores que simultaneamente devam ser operados;
Im d  – corrente dos motores de carregamento das molas de fechamento dos disjuntores, em A; esse valor pode ser obtido a partir da Tabela 3.14 para alguns tipos de disjuntores.

Tabela 3.14 Consumo típico de bobinas e motores de disjuntores

Consumo de 1 mecanismo

Tensão de utilização Número de mecanismos Bobina de abertura Bobina de fechamento Motor de carregamentoda mola

kV – W A (a 112 V) W A (a 112 V) W A (a 112 V)

13,8 1,00 160 1,40 160 1,40 2000 17,80

34,5 1,00 250 2,20 250 2,20 2000 17,80

69,0 1,00 250 2,20 300 2,70 2000 17,80

1,00 250 2,20 250 2,20 5000 44,60


138,0
3,00 250 2,20 360 3,40 5000 44,60

Uma vez que a temperatura exerce influência sobre a capacidade das baterias chumbo­ácidas, é necessário corrigir o valor C10  para um valor superior, em regiões de clima frio, e
para um valor inferior para regiões de clima quente, como por exemplo, o Nordeste brasileiro. O coeficiente de correção vale:

Cc orr  – capacidade do banco de baterias corrigida, em Ah, para uma descarga de 10 horas;
Ψ – coeficiente de correção dada na Tabela 3.15.

Se  o  banco  de  baterias  está  em  local  com  temperatura  superior  a  25  ºC  o  valor  de C10 ,  deve  ser  dividido  por  Ψ  para  fornecer  a  capacidade  máxima  do  banco  de  baterias;  caso
contrário, o valor de C10  deve ser multiplicado por Ψ.
As baterias de níquel­cádmio não apresentam variações de capacidade nominal para temperaturas compreendidas entre 0 e 40 ºC.
Algumas considerações devem ser observadas quando se calcula a capacidade de um banco de baterias.

• Para determinação da demanda máxima momentânea durante a operação de disjuntores, normalmente é considerado que apenas uma unidade deva ser manobrada de cada vez. Isso
não é verdade quando se usa a proteção 50 BF (falha de disjuntor).

Tabela 3.15 Coeficiente de correção de temperatura: baterias chumbo­ácidas

Temperatura em graus Celsius Fator de correção

0,0 0,72

5,0 0,80

10,0 0,86

15,0 0,91

20,0 0,96

25,0 1,00

30,0 1,02

35,0 1,04

40,0 1,07

• A carga requerida do banco de baterias necessária para realizar o desligamento de um disjuntor é normalmente inferior à carga necessária para realizar seu fechamento.
• Considerar que a carga momentânea requerida do banco de baterias tem duração de 1 (um) minuto. No entanto, sabe­se que o tempo de operação de um disjuntor não vai além de
alguns décimos de segundos.
• Considerar que o tempo mínimo de emergência seja de 1 (uma) hora.
• Considerar que o transformador de serviço auxiliar esteja desenergizado para a determinação da capacidade do banco de baterias.
• O tempo do ciclo de descarga deve ser considerado de 10 horas, valor normativo; isso representa o regime de descarga correspondente à capacidade nominal da bateria.
• Na  composição  da  carga  dos  disjuntores  considerar  um  defeito  na  zona  da  proteção  diferencial,  ocasião  em  que  os  disjuntores  de  tensões  superior  e  inferior  operam
simultaneamente.

3.1.2.2.4.2 Processo das cargas permanentes e temporárias
Esse processo é utilizado em grande escala pelas concessionárias de energia elétrica, e fornece os valores bastante seguros no dimensionamento dos bancos de baterias para subestações
de potência.
A determinação da capacidade da bateria pode ser feita a partir da seguinte Equação (3.8).

Os valores de K1 , K2  e K3  são determinados a partir da curva do fabricante das baterias. Para baterias de determinado fabricante – bateria chumbo­ácida regulada por válvula, a


curva da bateria é vista na Figura 3.7.  Para  o  tempo  de  duração  da  emergência  de  cinco  horas  (300  minutos)  exigido  pelo  Submódulo  2.3  dos  Procedimentos  de  Rede,  obtêm­se  os
seguintes valores de K pela Figura 3.7 (curva 1,75 V), ou seja:

K1  = 5,4 – para o tempo de 300 minutos;
K2  = 5,3 – para o tempo de 289 minutos;
K3  = 1,0 – para o tempo de 10 minutos;
Fe nv  = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil);
I1  – corrente de carga correspondente ao primeiro período de ocorrência da emergência com duração de 1 (um) minuto;
I2  –  corrente  de  carga  correspondente  ao  segundo  período  de  ocorrência  da  emergência  com  duração  de  60,  180  ou  300  minutos,  a  depender  da  decisão  do  projetista.  Para  pequenas
subestações  utiliza­se  o  valor  de  60  minutos.  Para  médias  e  grandes  subestações  não  pertencentes  à  Rede  Básica  utiliza­se  o  valor  de  três  horas  (180  minutos).  Se  a  subestação  for
conectada à Rede Básica deverá ser utilizado o valor de 300 minutos;

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.3)
 
Determinar  a  capacidade  do  banco  de  baterias  e  elaborar  a  sua  especificação  para  alimentar  o  sistema  de  corrente  contínua  de  uma  subestação  de  uma  usina  termelétrica
com  potência  nominal  de  224  MVA­69/13,80  kV,  com  quatro  transformadores  de  56  MVA,  contendo  12  disjuntores  de  69  kV,  seis  disjuntores  de  15  kV  e  o  circuito  de
iluminação de emergência constante de 16 lâmpadas de 60 W. Estão instalados 18 relés digitais cuja carga unitária vale 3 VA, um painel de integração com 820 VA, sistema
de  telecomunicação  com  650  VA  e  o  painel  de  IHM  com  750  VA.  A  tensão  nominal  do  sistema  de  corrente  contínua  é  de  125  V.  Considerar  de  1  (uma)  hora  o  tempo  de
emergência e que simultaneamente podem operar os oito disjuntores (quatro disjuntores de 69 kV e quatro disjuntores de 13,8 kV) que fazem parte do sistema de proteção dos
lados de alta e média tensões dos quatro transformadores de potência. A temperatura no interior da sala de baterias é de 35 ºC.

• Determinação da carga, em A:

– Cargas permanentes:

– Carga da bobina de abertura de um disjuntor de 13,80 kV: 160 W (Tabelas 3.14) ou 1,28 A, em 125 V.
– Carga da bobina de abertura de um disjuntor de 69 kV: 250 W (Tabelas 3.14) ou 2,0 A em 125 V.

– Motor de carregamento da mola do disjuntor de 13,80 kV: 2000 W (Tabelas 3.14) ou 16,0 A em 125 V.

– Motor de carregamento da mola do disjuntor de 69 kV: 2000 W (Tabelas 3.14) ou 16,0 A em 125 V.

– Circuito de emergência: 16 × 60 = 960 W, ou

• Determinação da capacidade do banco de baterias
A capacidade do banco de baterias vale:

Logo,  será  selecionado  um  banco  de  baterias  comercial  com  capacidade  nominal  de  100  Ah.  Como  a  temperatura  na  sala  de  baterias  é  de  35  ºC,  a  capacidade  final  da
bateria deve ser inferior para compensar a diferença de temperatura, ou seja:

(valor este superior a C 10 , anteriormente calculado).
O banco de baterias deverá ser fornecido com as seguintes características:

• Tipo: bateria de acumulador chumbo­ácida estacionária regulada por válvula.
• Capacidade nominal da bateria para descarga em 10 horas até a tensão final de descarga por elemento de 1,75 V: 100 Ah.
• Número de elementos: 60.
• Tensão convencional de 1 elemento: 2 V.
• Tensão final de descarga por elemento: 1,75 V.
• Tensão de flutuação por elemento a 25 ºC: 2,17 a 2,23 V.

Figura 3.7 Curva dos valores médios de K para determinadas baterias.

I3  – corrente de carga correspondente ao terceiro período de ocorrência da emergência e tem duração de 10 minutos.

Consideramos agora que o banco de baterias seja utilizado para um ciclo de emergência de 180 minutos em ambiente cuja temperatura é controlada e igual a 25 ºC, ou seja:

K1  = 3,6 – para o tempo de 180 minutos;
K2  = 3,5 – para o tempo de 169 minutos;
K3  = 0,90 – para o tempo de 10 minutos;
Fe nv  = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil).

Assim, neste presente caso, os valores de K1 , K2  e K3  são determinados a partir da curva das baterias – bateria chumbo­ácida regulada por válvula, conforme a Figura 3.7.

3.1.2.2.5 Dimensionamento do retificador­carregador do banco de baterias
O carregador deve ter capacidade suficiente para alimentar simultaneamente a carga permanente em corrente contínua e a carga do banco de baterias em regime de flutuação.
Para manter uma bateria ou banco de baterias carregado é necessário utilizar uma fonte de energia elétrica retificada, cuja tensão seja superior à tensão da bateria em circuito aberto.
É  conhecido  que  a  tensão  de  uma  bateria  se  eleva  durante  o  processo  de  carregamento,  já  que  esta  oferece  uma  resistência  maior  ao  fluxo  de  corrente  com  o  progresso  da  carga
aplicada.
O retificador­carregador possui um circuito ultrarrápido de limitação de corrente, impedindo que a corrente de alimentação da bateria alcance valores que possam comprometer a
integridade de seus componentes mediante sobreaquecimento.
Para especificar um retificador­carregador são necessários os seguintes dados:

• Tipo do carregador

Deve ser selecionado pelo usuário em função de sua aplicação.

• Tensão de alimentação do retificador­carregador

Se a capacidade selecionada do carregador­retificador é inferior a 25 A, pode­se especificar uma tensão de alimentação monofásica de 110 V ou 220 V. Para capacidades iguais ou
superiores a 25 A, é aconselhável especificar um retificador­carregador de tensão trifásica de 220 V ou 380 V.

• Capacidade nominal do retificador­carregador

Deve ser determinada de acordo com a Equação (3.9).

Irc  – capacidade nominal do retificador­carregador, em A;
Ip  – capacidade da carga conectada em regime permanente, em A;
Ic b  – valor necessário da corrente para carregar a bateria, em A; seu valor deve ser igual ou superior a 0,10 × Cn .

O valor de Ic b  pode ser determinado pela Equação (3.10).

Cn  – capacidade nominal das baterias, em Ah;
K – constante cujo valor depende do tipo de bateria, ou seja:
– Para baterias chumbo­ácidas: K = 1,10
– Para baterias níquel­cádmio: K = 1,40
Tr  – é o tempo selecionado para processar o carregamento da bateria; o valor normalmente empregado é de 10 horas.

• Determinação da potência de saída

O valor da potência de saída Psrc  pode ser dado a partir da Equação (3.11).

N – número de elementos das baterias;
Vre  – tensão de carga de equalização.

• Determinação da potência de entrada

A potência de entrada Psrc  pode ser obtida a partir da Equação (3.12).

η – rendimento do retificador­carregador;
φ – ângulo do fator de potência do retificador­carregador.

Devem ser adotadas as seguintes características dos retificadores­carregadores:

• Regulação estática da tensão

Em  geral  é  de  +/–  1  %  para  a  variação  máxima  da  tensão  de  entrada  do  retificador  de  +/–  15  %,  e  variação  da  carga  de  10  %  a  100  %  da  corrente  nominal.  Na  condição  de
funcionamento de 5 % da corrente nominal, a tensão não deve ultrapassar a 2 % do valor ajustado da tensão de saída.

• Regulação estática da corrente em limitação

A corrente limitada não deve variar em mais de 10 % do valor da corrente de saída ajustado, considerando a tensão de saída variando desde o início da limitação até uma tensão
correspondente a pelo menos o final de descarga da bateria. Na variação permissível de 10 %, não são admissíveis valores inferiores ao correspondente ao início de limitação.

• Regulação dinâmica da corrente em limitação

Deve ser de trezentos milissegundos o tempo em que o desvio da tensão de saída não apresenta mais valores que ultrapassem a +/– 2 % do valor correspondente à tensão estática
considerando: degrau crescente de 50 % para 100 % de corrente nominal, ou decrescente de 100 % para 50 % da corrente nominal, ou degrau na tensão de entrada de 5 % (crescente ou
decrescente). Em ambos os casos com emprego de carga resistiva sem bateria em paralelo com o retificador. O pico da tensão transitória não deve ultrapassar a 20 % da tensão estática,
a qual deve atingir no máximo 50 ms após o início do transitório.
A seguir são fornecidos alguns dados técnicos importantes para avaliação do leitor relativamente a um retificador­carregador:

• Características de entrada
– Tensão nominal trifásica: 380 V ou 220 V.
– Fator de potência indutivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação e potência nominal de saída: ≥ 0,85.
– Fator de potência capacitivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação para consumo mínimo de 20 % do valor da potência nominal de saída: ≥
0,75.
– Rendimento: ≥ 0,90 %.

• Características de saída
– Tensão nominal: 125 V.
– Corrente nominal: 50 A.
– Tensão de flutuação: 132 V (119 a 145) V.
– Tensão de equalização: 144 V (129 a 158) V.

EXEMPLO DA APLICAÇÃO (3.4)
 
Determinar a capacidade do banco de baterias de 60 elementos para uma subestação de 75 MVA­138/34,5 kV de uma indústria siderúrgica, cujas características técnicas das
baterias a serem utilizadas são:

• Tipo: bateria regulada por válvula.
• Tensão nominal: Vnb  = 125 V.
• Tensão máxima de operação: Vmo  = 137,5 V.
• Tensão mínima de operação: Vmi  = 105 V.
• Tensão de flutuação por elemento: Vf l  = 2,2 V (valor especificado no projeto).
• Tensão de descarga por elemento: Vde  = 1,75 V (valor especificado no projeto).

Determinar, também, a capacidade nominal do retificador­carregador
As cargas em operação permanente em corrente contínua fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos estão definidas na Tabela 3.16.
Já as cargas em operação temporária em corrente contínua, que correspondem às cargas impostas pelas bobinas de fechamento e abertura dos disjuntores de média e alta
tensões, estão definidas na Tabela 3.17. O rendimento e o fator de potência do retificador­carregador valem respectivamente 0,90 e 0,85.
a) Determinação do número de elementos
• Tensão de flutuação

• Tensão final de descarga

• Tensão média

b) Determinação das cargas impostas
• Cargas permanentes

A potência a ser consumida continuamente pelo banco de baterias vale:

Tabela 3.16 Equipamentos e cargas permanentes em CC dos equipamentos

Cargas permanentes impostas às baterias

Equipamento Carga Quantidade Total

  (W) – (W)

Disjuntores de potência 138 kV 25 1 25

Disjuntores de potência 34,5 kV 30 9 270

Chave seccionadora 138 kV 15 1 15

Chave seccionadora 34,5 kV 20 0 0

Iluminação de emergência 440 1 440

Painel de telecomunicação 45 1 45

Painéis de serviços auxiliares CA 100 1 100

Painéis de serviços auxiliares CC 50 1 50

Carregador­retificador 75 2 150

Painel de medição de faturamento 75 1 75
Central telefônica 80 1 80

Unidade autônoma do transformador – 138 kV 250 1 250

Unidade autônoma da entrada de linha 138 kV 300 1 300

Unidade autônoma do disjuntor transferência 0 0 0

Previsão de carga 0 0 0

TOTAL     1800

Tabela 3.17 Dispositivos e cargas temporárias em CC dos equipamentos

Cargas temporárias impostas às baterias

Carga Quantidade Total


Dispositivo
(W) – (W)

Fechamento disjuntor de potência 138 kV 1450 1 1450

Abertura disjuntor de potência 138 kV 2800 1 2800

Fechamento disjuntores de potência 34,5 kV 1280 9 11.520

Abertura disjuntores de potência 34,5 kV 1830 9 16.470

Motor de carregamento da mola do disjuntor 138 kV 4200 1 4200

Motor de carregamento da mola do disjuntor 34,5 kV 2200 9 19.800

A corrente de carga permanente correspondente vale:

 (corrente consumida pelas cargas permanentemente ligadas).

• Cargas temporárias

Correspondem às cargas impostas pelas bobinas de fechamento e abertura dos disjuntores de média e alta tensões.
A situação mais crítica para o banco de baterias é a solicitação simultânea das bobinas de abertura dos disjuntores de média tensão, em um total de 9 (nove) unidades,
quando ocorrer um defeito em um disjuntor de 34,5 kV fazendo atuar a função de falha de disjuntor, 50 BF; neste caso, será contabilizada uma potência de carga no valor de:

 (corrente de abertura simultânea dos disjuntores de média tensão, 34,5 kV).

A operação mais crítica de fechamento é a do disjuntor de 138 kV, quando ocorre a operação do motor de carregamento da mola, e que é superior à carga da bobina de
fechamento ou de abertura. Observar também que o carregamento da mola dos disjuntores de média tensão ocorre em tempos diferentes, mesmo que próximos e, portanto,
não será considerado como a carga mais crítica.

 (corrente de fechamento do disjuntor de 138 kV – maior carga individual entre os disjuntores de média e alta tensões).

c) Ciclo de carga de emergência
Foram consideradas 3 (três) diferentes etapas no ciclo de emergência. Foi considerado também que o ciclo de emergência das etapas 1 e 2 teriam duração de 180 minutos
(3 horas). Para atendimento aos Procedimentos de Rede é exigido um tempo de 5 (cinco) horas. Isso só ocorre quando a subestação está conectada à Rede Básica, o que
não é o nosso caso, já que as subestações de 138 kV não fazem parte da mesma.
1a Etapa

• Período da ocorrência da emergência

Consideramos que essa etapa tenha duração de 1 (um) minuto, iniciando­se pela atuação das proteções que acarretarem interrupção do fornecimento de corrente alternada
aos retificadores­carregadores. Durante esse período foram consideradas as seguintes cargas:

– Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Icp

– Cargas correspondentes à atuação simultânea dos disjuntores de 34,5 kV, por se tratar da situação mais crítica: Ia d MT

Logo, a corrente de carga nessa condição vale:

2a Etapa
• Período da ocorrência da emergência intermediária

Consideramos  que  essa  etapa  tenha  duração  de  169  minutos  e  se  desenvolve  depois  da  ocorrência  da  emergência  (após  1  minuto)  até  instantes  anteriores  ao
restabelecimento dos serviços auxiliares. Durante esse período (169 minutos) foram consideradas as seguintes cargas:

– Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Ic p

Logo, a corrente de carga nessa condição vale:
I2  = Ic p  = 15,2 A

3a Etapa

• Período do restabelecimento

Consideramos  que  essa  etapa  tenha  duração  de  10  (dez)  minutos,  compreendida  entre  a  emergência  intermediária  e  o  restabelecimento  total  dos  serviços  auxiliares.
Durante esse período foram consideradas as seguintes cargas:

– Cargas permanentes do sistema de 125 Vcc: Icp

– Cargas correspondentes ao fechamento simultâneo dos disjuntores de 138 kV (neste caso somente 1)

 (corrente de acionamento do motor de carregamento da mola de fechamento do disjuntor de 138 kV).

Logo, a corrente de carga nessa condição vale:

d) Determinação da capacidade do banco de baterias
Inicialmente, o cálculo do banco de baterias será dimensionado opcionalmente para atender aos critérios dos Procedimentos de Rede do ONS.
A determinação da capacidade da bateria pode ser calculada a partir da Equação (3.8).

Os valores de K1 , K2  e K3  são determinados a partir da curva das baterias que serão utilizadas no projeto – bateria chumbo­ácida regulada por válvula, mostrada na Figura


3.7, curva 1,75 V. Para o tempo de duração da emergência de 5 (cinco) horas exigido pelo Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Rede, obtêm­se os valores de K, definidos na
Seção 3.1.2.2.4.2, ou seja:

K1  = 5,4 – para o tempo de 300 minutos (Figura 3.7).
K2  = 5,3 – para o tempo de 289 minutos (Figura 3.7).
K3  = 1,0 – para o tempo de 10 minutos (Figura 3.7).
Fenv  = 1,1

Foi considerado que o banco de baterias esteja instalado em ambiente cuja temperatura seja controlada e igual a 25 ºC.
Logo, a determinação da capacidade do banco de baterias, de acordo com a Equação (3.8), vale:

O banco de baterias padrão que atende à condição de carga anteriormente dimensionada é de 150 Ah.
A Figura 3.8 mostra o ciclo de carga de emergência para 5 (cinco) horas (300 minutos).
Adotando  o  critério  menos  severo  para  subestações  que  não  fazem  parte  da  Rede  Básica,  temos  novas  condições  para  o  tempo  definido  de  3  (três)  horas  de
suportabilidade da carga, e obtemos os valores de K, definidos na Seção 3.1.2.2.4.2, ou seja:

K1  = 3,6 – para o tempo de 180 minutos (Figura 3.7).
K2  = 3,5 – para o tempo de 169 minutos (Figura 3.7).
K3  = 0,90 – para o tempo de 10 minutos (Figura 3.7).
Fenv  = 1,1 – fator de envelhecimento (para compensar o envelhecimento das baterias no final da sua vida útil).

Logo, a determinação da capacidade do banco de baterias vale:

O banco de baterias comercial que atende à condição de carga anteriormente dimensionada é de 100 Ah. A Figura 3.9 mostra o ciclo de carga de emergência de 3 (três)
horas.

Figura 3.8 Ciclo de carga de emergência para cinco horas.
Figura 3.9 Ciclo de carga de emergência para três horas.

e) Determinação da capacidade dos retificadores­carregadores
A capacidade de corrente de cada retificador­carregador pode ser obtida a partir da Equação (3.9).

Irc  = Ic p  + Ic b

O valor de Ic b  pode ser determinado pela Equação (3.10).

K = 1,1 – constante para as baterias chumbo­ácidas

Logo, o valor da corrente do retificador­carregador é:

Irc  = Ic p  + Ic b  = 15,2 + 11 = 26,2 A

Assim, o valor do retificador­carregador deverá ser de 50 A (valor comercial).
f) Determinação da potência de saída
O valor da potência de saída pode ser dado a partir da Equação (3.11).

Logo, a potência de saída vale:

g) Determinação da potência de entrada
A potência de entrada pode ser obtida a partir da Equação (3.12), a seguir.
4.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo descreveremos os principais critérios que podem ser utilizados para elaborar os projetos eletromecânicos, elétricos, de arquitetura e civil de subestações de potência das
classes de 15 kV a 230 kV. O planejamento dos projetos das subestações de média tensão normalmente é mais simples e realizado em poucas etapas, comparativamente aos projetos de
subestações de alta tensão.

4.2 PLANEJAMENTO

O planejamento de um projeto de subestação de média e alta tensões deve ser orientado em função da sua complexidade e das atividades do empreendimento no curto, médio e longo
prazos, sejam elas subestações para atendimentos a empreendimentos industriais e de geração de energia elétrica para parques eólicos, térmicos, solares ou hidrelétricos.
As  ações  desenvolvidas  no  planejamento  de  curto  prazo  visam  estabelecer  os  critérios  para  o  desenvolvimento  do  projeto  básico,  na  primeira  fase  e  na  segunda  fase,  do  projeto
executivo. Antes de iniciar o projeto devem ser obtidas as informações a seguir.

