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Avaliação de Buchas de Alta Tensão com


Variação de Frequência
M. E. C. Paulino, e A. T. L. Almeida,

 variação de frequência é possível detectar a degradação no


Abstract--Este trabalho apresenta as técnicas de avaliação e isolamento em um estágio inicial, com uma análise mais
testes de buchas de Alta tensão de transformadores de potência. detalhada.
Mostra os procedimentos e resultados práticos envolvendo testes
de fator de dissipação e capacitância que pode ser aplicado pelas
II. AVALIAÇÃO DE BUCHAS COM VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIA
equipes de manutenção. Este trabalho mostra ainda a realização
de testes avaliando a condição de isolamento buchas, usados para Os testes mais comuns realizados em buchas de alta tensão
subsidiar a tomada de decisão sobre a condição da instalação. são:
 Medida de fator dissipação e capacitância do isolamento
Index Terms— buchas, diagnóstico, efeito pelicular, variação
 RIV (Radio-Influence-Voltage)
de frequência, testes e análises, detecção de defeitos
 Resistência de isolamento DC
I. INTRODUÇÃO  Teste do óleo ou da umidade no isolamento
Neste trabalho foi analisada a aplicação dos ensaios de fator
A VALIAR e produzir um diagnóstico confiável do estado de
equipamentos de subestação tem requerido dos
profissionais envolvidos com essa atividade a adoção de
de dissipação e capacitância. Essa aplicação, juntamente com a
avaliação do óleo, consiste no procedimento de teste de campo
mais eficaz para detecção antecipada da degradação do
técnicas e ferramentas que permitam obter uma avaliação
isolamento da bucha. Ele também mede a corrente de teste
eficaz e rápida desses equipamentos.
alternada (CA), que é diretamente proporcional à capacitância
Devido à crescente pressão para reduzir custos, as empresas
da bucha.
do setor elétrico são forçadas a manter as antigas instalações
Para a avaliação dos resultados do teste de fator dissipação
em operação por tanto tempo quanto possível. Estatísticas
e capacitância do isolamento em 50/60 Hz, as normas IEC
recentes têm mostrado que cerca de um terço dos
60137 e IEEE C57.19.01 indicam os limites de avaliação [1,2].
transformadores têm mais de 30 anos. TABLE I
As buchas de alta tensão são componentes críticos dos AVALIAÇÃO PARA DIFERENTES TIPOS DE BUCHAS SEGUNDA AS NORMAS
transformadores de potência e particularmente buchas IEC 60137 E IEEE C57.19.01 [1,2]
capacitivas de alta tensão necessitam de maior atenção e testes Tipo RIP OIP RBP
Papel
regulares para se evitar falhas inesperadas. Isolamento
Papel impregnado a Papel impregnado
envelopado a
resina a óleo
Diante das novas regras de mercado do setor elétrico, do resina
DF tan δ
envelhecimento das instalações e da diminuição do número de < 0,7% * < 0,7% * < 1,5% *
(IEC 60137)
profissionais envolvidos com a avaliação dos equipamentos na PF cos 
< 0,85% * < 0,5% * < 2% *
subestação, torna-se imperativo a busca de procedimentos e IEEE C57.19.01
ferramentas que possibilitem a obtenção de dados das * a 1.05 Um/3 e 20°C
instalações de forma rápida e precisa. As tabelas 2 e 3 mostram as tolerâncias para avaliação de
Este trabalho mostra técnicas de avaliação e testes em buchas adotadas neste trabalho para as medidas realizadas a
buchas de alta tensão utilizando varredura de frequências. Por 50/60 Hz.
meio da observação dos fenômenos de efeito pelicular e da TABLE II
AVALIAÇÃO DA CAPACITÂNCIA [3]
polarização do meio dielétrico, o trabalho avalia a condição do ΔC = Cmedida – Cref* Avaliação
isolamento e buchas de alta tensão através do teste de Fator de ΔC < 5% Aceitável
Dissipação e Capacitância em várias frequências, e a 5% < ΔC < 10% Deve ser investigada
comparação das curvas resultantes com os dados e ΔC > 10% Crítica
*sendo Cref o valor de placa ou de bucha nova
características do elemento sob teste.
O trabalho também mostra que o teste realizado apenas a 60 TABLE III
Hz pode levar a diagnósticos errados ou incompletos. Com a AVALIAÇÃO DO FATOR DE DISSIPAÇÃO [3]
Avaliação
FPmed < 2 x FPref Aceitável
M. E. C. Paulino é gerente técnico da Adimarco, Rio de Janeiro, RJ, FPmed < 3 x FPref Deve ser investigada
Brazil (e-mail: marcelo@adimarco.com.br ou mecpaulino@yahoo.com.br). FPmed > 3 x FPref Crítica
A. T. L. Ameida é professor titular da Universidade Federal de Itajubá,
*sendo FPref o valor de placa ou de bucha nova
MG, Brazil (e-mail: tadeu.lyrio@unifei.edu.br).
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Entretanto, até os dias de hoje, o fator de dissipação ou o condutor, evidenciando a ocorrência de corrente de fuga
fator de potência só foram medidos na frequência da linha. superficial. Além disso, as perdas aumentam com o aumento
Este trabalho realiza as medições de isolamento em uma larga da frequência.
faixa de frequência, produzindo uma assinatura da bucha
