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SUBESTAÇÃO PRIMÁRIA SE RUETTE 138/13,8 kV

Relatório das Medições da Malha de Aterramento

MEDIÇÕES REALIZADAS POR:

Armando Justo Baptista Filho


Data: 11/02/2006

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1. OBJETIVO.

O objetivo dos ensaios é o de medir a resistência de aterramento da malha e os potenciais no solo de passo
e toque da Subestação Primária SE RUEETE, e verificando se os potenciais de toque e passo medidos
atendem os requisitos de segurança pessoal na área, bem como o valor de resistência de aterramento
medido atende o valor máximo operativo da mesma.

2. ASPECTOS GERAIS
Trata-se de uma subestação de 138/13,8kV nova.
A malha de terra (de acordo com o projeto executado pela TSE Tecnologia em Sistema Elétricos) é
constituída por cabos de cobre têmperado meio duro nú de seção 70mm² enterrados a 0,60m e hastes de
aterramento com 3m de comprimento e ¾” de diâmetro.
Toda a área dentro da cerca e até o arruamento encontra-se recoberta por brita com a espessura média de
10cm, o que deve ser mantido durante toda a operação futura da citada Subestação.

3. PROCEDIMENTOS SEGUIDOS:

3.1 Fonte de alimentação

Os ensaios foram realizados utilizando um grupo gerador trifásico de 9,5kVA, 220-127 Volts.
A tensão de ensaio foi de 169,7 Volts e com freqüência de 44,3 Hz, resultando em uma corrente de ensaio
de 12,3A.

3.2 Malha Terra Auxiliar

Para a correta injeção da corrente de ensaio foi confeccionada um sistema de aterramento auxiliar à
aproximadamente 150 metros de distância da malha a ser ensaiada. As hastes deste sistema de aterramento
auxiliar foram interligadas entre si com cabo de cobre de 4,0 mm² , tendo o circuito sido concluído através
da utilização de cabo de cobre de 2 x 4,0 mm² , conforme indicado na figura 1.

FIGURA-1

Freqüência = 44,3Hz
Malha terra Malha terra
Principal V = 169,7 V I = 12,3A Auxiliar
Cabo # 2 x 4,0 mm²
G A
SUBESTAÇÃO
PRIMÁRIA
SE RUETTE Haste de prova deslocando-se do terra
V auxiliar à malha da Subestação

Distância = 150m

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3.3 Ensaio da malha de aterramento:

Medição da resistência de aterramento:

O ensaio para obtenção do valor da resistência de aterramento, consiste basicamente na injeção de uma
corrente de ensaio de valor conhecido, entre a mesma e um sistema de aterramento auxiliar localizado a
uma distância convenientemente escolhida de tal maneira que os valores obtidos não sejam afetados
pelo volume de influência da malha sob medição, ou seja, localizado no chamado terra remoto, isto é
onde a queda de potencial entre dois pontos possa ser considerada desprezível.

Fazendo-se então circular como dito anteriormente, uma corrente de valor conhecido entre esses dois
pontos, medindo-se em seguida a queda de tensão entre o ponto escolhido para injeção desta corrente e
pontos intermediários de modo que a resistência de aterramento possa ser calculada pela equação:

Volt medidos/I injetada.

O método supra citado é conhecido como Método Volt-Amperimétrico, processo este constante do projeto
de norma brasileira desenvolvido pela CE -102 (Comissão de Estudos – 102) da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), o qual pode ser visto na figura-1 anterior.

Após a montagem dos equipamentos/instrumentos indicados na figura 1, foi injetada e medida através de
um amperímetro a corrente do gerador. Tendo sido executadas
várias medições, através de um voltímetro do potencial resultante no solo devido a circulação da corrente
citada.
Os quocientes entre os valores de tensão e corrente serão considerados iguais o valor da resistência de
aterramento, quando houver uma estabilização em vários pontos sucessivos, trecho que normalmente e
chamado de “patamar”, e que normalmente se estabelece à uma distância de aproximadamente 61,7% da
distância entre a malha sob medição e o sistema de aterramento auxiliar.

Com base nos valores medidos como citado anteriormente, traça-se a chamada curva da Resistência de
aterramento x Distância do eletrodo auxiliar de potencial (eletrodo auxiliar móvel), a qual pode ser vista no
GRAFICO 1 anexo.

O valor da resistência de aterramento é dado pelo valor correspondente ao “patamar” da curva da


resistência de aterramento, ( o qual como foi dito normalmente ocorre a aproximadamente 61,7 % da
distância entre o sistema de aterramento auxiliar e a malha sob ensaio).