4.2.1 Planejamento de subestações de empreendimentos industriais
De forma geral, o planejamento das subestações para empreendimentos industriais deve ser dividido, em pelo menos, nas seguintes etapas.

4.2.1.1 Levantamento da carga
A carga deve ser levantada para as três fases do planejamento do empreendimento: (i) carga inicial no curto prazo; (ii) carga prevista para a primeira expansão do empreendimento; e
(iii) carga para a capacidade máxima da instalação.

4.2.1.2 Definição do arranjo e estrutura da subestação no curto, médio e longo prazos
A partir do levantamento de carga pode­se estabelecer o nível de confiabilidade e continuidade que se quer estabelecer no projeto. Com esse elemento pode­se definir a configuração do
barramento  de  alta  e  de  média  tensões  da  subestação,  o  número  de  transformadores  de  potência, layout ou  simplesmente  arranjo  físico  do  pátio  de  manobra  etc.  A  potência  nominal
do(s)  transformador(es)  de  potência  deve  ser  definida  pela  demanda  calculada  deixando  uma  potência  de  reserva  para  atender  à  segunda  fase  do  projeto,  se  esta  está  prevista  para
ocorrer em um tempo razoavelmente curto, de dois a cinco anos. Para previsão de carga no médio prazo, acima de cinco e inferior a dez anos, é preferível deixar preparado um bay,
também  denominado  vão  de  transformação,  mas  sem  equipamentos  instalados,  tais  como  transformadores  de  medida,  disjuntores,  chaves  etc.  Esse bay deve  ser  dotado  apenas  das
estruturas suportes dos barramentos, do próprio barramento e dos suportes dos equipamentos anteriormente mencionados, incluindo­se a base de um novo transformador de potência.
Para previsão de longo prazo, igual e superior a dez anos, deve­se deixar somente o pátio preparado com as instalações subterrâneas, tais como drenagem, malha de aterramento e a
locação definida, mas sem construção, das bases dos equipamentos já mencionados.
Na maioria das subestações industriais o planejamento do sistema é feito para atender à demanda no curto, médio e longo prazos, ou pelo menos no curto e médio prazos.

4.2.2 Planejamento de subestações para empreendimentos de geração
O  planejamento  para  subestações  que  atenda  a  empreendimentos  de  geração  segue  uma  linha  básica  comum,  mas  diferenciando­se  em  alguns  pontos  em  função  do  tipo  de  geração:
hidrelétricas, termelétricas, eólica e solar.

4.2.2.1 Subestações para empreendimentos de geração hidrelétrica
Para subestações de empreendimentos hidrelétricos deve­se planejar a subestação para atender plenamente ao escoamento da geração na sua capacidade máxima.
O nível de complexidade da subestação vai depender da sua capacidade nominal, indo desde empreendimentos do tipo pequenas centrais hidrelétricas (PCH) até grandes centrais de
geração.

4.2.2.2 Subestações para empreendimentos de geração termelétrica
Os grandes empreendimentos termelétricos para atendimento ao Sistema Interligado Nacional, por exemplo, são contratados em leilões realizados pela ANEEL para determinado bloco
específico de geração. Se o empreendedor não sinalizar com a expectativa de crescimento da geração para o médio e longo prazos o planejamento da subestação deverá ser encerrado no
curto prazo e, portanto, o desenvolvimento do projeto deve ocorrer para a capacidade instalada da geração contratada.

4.2.2.3 Subestações para empreendimentos de geração eólica
O  Brasil  já  conta  com  grandes  empreendimentos  de  usinas  de  geração  eólica  em  pelo  menos  dez  Estados  da  Federação,  notadamente  nos  Estados  do  Nordeste,  sendo  os  mais
importantes  a  Bahia,  o  Rio  Grande  do  Norte  e  o  Ceará.  A  tendência  é  de  crescimento  e  a  grande  maioria  é  viabilizada  por  meio  de  leilões  promovidos  pela  ANEEL.  Alguns
empreendimentos visam ao mercado livre.

4.2.2.4 Subestações para empreendimentos de geração fotovoltaica
Está em pleno desenvolvimento no Brasil a implantação de grandes empreendimentos de usinas de geração fotovoltaicas, resultado de leilões realizados pela ANEEL. Também existem
empreendimentos  voltados  para  o  mercado  livre.  Porém,  está  em  pleno  crescimento  em  todo  o  território  nacional  a  implantação  de  micro  e  minigerações  de  usinas  fotovoltaicas  na
modalidade de geração distribuída (GD) regulamentada pela Resolução Normativa 482/2012 – ANEEL e posteriormente atualizada pela Resolução 687, de 2015.
O estímulo à geração distribuída é justificado pelos benefícios que pode proporcionar ao sistema elétrico. Como esse tipo de geração é normalmente implantado junto à carga ou
próximo  a  ela,  evita  que  essa  demanda  seja  gerada  pelas  usinas  do  sistema  elétrico  implantadas  longe  dos  pontos  de  consumo  solicitando  toda  a  cadeia:  geração,  transmissão  e
distribuição, permitindo também o adiamento dos investimentos na expansão desses sistemas, além de diversificar a matriz energética nacional.
Até  o  momento  esse  tipo  de  geração  no  Brasil  está  fortemente  voltado  para  instalação  de  micro  e  minigerações  para  empreendimentos  destinados,  respectivamente,  ao  uso
domiciliar  (chamados  também  de  prossumidor)  e  de  pequenos  investimentos  para  suprimento  de  instalações  elétricas  comerciais  e  industriais  (máxima  geração  de  5000  kW).  No
entanto, já existem empreendimentos em operação de médio e grande portes bancados pela iniciativa privada e outros em andamento resultantes dos leilões promovidos pela ANEEL,
desde dezembro de 2014. O governo tem acenado aos investidores sua intenção de ampliar no Brasil esse tipo de geração incluindo­o definitivamente na matriz energética nacional.
Com a preocupação crescente sobre o clima, afetado pelas ações do homem sobre o meio ambiente, vários países, principalmente os europeus, vêm adotando políticas de incentivo à
geração de energia limpa por meio de empreendimentos eólicos e fotovoltaicos.

4.3 TIPOS DE SUBESTAÇÕES
Há  diferentes  formas  de  denominar  uma  subestação.  Pode  ser  um  conjunto  de  equipamentos,  dispositivos  e  condutores  elétricos  que  têm  por  objetivo  alterar  as  características  da
energia elétrica (tensão, corrente e frequência), permitindo a sua distribuição aos pontos de consumo em níveis adequados de utilização. Também pode ser descrita como parte de um
sistema de potência, associado aos terminais de uma ou mais linhas de transmissão e de um ou mais alimentadores de distribuição, sejam eles industriais, urbanos ou rurais, contendo
equipamentos de transformação (ou não) e de manobra e de dispositivos de controle e proteção, incluindo estruturas de suporte metálicas ou de concreto, podendo ser ainda utilizados
equipamentos conversores de frequência (subestações conversoras).
As subestações são partes de um sistema elétrico que produzem diferentes modificações nesse sistema. De forma geral, podem ser assim definidas:

• Subestação transformadora

É aquela que produz a redução ou elevação da tensão de alimentação, denominada, respectivamente, subestações abaixadoras e subestações elevadoras. As subestações abaixadoras
são  utilizadas  em  unidades  industriais,  bem  como  nos  sistemas  de  potência  da  rede  pública,  próximas  aos  centros  de  carga.  Já  as  subestações  elevadoras  são  utilizadas
predominantemente nos pontos de geração de energia elétrica, seja esta hidráulica, térmica, eólica ou fotovoltaica.

• Subestação de manobra

É aquela que distribui o fluxo de potência para diferentes caminhos formados por alimentadores, multiplicando os circuitos, mas mantendo o mesmo nível de tensão.

• Subestação de compensação

É aquela dotada de equipamentos que injetam no sistema elétrico energia reativa indutiva e/ou capacitiva.
Em todos os tipos de subestação anteriormente mencionados são utilizados equipamentos de medição operacional para a obtenção dos valores de tensão, corrente, frequência, fator
de potência etc., e, em muitos casos, os valores de energia para fins de faturamento, ou seja, kW, kWh e kVArh.

4.4 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES – ARRANJO/CAPACIDADE
Dependendo da capacidade de transformação e das características de utilização, deve­se projetar uma subestação segundo uma das concepções típicas a seguir conceituadas somente para
fins didáticos.

4.4.1 Subestação de média tensão I
É aquela cuja potência final do projeto não seja superior a 5 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características:

• Tensão nominal: 13,80 kV, 25 kV e 34,5 kV.
• Tipos de barramento primário: barramento simples ou barramento simples seccionado.
• Número de transformadores de potência: 1 a 3 transformadores de potência.
• Área desejável para subestação ao tempo: 150 m2 (sugestão: 10 × 15 m).

4.4.2 Subestação de média tensão II
É aquela cuja potência final do projeto não supera o valor de 70 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características:

• Tensão nominal: 69 kV e 88 kV.
• Tipos de barramento primário: barramento duplo com barra principal e de transferência; barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves; barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves.
• Número de transformadores de potência: 1 a 3.
• Potências nominais projetadas típicas dos transformadores de potência: (i) 5/6,25 MVA; (ii) 7,5/10 MVA; (iii) 12,5/15 MVA; (iv) 20/26,6 MVA; e (v) 26,6/33,2 MVA.
• Área desejável: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 (um) transformador de potência e barramento simples: 600 m2 (sugestão: 20 ×
30 m); para 2 (dois) transformadores e barramento duplo: 1750 m2 (35 × 50 m), incluindo a casa de comando e controle.

4.4.3 Subestação de média tensão III
É aquela cuja potência final do projeto não supera o valor de 150 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características:

• Tensão nominal: 138 kV.
• Tipos de barramento primário: barramento simples, barramento duplo com barra principal e de transferência e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves.
• Número de transformadores de potência: 1 a 3.
• Potências nominais mais projetadas dos transformadores de potência: (i) 40/50 MVA; (ii) 55/70 MVA; (iii) 80/100 MVA; e (iv) 120/150 MVA.
• Área desejável para SE de 138 kV: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 transformador de potência e barramento simples: 2000
m2 (sugestão: 40 × 50 m); para 2 transformadores e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 4200 m2 (60 × 70 m), incluindo a casa de comando e controle.

4.4.4 Subestação de alta tensão I
É aquela cuja potência não supera o valor de 500 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características:

• Tensão nominal: 230 kV.
• Tipos  de  barramento  primário:  barramento  duplo  com  barra  principal  e  de  transferência;  barramento  duplo,  1  disjuntor  a  4  chaves;  barramento  duplo,  1  disjuntor  a  5  chaves  e
barramento em anel.
• Número de transformadores de potência: 1 a 4.
• Potências nominais mais projetadas dos transformadores de potência: (i) 120/150 MVA; (ii) 160/200 MVA; e (iii) 320/400 MVA.
• Área desejável: a depender do número de transformadores de potência e do tipo de barramento para 1 transformador de potência e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 5000
m2 (sugestão: 50 × 100 m); para 2 transformadores e barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves: 7000 m2 (70 × 100 m).

A maioria das empresas concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro­Oeste utiliza subestações de 345 kV e 430 kV, principalmente o Estado de São Paulo.
4.4.5 Subestação de alta tensão II
É aquela cuja potência final é igual ou superior a 500 MVA. Deve ser projetada, de forma geral, com as seguintes características:

• Tensão nominal: 500 kV.
• Tipo de barramento primário: os Procedimentos de Rede determinam que o arranjo seja em barramento duplo, 1 disjuntor e meio.
• Número de unidades transformadoras ou conjunto de autotransformadores de potência: 1 a 4.
• Potências nominais projetadas dos transformadores de potência: normalmente utilizados transformadores trifásicos de 300 MVA a 500 MVA ou autotransformadores monofásicos
de 600 MVA por cada fase, considerando ainda um autotransformador como reserva.
• Área desejável: a depender do número de transformadores trifásicos de potência e do tipo de barramento para 1 conjunto trifásico de autotransformadores monofásicos e barramento
duplo, 1 disjuntor e meio: 11.200 m2 (sugestão: 70 × 160 m); para 2 conjuntos de autotransformadores monofásicos e barramento duplo, 1 disjuntor e meio: 15.600 m2 (120 × 160
m).

4.5 LEVANTAMENTO DE DADOS – PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO
Em função da capacidade nominal da subestação podemos estabelecer o seu tipo e desenvolver o projeto de acordo com as etapas a seguir.

4.5.1 Levantamentos preliminares
Antes de iniciar o projeto propriamente dito são necessárias algumas ações que darão suporte ao desenvolvimento das diversas atividades de projeto.

4.5.1.1 Seleção do terreno
Normalmente, o terreno da subestação fica localizado dentro dos limites do empreendimento, sejam eles industriais ou de geração, e sempre afastado das edificações administrativas.
Para subestações de atendimento ao serviço público de energia, sua localização deve ser o mais próximo possível do centro de carga dos aglomerados urbanos.

4.5.1.2 Levantamento topográfico
A topografia tem por objetivo definir o contorno, a dimensão, a posição do terreno em relação às edificações do empreendimento, a altimetria e as coordenadas UTM.
Em geral, o terreno é plano ou será planificado para dar lugar à subestação.
O levantamento topográfico é constituído de duas partes: (i) levantamento planimétrico: são representados, em um plano horizontal, os limites da superfície do terreno, os ângulos,
as vias de acesso, cercas, e quaisquer pontos considerados significantes para o projeto; e (ii) levantamento planaltimétrico: nele são representadas as curvas de nível que possibilitam a
determinação  da  quantidade  de  terra  que  deve  ser  removida  e  inserida  para  tornar  plano  o  terreno  da  subestação.  Esse  levantamento  deve  ultrapassar  os  limites  do  terreno  em
aproximadamente 20 m, em todas as direções. A RN (referência de nível) e as quatro ou mais extremidades anguladas do terreno devem ser indicadas no local por meio de marcos de
concreto, com identificação em baixo relevo.

4.5.1.3 Sondagem geotécnica
A fim de fornecer dados para o cálculo estrutural das fundações da casa de comando e controle, base do transformador, suportes verticais e estruturas dos barramentos, deve­se realizar
a sondagem geotécnica do solo notadamente nos seguintes pontos: (i) local da casa de comando e controle (1 furo), base do(s) transformador(es) de potência (1 ou 2 furos), base do(s)
disjuntor(es) (normalmente 1 furo). Os furos devem atingir até a camada do solo dita impenetrável.

4.5.1.4 Levantamento da resistividade do solo
Para fornecer os dados para o cálculo da malha de aterramento e o posterior projeto da mesma é necessário realizar o levantamento da resistividade elétrica do solo aplicando o método
de Wenner. A forma de realizar esse levantamento pode ser estudada no livro do presente autor Instalações Elétricas Industriais (LTC, 2017).

4.5.2 Projeto eletromecânico
O projeto eletromecânico é composto por um conjunto de atividades como a seguir.

4.5.2.1 Definição do arranjo físico
Entende­se  por  arranjo  físico,  também  denominado layout,  o  posicionamento  de  todas  as  estruturas  no  terreno,  tais  como  as  estruturas  do  barramento  primário,  dos  equipamentos
(disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores etc.), da casa de comando e controle, da parede corta­fogo, caixa separadora água e óleo, da fossa­sumidouro (se for necessário)
etc.
O arranjo físico deve ser a primeira decisão a ser tomada para a definição do projeto. Qualquer alteração posterior que se queira realizar implicará um grande retrabalho.

4.5.2.1.1 Barramentos de alta tensão
Os barramentos podem ser constituídos de quatro diferentes formas, sendo a seção condutora determinada de acordo com a potência nominal da subestação, com os níveis de curto­
circuito  que  determinam  os  esforços  eletromecânicos,  velocidade  dos  ventos,  aquecimento  solar,  peso  e  as  trações  horizontais  (somente  para  barramentos  flexíveis).  Podem  ser
empregados os seguintes tipos de condutores para o projeto dos barramentos primários:

• Condutores de cobre nu

Empregados em subestações localizadas em área de alto nível de poluição. Dependendo da potência nominal da subestação, podem ser utilizados 1 (um) ou 2 (dois) condutores por
fase.

• Condutores de alumínio­liga

Também empregados em subestações localizadas em área de moderado nível de poluição. Dependendo da potência nominal da subestação, podem ser utilizados de 1 a 4 condutores
por fase. Em razão de o preço do alumínio­liga ser inferior ao do cobre, tem sido dada preferência a esse tipo de condutor quando em condições adequadas de poluição.

• Condutores de alumínio CA

Empregados em subestações localizadas em áreas não poluídas ou com baixíssimo grau de poluição.

• Tubos circulares

Empregados  como  alternativa  às  soluções  anteriores.  Normalmente  são  utilizados  tubos  de  alumínio.  Em  áreas  de  alto  nível  de  poluição  são  empregados  tubos  de  cobre  (muito
raramente).

• Vergalhões de cobre nu

Empregados em subestações de média tensão abrigadas.
4.5.2.1.2 Barramentos de média tensão
Em geral, nas subestações de alta tensão o setor de média tensão é constituído de um conjunto de manobra blindado alimentado pelos transformadores de potência através de cabos de
alumínio ou de cobre isolados. No caso de parques eólicos e fotovoltaicos são utilizados frequentemente cabos de alumínio, até porque normalmente esses empreendimentos utilizam
nas suas redes coletoras cabos de alumínio nus ou isolados (redes subterrâneas).
Quando  o  setor  de  média  tensão  é  constituído  de  estruturas  metálicas  ou  de  concreto,  os  barramentos  normalmente  são  constituídos  de  cabo  de  cobre  nu,  dada  a  sua  elevada
capacidade de condução de corrente. Não é comum a construção de barramentos aéreos de média tensão em subestações industriais e nas modernas subestações de concessionárias ou
de geração, sejam elas hidrelétricas, térmicas, eólicas e fotovoltaicas. A prática de construção de barramentos aéreos em média tensão foi muito utilizada anos atrás. Atualmente ainda
são utilizadas, mas em pequena escala. A preferência tem recaído sobre a utilização de conjuntos de manobra e painéis de proteção e controle instalados na casa de comando e controle.

4.5.2.1.3 Estruturas dos barramentos
Ainda  existe  muita  controvérsia  sobre  a  escolha  entre  estruturas  de  concreto  armado  ou  estruturas  metálicas.  As  estruturas  metálicas,  mesmo  mais  caras,  levam  vantagem  nas
subestações de 500 kV devido à altura dos suportes. Dada à facilidade no transporte dessas estruturas, torna­se mais adequada sua utilização, principalmente em locais com acesso mais
restrito, em razão da topografia íngreme. Sua desvantagem cresce em áreas onde o nível de poluição salina é muito elevado. Em subestações de 69 kV a 230 kV são utilizadas tanto
estruturas metálicas quanto estruturas de concreto armado, sendo a escolha, em boa parte dos casos, uma preferência do projetista.
As  estruturas  de  concreto  têm  a  preferência  de  grande  parte  das  concessionárias  do  Nordeste.  Podem  ser  utilizados  tanto  postes  padronizados  para  linhas  de  transmissão  como
estruturas dedicadas fornecidas para aquela subestação em particular.
A fundação das bases dessas estruturas deve ser calculada em função da natureza do solo. O cálculo do engastamento dos postes pode ser determinado pela Equação (4.1).

E – engastamento do poste, em m;
L – comprimento total do poste, em m.

4.5.2.1.4 Vigas, anéis, suportes capitel e jabaquara
Devem ser calculados no projeto estrutural de acordo com os esforços verticais e horizontais dos barramentos.
As dimensões das vigas são em função do nível de tensão da subestação. As distâncias entre fases e entre fases e terra para diferentes tensões são dadas no Capítulo 2.

4.5.2.1.5 Malha de terra
• Memorial de cálculo da malha de aterramento

No cálculo da malha de aterramento devem ser considerados os seguintes itens: (i) a área definida para a instalação da malha de aterramento; (ii) os valores de resistividade elétrica
do  solo  baseados  nas  medições  de  campo;  e  (iii)  o  valor  da  corrente  de  curto­circuito  fase­terra  é  calculado  a  partir  da  configuração  do  sistema  da  concessionária  e/ou  Operador
Nacional de Sistema (ONS) para um horizonte de 10 anos.
Considerando  os  dados  anteriormente  definidos  procede­se  ao  cálculo  do  condutor  da  malha  de  aterramento,  tomando  como  limites:  (i)  a  resistência  da  malha  de  aterramento  no
valor de 5 Ω para as subestações de 69 kV a 230 kV; (ii) a tensão de passo; (iii) e a tensão de toque nos valores máximos admitidos no decorrer do cálculo que pode ser elaborado
por softwares comerciais ou por processos manuais, o que requer bastante mão de obra. O Capítulo 11 do livro do presente autor, Instalações Elétricas Industriais, trata do assunto.
Os condutores normalmente utilizados no cálculo da malha de aterramento são: (i) cabo de cobre nu, 70 mm2, têmpera meio dura, 19 fios; (ii) cabo de cobre nu, 95 mm2, têmpera
meio dura, 19 fios; e (iii) cabo de cobre nu, 120 mm2, têmpera meio dura, 37 fios. No caso das concessionárias, cada empresa estabelece a seção mínima do condutor utilizado em seus
projetos.

• Condutor de aterramento das estruturas e equipamentos.

Os condutores normalmente utilizados para aterramento das estruturas, equipamentos, portões e demais partes metálicas são o cabo de cobre nu, 70 mm2, têmpera meio dura, 19
fios, para subestações de 69 kV e de 95 mm2, ou de 120 mm2 para subestações de 138 kV e 230 kV.

• Hastes de aterramento

No projeto da malha de aterramento da subestação devem ser utilizadas hastes de aterramento de aço cobreado, 3000 mm de comprimento, 19 mm de diâmetro (3/4”), camada de
cobre, 0,254 mm. As hastes de aterramento devem ser distribuídas da seguinte forma:
– 1 (uma) haste para o aterramento do neutro do transformador de potência;
– 2 (duas) hastes para o aterramento da carcaça do transformador de potência, localizadas em dois pontos diferentes do transformador;
– 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do transformador de serviços auxiliares;
– 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do resistor de aterramento;
– 1 (uma) haste para aterramento do ponto neutro do transformador de aterramento;
– 1 (uma) haste para aterramento de cada conjunto de três para­raios;
– 3 (três) a 4 (quatro) hastes nos ângulos agudos nos limites da área da malha de aterramento;
– 1 (uma) haste em cada canto da casa de comando e controle.