testada em função da frequência.
As medidas podem ser feitas em frequências diferentes da
frequência da linha e seus harmônicos. Com este princípio, os
testes podem ser realizados também na presença de alta
interferência eletromagnética em subestações de alta tensão.
A faixa de frequência utilizada nesse trabalho varia de 15 a
600 Hz. Os testes podem ser realizados sem problemas, pois,
nesta faixa de frequências, as capacitâncias e indutâncias do
sistema elétrico testado são praticamente constantes, sendo
Fig. 1 – Comportamento da resistência de condutores cilíndricos tubulares.
permitida uma variação máxima de 1% nos valores de
capacitância ou indutância medidos. B. Perdas por Efeito da Polarização
O teste do isolamento consiste na medida da superposição O comportamento de um material isolante quanto à
de vários efeitos, tais como as propriedades do papel sozinho e polarização tem uma característica semelhante à utilizada na
do óleo isolante. A análise das propriedades dielétricas é dada compreensão da análise de um capacitor.
com a combinação da polarização interfacial no isolamento A capacitância está relacionada às características
óleo e papel, combinando suas características. geométricas do capacitor e se o espaço entre as placas for
Assim, para avaliarmos o isolamento, devemos considerar preenchido com um material isolante, o fenômeno da
que o dielétrico perde sua capacidade de isolar devido a: polarização vai influenciar na capacitância, aumentando-a.
 Movimento de íons e elétrons (corrente de fuga) Entretanto, a criação de dipolos no isolante absorve energia
 Perdas por causa do efeito da polarização dos terminais do capacitor, devolvendo-a quando este é
A. Perdas por Corrente de Fuga descarregado, configurando as perdas por polarização.
As perdas por polarização são geradas devido aos efeitos de
A perda por movimento de elétrons, ou seja, por corrente
suspensão e rotação. No entanto, a polarização elétrica dos
de fuga no isolamento é dependente da frequência da tensão
materiais não tem origem em uma única fonte e a polarização
aplicada no isolamento. Este fenômeno ocorre devido ao efeito
total de um material dielétrico será a soma de todos os tipos
pelicular.
presentes neste material.
O efeito pelicular (Skin effect em inglês) é um efeito
A suspensão de elétrons é completamente reversível. O
caracterizado pela repulsão entre linhas de corrente
mecanismo é demonstrado na figura 2. Este tipo de
eletromagnética, criando a tendência de esta corrente fluir na
polarização também é chamado de “Polarização do Átomo”. A
superfície do condutor elétrico. Quando uma corrente elétrica
polarização de dipolos é mostrada na figura 3.
constante flui em um condutor homogêneo, ela se distribui
uniformemente pela sua seção transversal. Quando se trata de
uma corrente alternada, esta não se distribui de maneira
uniforme pela seção do condutor. Este efeito é proporcional à
intensidade de corrente, à frequência, ao campo elétrico, às
dimensões e forma do condutor e a condutividade elétrica [4]. Fig. 2 – Polarização de elétrons em um campo elétrico
Para um condutor de seção transversal circular, a
distribuição da corrente elétrica varia ao longo do raio da
seção, sendo maior na superfície. Freqüentemente encontrado
em sistemas de corrente alternada, o efeito pelicular é
responsável pelo aumento da resistência aparente de um
condutor elétrico, devido à diminuição da área efetiva do
condutor.
Para comprovar a influência do raio do condutor na Fig. 3 – Polarização de dipolos em um campo elétrico
resistência frente ao aumento de frequência, utilizaram-se as
funções de Bessel para calcular a impedância interna de O dipolo típico é uma molécula de água. Quando o campo
condutores cilíndricos contínuos e tubulares, levando-se em elétrico altera a polaridade, a orientação da molécula de água é
consideração o efeito pelicular [5]. A figura 1 mostra a alterada para 180º. Esta rotação, relacionada com a frequência
resistência aumentando com a frequência, sendo quanto maior aplicada, causa as perdas descritas. A superfície, os limites de
a espessura do tubo, mais inclinada é a curva se apresenta. elementos internos e intermediários (incluindo a superfície da
Assim, o efeito pelicular causa, com o aumento da frequência, precipitação) podem ser carregados, isto é, elas contêm
o aumento da densidade de corrente nas porções externas do dipolos que são orientados para alguns graus devido a um
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campo externo e deste modo contribuir para a polarização do armazenamento mostrou uma séria degradação em seu
material, gerando perdas adicionais que são conhecidas por isolamento devido a forte presença de umidade.
polarização interfacial. Este efeito ocorre, por exemplo, na
interface entre o óleo do transformador e o isolamento sólido
tais como papel ou placa de transformador.

