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1-INTRODUÇÃO

Para este nosso experimento, utilizamos corrente alternada, vamos entender um pouco mais
sobre ela:
Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta é invertida periodicamente, ou seja,
ora é positiva e ora é negativa, fazendo com que os elétrons executem um movimento de vai-e-vem.
Este tipo de corrente é o que encontramos quando medimos a corrente encontrada na rede elétrica
residencial, ou seja, a corrente medida nas tomada de nossas casas.

A corrente alternada gerada normalmente é do tipo seno ou cosseno. Observe na figura


abaixo:

Figura 1- Gráfico senoidal, onde a tensão assume valores entre +V e –V, que são o máximo e mínimo.

Percebemos que o fluxo de corrente também altera seu sentido entre +I e -I, que são o
máximo e mínimo. Vpp é o valor de pico-a-pico que é a distância entre o valor máximo e mínimo.
Os equipamentos elétricos recebem essa tensão num valor padrão de 380V / 220 V/ 110 V e em
50/60 Hz.

Quando fazemos análises em corrente alternada o interessante é não pensarmos em carga e


descarga do capacitor. Na verdade devemos pensar que o capacitor causará um adiantamento no
sinal da corrente do circuito com relação ao sinal da fonte de alimentação. Em outras palavras, se
olharmos esses sinais num osciloscópio, veremos que o sinal da corrente passa pelo zero antes do
sinal da tensão.

A oposição à passagem de uma corrente alternada oferecida por um capacitor é chamada de


reatância capacitiva e depende do valor da capacitância e da frequência da corrente alternada e é
medida em ohms. Quanto maior a capacitância mais baixa será a reatância ou a resistência a
passagem do fluxo da corrente alternada. Da mesma forma, quanto mais alta for a frequência,
menor será a resistência que um capacitor oferece a passagem do fluxo de corrente.
Equação 1- Usada para calcular a reatância capacitiva de um capacitor num circuito de corrente alternada

Onde:
Xc: é a reatância capacitiva a ser encontrada, ou seja, a resistência do capacitor quando ele estiver
operando em uma determinada frequência.

π: é constante e seu valor é 3,1416.

f: é a frequência da corrente em Hertz(Hz)

C: é a capacitância do capacitor em Farad (F).

A equação acima, demonstra que a reatância é inversamente proporcional à frequência e à


capacitância, em outras palavras, se aumentar a frequência ou a capacitância, a reatância irá
diminuir.
Os resistores são não–reativos porque resistem igualmente ao fluxo da corrente alternada.
Já os capacitores são às vezes chamados de componentes reativos, porque reagem contra o fluxo de
corrente alternada.

Notamos importante descrever um pouco sobre os capacitores, principalmente por dois


capacitores diferentes, que despertaram-se bastante curiosidade, são eles: o capacitor 104 e o
capacitor a óleo.

Capacitor 104

Certamente o tipo mais comum e conhecido deles. O capacitor cerâmico de disco ou mais
simplesmente  chamado de capacitor cerâmico, consiste basicamente em um disco de cerâmica,
com uma fina camada metálica em cada uma de suas faces, geralmente esta camada metálica é uma
deposição de prata.
   Alguns capacitores apresentam uma codificação que é um tanto estranha. Observemos o exemplo
abaixo:

Figura 2-Entendo os Capacitores

O valor do capacitor,"B", é de 3300 pF (picofarad = 10-12 F) ou 3,3 nF (nanofarad = 10-9 F)


ou 0,033 µF (microfarad = 10-6 F). No capacitor "A", conhecido como o Capacitor 104, devemos
acrescentar mais 4 zeros após os dois primeiros algarismos. O valor do capacitor 104, que se lê
104, é de 100000 pF ou 100 nF ou 0,1µ F.

Figura 3-Capacitor cerâmico, no caso o capacitor 104

Capacitor a óleo

Esse aqui é uma raridade. Não é mais fabricado. O capacitor óleo era muito utilizado em
equipamentos valvulados, e onde era necessário alta isolação. Sua composição era de fitas de
alumínio enroladas e isoladas com papel impregnado em óleo. Este capacitor apresentava muitos
problemas de fugas, devido a contaminação por umidade, devido a borracha de isolação se
contaminar com o próprio óleo e começa a se degradar e apresentar fissuras, permitindo a entrada
de umidade. Sua tensão de isolação varia entre 600 a 1600V. Os valores de 1nF a cerca de 47nF

Figura 4 -Capacitor a óleo


Os capacitores, oferecem resistências à passagem de uma corrente elétrica variável no
tempo. Se eles forem submetidos a uma tensão alternada senoidal do tipo:

V=V0 sen(ωt)

Essas resistências, denominadas de reatâncias dependerão da frequência angular:

ω= 2πf

Onde f é a frequência linear da tensão senoidal. Analisaremos no experimento como é, esta


dependência, ou como as reatâncias capacitiva (XC) dependem da frequência f, analisadas
teoricamente acima. Quando uma tensão alternada V é aplicada a um capacitor C, podemos medir a
tensão VC e a corrente IC no capacitor. A reatância capacitiva XC do capacitor é definida como
sendo: XC=VC=IC (ohms).