A localização das hastes de aterramento, além das que foram anteriormente mencionadas, deve ser definida no cálculo das tensões de toque e de passo.
Para evitar que haja grande concentração de potencial nos cantos da malha, deve ser dado um formato aproximadamente elíptico ou arredondado à malha de aterramento.
Deve­se  evitar  que  haja  transferência  de  potenciais  perigosos  da  malha  para  outros  elementos  externos  à  área  da  subestação,  como  trilhos,  eletrodutos  metálicos  de  energia  ou
telefonia, tubulações metálicas de água ou esgoto etc.

• Profundidade de malha de aterramento

É necessário que a malha de aterramento seja enterrada a uma profundidade de 0,50 m a 0,55 m, considerando o nível do solo (não contar com altura da brita).

• Conexões

Todas as conexões entre cabos da malha de aterramento devem ser com solda exotérmica. Já as conexões entre a malha de aterramento e o ponto de terra dos equipamentos devem
ser realizadas com conectores aparafusados.

• Caixa de inspeção

Devem ser projetadas caixas de inspeção, para medição da resistência da malha de aterramento, localizadas na casa de comando e controle e no pátio de manobra da subestação e nas
proximidades dos transformadores de potência.

• Aterramento das cercas e portões
Os portões e cercas das subestações devem ser aterrados e atender aos seguintes requisitos:
– Portões de acesso de veículos e/ou portões de acesso a pessoas.

O aterramento dos portões deve ser realizado nos dois lados do mesmo, de acordo com os desenhos dos projetos, vistos nos Capítulos 5 a 8.
– As cercas metálicas que são construídas em torno da subestação devem ser aterradas na malha de terra da subestação.
– As cercas que passam transversalmente sob a linha de transmissão devem ser seccionadas e aterradas nas extremidades.

Os métodos de cálculo anteriormente mencionados estão desenvolvidos no livro do presente autor Instalações Elétricas Industriais.

4.5.2.2 Especificações técnicas
As especificações técnicas dos equipamentos serão fornecidas para subestações de média tensão, 13,80 kV, e de alta tensão, 69 kV, 138 kV e 230 kV, que são as de maior utilização nas
indústrias e empreendimentos de geração de médio e grande portes e nas subestações das concessionárias do serviço público de eletricidade.
Para a apresentação das especificações técnicas, iniciaremos com a indicação das principais normas nacionais e internacionais a que devem estar submetidos a fabricação, o controle
de qualidade, os ensaios de recebimento e transporte dos equipamentos até o local indicado pelo cliente. Em seguida, indicaremos as principais características elétricas do equipamento
que devem ser exigidas do fabricante ou fornecedor, de sorte a se receber um produto da melhor qualidade. É fato que as características elétricas aqui descritas não cobrem todos os
aspectos  do  fornecimento  de  um  equipamento  que  muitas  empresas  compradoras  exigem.  Uma  especificação  técnica  completa  levaria  a  muitos  detalhes  técnicos  e  comerciais  e
consequentemente  a  uma  vasta  quantidade  de  material  impresso,  incompatível  com  o  espaço  restrito  de  um  livro  didático.  No  entanto,  as  informações  aqui  fornecidas  agregadas  às
normas que regem o equipamento citado permitem ao projetista uma base consistente para adquirir o produto.
Finalmente, descreveremos de forma sumária o equipamento que se quer adquirir, normalmente parte da lista de material do projeto. Essa descrição utiliza as características dos
equipamentos comercialmente empregados nas subestações de média e alta tensão.
Vale salientar que as especificações técnicas citadas para cada equipamento podem ser acrescentadas de outras especificações técnicas correlacionadas. Por exemplo, muitos itens
das especificações técnicas de chaves seccionadoras de alta tensão são comuns às especificações técnicas de chaves seccionadoras de média tensão, logicamente alterando­se os valores
dos dados técnicos.

4.5.2.2.1 Equipamentos das subestações de 13,80 kV

4.5.2.2.1.1 Transformador de potência a óleo mineral

4.5.2.2.1.1.1 Normas específicas
NOTA  IMPORTANTE:  Na  especificação  técnica  de  qualquer  equipamento  é  necessário  que  o  projetista  indique  as  normas  técnicas  brasileiras  envolvidas  na  fabricação  daquele
equipamento.  Ao  longo  das  especificações  sumárias  dos  equipamentos  que  iremos  formular  neste  livro  estão  citadas  as  principais  normas  brasileiras  e  internacionais  que  estavam
vigendo na época do preparo do texto. Muito provavelmente algumas dessas normas já foram alteradas com a mesma numeração ou simplesmente canceladas ou substituídas. Porém, é
aconselhável, antes de indicar nas suas especificações as normas aqui citadas, consultar o catálogo da ABNT, utilizando o Google ou outro buscador.
• NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV.
• NBR 5356­1 – Transformadores de potência, Parte 1: Generalidades.
• NBR 5356­2 – Transformadores de potência, Parte 2: Aquecimento.
• NBR 5356­3 – Transformadores de potência, Parte 3: Níveis de isolamento, ensaios dielétricos e espaçamentos externos em ar.
• NBR 5356­4 – Transformadores de potência, Parte 4: Guia para ensaio de impulso atmosférico e de manobra para transformadores e reatores.
• NBR 5356­5 – Transformadores de potência, Parte 5: Capacidade de resistir a curtos­circuitos.
• NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• NBR 6937 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Dispositivos de medição.
• NBR 6940 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Medição de descargas parciais.
• NBR 7277 – Transformadores e reatores – Determinação do nível de ruído.
• NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido – Galvanização por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio.
• NBR 7399 – Produto de aço ou ferro fundido – Galvanização por imersão a quente – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio.
• NBR 7876 – Linhas e equipamentos de alta tensão – Medição de radiointerferência na faixa de 0,15 MHz a 30 MHz.
• NBR 11003 – Tintas – Determinação da aderência.
• NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV.
• ASTM D1535 – Standard practice for specifying color by the Munsell system.
• IEC 60076­1 – Power transformers – Part 1: General.
• As siglas acima se referem à
– ASTM – American Society for Testing and Materials.
– IEC – International Electrotechnical Commission.
– ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

4.5.2.2.1.1.2 Características técnicas exigíveis

• Meio isolante (a óleo mineral e a seco).
• Potência nominal.
• Tensão nominal primária.
• Tensão máxima de operação.
• Tensão suportável de impulso atmosférico – pleno.
• Tensão suportável de impulso atmosférico onda cortada.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto – valor eficaz.
• Tensão nominal secundária.
• Tensão máxima secundária (valor eficaz).
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico pleno (crista) no enrolamento secundário.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto (valor eficaz).
• Derivação secundária.
• Derivações primárias.
• Frequência nominal.
• Polaridade.
• Nível médio de ruído.
• Ligação primária/secundária.
• Grupo de ligação.
• Número de fases.
• Tensão nominal da bucha secundária.
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico pleno (crista) da bucha secundária.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial a seco e sob chuva, durante 1 minuto (eficaz).

4.5.2.2.1.1.3 Especificação sumária
Transformador  trifásico  a  óleo  mineral,  potência  nominal  de  500  kVA,  tensão  nominal  primária  13,80  kV,  derivações  primárias  13.800  V,  13.200  V  e  12.600  V,  tensão  nominal
secundária 380/220 V, impedância 4,5 %, ligação primária em delta e secundária em estrela com ponto neutro acessível.

4.5.2.2.1.2 Transformador de potência a seco

4.5.2.2.1.2.1 Normas específicas
São as mesmas dos transformadores a óleo, naquilo que for pertinente, acrescidas das seguintes especificações técnicas:

• NBR 5405 – Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob frequência industrial.
• IEC 60076­11 – Power transformers – Pat 11: Dry­type transformers.
• NBR 10295 – Transformadores de potência secos.
• NBR IEC 60529 – Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (código IP).

4.5.2.2.1.2.2 Características técnicas
São as mesmas definidas no item 4.5.2.2.1.1.2.

4.5.2.2.1.2.3 Especificação sumária
Transformador  trifásico  a  seco,  potência  nominal  de  500  kVA,  tensão  nominal  primária  13,80  kV,  derivações  primárias  13.800  V,  13.200  V  e  12.600  V,  tensão  nominal  secundária
380/220 V, impedância 6 %, ligação primária em delta e secundária em estrela com ponto neutro acessível, tipo construtivo aberto (IP00).

4.5.2.2.1.3 Transformador de potencial de média tensão

4.5.2.2.1.3.1 Normas específicas
• NBR IEC 60529 – Invólucros de equipamentos elétricos – Proteção.
• NBR 6820 – Transformadores de potencial indutivo.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação.

4.5.2.2.1.3.2 Características elétricas exigíveis
• Tipo de serviço (medição ou proteção ou ainda medição e proteção)
• Tensão primária.
• Tensão secundária.
• Classe de exatidão para os enrolamentos secundários para a relação de transformação.
• Potência térmica nominal.
• Grupo de ligação.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz) durante 60 segundos.
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico.
• Uso: externo.

4.5.2.2.1.3.3 Especificação sumária
Transformador de potencial a seco, uso interno, para serviço em medição, grupo de ligação 1, 13,80 kV, TSI 95 kV, relação de transformação 13.800­2 × 115 V, dois núcleos, classe de
exatidão 0,6P12,5 e 0,6P100, potência térmica nominal 400 VA.

4.5.2.2.1.4 Transformador de corrente de média tensão

4.5.2.2.1.4.1 Normas específicas
• NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV – Especificação.
• NBR 5370 – Conectores empregados em ligações de condutores elétricos em sistema de potência.
• NBR 5405 – Materiais isolantes sólidos – Determinação da rigidez dielétrica sob frequência industrial – Método de ensaio.
• NBR 5906 – Bobinas e chapas laminadas a quente de aço­carbono para estampagem – Especificação.
• NBR 5915 – Chapas finas a frio de aço­carbono para estampagem – Especificação.
• IEC­60044 – Parte 1: Transformadores de corrente.
• IEC­60815 – Guia para a seleção de isoladores para uso em condições de poluição.
• IEC­60296 – Especificação do óleo mineral isolante novo para equipamentos elétricos (somente para TCs a óleo).
• IEC 60233 – Provas em isoladores para uso em equipamento elétrico.
• ASTM 3487 – Requisitos do óleo mineral isolante usado em aparelhos elétricos (somente para TCs a óleo).
• ASTM A123 – Especificação para galvanização a quente de produtos de ferro e aço.

4.5.2.2.1.4.2 Características técnicas exigíveis
• Tipo de serviço (medição ou proteção ou ainda medição e proteção).
• Relações de transformação.
• Classe de exatidão.
• Tensão primária nominal.
• Frequência.
• Quantidade de núcleos.
• Quantidade de enrolamentos secundários.
• Fator térmico nominal.
• Corrente suportável nominal de curta duração durante 1 s.
• Valor de crista nominal da corrente suportável.
• Uso (interno ou externo).

4.5.2.2.1.4.3 Especificação sumária
Transformador de corrente a seco para serviço de medição, uso interno, 15 kV, TSI 95 kV, relação de transformação 100­5 A, classe de exatidão 0,3C12,5, fator térmico nominal 1,2.

4.5.2.2.1.5 Para­raios de média tensão

4.5.2.2.1.5.1 Normas específicas
• NBR 5309 – Para­raios de resistor não linear para sistemas de potência – Método de ensaio.
• NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos – Procedimentos.
• NBR 5470 – Eletrotécnica e eletrônica – para­raios – Terminologia.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• NBR 6939 – Coordenação de isolamento – Procedimento.
• NBR 8841 – Coordenação de isolamento fase­fase.
• NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio.
• NBR 7399 – Produto de aço ou ferro fundido – Verificação do revestimento de zinco – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio.
• IEC 99­4/1991 – Surge arresters.

4.5.2.2.1.5.2 Características técnicas exigíveis
• Classe.
• Tensão suportável de isolamento.
• Tensão nominal.
• Corrente de descarga nominal.
• Tensão disruptiva à frequência industrial.
• Corrente de descarga nominal.
• Máxima tensão de operação contínua (MCOV – Maximum Continuous Operating Voltage).
• Sobretensão temporária (TOV – Transient Overvoltage).
• Tensão máxima residual 8/20 μs a 10 kA.
• Tensão máxima residual 1 μs a 10 kA.
• Tensão máxima residual 30/60 μs a 1 kA.
• Capacidade de alívio de pressão.
• Capacidade suportável 4/10 μs.
• Distância de escoamento.
• Classe de descarga (Norma IEC 60099­4).
• Energia dissipada mínima.

4.5.2.2.1.5.3 Especificação sumária
a) Para­raios para sistema de 15 kV

Para­raios a óxido de zinco, tipo polimérico, tensão nominal 12 kV, corrente de descarga nominal de 10 kA valor de pico, tensão suportável de impulso 110 kV, distância de escoamento
415 mm, máxima tensão de operação contínua (MCOV) 10,2 kV eficaz, sobretensão temporária (TOV) 15 kV, tensão residual de descarga para onda de 8/20 µs com corrente de 10 kA
valor de crista, não superior a 35 kV, frequência nominal 60 Hz, classe de descarga igual ou superior a 2, energia dissipada mínima 2 kJ/kV.
b) Para­raios para sistema de 34,5 kV

Para­raios  a  óxido  de  zinco,  tipo  polimérico,  tensão  nominal  36  kV,  tensão  disruptiva  à  frequência  nominal,  60  kV,  corrente  de  descarga  nominal  de  10  kA,  valor  de  pico,  máxima
tensão de operação contínua (MCOV) superior a 32 kV, tensão máxima residual 8/20 μs a 10 kA – 102 kV, tensão máxima residual 1/20 μs a 10 kA – crista 110 kV, tensão máxima
residual 30/60 μs a 1 kA – crista 84 kV, distância de escoamento mínima 963 mm, isolamento externo 1,2/50 μs – 310 kVpi c o , alívio de pressão 50 kA simétrico, classe de descarga
(Norma IEC 60099­4), igual ou superior a 2, energia dissipada igual ou superior a 5 kJ/kV.

4.5.2.2.1.6 Disjuntores de média tensão

4.5.2.2.1.6.1 Normas específicas
• NBR 5034 – Buchas para tensões alternadas superiores a 1 kV – Especificação.
• NBR 5906 – Bobinas e chapas laminadas a quente, de aço­carbono para estampagem – Especificação.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• NBR 6937 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Dispositivos de medição – Procedimento.
• NBR 7876 – Linhas e equipamentos de alta tensão – Medição de radiointerferência na faixa de 0,15 a 30 MHz.
• NBR 11003 – Tinta – determinação da aderência – Método de ensaio.
• NBR 11902 – Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos – Especificação.
• NBR 12160 – Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos – Verificação das propriedades.
• NBR 12318 – Hexafluoreto de enxofre – Procedimento.
• IEC 85 – Recommendations for the classification of material for the insulation of electrical machinery and apparatus in relation to their thermal stability in service.
• IEC 376 – Specification and acceptance for new sulfur hexafluoride including IEC 376­A and 376­B.
• IEC 480 – Guide to the checking of sulfur hexafluoride (SF6 ) taken from electrical equipment.
• IEC 1233 – High­voltage alternating current circuit­breakers rated on a symmetrical.
• ANSI 37­09 – Test procedure for AC high­voltage circuit­breakers rated on a symmetrical current basis

4.5.2.2.1.6.2 Características técnicas exigíveis
• Uso (abrigado ou externo).
• Tipo (aberto ou extraível).
• Tensão nominal (eficaz).
• Corrente nominal mínima (eficaz).
• Corrente simétrica de interrupção (eficaz).
• Fator de assimetria.
• Corrente de curta duração (3 segundos) (eficaz).
• Sequência de operações.
• Tempo máximo de interrupção.
• Acionamento (manual com mola pré­carregada, ou motorizado).
• Tensão da bobina de abertura.
• Tensão da bobina de fechamento.

4.5.2.2.1.6.3 Especificação sumária
Disjuntor  tripolar,  15  kV,  isolação  a  SF6  ou  vácuo,  corrente  nominal  630  A,  capacidade  de  interrupção  16  kA,  tensão  suportável  de  impulso  (TSI)  95  kV,  com  TCs  de  proteção
associados,  sem  relé,  com  comando  tripolar,  fornecido  com  duas  bobinas  de  abertura  independentes,  com  atuação  simultânea,  com  os  circuitos  de  comando  (abertura  e  fechamento),
sinalização e motor para carregamento da mola independentes, com tensão nominal de 125 Vcc.

4.5.2.2.1.7 Seccionadores tripolares de média tensão

4.5.2.2.1.7.1 Normas específicas
• NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas com tensões acima de 1000 V para sistemas de corrente alternada.
• NBR 5370 – Conectores de cobre para condutores elétricos em sistema de potência – Especificação.
• NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributos – Procedimento.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente ou produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• NBR 6941 – Peças de ligas de cobre fundidas em conquilhas – Requisitos e método de ensaio.
• IEC 600.60­1 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Definições gerais e técnicas de ensaio.
• NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio.
• NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização.

4.5.2.2.1.7.2 Características técnicas exigíveis
• Uso (interno ou externo).
• Isolação.
• Número de polos.
• Forma de acionamento (manual ou motorizado).
• Capacidade de abertura.
• Tipo de comando (manual ou motorizado).
• Tensão de operação.
• Contatos auxiliares de sinalização (quantidade de contatos NA e NF).
• Contatos auxiliares de impulso (quantidade de contatos NA e NF).
• Tensão nominal (eficaz).
• Tensão máxima de operação.
• Corrente nominal (eficaz).
• Corrente térmica de curto­circuito, valor eficaz, 1 s.
• Corrente dinâmica de curto­circuito.
• Corrente de fechamento.
• Frequência.
• Tensão suportável de impulso atmosférico.
• Tensão da bobina de abertura.
• Tensão da bobina de fechamento.
• Tensão do circuito do motor universal.
• Tensão do solenoide de travamento.

4.5.2.2.1.7.3 Especificação sumária
Seccionador  tripolar,  15  kV,  uso  interno,  capacidade  nominal  de  corrente  de  630  A,  tensão  suportável  de  impulso  (TSI)  110  kV,  tensão  suportável  de  impulso  normalizado  entre
contatos  abertos  125  kV,  tensão  suportável  nominal  a  seco  1  min/60  Hz  à  terra  entre  polos  34  kV  e  entre  contatos  abertos  38  kV,  corrente  térmica  de  curto­circuito  12,5  kA,  valor
eficaz, corrente dinâmica de curto­circuito 31 kA, montagem vertical, comando motorizado, tensão nominal do motor 125 Vcc.

4.5.2.2.2 Equipamentos das subestações de 69 kV

4.5.2.2.2.1 Transformador de potência
É  o  equipamento  da  maior  importância  de  uma  subestação,  seja  ela  de  qualquer  nível  de  tensão.  Sua  capacidade  nominal  é  em  função  da  carga  a  ser  suprida,  acrescida  de  uma
capacidade suplementar no caso de expansão do empreendimento.

4.5.2.2.2.1.1 Normas específicas
São as normas características do item 4.5.2.2.1.1.1.

4.5.2.2.2.1.2 Características elétricas exigíveis
• Tensão nominal primária.
• Tensão nominal secundária.
• Derivações de tensão no primário (comutador de derivação sem carga e sem tensão, se necessário).
• Tensão inferior fixa.
• Impedância de sequência positiva na base da potência nominal (potência base) e tensão nominal a 75 ºC.

4.5.2.2.2.1.3 Enrolamento de 69 kV
• Isolamento.
• Tensões suportáveis nos terminais de linha: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) aplicada à frequência de 60 Hz durante
1 (um) minuto.

4.5.2.2.2.1.4 Enrolamento de média tensão
• Tipo de isolamento.
• Tensões  suportáveis  nos  terminais  de  linha:  (i)  impulso  atmosférico,  onda  plena  (1,2  ×  50  μs);  (ii)  impulso  atmosférico,  onda  cortada;  e  (iii)  aplicada  à  frequência  de  60  Hz,
durante 1 (um) minuto.

4.5.2.2.2.1.5 Neutro
• Tipo de isolamento.
• Tensões  suportáveis  nos  terminais  de  linha:  (i)  impulso  atmosférico,  onda  plena  (1,2  ×  50  μs);  (ii)  impulso  atmosférico,  onda  cortada;  e  (iii)  aplicada  à  frequência  de  60  Hz,
durante 1 (um) minuto.

4.5.2.2.2.1.6 Buchas do enrolamento de 69 kV
• Tipo de isolamento.
• Tensões  suportáveis:  (i)  impulso  atmosférico,  onda  plena  (1,2  ×  50  μs);  (ii)  impulso  atmosférico,  onda  cortada;  e  (iii)  tensão  aplicada  à  frequência  de  60  Hz,  durante  1  (um)
minuto.

4.5.2.2.2.1.7 Buchas do enrolamento de média tensão
• Tensão nominal
• Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; e (iii) tensão aplicada à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto.

4.5.2.2.2.1.8 Buchas do neutro
• Tensão nominal.
• Tensões suportáveis: (i) impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs); (ii) impulso atmosférico, onda cortada; (iii) tensão aplicada à frequência de 60 Hz durante 1 (um) minuto.

4.5.2.2.2.1.9 Especificação sumária
Transformador de potência, tensão nominal 69,3–13,8 kV, capacidade nominal 5/6,25/7,5 MVA, comutador de derivação em carga (71.775 / 70.950 / 70.125 / 69.300 / 68.475 / 67.650 /
66.825 / 66.000 / 65.175 / 64.350 / 63.525 / 62.700 / 61.875 / 61.050 / 60.225 / 59.400 / 58.575 V), impedância percentual 7,5 % referidos a 5 MVA e 68,475 kV com TCs de bucha
AT e MT e relação de transformação respectivamente iguais a 100/200/300­5 A e 200/400/600/800­5 A, classes de exatidão 10B100 e 10B200, imerso em óleo isolante.

4.5.2.2.2.2 Disjuntor de potência de alta tensão
É um equipamento de proteção quando associado ao relé. Deve ser instalado obrigatoriamente na entrada de linha. Quando houver mais de um transformador é prudente instalar um
disjuntor  para  cada  transformador  devido  à  possibilidade  de  retirada  de  somente  um  transformador  durante  um  evento  de  curto­circuito  naquele  equipamento  ou  na  parte  do  sistema
associado. Para pequenas subestações, inferiores ou iguais a 2 × 10 MVA, podem­se instalar chaves seccionadoras para cada transformador e um disjuntor geral. Isso leva a um nível
de confiabilidade menor.