Sendo no presente caso, igual à 0,90 ohm.

Os resultados obtidos durante a realização do ensaio descrito anteriormente são os seguintes:

Tensão do gerador : 169,7 Volts C. A .


Corrente do circuito : 12,3Ampères
Freqüência : 44,3 Hz
Distância do sistema de
aterramento auxiliar : 150m
Valor correspondente
ao patamar : 92,55m

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Resistência de aterramento : 0,90Ω

Tempo : Bom
Temperatura ambiente: : 30º C
Umidade relativa do ar : 56%
Solo : Ligeiramente úmido

4. CONCLUSÃO:

O valor da resistência de aterramento da Subestação Ruette é de 0,90 Ohms conforme demonstra os


valores e a curva apresentada no GRÁFICO 1 e TABELA 1, anexas
Os valores medidos e o gráfico seguem anexos na TABELA 1 e GRÁFICO 1.

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SUBESTAÇÃO PRIMÁRIA RUETTE
MALHA DE ATERRAMENTO
Distância Tensão I ensaio Resistência
Metros Volts Amperes Ohms
10 8,49 12,3 0,690
20 9,80 12,3 0,797
30 10,30 12,3 0,837
40 10,50 12,3 0,854
50 10,60 12,3 0,862
60 10,80 12,3 0,878
70 10,90 12,3 0,886
80 10,90 12,3 0,886
82 11,10 12,3 0,902
84 11,10 12,3 0,902
86 11,10 12,3 0,902
88 11,10 12,3 0,902
90 11,10 12,3 0,902
92 11,10 12,3 0,902
94 11,10 12,3 0,902
96 11,10 12,3 0,902
98 11,30 12,3 0,919
100 11,40 12,3 0,927
102 11,60 12,3 0,943
104 11,80 12,3 0,959
106 12,00 12,3 0,976
108 12,30 12,3 1,000
110 12,70 12,3 1,033
115 13,80 12,3 1,122
120 15,10 12,3 1,228
125 18,10 12,3 1,472
130 22,90 12,3 1,862
135 30,00 12,3 2,439

TABELA-1

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GRAFICO-1
Medição da resistência da malha terra

1,500
1,400
1,300
1,200
Resistência (ohms)

1,100
1,000
0,900
0,800
0,700
0,600
0,500
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
10 30 50 70 82 86 90 94 98 102 106 110 120 130
Distância (metro)

5. MEDIÇÃO DOS POTENCIAIS NO SOLO, DE TOQUE E DE PASSO:

5.1 Medições dos potenciais de toque:

O potencial de toque é a diferença de potencial que se verifica entre um ponto ao alcance da mão de uma
pessoa e um ponto no solo correspondente à posição de seus pés.

Esta distância por norma (IEEE 80/86, e Projeto de norma brasileira, apresentado pelo CE-102 da
ABNT) é considerada como sendo de 1 metro.

Para a realização desse ensaio foram seguidos as seguintes etapas:

Implantação de um sistema de aterramento auxiliar, empregado para possibilitar a injeção de corrente de


ensaio.

Medição dos valores de corrente e tensão, e consequente cálculo com base nos valores medidos da
resistência de aterramento da Subestação Ruettei e dos potenciais no solo, de passo e toque.

Observação: Foram utilizados nas medições um voltímetro de alta impedância, e alta precisão, bem como
um amperímetro;

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5.2 Medições de potencial de passo:

O potencial de passo é considerado como sendo a diferença de potencial que aparece entre dois pontos no
solo distanciados de 1m. Essa distância é também normalizada conforme citado anteriormente, sendo
considerado como o caso mais crítico do passo de uma pessoa.
O procedimentos durante as medições dos potenciais de passo são similares aos descritos anteriormente,
mudando-se somente os pontos de medição, para dois pontos do solo convenientemente escolhidos.

6 PROCEDIMENTOS SEGUIDOS DURANTE AS MEDIÇÕES DOS POTENCIAIS DE


TOQUE E PASSO:
Para as medições propriamente ditas dos potenciais de toque e passo foram utilizadas 2 hastes auxiliares
com 50 cm de comprimento e ¾” de diâmetro, separadas entre si de 1 metro (potencial de passo) e, também
de 1metro entre hastes e equipamento (potencial de toque).
As medições foram executadas com um voltímetro digital de alta impedância, sendo a corrente injetada a
mesma utilizada para a determinação da resistência de aterramento da malha, ou seja, 12,3 Ampères.