PARTE II
2- MATERIAIS UTILIZADOS

 Gerador de Ondas eletromagnéticas, com frequencímetro


 Resistência de 2200 Omega (Ω)
 Capacitor de 6800x10-12F
 Voltímetro
 Osciloscópio
 Placa de bornes
 Fios

3- ESQUEMA EXPERIMENTAL

Inicialmente

Figura 5-Ligamos o Gerador de Função, tomando o cuidado com a sua voltagem 110V ou 220V e conectamos suas
pontas de provas.
Figura 6- Em seguida, verificando também sua DDP, ligamos o Osciloscópio, e conectamos suas pontas de prova.

Conectamos na placa de bornes, o resistor, capacitor e fios, ligados ao voltímetro, ao gerador


de função e ao osciloscópio, montando assim o circuito.

4-PROCEDIMENTOS

1. Ajustou-se o gerador de ondas senoidais para 3V, mantendo-a constante a cada medida.

2. Ajustou-se a frequência da fonte de 100 Hz a 10kHz inicialmente a intervalos de


aproximadamente 100 Hz, e depois a intervalos de 1,0 kHz.

Em seguida na PARTE III:

1-Montamos o circuito abaixo:

Figura 7-Associação em série de resistor com dos capacitores.

2- Ajustou-se a tensão na fonte (V) para aproximadamente 3 V, mantendo-a constante, a cada


medida.

3- Ajustamos a frequência da fonte de 500 Hz a 6 kHz, a intervalos de aproximadamente 500 Hz.

5-APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE II


Tabela 1: Com os dados obtidos através das medidas, utilizando o gerador de funções e o
osciloscópio obtivemos a tabela abaixo:

f (Hz) V (Volt) Vr (Volt) Vc (Volt) 1/f (s) Xc (Ω)


-3
100.15 3 0.005 0.32 9,98x10 140,8x103
200.60 3 0.007 0.32 4,98x10-3 100,57x103
300.03 3 0.01 0.32 3,33x10-3 70,4x103
400.78 3 0.0125 0.32 2,49x10-3 56,32x103
500.67 3 0.015 0.31 1,99x10-3 45,46x103
1000.09 3 0.029 0.30 9,99x10-4 22,75x103
2000.80 3 0.056 0.30 4,99x10-4 11,78x103
3001.60 3 0.084 0.29 3,33x10-4 7,59x103
4003.1 3 0.108 0.29 2,49x10-4 5,90x103
5005.1 3 0.128 0.28 1,99x10-4 4,81x103
10.000 3 0.22 0.25 1x10-4 2,5x103
11.024 3 0.23 0.24 90,7x10-6 2,29x103
12.099 3 0.25 0.23 82,65x10-6 2,02x103
13.054 3 0.26 0.22 76,6x10-6 1,86x103
14.084 3 0.27 0.21 71,00x10-6 1,71x103
15.065 3 0.28 0.21 66,37x10-6 1,65x103
Tabela 1: Medidas da tensão alternada na fonte, no resistor e no capacitor

Onde:

f(Hz): é gerada pelo gerador de funções, onde ajustamos a frequência.


V: voltagem no circuito, procurando manter-se constante com a ajuda de um voltímetro.
VR: voltagem sobre o resistor colocado no circuito, obtido através das ondas no osciloscópio.
VC: voltagem sobre o capacitor colocado no circuito, obtido através das ondas no osciloscópio.
1/f: divisão do 1 pela f(Hz)
XC: como vimos anteriormente ( reatância capacitiva), obtida através da equação X C=VC/i, onde a
corrente é dada por i = Vref/R

6- DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DA PARTE II:


Através da Tabela(1) acima, obtivemos os seguintes gráficos abaixo:

Figura 4- Gráfico da tensão da fonte versus frequência de oscilação da fonte.

Figura 5- Gráfico da tensão no resistor versus frequência de oscilação da fonte.


Figura 6- Gráfico da tensão no capacitor versus frequência de oscilação da fonte.