4.5.2.2.2.2.1 Normas específicas
São as mesmas normas empregadas nos disjuntores de média tensão, item 4.5.2.2.1.6.1.

4.5.2.2.2.2.2 Características técnicas exigíveis
• Tensão nominal (eficaz).
• Corrente nominal (eficaz).
• Corrente simétrica de interrupção (eficaz).
• Corrente de curta duração (1 segundo) (eficaz).
• Sequência de operação.
• Tempo de interrupção.
• Frequência.
• Capacidade de estabelecimento nominal em curto­circuito.
• Tempo morto nominal.
• Atraso permissível na abertura (γ).
• Tolerância máxima admissível na segunda abertura do ciclo O­0,3s­CO.
• Diferença máxima do tempo entre polos (fechamento tripolar).
• Diferença máxima do tempo entre polos (abertura tripolar).
• Fator de primeiro polo.
• Espaçamento entre polos.
• Tensão fase­terra de início e término do corona visual (maior que).
• Tensão de radiointerferência máxima à tensão de 46 kV (eficaz), fase­terra com contatos fechados.
• Tensão de radiointerferência máxima à tensão de 46 kV (eficaz), fase­terra com contatos abertos.
• Tensão suportável de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) à terra entre polos e entre contatos abertos.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz) a seco e sob chuva durante 1 minuto, à terra entre polos e entre contatos abertos.
• Fator de assimetria.

4.5.2.2.2.2.3 Especificação sumária
Disjuntor tripolar, 72,5 kV, 1600 A, 31,5 kA, TSI 350 kV, com o comando tripolar, devendo ser fornecido com duas bobinas de abertura independentes, com atuação simultânea e com
os circuitos de comando (abertura e fechamento), sinalização independentes, com tensão nominal de 125 Vcc.

4.5.2.2.2.3 Seccionadores tripolares de alta tensão
São  equipamentos  normalmente  instalados  antes  e  depois  de  um  disjuntor  por  exigência  operacional  e  de  segurança,  já  que  não  se  pode  realizar  manutenção  no  trecho  do  sistema  a
jusante do disjuntor simplesmente acreditando na separação segura dos contatos internos desse equipamento. Também são utilizados na configuração dos barramentos para possibilitar
diversos recursos operacionais, normalmente associados aos respectivos disjuntores.

4.5.2.2.2.3.1 Normas específicas
• NBR 5370 – Conectores de cobre para condutores elétricos em sistema de potência – Especificação.
• NBR 6941 – Peças de ligas de cobre fundidas em conquilhas – Requisitos e método de ensaio.
• NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização.
• NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas com tensões acima de 1000 V para sistemas de corrente alternada.
• NBR 5426 – Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributos – Procedimento.
• NBR 5459 – Eletrotécnica e eletrônica – Manobra, proteção e regulagem de circuitos – Terminologia.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente ou produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• IEC 600.60­1 – Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Definições gerais e técnicas de ensaio.
• NBR 7398 – Produto de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio.
• NBR 7571 – Seccionadores – Características técnicas e dimensionais – Padronização.
• IEC 62271­102 – Desconectores de alta tensão em corrente alternada com lâmina de terra.
• ASTM A123 – Especificação para galvanização a quente de produtos de ferro e aço.
• ASTM B545 – Specification for electrodeposited coating of tin.
• ASTM D1535 – Specifying color by the Munsell system.

4.5.2.2.2.3.2 Características técnicas
• Tensão nominal.
• Tensão máxima de operação.
• Corrente nominal.
• Corrente de curta duração.
• Corrente dinâmica de curto­circuito.
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) entre terminais com chave aberta.
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2 × 50 μs) entre terminais e terra.
• Tensão suportável nominal a seco e sob chuva, entre os terminais com chave aberta durante 60 segundos em 60 Hz.
• Frequência nominal.
• Uso (abrigado ou ao tempo).
• Números de polos.
• Abertura (lateral ou vertical).
• Distância entre fases.
• Distância de escoamento.

4.5.2.2.2.3.3 Especificação sumária
Chave  seccionadora  tripolar,  operação  manual,  com  restritor  de  arco,  tensão  nominal  72,5  kV,  corrente  nominal  1250  A,  corrente  suportável  de  curta  duração  25  kA,  TSI  350  kV,
abertura lateral, montagem horizontal.

4.5.2.2.2.4 Transformador de corrente de alta tensão
Há dois tipos de transformador de corrente: TCs para medição e TCs para proteção. Os TCs de proteção têm como função fornecer ao medidor ou relé a corrente no ponto em que está
instalado. Essa corrente pode ser a corrente de carga nominal, a corrente de sobrecarga ou a corrente de curto­circuito. Os TCs não devem operar na condição de saturação para não
enviar ao relé informações incorretas.

4.5.2.2.2.4.1 Normas específicas
São as mesmas normas empregadas nos TCs de média tensão, item 4.5.2.2.1.4.1.

4.5.2.2.2.4.2 Características técnicas exigíveis
São as mesmas características empregadas nos TCs de média tensão, item 4.5.2.2.1.4.2.

4.5.2.2.2.4.3 Especificação sumária
Transformador de corrente, uso externo, 72,5 kV, TSI 350 kV, relação de transformação 200/400/600 × 400/800/1200­5­5 A, dois núcleos, classe de exatidão 10B100.

4.5.2.2.2.5 Transformador de potencial de alta tensão
É o equipamento destinado a fornecer aos elementos medição e/ou de proteção uma tensão muito baixa compatível com o nível de isolamento. Normalmente, as tensões fornecidas são: 
 e 115 V.

4.5.2.2.2.5.1 Normas específicas
São as mesmas normas empregadas nos TPs de média tensão, item 4.5.2.2.1.3.1.

4.5.2.2.2.5.2 Características técnicas
São as mesmas características empregadas nos TPs de média tensão, item 4.5.2.2.1.3.2, naquilo que for pertinente.

4.5.2.2.2.5.3 Especificação sumária
Transformador de potencial, uso interno, para serviço em medição, 72,5 kV, TSI 350 kV, relação de transformação    , dois núcleos, classe de exatidão 0,6P12,5 a
0,6P100, potência térmica nominal 400 VA.

4.5.2.2.2.6 Para­raios de alta tensão
É aquele responsável pela proteção dos equipamentos da subestação quando uma onda de sobrecorrente de descarga atmosférica penetra na subestação através das linhas de transmissão
de entrada ou de saída dos barramentos.
Para  especificar  o  para­raios  é  necessário  conhecer  as  características  elétricas  do  sistema  e  aplicar  as  seguintes  condições  válidas  para  para­raios  sem  centelhadores  que  são  os
dispositivos empregados em sistemas de alta tensão. A parte ativa desses para­raios é fabricada com óxido de zinco, ZnO.
O cálculo para a determinação dos parâmetros de um para­raios pode ser conhecido a seguir.
a) Cálculo da sobretensão temporária do sistema (TOVsi s )

O fator de aterramento, ou fator de sobretensão, dos sistemas elétricos está contido nos valores típicos a seguir mencionados (NBR 6855), a partir dos quais se podem determinar
os valores das sobretensões obtidas em função do tipo de aterramento.

• Sistema multiaterrado: K = 1,30
• Sistema eficazmente aterrado: K = 1,40
• Sistema não eficazmente aterrado: K = 1,73
• Sistema isolado: K = 1,73

Em geral, se considera o tempo de atuação do disjuntor de proteção de um sistema elétrico igual a 1,0 s.
O valor da sobretensão temporária do sistema, TOVsi s , pode ser determinado pela Equação (4.2).

Vm áx . si s  – tensão máxima de operação do sistema, em kV.

Para determinar o TOVpr  do para­raios devemos ter:

b) Cálculo da máxima tensão de operação contínua do para­raios (MCOVpr )

O valor da máxima tensão de operação contínua, (MCOVpr ), vezes um fator Ks  deve ser igual ou superior à máxima tensão operativa do sistema (Vm áx . si s ).


Ks  –  fator  de  segurança:  valor  adotado  pelo  projetista;  pode  variar  de  5  %  a  15  %;  essa  margem  de  segurança  tem  o  objetivo  de  compensar  os  efeitos  de  não  uniformidade  da
distribuição da tensão ao longo da parte ativa do para­raios que pode provocar a sua degradação.

ou seja:

c) Cálculo da suportabilidade dos para­raios quanto às sobretensões temporárias

Devemos atender ao seguinte critério:

Ou ainda:

Vnpr  – tensão nominal do para­raios.

Logo,  acessando  o  gráfico  da  Figura  4.1  e  utilizando  o  valor  de    obtém­se  a  duração  da  sobretensão  temporária,  Tm áx de f ,  que  o  para­raios  pode  suportar  para  uma

sobretensão temporária de valor igual a TOVsi s .

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (4.1)
 
Determinar  a  tensão  nominal  de  um  para­raios  a  óxido  de  zinco  que  protege  uma  subestação  de  69  kV,  na  entrada  da  linha  de  transmissão.  O  sistema  é  considerado  não
eficazmente aterrado. As características técnicas do sistema em que serão instalados os para­raios são:

• Tensão nominal do sistema: Vnom. s is  = 69 kV.
• Tensão máxima de operação do sistema: Vmáx . s is  = 72,5 kV.
• Máxima duração considerada para corrente de defeito: Tf alt a  = 1,0 s.
a) Cálculo da sobretensão temporária do sistema (TOVs is )

Adotaremos o valor de K = 1,73 em razão do sistema ser não eficazmente aterrado.

Condição: TOVpr  ≥ TOVs is

Logo, será selecionado um para­raios com capacidade de sobretensão temporária para 1 s, no valor de TOVpr  = 76,5 kV (valor de TOVpr  mais baixo do para­raios comercial


de determinado modelo e fabricante, considerando um sistema com máxima tensão de operação, Vmáx . s is  = 72,5 kV).
Figura 4.1 Tempo de suportabilidade do para­raios.

b) Cálculo da máxima tensão de operação contínua do para­raios (MCOVpr )

Ks  – fator de segurança: valor adotado pelo projetista; adotaremos 5 %.

Logo, deve­se selecionar um para­raios com a máxima tensão de operação contínua igual ou superior a 44 kV, ou seja: MCOVpr  = 53 kV (valor comercial para determinado
modelo e fabricante de para­raios).
Inicialmente, será escolhido o para­raios com tensão nominal de Vnpr  =  66  kV  que  é  a  menor  tensão  nominal  do  para­raios  de  determinado  modelo  e  fabricante  para  um
sistema com máxima tensão de operação, Vmáx . s is  = 72,5 kV e MCOVpr  = 53 kV.
Logo, qualquer tensão com valor eficaz superior a 66 kV será considerado uma sobretensão para o para­raios.
c) Suportabilidade dos para­raios quanto às sobretensões temporárias

Como   a condição está satisfeita.

Ou ainda:

Como   a condição está satisfeita.

Logo,  acessando  o  gráfico  da  Figura  4.1,  de  um  para­raios  comercial,  e  utilizando  o  valor  de    obtém­se  a  duração  máxima  da  sobretensão  temporária

de Tmáx def  =  4  s,  ou  seja,  a  capacidade  de  sobretensão  do  para­raios  anteriormente  selecionado;  portanto,  essa  capacidade  é  superior  ao  tempo  máximo  de  atuação  da
proteção que é de 1,0 s. Assim, o para­raios deve ter as seguintes características:

• Tensão nominal: 66 kV.
• Sobretensão temporária: TOVpr  = 76,5 kV.
• Máxima tensão de operação contínua: MCOVpr  = 53 kV.

Para  indicar  ao  projetista  a  localização  dos  para­raios  no  arranjo  da  subestação,  relativamente  aos  transformadores  de  potência  e  disjuntores,  exibiremos  as  Tabelas
4.1 e 4.2, segundo a NBR 5424.

Tabela 4.1 Distâncias máximas entre para­raios e transformadores em sistema de alta tensão – NBR 5424

Tensão nominal do sistema Tensão nominal do para­raios TSNIAa Distância (m)

kV kV kV 500 kV/µs 1000 kV/µs

60 39 10

69 66 325 29 7
72 21 4

72 94 28

88 84 450 62 19

90 50 16

650 101 36
120
138 550 45 15

650 78 28
132
550 35 10

650 61 22
144
550 23 7

950 134 53

180 850 79 31

750 41 14

950 110 44

192 850 65 26

750 29 10
230
950 80 32

210 850 43 15

750 17 6

950 43 16

240 850 19 7

750 9 3

a
 TSNIA: Tensão suportável nominal de impulso atmosférico do transformador.

Nota: Os valores desta tabela são para orientação.

Tabela 4.2 Distâncias máximas entre para­raios e disjuntores em sistema de alta tensão – NBR 5424

Tensão nominal do sistema Tensão nominal do para­raios TSNIAa Distância (m)

kV kV kV 500 kV/µs 1000 kV/µs

60 55 22

69 66 325 50 20

72 45 17

72 87 38

88 84 450 79 34

90 74 32

650 118 54
120
550 84 37

650 110 50
138 132
550 76 33

650 102 46
144
550 68 29
950 171 80

180
850 136 63

750 102 46

950 162 75

192 850 127 58

750 93 41
230
950 146 67

210 850 111 50

750 76 33

950 120 54

240 850 85 37

750 51 20

a TSNIA: Tensão suportável nominal de impulso atmosférico do disjuntor.

Nota: Os valores desta tabela são para orientação.

4.5.2.2.2.6.1 Normas específicas
São as mesmas normas empregadas nos para­raios de média tensão, item 4.5.2.2.1.5.1.

4.5.2.2.2.6.2 Características técnicas exigíveis
São as mesmas características empregadas nos para­raios de média tensão, item 4.5.2.2.1.5.2.

4.5.2.2.2.6.3 Especificação sumária
Para­raios de óxido de zinco, uso externo, tensão nominal 72 kV, corrente nominal de descarga 10 kA, máxima tensão de operação contínua (MCOVpr ) 53 kV, sobretensão temporária
do sistema (TOVpr ) igual a 76,6 kV, capacidade mínima de absorção de energia de 7 kJ/kV, classe de descarga 3.

4.5.2.2.2.7 Resistor de aterramento
Esse equipamento somente é utilizado em subestações em que o nível de curto­circuito monopolar é muito elevado para os materiais a serem utilizados. É bastante útil em sistemas
cujo  secundário  é  constituído  de  cabos  isolados  e  cuja  seção  da  blindagem  metálica  deve  suportar  a  corrente  de  curto­circuito  fase  e  terra.  Deve  haver  um  compromisso  entre  a
resistência do resistor de aterramento e a seção da blindagem metálica do cabo. Isto é, resistências muito elevadas conduzem a uma seção de blindagem metálica muito pequena (nunca
inferior a 6 mm2), o que é um fator econômico elogiável. No entanto, isso pode ocasionar sobretensões elevadas nos eventos de curto­circuito monopolar na rede onde estão instalados
os para­raios que devem ser dimensionados para suportar essa condição. Por outro lado, resistências de neutro muito baixas conduzem a seções de blindagem metálica muito elevadas
podendo, em certos casos, essas seções ser próximas à do condutor das fases, o que não é sensato.

4.5.2.2.2.7.1 Norma específica
ANSI/IEEE std 32 – 1972 reafirmado em 1990 – Resistor de aterramento – Ensaios.

4.5.2.2.2.7.2 Características técnicas exigíveis

• Resistência nominal a 25 ºC.
• Tensão nominal do sistema.
• Máxima tensão de operação contínua.
• Tensão nominal fase­neutro.
• Frequência nominal.
• Corrente nominal inicial mínima.
• Tempo permissível para a circulação da corrente nominal.
• Elemento resistivo (AISI 304).
• Tensão suportável impulso (TSI).
• Grau de proteção mínimo.

4.5.2.2.2.7.3 Especificação sumária
Resistor de aterramento trifásico, tensão nominal do sistema, 13,80 kV, resistência nominal de 24 Ω, máxima tensão contínua 14,4 kV, corrente nominal de 800 A, tempo permissível
para  circulação  de  corrente,  10  s,  tensão  suportável  de  isolamento,  105  kV,  frequência  nominal  de  60  Hz,  grau  de  proteção  mínimo  IP  55,  elemento  resistivo,  aço  inox,  ou  ferro
fundido.

4.5.2.2.2.8 Transformador de serviço auxiliar (TSA)
É  aquele  utilizado  para  suprir  as  cargas  de  iluminação  e  serviços  diversos  da  subestação.  O  transformador  de  serviço  auxiliar  em  geral,  uma  única  unidade,  é  alimentado  pelo
secundário do transformador de potência da subestação. Seu secundário está conectado ao barramento do Quadro de Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (QSA­CA) que por sua
vez alimenta todas as cargas em tensão alternada e o(s) retificador(es)­carregador(es) do banco de baterias. Sua capacidade nominal é calculada considerando todas as cargas de corrente
contínua, alimentadas através do retificador­carregador, e as cargas em corrente alternada da subestação.
Podem­se empregar tanto os transformadores a óleo mineral quanto os transformadores a seco.

4.5.2.2.2.8.1 Normas específicas
São as mesmas dos transformadores de distribuição, item 4.5.2.2.1.1.1.

4.5.2.2.2.8.2 Características técnicas exigíveis
Adotar as características elétricas do transformador que for utilizado (a óleo mineral ou a seco), no item 4.5.2.2.1.1.2.

4.5.2.2.2.8.3 Especificação sumária
Transformador  de  distribuição  com  potência  nominal  de  112,5  kVA,  impedância  nominal  de  3,5  %,  tensões  nominais  primárias  12.600/13.200/13.800  V,  tensão  nominal  secundária
380/220 V, isolamento a seco, grau de proteção IP 44 (instalação interna em conjunto metálico).

4.5.2.2.2.9 Quadro de serviço auxiliar em corrente alternada (QSA­CA)
É  aquele  alimentado  pelo  transformador  de  serviço  auxiliar  e  supre  todas  as  cargas  em  CA  e  CC,  tais  como:  (i)  iluminação  e  tomadas  das  edificações  e  do  pátio  de  manobra;  (ii)
climatização da casa de comando e controle; e (iii) bomba­d’água (quando não houver fornecimento da companhia concessionária de água), retificador­carregador etc.

4.5.2.2.2.9.1 Normas específicas
• ANSI C37.2 – Manual and automatic station control supervisory, and associated telemetering equipments.
• ANSI C37.13 – Low voltage AC power circuit breakers used in enclosures.
• ANSI C37.14 – Low voltage direct current power circuit breakers and anode circuit breakers.
• ANSI C37.16 – Preferred ratings, related requirements, and application recommendations for low voltage power circuit breakers and AC power circuit protectors.
• ANSI C37.20 – Switchgear assemblies, including metal enclosed bus.
• ANSI C37.90 – Relays and relay systems associated with electric power apparatus.
• ANSI C39.1 – Requirements for electrical indicating instruments.
• ASTM A123 – Specification for zinc (hot­galvanized) coatings on products fabricated form rolled, pressed and forged shapes, plates, bars and strips.
• ASTM A153 – Specification for zinc coating (hot­dip) or iron and steel hardware.
• AWS – Standard Qualification Procedure for Welding.
• NEMA SG5 – Power Switchgear Assemblies.
• NBR 7829 – Cabos de controle com isolação sólida extrudada com polietileno (PE) ou cloreto de polivinila (PVC) para tensões até 1 kV.
• NBR 6323 – Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação.
• NBR 7348 – Preparação de superfície de aço com jato abrasivo e hidrojateamento.
• NBR 15239 – Tratamento de superfície de aço com ferramentas manuais e mecânicas.

4.5.2.2.2.9.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal em CA.
• Tensão mínima de operação, em CA.
• Tensão máxima de operação, em CA.
• Grau de proteção.
• Elevação de temperatura.
• Fiação e bornes.
• Especificação das chapas.

4.5.2.2.2.9.3 Especificação sumária
Quadro de serviços auxiliares em corrente alternada, tensão nominal 380/220 V, com estrutura e base em chapa de aço 12 USG (2,78 mm), porta externa em chapa de aço 14 USG (1,98
mm) com visor de acrílico, porta interna parte superior em chapa de aço 14 USG (1,98 mm), barreira isolante em material transparente de alta resistência mecânica (policarbonato) com
espessura  de  3  mm,  fechamentos  em  chapa  de  aço  16  USG  (1,59  mm),  placa  de  montagem  em  chapa  de  aço  12  USG  (2,78  mm)  e  fundo  em  chapa  de  aço  14  USG  (1,98  mm),
tratamento e pintura das chapas conforme normas NBR 6323, NBR 15239. Os disjuntores, fusíveis e demais dispositivos estão definidos no diagrama trifilar (apresentar o diagrama
trifilar de conformidade com o desenho apresentado nos Capítulos 6, 7 e 8).

4.5.2.2.2.10 Quadro de serviço auxiliar em corrente contínua (QSA­CC)
É aquele alimentado pelo retificador­carregador e supre todas as cargas em corrente contínua, ou seja: (i) iluminação de emergência da casa de comando e controle; (ii) alimentação dos
relés digitais instalados nos painéis de controle; (iii) alimentação da bobina dos disjuntores; (iv) alimentação do motor de carregamento da mola dos disjuntores, chaves etc.

4.5.2.2.2.10.1 Normas específicas
São as mesmas normas do item 4.5.2.2.2.9.1.

4.5.2.2.2.10.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal em corrente contínua.
• Tensão máxima de operação em corrente contínua.
• Grau de proteção.
• Elevação de temperatura.
• Fiação e bornes.
• Especificação das chapas.

4.5.2.2.2.10.3 Especificação sumária
Quadro de serviços auxiliares em corrente contínua, tensão nominal 125 Vcc, tensão mínima de operação 106 Vcc, máxima tensão de operação 138 Vcc, com estrutura e base em chapa
de aço 12 USG (2,78 mm), porta externa em chapa de aço 14 USG (1,98 mm) com visor de acrílico, porta interna parte superior em chapa de aço 14 USG (1,98 mm), barreira isolante
em material transparente de alta resistência mecânica (policarbonato) com espessura de 3 mm, fechamentos em chapa de aço 16 USG (1,59 mm), placa de montagem em aço 12 USG
(2,78 mm) e fundo em chapa de aço 14 USG (2,98 mm), tratamento e pintura das chapas conforme normas NBR 6323 e NBR 15239. Os disjuntores, fusíveis e demais dispositivos
estão definidos no diagrama bifilar (apresentar o diagrama bifilar de conformidade com os desenhos apresentados nos Capítulos 6, 7 e 8).
4.5.2.2.2.11 Retificador­carregador
É o equipamento que é alimentado pelo quadro de serviços auxiliares em corrente alternada e supre o banco de baterias. Em geral, devem ser utilizados dois retificadores­carregadores,
operando em paralelo ou não. Sua capacidade deve ser suficiente para alimentar todas as cargas em corrente contínua, tais como iluminação e relés.

4.5.2.2.2.11.1 Normas específicas

• NBR IEC 60529 – Graus de proteção providos por invólucros (Código IP).
• NBR 6323 – Aço ou ferro fundido – Revestimento de zinco por imersão a quente – Especificação.
• NBR 6651 – Chapas e bobinas finas a frio, de aço­carbono, para esmaltagem vítrea – Especificação.
• NBR 7034 – Materiais isolantes elétricos – Classificação térmica – Classificação.
• NBR 7398 – Revestimento de zinco – Verificação da aderência – Método de ensaio.
• NBR 7399 – Verificação do revestimento de zinco – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio.
• NBR 7400 – Produto de aço ou ferro fundido – Verificação do revestimento do zinco – Verificação da uniformidade do revestimento – Método de ensaio.
• NBR 8755 – Sistema de revestimentos protetores para painéis elétricos.
• NBR 9070 – Equipamento retificador de silício para subestação de eletrificação ferroviária.