As extrapolações foram calculadas para uma corrente de curto-circuito de malha que é de 1880A
(conforme constante no projeto executado pela Copem Engenharia).

6.1 Coeficiente de Extrapolação

As extrapolações foram calculadas, fundamentadas nos valores a seguir:

K=Icc malha / I ensaio


K= 1880 / 12,3
K= 152,845

6.2 Potenciais Máximos Toleráveis

Os potenciais máximos toleráveis a serem considerados neste relatório de acordo com o projeto executado
pela TSE Tecnologia em Sistema Elétricos são:

6.2.1 Sem proteção de brita:


- Tensão Passo : 290,11 Volts
- Tensão Toque : 190,28 Volts

6.2.2 Com proteção brita:


- Tensão Passo : 2147,28 Volts
- Tensão Toque : 654,57 Volts

6.2.3 Sobre piso concretado ( admitindo-se ρ= 80 Ω.m)


- Tensão Passo : 210,07 Volts
- Tensão Toque : 170,26 Volts

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6.2.4 Os valores de Tensão de passo e de toque da Subestação Ruette estão citado na
TABELA 2.

TABELA 2

MEDIÇÕES DOS POTENCIAIS DE PASSO E TOQUE


CORRENTE DO ENSAIO COEFICIENTE DE EXTRAPOLAÇÃO DATA
12,3A K= 152,85 11/02/06
Tensão de Extrapo- Tensão de Extrapo-
Ponto passo lada toque lada LOCAL
mVolt Volt mVolt Volt
1 7,8 1,19 69 10,55 Portão veículos lado esquerdo do portão
2 7,2 1,10 57 8,71 Portão veículos lado direito do portão
3 54 8,25 670 102,41 Pórtico de entrada lado esquerdo ( Luminária )
4 51 7,80 578 88,34 Pórtico de entrada lado Direito ( Luminária )
5 8,7 1,33 222 33,93 Comando do seccionador de 138kV Nº 29-2
6 3,7 0,57 218 33,32 Pára-raios 138kV ( Medidor de corrente de fuga )
7 4,7 0,72 155 23,69 Caixa de interligação dos TP's de 138kV
8 3,4 0,52 50 7,64 Caixa de interligação dos TC's de 138kV
9 10 1,53 190 29,04 Disjuntor primário do TR-1
10 6 0,92 469 71,68 Transformador TR-1
11 5,7 0,87 397 60,68 Resistor de aterramento
12 7,6 1,16 365 55,79 Pórtico próximo ao trafo lado esquerdo ( Luminária )
13 7,1 1,09 379 57,93 Pórtico próximo ao trafo lado direito ( Luminária )
14 8,3 1,27 391 59,76 Pórtico próximo ao trafo lado direito ( Tomadas )
15 9,8 1,50 Pátio entre
16 8,7 1,33 100 15,28 Interno à muro ( cerca )
17 14,7 2,25 304 46,46 Externo à muro ( cerca )
18 45 6,88 120 18,34 Interno à muro próximo a Pórtico
19 25 3,82 280 42,80 Interno à muro ( cerca )
*20 3 0,46 510 77,95 Porta de acesso da sala dos painéis de controle
*21 3,4 0,52 589 90,03 Porta de acesso da sala de baterias
*22 2,4 0,37 462 70,61 Sala de baterias
*23 2,4 0,37 690 105,46 Retificador
*24 14,7 2,25 295 45,09 Conjunto blindado (CBBS)
*25 38 5,81 260 39,74 Painel M1 (cubículo de serviços auxiliares)
*26 10 1,53 159 24,30 Painel M1 (cubículo de manobra e sinalização)
*27 65 9,93 125 19,11 Painel A1 (cubículo de medição)
*28 6,4 0,98 132 20,18 Escada de acesso p/ porão do conjuntos blindados
*29 5,7 0,87 127 19,41 Estrutura metálica dos cabo do cub.(Bandejamento porão)
*30 63 9,63 136 20,79 Janela lateral
*31 4,7 0,72 174 26,60 Porta de acesso

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*Obs.: Nestes ensaios utilizamos 2 placas de área de 400cm², separadas de 1metro uma da outra
interligadas com 1 resistor de 1KΩ sobrepostas no chão.

7. CONCLUSÕES/OBSERVAÇÕES:

Não foram medidos valores de potencial de passo e toque acima dos valores máximos permitidos pelo projeto,
podendo a malha da Subestação Ruette ser considerada
segura do ponto de vista pessoal, desde que mantida a camada de brita de aproximadamente 10 centímetros.

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