Figura 7-Gráfico da reatância capacitiva versus frequência de oscilação da fonte.


Figura 8-Gráfico da reatância capacitiva versus 1/f de oscilação da fonte

Figura 9-Gráfico da Frequência de Corte


5.1-APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE III

Tabela 2: Com os dados obtidos através das medidas, utilizando o gerador de funções e o
osciloscópio obtivemos a tabela abaixo:

f (Hz) V (Volt) Vr (Volt) Vc (Volt) Vc1 (Volt) Vc2 (Volt)


503 3 3,1 0,15 0,044 0,104
1001 3 3 0,08 0,024 0,056
1500 3 3 0,056 0,016 0,036
2013 3 3 0,04 0,012 0,03
2500 3 3 0,034 0,011 0,022
3006 3 3 0,029 0,009 0,02
3519 3 3 0,024 7,5x10-3 0,017
4070 3 3 0,022 7x10-3 0,015
5032 3 3 0,019 6x10-3 0,013
6086 3 3 0,0155 5x10-3 0,011
Tabela 2- Medidas da tensão alternada na fonte, no resistor e nos capacitores .

Onde:

f(Hz): é gerada pelo gerador de funções, onde ajustamos a frequência.


V: voltagem no circuito, procurando manter-se constante com a ajuda de um voltímetro.
VR: voltagem sobre o resistor colocado no circuito, obtido através das ondas no osciloscópio,
notamos que se obteve constante também.
VC, VC1, VC2: voltagens sobre os capacitores colocados no circuito, obtidos através das ondas no
osciloscópio.

A Tabela(3) abaixo, está interligada com a Tabela (2) acima, e assim, obtemos:

1/f: divisão do 1 pela f(Hz)

E utilizando a equação abaixo, podemos encontrar as reatâncias capacitivas (XC) nos capacitores VC,
VC1, VC2:

Equação 2- Reatância capacitiva, para encontrar as voltagens nos capacitores VC1,VC2,VC3.


Tabela 3: Com os dados obtidos através da tabela(2) e utilizando a equação acima, obtivemos a
tabela abaixo:

1/f XC (Ω) XC1 (Ω) XC2 (Ω)


1,98x10-3 106,4 31,2 73,8
9,99x10 -4
58,6 17,6 41,06
6,66x10 -4
41,06 11,7 26,4
4,96x10 -4
29,3 8,8 22
4x10-4 24,9 8,06 16,1
3,32x10-4 19,06 6,6 14,6
2,84x10-4 17,6 5,5 12,46
2,45x10-4 16,1 5,1 11
1,98x10-4 13,9 4,4 9,5
1,64x10-4 11,3 3,6 8,06

Tabela 3-Cálculos das reatâncias capacitivas XC, XC1, XC2.

6.1- DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DA PARTE III:

Figura 10- Gráfico da reatância capacitiva versus 1/f de oscilação da fonte


Figura 11- Gráfico da reatância capacitiva no capacitor 1 versus 1/f de oscilação da fonte

Figura 12- Gráfico da reatância capacitiva no capacitor 2 versus 1/f de oscilação da fonte

CONCLUSÃO

Através deste experimento notamos que a análise de circuitos elétricos em corrente alternada
requer um tratamento especial uma vez que os parâmetros de eletricidade apresentam uma variação
no tempo. Em corrente alternada, os elementos passivos indutivos e capacitivos passam a ter
influência no sistema, o que não acontecia em corrente contínua. Isto porque a influência desses
elementos se dá através de suas impedâncias, geradas por suas reatâncias, parâmetros que
dependem da frequência. Como em corrente contínua não se define frequência, temos que a
impedância de um capacitor se torna infinita, ou seja, um circuito aberto.
Observamos que no circuito RC, a reatância capacitiva no circuito aumenta a baixas
frequências, assim como a voltagem do capacitor. Notamos também experimentalmente que na
associação em série de capacitores, a tensão é igual à soma das tensões nos capacitores.

REFERÊNCIAS

YOUNG & FREEDMAN, Física IV; Ótica e Física Moderna. 10ª ed. São Paulo: Addison Wesley,
2003.

Halliday,David and Resnick,Robert, Física 4 - Ótica e Física Moderna,Rio de Janeiro,1983

http://www.ibtes.com.br/ reatancia-capacitiva.

Acessado 10/09/2014.

http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro estudos/circuito rc

Acessado 18/08/2014.

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capacitor/capacitancia

Acessado 18/08/2014.

http://www.ifi.unicamp.br/~eletricidae/F530_F590_F690_circuito rc e circuito rl.pdf

Acessado 20/08/2014.

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