4.5.2.2.2.11.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal.
• Tensão mínima de operação em corrente alternada.
• Tensão máxima de operação em corrente alternada.
• Tensão nominal em corrente contínua.
• Tensão mínima de operação em corrente contínua.
• Tensão máxima de operação em corrente contínua.
• Classe de isolamento.
• Frequência nominal.
• Fator de potência indutivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação e potência nominal de saída.
• Fator de potência capacitivo medido com os valores nominais de tensão e frequência de alimentação para consumo mínimo de 20 % do valor da potência nominal de saída.
• Rendimento.
• Tensão nominal de saída (em Vcc).
• Corrente nominal em Vcc.
• Tensão de flutuação em Vcc.
• Tensão de equalização em Vcc.
• Tensão nominal em Vcc.

4.5.2.2.2.11.3 Especificação sumária
Retificador­carregador  para  banco  de  baterias,  corrente  nominal  50  A,  tensão  em  corrente  alternada  de  alimentação,  380  V,  tensão  nominal  em  corrente  contínua  de  alimentação  da
bateria, 125 V, tensão de flutuação 132 V.

4.5.2.2.2.12 Banco de baterias

4.5.2.2.2.12.1 Normas específicas

• NBR 14204 – Acumulador chumbo­ácido estacionário regulado por válvula – Especificação.
• NBR 14205 – Acumulador chumbo­ácido estacionário regulado por válvula – Ensaios.
• NBR 14206 – Acumulador chumbo­ácido estacionário regulado por válvula – Terminologia.
• NBR 5350 – Acumuladores elétricos – Especificação.
• NBR 6651 – Chapas e bobinas finas a frio, de aço­carbono, para esmaltagem vítrea – Especificação.
• NBR 7398 – Revestimento de zinco – Verificação da aderência – Método de ensaio.
• IEEE – Recommended Practice for Maintenance, Testing, and Replacement of Vented Lead – Acid Batteries for Stationary Applications.
• IEEE – Recommended Practice for Installation Design and Installation of Vented Lead – Acid Batteries for Stationary Applications.
• IEC 896­2 – Stationary lead­acid batteries: general requirements and methods of test – Part 2: Valve regulated types.

4.5.2.2.2.12.2 Características principais do sistema de alimentação do banco de baterias

• Tensão nominal de alimentação.
• Corrente nominal.
• Tensão de flutuação.
• Tensão de equalização.

4.5.2.2.2.12.3 Características principais do sistema de alimentação das cargas

• Tensão nominal.
• Tensão de flutuação.
• Tensão de equalização.

4.5.2.2.2.12.4 Características elétricas dos acumuladores

• Tipo: bateria de acumulador chumbo­ácido estacionário regulado por válvula.
• Capacidade nominal da bateria para descarga em 10 horas até a tensão final de descarga por elemento.
• Número de elementos.
• Tensão convencional de 1 elemento.
• Tensão final de descarga por elemento.
• Tensão de flutuação por elemento a 25 ºC.
4.5.2.2.2.12.5 Especificação sumária
Banco de baterias, capacidade nominal 100 Ah, 60 elementos, tensão convencional de 1 elemento de 2 V, tensão final de descarga por elemento de 1,75 V e tensão de flutuação por
elemento a 25 ºC de 2,17 a 2,23 V.

4.5.2.2.3 Equipamentos de subestações de 138 kV
A especificação técnica dos equipamentos de uma subestação de 138 kV é estruturalmente semelhante à especificação técnica dos equipamentos de uma subestação de 69 kV. Portanto,
omitiremos a descrição das características técnicas dos equipamentos da subestação de 138 kV, indicando para o leitor consultar diretamente o Capítulo 7 – Projeto de subestação de
138  kV,  onde  são  fornecidas  as  especificações  técnicas  dos  equipamentos  empregados  naquele  projeto.  Com  isso  o  leitor  terá  as  informações  necessárias  para  especificar  os
equipamentos utilizados em outros projetos com o mesmo nível de tensão.

4.5.2.2.4 Equipamentos de subestações de 230 kV
Como já comentamos anteriormente, as especificações técnicas dos equipamentos é uma tarefa que leva grande quantidade de material impresso, incompatível com a estrutura de um
livro didático. No entanto, vamos apresentar as características básicas dos equipamentos a serem utilizados nas subestações de 230 kV. Mesmo assim, a quantidade de informação ainda
é muito grande.
Os  comentários  que  fizemos  para  os  equipamentos  de  69  kV  e  138  kV  são  adequados  para  os  equipamentos  de  230  kV.  Portanto,  só  descreveremos  as  especificações  técnicas
sumárias dos equipamentos de 230 kV.

4.5.2.2.4.1 Transformador de potência

4.5.2.2.4.1.1 Normas específicas
São as mesmas especificações do item 4.5.2.2.1.1.1, naquilo que for pertinente.

4.5.2.2.4.1.2 Características técnicas
a) Enrolamento primário (AT)
• Tipo de ligação das bobinas (estrela, triângulo ou zigue­zague).
• Isolamento.
• Tensões suportáveis nos terminais de linha:
– Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs).
– Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs).
– Impulso de manobra (100/1000 μs).
• Tensão induzida (7200 ciclos) entre terminais de linha e neutro.
• Tensões suportáveis nos terminais de neutro:
– Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs).
• Aplicada à frequência nominal (1 minuto).
b) Enrolamento secundário (MT)
• Tipo  de  ligação  (delta  ou  estrela):  no  Nordeste  do  Brasil  em  razão  da  característica  do  sistema  elétrico  de  230  kV,  ou  seja,  estrela  aterrada  no  primário,  é  necessário  ligar  o
secundário em delta forçando, assim, a utilização de um transformador de aterramento para permitir um ponto de acesso à terra.
• Isolamento.
• Tensões suportáveis nos terminais de linha:
– Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs).
– Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs).
• Tensão aplicada à frequência nominal (1 minuto).
• Comprimento da linha de fuga.
c) Isolamento das buchas do enrolamento de 230 kV – terminal de linha
• Tensões suportáveis:
– Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs).
– Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs).
– Impulso de manobra (250/2500 μs).
• Tensão aplicada à frequência nominal:
– A seco (1 minuto).
– Sob chuva (1 minuto).
• Tensão de início e extinção do corona visual (fase­terra).
• Comprimento mínimo da linha de fuga.
d) Isolamento da bucha do enrolamento de 230 kV – terminal de neutro
• Tensões suportáveis:
– Impulso atmosférico, onda plena (1,2/50 μs).
– Impulso atmosférico, onda cortada (3 μs).
• Tensão aplicada à frequência nominal:
– A seco (1 minuto).
– Sob chuva (1 minuto).
• Tensão de início e extinção do corona visual (fase­terra).
• Comprimento mínimo da linha de fuga.

4.5.2.2.4.1.3 Especificação sumária
Transformador de potência trifásico, 60 Hz, tensão primária nominal 230 kV, ligação primária em estrela aterrada, tensão secundária nominal 34,5 kV, ligação em delta, comutador para
operação  em  carga  e  tensão,  TSI  950  kV  (primário)  onda  plena  e  170  kV  (secundário)  onda  plena,  potência  nominal  45/56/70  MVA,  impedância  de  12  %  na  base  de  45  MVA,
refrigeração ONAM/ONAF1/ONAF2.

4.5.2.2.4.2 Disjuntor de potência de alta tensão
4.5.2.2.4.2.1 Normas específicas

• NBR 7118 – Disjuntores de alta tensão.
• NBR 11003 – Tinta – Determinação da aderência – Método de ensaio.
• NBR 11902 – Hexafluoreto de enxofre – Especificação.
• NBR 12160 – Hexafluoreto de enxofre – Verificação das propriedades – Método de ensaio.
• NBR 12318 – Hexafluoreto de enxofre – Procedimento.
• IEC 85 – Recommendations for the classification of material for the insulation of electrical machinery and apparatus in relation to their thermal stability in service.
• IEC 376 – Specification and acceptance for new sulfur hexafluoride including IEC 376­A and 376­B.
• IEC 480 – Guide to the checking of sulfur hexafluoride (SF6 ) taken from electrical equipment.
• IEC 1233 – High­voltage alternating current circuit­breakers rated on a symmetrical.
• ANSI 37­09 – Test procedure for AC high­voltage circuit­breakers rated on a symmetrical current basis.
• IEC 56­1 – High­voltage AC circuit­breakers – General and definitions.
• IEC 56­2 – High­voltage AC circuit­breakers – Rating.
• IEC 56­3 – High­voltage AC circuit­breakers – Design and construction.
• IEC 56­4 – High­voltage AC circuit­breakers – Type and routine tests.
• IEC 56­5 – High­voltage AC circuit­breakers – Rules for the selection of circuit­breakers for service.

4.5.2.2.4.2.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal.
• Tensão máxima de operação.
• Frequência nominal.
• Corrente nominal.
• Capacidade de interrupção nominal em curto­circuito; (i) componente alternada; e (ii) componente contínua.
• Capacidade de estabelecimento nominal em curto­circuito (corrente de fechamento e travamento).
• Corrente suportável nominal de curta duração (1 s).
• Valor de pico da corrente suportável (10 ciclos).
• Tempo de interrupção (base 60 Hz).
• Tempo de interrupção garantido para qualquer abertura, com correntes de 10 % a 100 % da capacidade de interrupção nominal em curto­circuito: (i) tempo morto nominal; e (ii)
atraso permissível na abertura (Y).
• Tolerância máxima admissível na segunda abertura do ciclo de religamento rápido O­0,3s­CO.
• Diferença máxima de tempo entre polos no fechamento tripolar.
• Idem, entre câmaras do mesmo polo.
• Diferença máxima de tempo entre polos na abertura tripolar.
• Diferença máxima de tempo entre câmaras do mesmo polo.
• Diferença máxima de tempo entre câmaras auxiliares dos resistores de pré­inserção, no fechamento e na abertura.
• Ciclo de operação nominal.
• Fator de primeiro polo.
• Comprimento mínimo da linha de fuga.
• Espaçamento entre polos.
• Tensão, fase­terra, de início e extinção do corona visual.
• Tensão de radiointerferência, máxima à tensão de 154 kV eficaz, fase­terra, com contatos fechados.
• Tensão suportável nominal de impulso atmosférico, (1,2 × 50 μs) à terra, entre polos e entre contatos abertos.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial (60 Hz), a seco e sob chuva, durante 1 minuto, à terra, entre polos e entre contatos abertos.

4.5.2.2.4.2.3 Fornecimento

• Os mecanismos de acionamento, os sistemas de controle, todos os relés, pressostatos, manômetros e demais acessórios, necessários ao correto funcionamento e supervisão, bem
como sinalização e bloqueio em caso de anomalia.
• Os armários dos mecanismos de acionamento e do sistema de comando e controle.
• O gás para o primeiro enchimento.
• As estruturas de suporte.
• Os conectores de aterramento.
• As ferramentas especiais, os materiais, instrumentos e dispositivos especiais, necessários à instalação, manutenção e ensaios de campo.
• As peças sobressalentes.
• Os ensaios de protótipo e os de rotina (apresentação dos ensaios realizados por laboratórios credenciados).
• As embalagens para transporte marítimo e terrestre.
• O gás do primeiro enchimento deverá acompanhar obrigatoriamente o disjuntor, em embalagens exclusivas e adequadamente identificadas.

4.5.2.2.4.2.4 Características gerais

• Os  disjuntores  deverão  ser  do  tipo  a  gás  SF6   (hexafluoreto  de  enxofre)  de  pressão  única,  com  abertura  livre  (trip  free),  tanto  elétrica  quanto  mecânica,  e  com  dispositivo
antibombeamento.
• Deverá ser prevista a operação com religamento tripolar. Deverá ser previsto também o bloqueio do religamento.
• Os disjuntores deverão ser do tipo modular estanque e de baixa pressão de SF6 , providos de dispositivos adequados para indicação visual de pressão, para um operador ao nível do
solo,  alarme  e  bloqueio  em  caso  de  quedas  de  pressão  acentuadas,  válvulas  para  reenchimento  de  gás  com  o  fim  de  restabelecer  as  condições  normais,  assim  como  um  sistema
adequado de segurança, para evitar qualquer risco de explosão em caso de sobrepressões excessivas.
• O gás do primeiro enchimento deverá estar de acordo com as Normas IEC 60376 e IEC 60480, em suas últimas revisões.
• O disjuntor deverá ter, obrigatoriamente, as câmaras de extinção ao nível do barramento (live­tank circuit breaker).
• Em caso de despressurização acidental, os disjuntores deverão suportar, no mínimo, a tensão nominal fase­terra, entre contatos abertos de cada polo, estando a pressão de SF6 , no
interior das câmaras, igual à pressão atmosférica.
• Estando  o  disjuntor  aberto,  deverá  ser  prevista,  se  necessária,  a  abertura  automática  das  chaves  isoladoras  do  mesmo,  em  caso  de  queda  acentuada  (vazamento)  na  pressão  de
SF6  ou óleo (do sistema de acionamento). Estando fechado, o disjuntor deverá permanecer fechado.
• O fabricante deverá prever, se julgar necessário, o fechamento automático do disjuntor, após ser atingida determinada pressão mínima de segurança do meio de extinção (SF6 ), ou
do meio de acionamento (óleo).
• A distância do solo ao início das partes vivas (primeira saia inferior do isolador suporte) deverá ser no mínimo de 2300 mm.

4.5.2.2.4.2.5 Especificação sumária
Disjuntor  tripolar,  uso  externo,  do  tipo  a  gás  SF6   (hexafluoreto  de  enxofre),  de  pressão  única,  com  abertura  livre  (trip­free),  tanto  elétrica  quanto  mecânica,  dispositivo  de
antibombeamento  e  mecanismo  de  operação  à  mola,  completo  com  os  armários  dos  mecanismos  de  acionamento  e  do  sistema  de  comando  e  controle,  estruturas  suportes,  com  a
primeira carga de gás para enchimento, tensão máxima de operação 242 kV, corrente nominal de 1250 A, corrente de interrupção simétrica de 40 kA.

4.5.2.2.4.3 Seccionadores tripolares de alta tensão
Esta  especificação  estabelece  as  condições  a  que  deve  satisfazer  o  fornecimento  de  chave  seccionadora  tripolar  de  230  kV,  sem  lâmina  de  terra  ou  com  lâmina  de  terra,  instalação
horizontal ou semipantográfica.

4.5.2.2.4.3.1 Normas específicas

• NBR 5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas e subestações – Especificação.
• NBR 6323 – Produto de aço ou ferro fundido – Revestimento de zinco por imersão a quente – Especificação.
• NBR 6882 – Isolador tipo pedestal – Padronização.
• NBR IEC62271­102 – Seccionador, chaves de terra e aterramento rápido – Especificação.
• NBR 10443 – Tintas – Determinação da espessura de película seca.
• NBR IEC 60694 – Especificações comuns para normas de equipamentos de manobra de alta tensão e mecanismos de comando.
• NBR IEC 62271 – Equipamentos de alta tensão – Seccionadores e chaves de aterramento.
• NBR 11003 – Tintas – Determinação da aderência – Método de ensaio.
• NBR 11388 – Sistemas de pintura para equipamentos e instalações de subestações elétricas.
• IEC 129 – Alternating current disconnectors (isolators) and earthing switches.
• IEC 265 – High­voltage switches.

4.5.2.2.4.3.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal.
• Tensão máxima de operação.
• Frequência nominal.
• Corrente nominal.
• Corrente suportável nominal de curta duração (1 s) para as lâminas principais e de terra.
• Valor de crista nominal da corrente suportável para as lâminas principal e de terra.
• Nível de isolamento nominal: (i) tensão suportável nominal de impulso atmosférico onda 1,2 × 50 µs; (ii) tensão suportável nominal à frequência industrial 1 minuto, fase­terra; e
(iii) entre distância de seccionamento.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial, durante 1 minuto, a seco, nos circuitos auxiliares e de comando.
• Nível de radiointerferência: (i) tensão mínima fase­terra para os ensaios de radiointerferência; e (ii) nível de radiointerferência a 110 % da tensão fase­terra referido a 300 Ω.
• Distância de escoamento.
• Esforços mecânicos momentâneos nos terminais: (i) esforço longitudinal; e (ii) esforço transversal; e (iii) esforço vertical.
• Limites de elevação de temperatura.

4.5.2.2.4.3.3 Especificação sumária
Seccionador  tripolar,  245  kV,  1250  A,  31,5  kA,  60  Hz,  TSI  950  kV,  com  mecanismo  de  acionamento  motorizado  de  ação  simultânea  nos  três  polos  para  as  lâminas  principais,  com
sistema de acionamento manual de emergência, montagem horizontal sobre suportes de concreto.

4.5.2.2.4.4 Seccionadores tripolares de alta tensão com lâminas de terra

4.5.2.2.4.4.1 Normas específicas
Pode­se adotar a mesma especificação anterior.

4.5.2.2.4.4.2 Características técnicas exigíveis
Devem ser adotadas as mesmas características anteriores, acrescentando apenas as seguintes:

• Corrente nominal da lâmina de terra.
• Acoplamento eletromecânico: (i) corrente nominal de acoplamento indutivo; e (ii) tensão de restabelecimento.
• Acoplamento eletrostático: (i) corrente nominal de acoplamento capacitivo; e (ii) tensão de restabelecimento.

4.5.2.2.4.4.3 Especificação sumária
Seccionador  tripolar,  245  kV,  1250  A,  31,5  kA,  60  Hz,  TSI  950  kV,  com  mecanismo  de  acionamento  motorizado  de  ação  simultânea  nos  três  polos  para  as  lâminas  principais,  com
lâminas de aterramento e sistema de acionamento manual de emergência para as lâminas principais de aterramento, montagem horizontal sobre suportes de concreto.

4.5.2.2.4.5 Transformador de corrente de alta tensão
Os transformadores de corrente para medição de faturamento e proteção deverão ser fornecidos com 2 (duas) caixas de ligação dos terminais secundários, ou seja: (i) 1 (uma) caixa de
ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de medição de faturamento; e (ii) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de proteção.
Os  transformadores  de  corrente  para  medição  operacional  e  proteção  poderão  ser  fornecidos  com  1  (uma)  única  caixa  de  ligação  dos  terminais  secundários  devidamente
identificados, sendo 1 (um) terminal para o serviço de medição operacional e 1 (um) terminal para o serviço de proteção.

4.5.2.2.4.5.1 Normas específicas
São as mesmas empregadas no item 4.5.2.2.1.4.1 naquilo que for pertinente.

4.5.2.2.4.5.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal.
• Tensão máxima de operação.
• Corrente.
• Frequência.
• Tensão de impulso atmosférico: (i) onda plena (1,2 × 50 μs); e (ii) onda cortada (3 μs).
• Tensão de isolamento à frequência industrial: (i) a seco e sob chuva (1 minuto); e (ii) a seco (1 minuto) nos enrolamentos secundários.
• Tensão de radiointerferência fase­terra
• Tensão de descargas parciais fase­terra.
• Distância de escoamento (linha de fuga).
• Corrente térmica (1 s) relativa à maior relação de transformação.
• Corrente dinâmica (2 ciclos) relativa a maior relação de transformação.
• Fator térmico.
• Relações de transformação.
• Número de núcleos: (i) para medição operacional; e (ii) para proteção.
• Exatidão para todas as relações de transformação; (i) erro; e (ii) carga.
• Tensão secundária normalizada (TC de proteção): (i) erro; e (ii) carga.
• Sobrelevação de temperatura à temperatura ambiente de 40 ºC.
• Máxima tensão de radiointerferência a 110 % da máxima tensão fase­terra de operação, referida a 300 Ω.

4.5.2.2.4.5.3 Especificação sumária
Transformador  de  corrente  para  serviços  de  medição  operacional  e  proteção,  230/   kV,  monofásico,  uso  externo,  completo  com  todos  os  acessórios,  terminais  de  alta  tensão,
dispositivos de içamento, parafusos para fixação do TC ao suporte de concreto, indicador de nível de óleo, válvula para drenagem e enchimento, corrente primária 1200 A, corrente
térmica de curto­circuito 20 kA e corrente dinâmica 50 kA na maior RTC, TSI 950 kV onda plena, fator térmico 1,2, relação de transformação 300/600 × 600/1200­5­5­5 A, 1 (um)
núcleo para medição operacional com exatidão 0,6C50 e 2 (dois) núcleos para proteção com exatidão 10B100.

4.5.2.2.4.6 Transformador de potencial de alta tensão
Os transformadores de potencial para medição de faturamento e proteção deverão ser fornecidos com 2 (duas) caixas de ligação dos terminais secundários, ou seja: (i) 1 (uma) caixa de
ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de medição de faturamento; e (ii) 1 (uma) caixa de ligação destinada aos terminais dos enrolamentos de proteção.
Os  transformadores  de  potencial  para  medição  operacional  e  proteção  poderão  ser  fornecidos  com  1  (uma)  única  caixa  de  ligação  dos  terminais  secundários  devidamente
identificados, sendo 1 (um) terminal para o serviço de medição operacional e 1 (um) terminal para o serviço de proteção.

4.5.2.2.4.6.1 Normas específicas

• NBR 6855 – Transformador de potencial – Especificação.
• NBR 6546 – Transformadores para instrumentos – Terminologia.
• NBR 6820 – Transformador de potencial – Método de ensaio.
• IEC 186 – Voltage transformers.
• ANSI C57­13 – Requirements for instrument transformers.
• ANSI C93.2 – Requirements for power­line coupling capacitor voltage transformers.

4.5.2.2.4.6.2 Características técnicas exigíveis

• Tensão nominal.
• Tensão máxima operativa.
• Tensões secundárias.
• Frequência.
• Nível de impulso atmosférico, onda plena (1,2 × 50 μs).
• Nível de impulso atmosférico, onda cortada (3 μs).
• Nível de isolamento à frequência industrial: (i) a seco e sob chuva (1 minuto); (ii) a seco (1 minuto) nos secundários.
• Nível de tensão de radiointerferência a 154 kVe f i c az , fase e terra.
• Nível de descargas parciais a 168 kVe f i c az , fase e terra.
• Distância de escoamento (linha de fuga).
• Fatores de tensão: (i) em regime permanente; (ii) durante 30 s.
• Potência térmica mínima.
• Grupo de ligação.
• Classe de exatidão e cargas nominais secundárias.
• Sobrelevação de temperatura à temperatura ambiente de 40 ºC.
• Relação de transformação nominal.
• Número de enrolamentos secundários.

4.5.2.2.4.6.3 Especificação sumária
Transformador de potencial indutivo (TPI) para serviços de medição indicativa e proteção, 230/  kV, monofásico, uso externo, completo com todos os acessórios, terminal de alta
tensão,  dispositivos  para  içamento,  parafusos  para  fixação  do  TPI  a  suporte  de  concreto,  indicador  de  nível  de  óleo,  válvula  para  drenagem  e  enchimento,  relação  de  transformação
2000:1, total de 4 (quatro) enrolamentos secundários, sendo, 2 (dois) para medição indicativa, exatidão 0,6P100 e 2 (dois) para proteção, exatidão 1,2P100, potência térmica mínima de
800 VA.

4.5.2.2.4.7 Para­raios de alta tensão

4.5.2.2.4.7.1 Normas específicas
Inicialmente  o  leitor  deve  acessar  o  item  4.5.2.2.2.6  para  determinar  os  valores  da  tensão  temporária  do  sistema  (TOV)  e  da  máxima  tensão  de  operação  contínua  do  para­raios
(MCOVpr ).

• NBR 5424 – Guia de aplicação de para­raios de resistor não linear em sistemas de potência.
• IEC 60099­1 – Surge arresters – Part 1: Non­linear resistor type gapped surge arresters for AC systems.
• IEC 60099­3 – Surge arresters – Part 3: Metal­oxide surge arresters for AC systems.
• IEC 60099­4 – Surge arresters – Part 4: Metal­oxide surge arresters without gaps for AC systems.
• IEC 60099­5 – Surge arresters – Part 5: Selection and application.
• ANSI C62.11 – IEEE Standard for metal­oxide surge arresters for AC power circuits.
• ANSI C62.22 – IEEE Guide for application of metal­oxide surge arresters for AC systems.

As normas aqui citadas devem ser complementadas com as normas indicadas no item 4.5.2.2.1.5.1.

4.5.2.2.4.7.2 Características técnicas

• Tensão nominal.
• Máxima tensão de operação contínua (MCOV).
• Sobretensão temporária (TOV).
• Frequência nominal.
• Corrente nominal de descarga com onda 8/20 μs.
• Alta corrente de curta duração com onda de 4/10 μs.
• Corrente de alívio de pressão: (i) alta corrente, duração mínima 0,2 s; e (ii) baixa corrente.
• Comprimento mínimo da linha de fuga (fase­terra).
• Capacidade mínima de absorção de energia.
• Tensões residuais máximas para onda de corrente de descarga 8/20 μs e valores de pico.
• Tensão residual máxima para onda de corrente de descarga 1/20 μs.
• Descargas parciais, no para­raios completo, à tensão 154 kV (fase­terra) na frequência industrial de 60 Hz.

4.5.2.2.4.7.3 Especificação sumária
Para­raios  de  óxido  de  zinco,  uso  externo,  tensão  nominal  192  kV,  máxima  tensão  de  operação  contínua  (MCOV)  de  154  kV,  sobretensão  temporária  (TOV)  de  170  kV,  capacidade
mínima  de  absorção  de  energia  de  7  kJ/kV  de  tensão  nominal,  coluna  simples,  corrente  nominal  de  descarga  10  kA,  corrente  de  alívio  de  pressão  50  kA  em  0,2  s,  distância  de
escoamento 6125 mm.

4.5.2.2.4.8 Transformador de aterramento

4.5.2.2.4.8.1 Normas específicas
São praticamente as mesmas normas adotadas para os transformadores de potência.
O transformador de aterramento é normalmente utilizado para fornecer aos sistemas isolados um ponto à terra. Assim, em alguns sistemas de 230 kV, os enrolamentos primários
são ligados em estrela com o ponto neutro aterrado e os enrolamentos secundários em triângulo. Para obter uma ligação à terra no secundário do transformador de potência pode­se
conectar  nesses  terminais  um  transformador  de  aterramento,  em  geral  com  enrolamentos  conectados  em  zigue­zague.  Se  for  preciso  reduzir  a  corrente  de  curto­circuito  no  sistema
secundário,  basta  especificar  o  transformador  de  aterramento  com  uma  impedância  adequada  ao  nível  de  corrente  de  defeito  desejável.  Alternativamente,  pode­se  inserir  no  ponto  de
aterramento do zigue­zague do transformador de aterramento um resistor de aterramento, visando reduzir a corrente de curto­circuito monopolar.

4.5.2.2.4.8.2 Características técnicas exigíveis

• Potência nominal de regime.
• Tensão máxima de operação.
• Frequência nominal.
• Tensão nominal do enrolamento.
• Tensão suportável de impulso atmosférico – pleno.
• Tensão suportável de impulso atmosférico onda cortada.
• Tensão suportável nominal à frequência industrial durante 1 minuto.
• Nível médio de ruído.
• Ligação (zigue­zague).
• Número de fases.
• Perdas máximas.
• Corrente de excitação máxima.
• Corrente de neutro.
• Impedância nominal.

4.5.2.2.4.8.3 Buchas do neutro

• Tensão nominal.
• Tensões  suportáveis:  (i)  impulso  atmosférico,  onda  plena  (1,2  ×  50  μs);  (ii)  impulso  atmosférico,  onda  cortada;  e  (iii)  tensão  aplicada,  à  frequência  de  60  Hz  durante  1  (um)
minuto.
• Transformador de corrente no ponto neutro: (i) relações de transformações; e (ii) classe.

4.5.2.2.4.8.4 Proteções intrínsecas mínimas

• Relé de gás.
• Relé de sobrepressão (válvula).
• Detector de nível de óleo.
• Temperatura do óleo.
• Relé térmico do enrolamento.
4.5.2.2.4.8.5 Especificação sumária
Transformador  de  aterramento  trifásico,  tensão  primária  nominal  69  kV,  60  Hz,  capacidade  nominal  de  2,0  MVAr,  ligação  em  zigue­zague,  uso  externo,  impedância  nominal  de  20
ohms por fase, isolação em óleo mineral.

4.5.3 Projeto de arquitetura e de obras civis
Fazem  parte  do  conjunto  de  projetos  de  arquitetura  e  obras  civis  os  seguintes:  (i)  projeto  de  arquitetura  das  edificações  (casa  de  comando  e  controle,  casa  do  gerador,  pequeno
almoxarifado e outras); (ii) projeto de arquitetura das bases dos transformadores de potência, disjuntores etc.; (iii) projeto das instalações de utilidades (instalações elétricas da casa de
comando e controle, instalações hidrossanitárias); (iv) sistema de combate a incêndio; (v) sistema de drenagem; e (vi) projeto estrutural de todas as edificações e bases.

4.5.3.1 Projeto estrutural e mecânico
O  projeto  de  obras  civis  deve  ser  realizado  em  duas  diferentes  etapas.  Incialmente  deve  ser  desenvolvido  o  projeto  de  arquitetura  com  todas  as  dimensões  das  edificações,  bases  e
caixas.  Após  essa  etapa,  desenvolve­se  o  projeto  estrutural,  em  que  são  calculadas  as  vigas,  colunas,  bases,  lajes  etc.,  a  partir  das  cargas  mecânicas  impostas.  Nesse  projeto  ficam
definidas  as  seções  dos  ferros,  dimensões  e  formas.  Esse  projeto  deve  ser  elaborado  por  um  profissional  da  Engenharia  Civil  devidamente  familiarizado  com  as  particularidades
funcionais de uma subestação, devendo ser orientado por um profissional de engenharia elétrica que é o responsável pelo arranjo dos espaços internos da casa de comando e controle,
pelo cálculo dos esforços devidos ao vento sobre as estruturas, suporte, cabos/barramentos e equipamentos, pela arquitetura básica dos equipamentos etc.

4.5.3.1.1 Edificações

4.5.3.1.1.1 Casa de comando e controle
Para determinar o arranjo (layout) e as dimensões da casa de comando e controle é necessário que o projetista tenha as seguintes informações:

• Dimensões  e  peso  dos  painéis  de  proteção  e  controle  (comprimento,  largura  e  altura)  que  compreendem:  (i)  painel  do(s)  relé(s)  de  proteção  de  entrada  de  linha;  (ii)  painel  de
proteção do(s) transformador(es), incluindo o relé diferencial; (iii) painéis dos relés de proteção do secundário do transformador; (iv) painéis dos relés dos alimentadores de média
tensão; e (v) dimensões e peso do transformador de serviço auxiliar quando instalado no interior da casa de comando e controle.
• Dimensões  e  peso  do  conjunto  de  manobra  (cubículos)  que  compreendem:  (i)  os  cubículos  dos  disjuntores  de  proteção  do  transformador  de  potência  e  dos  alimentadores;  (ii)
quadro do serviço auxiliar em corrente alternada; (iii) quadro de serviço auxiliar em corrente contínua; (iv) banco de baterias, que pode ser fornecido em cubículos metálicos ou de
instalação em celas de alvenaria; e (v) retificador­carregador do banco de baterias podendo­se utilizar dois equipamentos.
• Definição da existência ou não de (i) banheiro; (ii) sala de reuniões; (iii) pequeno almoxarifado; (iv) sala de baterias, se for o caso; e (v) copa.
• A partir dessas definições, elaborar a arquitetura da casa de comando e controle, separando os ambientes para instalação dos painéis de proteção e controle, da sala para instalação
do  conjunto  de  manobra  (cubículos).  Deve­se  observar  que  é  necessário  deixar  espaços  suficientes  para  a  entrada  dos  cubículos  e  painéis,  de  forma  que  a  saída  de  qualquer  um
desses módulos se dê sem afetar a posição dos demais.
• Concluída a fase de projeto de arquitetura deve­se, em seguida, realizar o cálculo estrutural da casa de comando e controle, tomando como base o peso dos cubículos e painéis para
cálculo das canaletas internas.
• A cobertura da edificação deve ser projetada com telhas de fibrocimento do tipo canalete 49, fixadas em estruturas de madeira ou metálica (esta apresenta maior segurança devido à
natureza do material que não é combustível).
• O projeto deve atender a todos os requisitos técnicos da Engenharia Civil.
• O projeto de instalações elétricas da casa de comando e controle deve ser elaborado de acordo com os procedimentos normativos da NBR 5410 e da NBR ISO/CIE 8995­1:2013,
respectivamente, denominadas Instalações Elétricas de Baixa Tensão e Iluminação de Interiores.
• O projeto deve ser desenvolvido utilizando as instalações do tipo embutido, exceto para a sala de baterias em que devem ser usados componentes à prova de explosão.
• Na sala de baterias deve ser projetado um sistema de exaustão, próximo da laje, alimentado por circuito elétrico específico em corrente alternada. Em climas quentes é conveniente a
utilização de aparelhos de climatização com o objetivo de evitar a perda precoce de vida útil das baterias.
• A abertura do exaustor deve ser com aba de proteção e com tela de proteção interna e externa.
• Deve ser projetado um sistema de climatização para a sala de controle a fim de manter os equipamentos digitais, como relés e medidores digitais, em uma temperatura entre 20 ºC e
25 ºC. Esse sistema deve ser composto de, no mínimo, duas unidades de refrigeração, considerando o uso de apenas uma unidade por vez e revezando­se a cada intervalo de tempo,
conforme ajustado no relé de tempo que faz esse controle.
• Na  sala  de  comando  não  há  necessidade  de  instalação  de  um  sistema  de  climatização.  Devem  ser  instalados  exaustores  para  retirada  do  calor  gerado  pelos  equipamentos,
barramentos, conexões etc.
• O  projeto  das  instalações  hidráulicas  e  sanitárias  deve  ser  executado  considerando  a  ligação  das  instalações  da  subestação  com  a  rede  pública  de  abastecimento  de  água  e  esgoto
atendendo as exigências da concessionária local.
• Na  ausência  da  rede  pública  de  água  e  de  esgotamento  sanitário  deve  ser  projetado  um  sistema  de  abastecimento  de  água  e  esgoto  local,  convenientemente  dimensionado  para
atender às necessidades dos operadores da subestação. Para atender ao consumo de água deve­se perfurar um poço artesiano ou profundo que, através de uma motobomba, abastece­
se uma caixa­d’água localizada na parte superior da casa de comando e controle, sobre a laje de cobertura. O esgotamento sanitário poderá ser resolvido construindo­se um sistema
de fossa­sumidouro, distante pelo menos 30 metros do local do poço artesiano para evitar contaminação da água.
• É obrigatório realizar a análise química e bacteriológica da água para confirmar sua potabilidade.
• Devem ser deixadas todas as facilidades para uma futura interligação à rede de abastecimento local.
• Quando exigido pela concessionária de energia elétrica, deve ser projetado um sistema de telecomunicação e a instalação de um poste de concreto armado de 23 m × 1500 kg, ou
outro tipo de estrutura com altura, a depender do alcance do sinal.
• Prever no projeto a instalação de linha telefônica na sala de controle, nos padrões exigidos pela concessionária de telecomunicação local.
• Deve ser prevista a instalação de pontos para sensores de fumaça e de presença no interior da casa de comando e controle e um ponto de GPS acima da cobertura. Essas instalações
devem ser derivadas da canaleta em eletrodutos de ¾”, individuais.

4.5.3.1.1.2 Casa do gerador de emergência

• Para  o  projeto  de  arquitetura  da  casa  do  gerador  é  necessário  conhecer  as  dimensões  do  conjunto  motor  gerador  normalmente  tendo  o  óleo  diesel  como  combustível.  A  casa  do
gerador deverá ter dimensão de, no mínimo, seis vezes a área projetada do GMG. A descarga do motor diesel deverá ter o sentido predominante dos ventos e evitar que os gases de
queima saiam no sentido do pátio de manobra.

4.5.3.1.2 Bases e fundações para postes
• As bases e fundações para postes devem ser projetadas de conformidade com as cargas horizontais, devido à tração dos cabos do barramento, e verticais, devido aos esforços dos
cabos e isoladores nessa direção, bem como o peso dos equipamentos ali instalados. As bases de equipamentos devem ficar 10 cm acima do nível da brita.
• A  elaboração  do  projeto  das  caixas  de  passagem  e  canaletas  do  pátio  deve  satisfazer  às  necessidades  da  instalação  dos  cabos  de  força,  luz  e  comunicação  (fibra  ótica  ou  cabo
blindado).
• O nível superior das tampas, das caixas de passagem e canaletas, deve ficar 10 cm acima do nível da brita.
• As caixas e canaletas devem ser drenadas e interligadas à rede de drenagem principal.

4.5.3.1.3 Base do transformador
Para  realizar  o  projeto  de  arquitetura  da  base  do(s)  transformador(es)  é  necessário  conhecer  as  seguintes  informações:  (i)  dimensões  do  transformador;  (ii)  dimensões  e  desenho
detalhado da base do transformador; e (iii) peso bruto do transformador, isto é, com o equipamento cheio de óleo.
A base do transformador deve ser composta das estruturas de suporte do equipamento e de uma bacia de contenção de óleo que se conectará com a caixa separadora de água e óleo.
As dimensões da bacia de contenção devem ser ao longo do seu perímetro 50 cm superior à projeção do transformador. Já o volume útil da bacia de contenção deve ser igual ou
superior a 110 % do volume de óleo contido no transformador. A camada de 10 cm de brita colocada sobre a bacia de contenção tem a função de evitar a formação de fogo durante um
vazamento de óleo do transformador.

4.5.3.1.4 Vigas e estruturas verticais
As vigas devem ser calculadas de acordo com o peso e os esforços dos barramentos sobre elas. O cálculo dos esforços sobre as vigas pode ser feito da forma a seguir.

4.5.3.1.4.1 Cálculo dos esforços dos barramentos sobre as vigas – peso próprio e esforço do vento
De acordo com o tipo de barramento deve­se proceder a uma forma de cálculo.

4.5.3.1.4.1.1 Barramentos flexíveis
A tensão mecânica exercida pelos condutores pode ser dada pela Equação (4.8).

T0  – tensão mecânica a que ficará submetido o condutor do barramento, em kgf/fase;
Lv  – comprimento do maior vão, em m;
Ff l e c ha  – flecha do cabo, em m; normalmente se considera no valor de 1 % a 2 % do comprimento do vão.
A componente resultante dos esforços do vento e do peso do cabo é dada pela Equação (4.9).

Pc  – peso do cabo, em kgf/m;
Pv  – componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo, em kgf/m; seu valor pode ser dado pela Equação (4.10).

Vv  – velocidade do vento em km/h;
Sbv  – área do cabo, em m2, exposta à força do vento, que corresponde ao comprimento do vão multiplicado pelo diâmetro do cabo, ou seja, é o diâmetro multiplicado por 1 m de cabo;
logo, a área do cabo exposta ao vento para 1 m de cabo vale:

Dc  – diâmetro do cabo, em mm;
Lv  – comprimento do maior vão do barramento, em m; normalmente, esse valor é considerado para 1 m de cabo.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (4.2)
 
Determinar o esforço exercido pelo cabo de alumínio­liga de 315 mm2, diâmetro de 23,03 mm, massa nominal de 868,5 kg/km, tensão de ruptura (RMC) 90,20 kN. Na mesma
estrutura representada no diagrama isométrico da Figura 4.1 estão fixados os cabos para­raios em aço galvanizado tipo HS 5/16”, peso 0,305 kg/m, tensão de ruptura igual a
3600 kgf e diâmetro de 7,94 mm. Trata­se de uma subestação de 69 kV em que a linha de transmissão de alimentação é em cabo de alumínio­liga de 315 mm2, o mesmo cabo
utilizado no barramento da referida subestação.
a) Esforço dos cabos de alumínio­liga

V = 110 km/h (valor utilizado para linhas de transmissão);
Lv  = 80 m (comprimento do último vão da linha de transmissão que se conecta ao barramento da subestação);

Ff lec ha  = 2 % × Lv  = 0,02 × 80 = 1,6 m


Pc  = 868,5 kgf/km = 0,868 kgf/km → Pc  = 0,868 × 80 = 69,44 kgf

• Componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo

A área do cabo exposta ao vento por unidade de comprimento (1 m) vale

A componente horizontal do vento sobre o cabo pode ser calculada pela Equação (4.10).

Pv  = 0,0045 × Sbv  × V2 = 0,0045 × 0,02303 × 1102 = 1,25 kgf/m

• Resultante dos esforços Pt  sobre o cabo devido ao esforço do vento na horizontal e peso do cabo

Logo, de acordo com a Equação (4.8), temos o esforço resultante sobre o cabo:
b) Esforço dos cabos de guarda HS 5/16”

Vv  = 110 km/h (valor utilizado para linhas de transmissão);
Lv  = 16 m (comprimento do vão da subestação – veja diagrama isométrico da Figura 4.2; a linha de transmissão de 69 kV não possui cabos de guarda).
O peso do cabo para­raios vale

Ff lec ha  = 2 % × Lv  = 0,02 × 16 = 0,32 m


Pc  = 305 kg/km = 0,305 kg/m → Pc  = 0,305 × 16 = 4,9 kgf

• Componente horizontal do esforço do vento sobre o cabo

A área do cabo exposta ao vento por unidade de comprimento (1 m) vale

A componente horizontal do vento sobre o cabo de guarda pode ser calculada pela Equação (4.10).

• Resultante dos esforços Pt  sobre o cabo para­raios da subestação devido ao esforço do vento na horizontal e peso do cabo

Logo, de acordo com a Equação (4.8), temos o esforço resultante sobre o cabo.

Esse valor, juntamente com os outros esforços, deve ser levado ao diagrama isométrico da Figura 4.2.
Figura 4.2 Diagrama isométrico das estruturas da subestação.

4.5.3.1.4.1.2 Barramentos rígidos
Adotar o mesmo procedimento de cálculo empregado para barramentos flexíveis, fazendo­se as adequações necessárias. Não existe, por exemplo, a força de tração T0 . Somente devem­
se considerar o peso próprio do barramento e o esforço do vento sobre o mesmo.

4.5.3.1.4.2 Cálculo dos esforços dos ventos sobre as estruturas verticais
O cálculo da força sobre as estruturas verticais (postes de concreto armado) pode ser realizado de acordo com a Equação (4.12).

Fv  – esforço do vento sobre o poste, em kgf;
Q – taxa do esforço do vento sobre a estrutura vertical, em N/m2 ou kgf/m2;
Ca  – coeficiente de pressão; para estruturas planas como a face de um poste tem valor igual a 1.
A – área da superfície da estrutura vertical, em m2.
O valor de Q pode ser dado pela Equação (4.13).
Vv  – velocidade do vento, em m/s; normalmente, para essa situação considera­se o vento com velocidade média de 130 km/h.

EXEMPLO DA APLICAÇÃO (4.3)
 
Determinar o esforço sobre a estrutura de uma subestação de 69 kV, concreto armado, formado por postes de seção retangular, esforço inicial de 1000/12­B­1,5. A face de
maior dimensão no topo do poste vale 182 mm. A face de maior dimensão ao nível do solo vale 518 mm. A velocidade do vento vale 130 km/h.
De acordo com a Equação (4.12), devemos determinar os seguintes parâmetros:

C a  – coeficiente de pressão; para estruturas planas como o poste de concreto de seção retangular tem valor igual a 1.

Vv  = 130 km/h (velocidade do vento)

Transformando o valor de Vv  em m/s, temos:

De acordo com a Equação (4.13), podemos determinar a taxa do esforço do vento sobre as estruturas verticais.

A área do poste forma um trapézio e tem o seguinte valor:
B = 518 mm = 0,518 m (face do poste, logo acima da camada de brita);
b = 182 mm = 0,182 m (face no topo do poste);
H = 10 m (altura útil do poste);

 (área do trapézio)

Logo, a força exercida pelo vento sobre o poste é dada pela Equação (4.12).

FV  = C a  × Q × A = 1,0 × 79,88 × 3,5 = 279 kgf

Para melhor entendimento do diagrama isométrico da Figura 4.2, utilizaremos os resultados dos Exemplos de Aplicação (4.2) e (4.3). A Figura 4.3 mostra um corte lateral
da  subestação  para  melhor  compreensão  do  diagrama  isométrico.  As  resultantes  dos  esforços  e  peso  dos  equipamentos  estão  mostradas  no  diagrama  isométrico.  A
composição dessas resultantes pode ser determinada como a seguir. Observar que H representa os esforços horizontais sobre os barramentos e estruturas e V representa os
esforços verticais sobre as mesmas estruturas.
H 1  = 760 kgf/fase (tensão mecânica do cabo da linha de transmissão sobre a viga de concreto, último vão que é de 80 m em cabo liga de alumínio 315 mm2);
H 3  – em  kgf  [tensão  mecânica  do  cabo  para­raios  do  vão  seguinte  ao  vão  para  o  qual  se  calculou  o  valor  de H 4 ;  deixa­se  para  o  leitor  o  desenvolvimento  do  cálculo  dos  esforços
mecânicos; utilizar o mesmo procedimento do Exemplo de Aplicação (4.2)].
H 4  = 52,90 kgf [tensão mecânica do cabo para­raios da subestação – veja o Exemplo de Aplicação (4.2)];
FV = 279 kgf [esforço do vento sobre o poste de concreto armado, conforme o Exemplo de Aplicação (4.3)];
V1  = 38 kgf – peso do para­raios de sobretensão de 69 kV;
V2  = 240 kgf – peso do transformador de potencial indutivo;
V3  = 20 kgf – peso do isolador de apoio;
V4  = 150 kgf/pórtico – peso da chave seccionadora;
V5  = 240 kgf – peso do transformador de potencial indutivo;
V6  = 350 kgf – peso do transformador de corrente;
V7  = 1200 kgf – peso total do disjuntor.
Figura 4.3 Vista do corte: (a) barramento da subestação; (b) SPDA da subestação.

4.5.3.2 Construções diversas

4.5.3.2.1 Caixa separadora de água e óleo
Tem  como  objetivo  acumular  o  óleo  que,  porventura,  escape  dos  radiadores  e  tanque  do  transformador  em  consequência  de  algum  dano  nesse  equipamento.  Sua  capacidade  deve
corresponder ao volume de óleo do maior transformador da subestação, acrescido de 5 % a 10 %.
A caixa separadora de água e óleo deverá satisfazer às seguintes condições, de acordo com a NBR 13231:

• Permitir com facilidade a retirada do óleo acumulado em seu interior.
• Permitir facilidade de inspeção nas suas partes internas.
• Permitir que se faça com facilidade a drenagem da água.

A caixa separadora de água e óleo funciona da seguinte forma (veja desenho dos projetos nos Capítulos 6, 7 e 8): inicialmente deve estar completamente cheia de água e assim deve
operar continuamente. Quando ocorre um derramamento de óleo isolante do transformador, o mesmo é contido na bacia de contenção construída abaixo do transformador de potência, e,
através de uma tubulação de ferro fundido ou galvanizado, ou ainda de concreto armado que suporte altas temperaturas, é conduzido à caixa separadora de água e óleo. Como o óleo tem
menor  densidade  do  que  a  água,  à  medida  que  penetra  na  cuba  principal  da  caixa  separadora  o  óleo  transborda  para  a  cuba  de  acumulação  que  deve  ter  a  capacidade  volumétrica
anteriormente mencionada. Dessa forma, o óleo é separado da água evitando que o mesmo seja despejado na natureza.

4.5.3.2.2 Casa do GMG – grupo motor gerador
Normalmente é construída nas proximidades da casa de comando e controle. Ocupa um pequeno espaço, da ordem de 25 m2.

4.5.3.2.3 Pequeno almoxarifado
Em subestações de grandes usinas eólicas e fotovoltaicas, que normalmente ficam distantes dos centros urbanos, costuma­se construir um pequeno almoxarifado para armazenamento
de uma pequena quantidade de material para manutenção.

4.5.3.2.4 Administração
Nas condições anteriormente mencionadas, muitas vezes constrói­se um ambiente administrativo.

4.5.3.3 Sistema de combate a incêndio

4.5.3.3.1 Detecção, alarme e combate a incêndio em ambientes fechados
É o conjunto de dispositivos que tem a função de detectar e alarmar o princípio de incêndio. Esses dispositivos devem ser instalados em pontos estratégicos dos ambientes, de forma a
serem obtidas indicações visuais e sonoras no momento em que ocorrer um princípio de incêndio e ao mesmo tempo colocando em ação os diversos meios disponíveis de combate a
incêndio.
Existem dois tipos de subestações providas de sistema de combate a incêndio: (i) subestações providas de meios de combate a incêndio automático; e (ii) subestações providas de
combate a incêndio manual.
São três os dispositivos utilizados na detecção de incêndio.
a) Detectores de temperatura
São dispositivos que se sensibilizam com a elevação de temperatura acima do valor preestabelecido. Funcionam quando há presença de rápida elevação de temperatura (8 ºC em 1
minuto) ou no limite de 65 ºC. Ao detectar a elevação de temperatura, o dispositivo envia um sinal para a central de monitoramento que, logo em seguida, dispara o alarme e/ou faz
atuar o sistema de combate a incêndio. São normalmente utilizados nas edificações, tais como a casa de comando e controle, prédio administrativo etc.
b) Detectores de fumaça
São dispositivos que se sensibilizam com a presença de fumaça no recinto por eles monitorado. Funcionam a partir de fotocélulas que geram uma corrente variável segundo o fluxo
luminoso que recebem do recinto monitorado. O fluxo luminoso que incide sobre o detector é em função da fumaça que precede e acompanha o incêndio.
c) Detectores de chama
São  dispositivos  que  se  sensibilizam  com  a  presença  de  radiação  infravermelha  emitida  por  uma  chama  nos  recintos  por  eles  monitorados.  São  apropriados  para  aplicações  de
ambientes  interiores  que  requeiram  o  mais  alto  nível  de  rejeição  de  alarme  falso  e  segurança  de  detecção  de  fogo.  São  fabricados  em  alumínio  ou  aço  inox  para  instalação  nos  mais
severos ambientes. São constituídos de um microprocessador que opera de forma contínua.
Esses três dispositivos de detecção de incêndio são aplicados em ambientes fechados, tais como a casa de comando e controle e outras edificações que fazem parte da subestação.
Nesses ambientes, complementarmente são instalados extintores de incêndio de dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico (CO2 ).

4.5.3.3.2 Combate a incêndio no pátio de manobra
Em  subestações  convencionais  são  normalmente  utilizados  extintores  de  incêndio  a  dióxido  de  carbono,  instalados  sobre  rodas  em  pontos  determinados  do  pátio  de  manobra  da
subestação, considerando a localização dos equipamentos e acesso aos mesmos.
Em  subestações  de  grande  importância  estratégica  e  elevada  potência  nominal  é  utilizado  sistema  automático  contra  incêndio  empregando  água  nebulizada  nos  transformadores,
transformadores de aterramento e reatores de potência. Devem­se adotar as prescrições das NBR 8222/83, NBR 8674/84 e NBR 12232/87.

4.5.3.3.3 Tipos de extintores de incêndio e suas aplicações
A NBR 12693 estabelece os requisitos que devem ser aplicados em projetos, seleção e instalação de extintores de incêndio portáveis e sobre rodas, ambos aplicados amplamente em
diversos tipos de edificações, notadamente em pátio de subestações de média e alta tensão.
Os  extintores  de  incêndio  são  selecionados  pela  sua  capacidade  extintora  que  é  a  medida  do  poder  de  extinção  de  fogo  de  um  extintor  de  incêndio  obtido  em  ensaio  prático
normalizado. Assim, a capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor de incêndio portátil, para que seja considerado como uma unidade extintora, deve ser classificada da forma
como a seguir.

• Carga d’água: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2­A.
• Carga de espuma mecânica: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2­A: 2­B.
• Carga de dióxido de carbono (CO2 ): extintor com capacidade extintora de no mínimo 5­B:C.
• Carga de pó BC: extintor com capacidade extintora de no mínimo 20­B:C.
• Carga de pó ABC: extintor com capacidade extintora de no mínimo 2­A:20­B:C.
• Carga de halogenados: extintor com capacidade extintora de no mínimo 5­B:C.

Para que se entenda a codificação anterior é necessário definir as classes de incêndio, segundo a NBR 12693.

• Classe  de  incêndio  A:  destinada  ao  combate  ao  fogo  em  materiais  combustíveis  sólidos,  que  queimam  em  superfície  e  profundidade  por  meio  do  processo  de  pirólise
(decomposição que ocorre pela ação de altas temperaturas, na qual ocorre uma ruptura da estrutura molecular do material pela ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum
oxigênio), deixando resíduos.
• Classe  de  incêndio  B:  destinada  ao  combate  ao  fogo  em  combustíveis  sólidos  que  se  liquefazem  por  ação  do  calor,  como  graxas,  substâncias  líquidas  que  evaporam  e  gases
inflamáveis, que queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos.
• Classe de incêndio C: destinada ao combate ao fogo em materiais, equipamentos e instalações elétricas energizadas. Esse tipo de incêndio exige que o agente extintor não conduza
corrente elétrica.

Como exemplo, os extintores de pó da classe ABC são conhecidos por sua versatilidade na área de equipamentos contra incêndio. São usados para a extinção de todas as classes de
incêndio,  A,  B  e  C.  Utilizam  como  agente  extintor  o  monofosfato  de  amônia  siliconizado  que,  em  contato  com  o  material  incendiado,  cria  uma  camada  que  adere  a  esse  material
eliminando a combustão. Podem ser empregados em comércio, indústria e residência, tais como líquidos inflamáveis, componentes elétricos e materiais, como madeira, papel, borracha
etc.

4.5.3.3.4 Distribuição dos extintores para risco de incêndio da classe C
Devem ser distribuídos com base na proteção do risco principal da edificação ou área de risco. Devem acompanhar a mesma distribuição dos riscos das classes A ou B. Sempre que
possível, esses extintores devem ser instalados próximos a áreas de riscos especiais, como casa de máquinas, galeria de cabos de energia, subestações e riscos semelhantes, mantendo­
se uma distância segura para o operador e auxiliares. Para o risco classe C a distribuição dos extintores, definida pela máxima distância percorrida, é realizada da mesma forma como
se procede para os riscos classes A e B. Para o risco classe B a distribuição dos extintores está contida na Tabela 4.3 – Classe de risco B.

Tabela 4.3 Distribuição dos extintores no ambiente a ser protegido

Classe de risco Capacidade extintora mínima Distância máxima a ser percorrida (m)

Baixo 20­B 15

Médio 40­B 15
Alto 80­B 15

Denomina­se capacidade extintora a medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio prático normalizado. Para entender o significado de capacidade extintora
citamos o exemplo de um extintor classificado de 4­A:80­B:C. O código 4­A é o tamanho do fogo classe A; 80­B é o tamanho do fogo classe de risco B; C é adequado para apagar o
fogo classe C.

4.5.3.3.5 Critérios gerais do sistema de combate a incêndio
As subestações que não possuem combate automático de incêndio podem utilizar outros meios reconhecidos denominados combate de incêndio manual.
Os  critérios  de  combate  a  incêndio  manual  em  subestações  são  definidos  na  ABNT  NBR  13231  –  Proteção  contra  incêndio  em  subestações  elétricas  de  geração,  transmissão  e
distribuição.
a) Ambientes edificados

• Casa de comando e controle
– Os quadros de comando e controle dos sistemas fixos de proteção contra incêndio da subestação devem estar localizados na sala de controle ou em área de supervisão contínua.
– A  sinalização  luminosa  e  sonora  de  funcionamento  dos  quadros  de  comando  e  controle  anteriormente  mencionados  deve  ser  diferenciada  de  outras  sinalizações  existentes  no
local.
• Demais edificações

As  demais  edificações  (casa  do  GMG,  guaritas  etc.)  da  subestação  devem  ser  protegidas,  preferencialmente,  por  extintores  portáteis  de  gás  carbônico  (CO2 )  e  pó  químico  seco,
atendendo às especificações e distanciamentos da NT 21 – Sistema de proteção por extintores de incêndio.
b) Pátio de manobra
Os  transformadores  de  potência,  transformadores  de  aterramento  e  os  reatores  de  potência  devem  ser  protegidos  por  extintores  de  pó  extintor,  tipo  sobre  rodas,  com  capacidade
extintora de 80­B:C.

• Os extintores de pó devem ser instalados em locais de fácil acesso, sinalizados, abrigados contra intempéries, e identificados.
• Barreiras de proteção do tipo corta­fogo.
– As barreiras de proteção contra fogo, ou simplesmente parede corta­fogo, devem ser especificadas e construídas de acordo com os desenhos de projeto dados nos Capítulos 6, 7
e 8.
– A altura da parede corta­fogo para transformadores de potência deve ser de 60 cm acima do topo do tanque conservador de óleo que normalmente é o ponto mais elevado desse
equipamento.
– A parede corta­fogo deve ter o comprimento do equipamento protegido acrescido de 60 cm.
– A distância que separa a parede corta­fogo do equipamento protegido deve ser de 50 cm.
– Quando a distância entre a casa de comando e controle ou edificações da subestação e os equipamentos de pátio for igual ou superior a 15 m, não há necessidade de construir
parede corta­fogo.
– Quando a distância entre a casa de comando e controle ou edificações da subestação e os equipamentos de pátio for menor do que 8 m, considerar as seguintes premissas: (i) a
parede corta­fogo não deve permitir a passagem de calor e as chamas para áreas circunvizinhas; (ii) garantir que a parede corta­fogo não venha a cair parcialmente ou não sobre
os equipamentos de pátio ou sobre os ambientes edificados e nem sobre as vias de acesso interno da subestação.

A NBR 13231 disciplina o afastamento dos transformadores de potência das edificações e dos equipamentos. Esses afastamentos são conhecidos nas Tabelas 4.4 e 4.5. Se não for
possível manter as distâncias estabelecidas como anteriormente mencionadas, será necessária a construção de uma parede corta­fogo, que tem como objetivo evitar que o óleo quente e
os fragmentos resultantes da explosão do transformador atinjam a casa de comando e controle, ocasionando danos físicos e perigo de acidente com os operadores que ali trabalham.

• Bacia de contenção, drenagem de óleo isolante e caixa separadora.

O óleo isolante que escapar dos transformadores e reatores deve ser drenado para o sistema de coleta específico e direcionado para a caixa separadora de água e óleo que deve ser
dotada  das  seguintes  características:  (i)  estar  situada  em  local  específico,  separado  de  outras  instalações  e  equipamentos;  (ii)  ter  capacidade  mínima  correspondente  à  vazão  do  óleo
vertido do equipamento sinistrado; (iii) possuir um sistema de drenagem dos efluentes; (iv) permitir fácil retirada do óleo isolante drenado; (v) ser resistente à corrosão pela água e
pelo óleo isolante; e (vi) ser dotada de meios com proteção que possibilitem a inspeção interna.
Os requisitos para a construção de uma bacia de contenção e drenagem do óleo isolante até a caixa separadora são:
– Os transformadores de potência, transformadores de aterramento e reatores de potência devem ser instalados sobre bacias de contenção.
– A bacia de contenção e drenagem de óleo deve ser preenchida com pedra britada no 3 (19 a 38 mm).
– A bacia deve ter dimensões que excedam em 0,50 m à projeção do equipamento.
– O volume útil da bacia deve ser igual ou superior a 10 % do volume do óleo contido no respectivo equipamento.
– No ponto mais baixo a bacia deve ter uma caixa de captação.

Tabela 4.4 Distâncias mínimas de separação entre transformadores e edificações

Distância horizontal (m)
Tipo do líquido isolante Volume do líquido Distância
do transformador isolante (L) Edificações resistentes ao Edificações não Edificações (m)
fogo por 2 horas (m) combustíveis (m) combustíveis (m)

< 2000 1,5 4,6 7,6 7,6

> 2000
Óleo mineral 4,6 7,6 15,2 15,2
< 20.000

> 20.000 7,6 15,2 30,5 30,5

< 38.000 1,5 1,5 7,6 15,2


Fluido de alto ponto de
combustão
> 38.000 4,6 4,6 15,2 1,5
Tabela 4.5 Distâncias mínimas de separação entre transformadores e equipamentos adjacentes

Tipo do líquido isolante do transformador Volume do líquido isolante (L) Distância (m)

< 2000 1,5

 20.000 e
Óleo mineral   7,6
≥ 20.000

> 20.000 15,2

< 38.000 1,5
Fluido resistente ao fogo – transformador sem proteção aprimorada
> 38.000 7,6

4.5.3.3.6 Requisitos mínimos adotados para combate a incêndio
Para atender à regulamentação do Corpo de Bombeiros e permitir o melhor atendimento aos indivíduos afetados por um sinistro na subestação, cada tipo de subestação deve atender aos
seguintes requisitos:

• Subestação convencional
– Possuir via de acesso para veículos de emergência.
– Possuir parede corta­fogo em transformadores de potência, transformadores de aterramento, reatores de potência e reguladores de tensão.
– Possuir bacia de captação com drenagem e coleta de óleo isolante.
– Possuir extintores portáteis e sobre rodas.
– Possuir sinalização de incêndio.
• Subestações de uso múltiplo
– Possuir via de acesso a veículos de emergência.
– Possuir parede corta­fogo em transformadores, reatores de potência e reguladores de tensão.
– Existir  uma  separação de, no mínimo, 15,2 m  entre  os  transformadores  de  força,  transformadores de aterramento, reatores de potência e reguladores de tensão, em relação a
outros equipamentos e edificações.
– Possuir extintores portáteis e sobre rodas.
– Possuir bacia de contenção com drenagem e coleta de óleo isolante.
– Possuir sinalização de incêndio.
• Subestação compacta abrigada e subterrânea
– Possuir vias de acesso para veículos de emergência.
– Possuir paredes corta­fogo entre transformadores de potência, transformadores de aterramento, reatores de potência ou reguladores de tensão.
– Possuir bacia de captação com drenagem de coleta de óleo isolante.
– Possuir extintores portáteis e sobre rodas.
– Possuir sistema fixo de CO2  nas  proximidades  dos  transformadores  de  potência,  transformadores  de  média  tensão,  reatores  de  potência  e  reguladores  de  tensão,  conforme  a
NBR 12232.
– Possuir iluminação de emergência.
– Possuir sistema de alarme de incêndio.
– Possuir saídas de emergência.
– Possuir sinalização de incêndio.

4.5.3.4 Blindagem contra descargas atmosféricas
A blindagem contra descargas atmosféricas deve ser realizada de três diferentes formas:

• Com hastes fixadas no topo das estruturas metálicas e de concreto, de forma a que o volume formado pela geratriz do cone de proteção cubra todos os pontos metálicos no interior
desse volume: método de Franklin.
• Com  hastes  fixadas  no  topo  das  estruturas  metálicas  ou  de  concreto  e  os  cabos  de  guarda  fixados  no  topo  das  estruturas,  obedecendo  ao  método  eletrogeométrico,  também
denominado método da esfera rolante.

4.5.3.5 Movimentação de terra

4.5.3.5.1 Limpeza e raspagem do terreno
O projeto deverá indicar a área de limpeza e raspagem do terreno.

4.5.3.5.2 Terraplenagem

• O projeto deve conter, entre outras informações: (i) planta baixa; (ii) cortes; (iii) projetos de estruturas de arrimo; (iv) indicação de volumes geométricos de corte e aterro etc.
• No caso de aterro, o projeto deve indicar: (i) a espessura; (ii) o número das camadas; (iii) o método de compactação; e (iv) a caracterização do material a ser empregado, e conter as
seguintes informações: (i) granulometria; (ii) limite de liquidez; (iii) limite de plasticidade; (iv) grau de compactação determinado; (v) índice de suporte califórnia (CBR) que é a
relação percentual entre a pressão exercida por um pistão de diâmetro padronizado necessária à penetração no solo até determinado ponto e a pressão necessária para que o mesmo
pistão penetre a mesma quantidade em solo­padrão de brita graduada; (vi) densidade; (vii) umidade; e (viii) locação da jazida de empréstimo.
• As cotas do platô (pátio de manobra) devem ser definidas de modo a garantir simultaneamente: (i) escoamento de águas pluviais; para tanto, é necessário ser investigado o nível
máximo  da  pluviometria  ocorrida  no  local;  (ii)  drenagem  das  bases  dos  transformadores  de  força  e  demais  elementos  contidos  no  pátio  da  subestação;  e  (iii)  estabilidade  dos
taludes.

4.5.3.5.3 Escavação e reaterro
O  projeto  deve  indicar  as  dimensões  das  cavas  e  valas  de  modo  a  permitir  uma  execução  segura  das  escavações.  Indicar  também  se  as  escavações  devem  ser  de  forma  manual  ou
mecânica e qual o tipo de material a ser utilizado nos reaterros. Caso haja necessidade, deve ser apresentado o projeto de escoramento de águas pluviais com o objetivo de atender aos
requisitos de segurança.
4.5.3.5.4 Drenagem e pavimentação
• Deve  ser  projetado  um  sistema  de  drenagem  eficiente,  abrangendo  toda  a  área  do  terreno  da  subestação,  de  modo  a  dar  um  completo  escoamento  das  águas  pluviais  e  do  lençol
freático, evitando modificações na capacidade de suporte do solo. Sempre que possível a drenagem deve ser superficial.
• O  projeto  de  drenagem  deve  atender  às  características  do  local  onde  será  implantada  a  subestação,  observando  também  os  índices  pluviométricos  da  região  e  os  terrenos
circunvizinhos, evitando o escoamento de água para os mesmos.
• O projetista deve verificar com os órgãos públicos o destino das águas captadas, apresentando soluções, de acordo com as exigências dos mesmos.
• O  projeto  da  pavimentação  deve  ser  elaborado  considerando  um  tratamento  superficial  das  pistas  de  rolamento,  evitando  erosão  ou  abatimento  quando  submetido  à  carga,
viabilizando a circulação de veículos de transporte de carga e descarga e a manutenção de equipamentos.

4.5.4 Projeto elétrico e eletromecânico
O  projeto  elétrico  é  composto  por  vários  documentos  em  forma  de  relatórios  técnicos,  diagrama  unifilar,  diagramas  trifilares,  diagramas  bifilares  (corrente  contínua),  diagramas
funcionais, diagramas de interligação e diagramas lógicos.
O  projeto  eletromecânico  é  composto  por  um  conjunto  de  plantas  com  a  posição  dos  equipamentos,  das  estruturas  de  suporte  dos  barramentos  e  das  conexões  elétricas  entre  os
equipamentos e os barramentos.

4.5.4.1 Relatórios técnicos
Consistem em um conjunto de documentos técnicos referentes à parte elétrica do projeto.

4.5.4.1.1 Memoriais técnicos
Constituem­se dos seguintes documentos.

4.5.4.1.1.1 Memorial de cálculo
Fazem parte: (i) descrição detalhada do projeto; (ii) relação de cargas elétricas associadas ao projeto ou das unidades de geração; (iii) cálculo das impedâncias do sistema de suprimento
à subestação; (iv) determinação dos eletrodutos etc.

4.5.4.1.1.2 Memorial de cálculo dos esforços sobre o barramento e estruturas
Consiste: (i) no cálculo do vento sobre os condutores dos barramentos; e (ii) no cálculo sobre as estruturas de suporte devido ao vento e peso dos equipamentos nelas instalados.

4.5.4.1.1.3 Memorial de cálculo do sistema de corrente alternada
Deve  constar  neste  documento  o  dimensionamento:  (i)  da  potência  nominal  do  transformador  de  serviço  auxiliar;  e  (ii)  do  grupo  motor  gerador  a  óleo  diesel  para  geração  de
emergência.

4.5.4.1.1.4 Memorial de cálculo do sistema de corrente contínua
Deve constar nesse documento o dimensionamento: (i) da capacidade do banco de baterias; e (ii) do retificador­carregador.

4.5.4.1.1.5 Outros memoriais de cálculo
Fazem parte os seguintes documentos:

• Memorial de cálculo do projeto: potência nominal do transformador, barramentos, cabos etc.
• Memorial de cálculo dos ajustes de proteção.
• Memorial de cálculo de iluminação.
• Memorial de cálculo das cargas: bobinas de atuação em corrente contínua e corrente alternada, cabos, banco de baterias, retificadores etc.
• Memorial de cálculo da malha de aterramento.
• Memorial de cálculo do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
• Memorial de cálculo da malha de aterramento.
• Memorial de cálculo estrutural: bases dos pórticos, base dos transformadores, caixa separadora de água e óleo, caixas, canaleta etc.

4.5.4.2 Diagramas

4.5.4.2.1 Diagrama unifilar simplificado
Devem constar nesse diagrama somente os equipamentos de potência, tanto os da alta tensão como os de média tensão e os relés de proteção, todos devidamente numerados com as
funções  ANSI.  Uma  rápida  análise  nesse  documento  possibilita  reconhecer  conceitualmente  o  projeto,  identificando  o  tipo  de  barramento,  número  de  entradas  de  linha,  número  de
transformadores, número de alimentadores secundários etc. A Figura 4.4 mostra o diagrama unifilar simplificado de uma subestação abaixadora de 75 MVA – 138/34,5 kV pertencente
a  uma  indústria  siderúrgica  de  médio  porte.  Também,  no  diagrama  unifilar  podem  ser  identificados  os  cubículos  com  os  respectivos  disjuntores  de  34,5  kV  e  o  cubículo  dos
transformadores de potencial.

4.5.4.2.2 Diagrama unifilar detalhado ou de proteção
Devem constar nesse diagrama, além dos equipamentos de potência, os equipamentos de alta tensão, como os de média tensão, os relés de proteção, devidamente numerados com as
funções  ANSI,  as  interligações  entre  os  relés  e  os  equipamentos  de  potência  (TCs,  TPs,  disjuntores,  chaves  seccionadoras,  transformadores  de  potência,  transformadores  de
aterramento, resistores de aterramento, intertravamentos entre chaves e disjuntores e/ou entre disjuntores, painéis de comando e controle, medição operacional e de faturamento).
O diagrama unifilar é o principal documento do projeto elétrico. A partir dele podem ser construídos os diagramas lógicos e implementar a lógica dos intertravamentos necessários
à correta operação da subestação.
Também  é  conhecido  como  diagrama  unifilar  de  proteção  e  controle,  pois  nele  estão  identificados  todos  os  relés  de  proteção  com  suas  respectivas  funções  de  proteção,  cada  um
associado a um segmento da subestação. Como exemplo de diagrama unifilar de proteção e controle, visto de forma parcial na Figura 4.5, a mesma indústria representada no diagrama
unifilar  simplificado  da Figura 4.4,  podemos  identificar  o  relé  diferencial  MICOM  632  (função  87T/87N)  com  suas  funções  de  sobrecorrente  50/51N  e  as  funções  de  proteção  do
transformador  principal  atuando  sobre  o  relé  de  bloqueio  (função  86)  que  por  sua  vez  envia  um  comando  de  desligamento  para  o  disjuntor  D  de  AT  e  para  o  disjuntor  de  MT  (não
mostrado). Podem ser observadas também as diversas funções de outros relés atuando sobre os disjuntores e exercendo as ações de intertravamento, tais como o MICOM 443 com
suas funções de proteção direcional de corrente de fase e de neutro (67/67N), de sobrecorrente temporizada de fase e de neutro (50/51­50/51N) e de sub e sobretensão de fase (27/59).
Finalmente, os dois relés MICOM 142, sendo um deles designado para a proteção de entrada de linha e o outro como proteção do transformador de potência. Para identificar a atuação
desses relés basta seguir as linhas tracejadas com as respectivas setas.
Figura 4.4 Diagrama unifilar simplificado de uma subestação de 75 MVA/138 kV.
Figura 4.5 Diagrama unifilar de proteção e controle: entrada de linha/bay do transformador (SE 138 kV).

4.5.4.2.3 Diagramas trifilares
Neles estão representados os transformadores de potência, disjuntores, chaves e todos os demais equipamentos de medida (TCs e TPs) que foram representados no diagrama unifilar.
Em geral, os diagramas trifilares são elaborados juntamente com os diagramas funcionais e neles incorporados.

4.5.4.2.4 Diagramas funcionais
Consiste em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos dos painéis de proteção e controle, onde está implantada toda a funcionalidade dos relés, medidores e dispositivos
auxiliares.
Cada painel é fabricado tomando como base o seu respectivo diagrama funcional. Para isso é necessário que o projetista conheça detalhadamente os desenhos dos fabricantes dos
relés, medidores e dispositivos que serão incorporados ao respectivo painel de proteção e controle. Dessa forma, os relés recebem as informações analógicas das tensões e correntes do
sistema elétrico oriundas dos TPs e TCs, processam essas informações na forma digital e enviam a ordem de atuação aos disjuntores. O diagrama funcional termina nas borneiras de
entrada e saída do painel de proteção e controle.
Na elaboração de um diagrama funcional devem ser destacados três diferentes tipos de circuitos que entram e saem do painel.

4.5.4.2.4.1 Circuito de alimentação
Os circuitos de alimentação são destinados ao suprimento do painel tanto em corrente alternada como em corrente contínua. Assim, os relés e os medidores instalados no interior do
painel são alimentados diretamente da fonte de corrente contínua, representada pelo banco de baterias, ou pelas fontes de corrente alternada representadas pelo transformador de serviço
auxiliar, geradores de emergência ou ainda diretamente da rede da concessionária local. Esses circuitos são reconhecidos através de seus bornes com as letras XE ou outra simbologia
apropriada.

4.5.4.2.4.2 Circuito de controle
Os circuitos de controle são destinados a transportar as informações dos equipamentos de potência para que sejam analisadas pelos relés e dispositivos de medida que as interpretam e,
movidos pela lógica implementada nos seus circuitos internos, tomam a decisão de enviar as ordens de abertura ou fechamento para os equipamentos de proteção. Assim, quando um
transformador de potência entra em sobrecarga, o transformador de corrente associado a esse equipamento leva a informação dessa sobrecarga até o relé digital que, comparando­a com
os valores máximos ajustados, envia uma mensagem de abertura do disjuntor correspondente. Na mesma condição estão os transformadores de potencial que recebem as informações
de tensão do barramento e as enviam através dos circuitos de controle para os relés de sobretensão correspondentes. São reconhecidos através de seus bornes com as letras XD ou outra
simbologia apropriada.
Exibiremos somente cinco folhas do caderno dos diagramas funcionais, em razão do grande volume de desenhos. Esses diagramas são fundamentais para a construção dos painéis
elétricos de proteção e controle.
Os  diagramas  funcionais  apresentados  a  seguir  têm  por  objetivo  orientar  resumidamente  o  leitor  comum  sobre  a  sequência  de  desenhos  que  fazem  parte  do  projeto  elétrico  de
qualquer subestação de média e alta tensões.
Para  conhecimento  do  leitor,  uma  subestação  de  pequeno  porte,  69  kV,  com  dois  transformadores,  banco  de  capacitores  e  barramento  simples,  pode  ser  necessário  o
desenvolvimento de cerca de 100 diagramas, compreendendo os diagramas funcionais, interligação e lógica, tornando impraticável a inclusão desses documentos em um livro didático.

• Figura 4.6: Funcional: capa.
• Figura 4.7: Funcional: índice.
• Figura 4.8: Funcional: simbologia.
• Figura 4.9: Funcional: diagrama unifilar (faz parte do caderno dos diagramas funcionais).
• Figura 4.10: Funcional: caixa dos terminais do transformador de potência.

Figura 4.6 Diagrama funcional – capa.

Figura 4.7 Diagrama funcional – índice.

Figura 4.8 Diagrama funcional – simbologia.
Figura 4.9 Diagrama unifilar funcional.

Figura 4.10 Diagrama funcional – transformador de potência.

4.5.4.2.5 Diagramas de interligação
Esses  diagramas  têm  como  objetivo  interligar  os  terminais  dos  painéis  de  proteção  e  controle  aos  diversos  equipamentos  instalados  na  casa  de  comando  e  controle  ou  no  pátio,  tais
como disjuntores, transformadores de potência, TCs, TPs, chaves seccionadoras etc.
• Figura 4.11: Interligação: capa.
• Figura 4.12: Interligação: índice dos desenhos elaborados.
• Figura 4.13: Interligação: simbologia.
• Figura 4.14: Interligação: painel PPC – TF.

4.5.4.2.6 Diagramas de lógica
Os  relés  digitais  podem  ser  programados  para  realizar  grande  quantidade  de  operações  que  resultam  em  comando  e  controle  de  diversos  equipamentos  e  dispositivos  instalados  na
subestação. Assim, por meio dos diagramas de lógica, são representadas as formas de como são executadas essas operações, utilizando as informações que chegam à entrada do painel.
Para isso, são utilizadas portas lógicas digitais representadas pelas funções principais “OR”, “AND”, mostradas na Figura 4.18.
Exibiremos para fins de orientação somente três folhas do caderno dos diagramas de lógica de uma subestação de 69 kV.

• Figura 4.15: Lógica: capa.
• Figura 4.16: Lógica: índice dos desenhos.
• Figura 4.17: Lógica: simbologia.
• Figura 4.18: Lógica: diagrama de lógica – seccionador/disjuntor.

4.5.4.2.7 Diagramas trifilares dos serviços auxiliares de corrente alternada
Consistem em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos de baixa tensão que irão alimentar as diversas cargas da subestação em corrente alternada, tais como motores de
acionamento dos disjuntores (quando for o caso), bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores (quando for o caso), iluminação do pátio de manobra, iluminação das edificações,
climatização das edificações, motores do poço artesanal (quando existir), retificadores­carregadores etc. A Figura 4.19 mostra o exemplo de um diagrama trifilar de serviço auxiliar em
corrente alternada.

Figura 4.11 Diagrama de interligação – capa.

Figura 4.12 Diagrama de interligação – índice.
Figura 4.13 Diagrama de interligação – simbologia.

Figura 4.14 Diagrama de interligação – Painel PPC – TF.
Figura 4.15 Diagrama de lógica – capa.

Figura 4.16 Diagrama de lógica – índice dos desenhos.

4.5.4.2.8 Diagramas bifilares dos serviços auxiliares de corrente contínua
Consistem em um conjunto de plantas relacionadas com os circuitos de corrente contínua que irão alimentar as diversas cargas da subestação, tais como motores de acionamento dos
disjuntores (quando for o caso), bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores (quando for o caso), iluminação de emergência do pátio de manobra e iluminação emergência das
edificações etc. A Figura 4.20 mostra o exemplo de um diagrama bifilar de serviço auxiliar em corrente contínua.

4.5.4.2.9 Desenhos construtivos
São os desenhos de arquitetura dos painéis de proteção e controle. Normalmente, os fabricantes adotam certa padronização das dimensões dos painéis. Já os arranjos dos dispositivos
que serão utilizados no seu interior são realizados de forma individual para cada projeto.
Figura 4.17 Diagrama de lógica – simbologia dos desenhos.

Figura 4.18 Diagrama de lógica – seccionador/disjuntor.
Figura 4.19 Diagrama trifilar de serviço auxiliar em corrente alternada.
Figura 4.20 Diagrama bifilar de serviço auxiliar em corrente contínua.

A partir do painel padronizado, o projetista distribui os dispositivos no interior do mesmo, de forma criteriosa, e prepara a lista desses dispositivos constantes do diagrama trifilar e
funcional. A Figura 4.21 mostra a vista superior de um painel de proteção e controle com os dispositivos organizados nos seus espaços. Assim, na parte móvel do painel são fixados os
relés digitais e as chaves de teste. Já na parte posterior do painel são instaladas as réguas de borne. Os demais detalhes estão mostrados na mesma figura. Para maior compreensão,
observar também as Figuras 4.22(a) e (b).

4.5.4.2.10 Lista de cabos
Lista de cabos é um documento gerado com base nos diagramas de interligação, no qual são listados todos os cabos que foram utilizados nesses diagramas, sendo definidos seu ponto
de origem e destino, a função de cada cabo mencionado, seus comprimentos e o tipo de cabo empregado. Essa lista também é utilizada para a aquisição dos referidos cabos, além de ser
essencial para o lançamento dos mesmos nas canaletas e tubulações que vão até os equipamentos e dispositivos. A Tabela 4.6 mostra um exemplo de formação da lista de cabos.

Figura 4.21 Vista superior de um painel de proteção e controle.
Figura 4.22 Vistas frontal e traseira de um painel de proteção e controle.

4.5.5 Projeto de proteção

4.5.5.1 Requisitos gerais
Os  relés  de  proteção  funcionam  realizando  as  medidas  das  grandezas  operacionais  do  sistema  elétrico  que  são  a  tensão  e  a  corrente.  Os  equipamentos  que  inicialmente  tomam  essas
medidas do sistema elétrico são denominados transformadores de medida, ou seja, os transformadores de corrente e os transformadores de potencial. Os transformadores de corrente
reproduzem  no  seu  secundário  as  correntes  que  passam  pelo  primário,  fornecendo  essa  grandeza  analógica  aos  relés  de  proteção  e  aos  dispositivos  de  medida,  em  valores  muito
pequenos  de  corrente,  normalmente  1  A  ou  5  A.  O  mesmo  ocorre  com  os  TPs  que  reproduzem  no  seu  secundário  as  tensões  primárias  fornecendo  aos  relés  de  proteção  os  sinais
analógicos em valores normalmente muito pequenos entre 66 V e 115 V. Os sinais analógicos fornecidos pelos transformadores de medidas aos relés são processados digitalmente e
comparados com valores ajustados nos relés. Se essas grandezas medidas alcançarem os valores predefinidos nos relés e o tempo previsto para atuação, o relé envia para o disjuntor
associado um sinal de abertura seccionando o trecho do sistema afetado.

Tabela 4.6 Exemplo da lista de cabos

Relação de materialCabos de controle da SE MassapêCód. cliente: – Central de geração eólica Terra
NovaCód. projetista: – CGT.CA.LM.001.00

Subestação delta do Parnaíba
Rev. – 0D
Cabos de controle

Tag Formação (mm2 ) Origem Destino Blindagem Comprimento (m)

3A1.01 4 × 4 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X2 X 45


3A1.02 4 × 4 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X2 X 45

3A1.03 4 × 2,5 Cx. TP1/R1 QPCL1 / X5 X 45

3A1.04 4 × 4 TP­83B1/TP­A CX. TP1/R2 X 2

3A1.05 4 × 4 TP­83B1/TP­B CX. TP1/R2 X 8

3A1.06 4 × 4 TP­83B1/TP­C CX. TP1/R2 X 8

3A1.07 4 × 4 TP­83B1/TP­A CX. TP1/R1 X 2

Algumas condições devem ser observadas na montagem de um projeto de proteção, ou seja:

• Os relés de proteções de média e alta tensão em geral registram em tempo real as seguintes grandezas: (i) tensão; (ii) corrente; (iii) potência ativa; (iv) potência reativa; (v) energia
ativa; (vi) energia reativa; (vii) fator de potência; e (viii) oscilografia.
• Os relés devem registrar cronologicamente os eventos em ordem decrescente de tempo. Os últimos três eventos devem ser armazenados.
• A função de neutro sensível (50/51NS) deve operar independentemente da função de neutro normal (50/51).
• Nos projetos em que o disjuntor de transferência não possua sistema de proteção próprio, a função de atuação dos relés de proteção dos diversos bays ou vãos é transferida para o
disjuntor de transferência quando este está substituindo a função de qualquer disjuntor na manutenção da subestação. Essa transferência é feita através da função de transferência da
proteção  (função  43).  A  função  de  transferência  da  proteção  pode  assumir  um  dos  seguintes  estados:  (i)  normal  (N);  (ii)  em  transferência  (ET);  e  (iii)  transferida  (T).  Se  o
comando  de  abertura  enviado  pelo  relé  encontra  a  função  43  no  estado  N,  o  relé  atua  diretamente  sobre  o  disjuntor  principal.  Caso  a  função  43  esteja  na  posição  ET,  o  sinal  de
abertura é enviado para o disjuntor principal e para o disjuntor de transferência, e quando a função 43 está na posição T, o sinal enviado comanda a abertura somente do disjuntor de
transferência.
• As  proteções  devem  indicar  a  indisponibilidade  do  relé.  Para  isso,  devem  ser  providas  continuamente  de  autossupervisão  e  de  autodiagnóstico,  detectando  anomalias  de  lógica,
defeitos elétricos e ausência de tensão auxiliar.
• Quando houver falha de qualquer disjuntor de média tensão para um defeito no alimentador associado, o disjuntor de retaguarda deverá atuar através da função de proteção 50BF
(62BF).

4.5.5.2 Prescrições de proteção de entrada de linha
• Os  relés  de  proteção  de  entrada  de  linha  devem  ser  dotados,  no  mínimo,  das  seguintes  funções:  (i)  função  de  sobrecorrente  temporizada  (51);  (ii)  função  de  sobrecorrente
instantânea  (50);  (iii)  função  de  sobrecorrente  temporizada  de  neutro  (51N);  (iv)  função  de  sobretensão  (59);  (v)  função  de  subtensão  (27);  (vi)  função  de  falha  no  disjuntor
(50BF/62BF); (vii) função de corrente diferencial de linha (87L), quando no outro terminal estiver instalado um relé de mesmo modelo e fabricante; (viii) função direcional de fase
(67), quando há duas ou mais linhas operando em paralelo ou duas ou mais fontes em paralelo; (ix) função direcional de neutro (67N), quando há duas ou mais linhas operando em
paralelo ou duas fontes em paralelo; e (x) função de distância (21) quando a linha apresentar um comprimento pelo menos igual ou superior a 5 km, sendo essa a função principal
para defeitos entre fases, enquanto a função (67) é proteção de retaguarda.
• Se  existir  um  gerador  térmico  no  empreendimento  para  fins  de  suprimento  na  hora  de  ponta  e  a  subestação  for  alimentada  somente  por  1  (uma)  linha  de  transmissão,  será
necessário acrescentar no relé as seguintes funções: (i) função de sobrecorrente direcional de fase (67) e (ii) função de sobrecorrente direcional de neutro (67N).
• Se existir um gerador térmico no empreendimento para fins de comercialização no mercado livre, acrescentar no relé a função direcional de potência (32).
• Antes  de  definir  as  funções  do  relé  multifunção  é  necessário  conhecer  a  legislação  sobre  esse  tipo  de  atendimento,  bem  como  a  norma  de  fornecimento  de  energia  elétrica  da
concessionária local e incluir, além das funções já mencionadas, aquelas exigidas no documento normativo.

4.5.5.3 Prescrições de proteção do transformador de potência
• A  principal  proteção  do  transformador  está  fundamentada  na  função  diferencial  (87T)  que  recebe  os  sinais  de  corrente  dos  transformadores  de  medida  localizados  nas  seguintes
posições:
– Nas buchas primárias e secundárias do transformador de potência. Nesse caso, a proteção fica limitada somente a defeitos internos ao transformador de potência.
– Nas  buchas  primárias  do  transformador  de  potência  e  após  os  seus  terminais  secundários  pode  existir  um  conjunto  de  transformadores  de  corrente,  normalmente  situado  no
interior  do  conjunto  de  manobra  de  média  tensão  instalado  na  casa  de  comando  e  controle.  Nesse  caso,  a  proteção  ficará  compreendida  entre  os  terminais  primários  do
transformador de potência e os TCs internos ao conjunto de manobra. Isso ocorre quando o transformador de potência não possui os TCs de bucha no secundário. Nesse caso,
tanto o transformador de potência quanto o cabo estão na região de proteção do relé.
– Antes  dos  terminais  primários  do  transformador  de  potência  e  no  conjunto  de  manobra  de  média  tensão  instalado  na  casa  de  comando  e  controle,  a  proteção  pode  ficar
compreendida entre os TCs primários instalados no barramento de alta tensão da subestação e os TCs secundários instalados nos conjuntos de manobra. Isso ocorre quando o
transformador de potência não possui os TCs de bucha no primário e no secundário.
• O relé diferencial do transformador (função 87T) deve atuar de forma simultânea sobre o disjuntor geral de média tensão e sobre os disjuntores principal ou de transferência de alta
tensão.
• O  relé  de  bloqueio  (função  86),  quando  é  ativado  por  um  sinal  transmitido  pelo  relé  diferencial,  envia  um  comando  diretamente  para  o  circuito  de  fechamento  e  bloqueio  dos
disjuntores de alta tensão e para o circuito de fechamento do disjuntor geral de média tensão. Quando utilizado o relé auxiliar de alta velocidade (função 94), ligado em paralelo com
o relé de bloqueio, esse tem a função apenas de comandar a abertura dos disjuntores associados de forma mais rápida.
• A função falha de disjuntor (50BF), parte integrante do relé de proteção diferencial do transformador, deve transmitir um sinal de atuação para o(s) disjuntor(es) de entrada de linha
e/ou para o disjuntor de transferência utilizando as funções de transferência de proteção associadas à entrada de linha.
• Normalmente,  os  transformadores  de  potência,  tanto  os  de  69  kV  e  138  kV  como  os  de  230  kV,  e  raramente  os  transformadores  de  média  tensão,  possuem  um  conjunto  de
proteções denominadas “proteções intrínsecas” que incorporam as seguintes funções: (i) função de temperatura do óleo (26); (ii) função de temperatura do enrolamento (49); (iii)
função de presença de gás (63); (iv) função de alívio de pressão (63A); (v) função de nível de óleo (71); (vi) função de sobrepressão do CDC – comutador de derivação em carga
(80), quando o transformador for dotado desse equipamento; e (vii) função de regulação de tensão, quando o transformador for dotado de um CDC.
• A função de nível de óleo do transformador (71) deve somente gerar alarme que pode ser sonoro e/ou ótico.
• As proteções térmicas do transformador são realizadas por um relé microprocessado que tem a função de monitorar a temperatura do transformador de potência e que incorpora as
funções de temperatura do enrolamento (função 49) e o relé de temperatura do óleo (função 26). O relé de monitoração deve conter, no mínimo, os seguintes contatos para cada
função anteriormente mencionada:
– A função de temperatura do óleo deve estar associada, no mínimo, a duas saídas digitais configuradas da seguinte forma: (i) uma saída digital deve gerar um primeiro alarme
quando a temperatura do óleo atingir 80 ºC e (ii) a outra saída digital deve gerar alarme quando a temperatura do óleo atingir 95 ºC.
– A  função  de  temperatura  do  enrolamento  deve  estar  associada  a  quatro  saídas  digitais  configuradas  da  seguinte  forma:  uma  saída  digital  deve  comandar  a  entrada  em
funcionamento do conjunto de ventiladores quando a temperatura do enrolamento atingir 70 ºC e as demais saídas digitais devem gerar alarmes (função 30), cujo operador da
subestação  deve  averiguar  o  evento  e  tomar  a  decisão  de  como  proceder  sem  levar  risco  à  integridade  do  transformador  de  potência.  Essas  saídas  digitais  devem  estar
configuradas para gerar alarmes quando o enrolamento atingir as temperaturas de 85 ºC, de 95 ºC e de 105 ºC.

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