III. ENSAIO EM BUCHAS INSTALADAS EM


AUTOTRANSFORMADOR E EM BUCHA RESERVA
As buchas de alta tensão de autotransformadores instaladas
em uma Subestação de 500 kV possuem os valores de
referência mostrados na tabela 3. A figura 4 mostra o
autotransformador da fase B sob teste.
TABLE III
VALORES DE REFERÊNCIA PARA C1 DE BUCHAS 500 KV
Bucha Capacitância Fator de Dissipação
Fase A (n° 78D237) 431,9pF 0,22%
Fase B (n° 78D243) 421,3pF 0,20%
Fase V (n° 78D247) 426,6pF 0,21%

(a) (b)
Fig. 5. Bucha Reserva sob teste – (a) bucha armazenada no caneco, (b) bucha
sendo retirada para inspeção e novo teste.

A bucha foi então retirada do caneco e a inspeção mostrou


grande quantidade de umidade, como mostra a figura 6 no
detalhe da extremidade inferior da bucha.

Fig. 4. Autotransformador fase B sob teste.

Foram realizadas medidas de fator de dissipação e


capacitância nas buchas H1 das fases B e V. Os resultados do
teste para a frequência de 60Hz são mostrados na tabela 4.
Fig. 6. Inspeção na bucha reserva e constatação da presença de umidade.
TABEL IV
VALORES DE ENSAIO A 60 HZ PARA C1 DE BUCHAS 500 KV Foi então realizado a secagem manual da bucha e novo
Medida Fator de Dissipação Capacitância
teste. A tabela 5 mostra os resultados do teste na bucha reserva
BUCHA H1 Fase B 0,2380% 425,4132 pF
BUCHA H1 Fase V 0,2795% 426,0563pF antes e depois da secagem manual. Fica evidenciada a
degradação do isolamento. Após a secagem manual o
A comparação entre as unidades e os valores de referência resultado do teste indica uma sensível melhora do isolamento.
mostra a boa condição das buchas segundo os testes Entretanto essa melhora não chega aos níveis observados para
realizados. Em seguida foram realizados ensaios com variação as buchas em funcionamento, mostrado na tabela 4.
de frequência, cujos resultados serão apresentados adiante.
TABELA V
A. Ensaio em Bucha Reserva de 500 kV VALORES DE ENSAIO A 60 HZ PARA C1 DE BUCHA RESERVA 500 KV
Medida Fator de Dissipação Capacitância
Os testes foram repetidos em uma bucha reserva. A figura BUCHA H1 Reserva antes 1,3227% 409,7116pF
5a mostra a bucha em seu local de armazenamento. A figura BUCHA H1 Reserva depois 0,3353% 421,9776pF
5b mostra sua retirada para inspeção e realização de novo
teste. A figura 7 mostra o resultado do teste com a variação de
Como se trata de uma bucha do mesmo tipo que as buchas frequência nas buchas das fases B e V, e na bucha reserva
instaladas no transformador, eram esperados resultados iguais. (antes e depois da secagem manual). Fica evidente a diferença
Entretanto a realização do teste com a bucha em seu local de de assinaturas evidenciando a condição do isolamento.
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Fig. 7. Resultados de teste de Fator de Dissipação com variação de


frequência.
Fig. 9. Unidade testada de reatores ABB 40,33 MVA/500kV.
A figura 8 mostra os resultados de teste para as medidas de
capacitância. Repete-se a característica com o mesmo efeito.

Fig. 10. Comportamento do fator de dissipação pela variação de frequência -


Comparação entre as 3 fases
Fig. 8. Resultados de teste de Capacitância com variação de frequência.
Entretanto registraram-se picos negativos e positivos
Nota-se que na faixa de frequências usada no teste, a exatamente sobre a frequência de 60 Hz. Isto ocorreu devido à
capacitância poderá variar 1%, no máximo. A tabela 6 mostra forte interferência eletromagnética na medida, pois os reatores
os valores calculados da variação de frequência. avaliados estão instalados ao lado de uma instalação de 500kV
energizada. Vale ressaltar que se as medidas fossem feitas
TABEL VI apenas com 60 Hz os resultados anotados certamente estariam
VALORES DE VARIAÇÃO DO VALOR DE CAPACITÂNCIA
Bucha  Cap %
errados, pois não levariam em consideração as condições reais
Fase B 0,51 % do equipamento sob teste.
Fase V 0,56 % A figura 11 mostra as medidas de capacitância das buchas
Reserva (antes) 2,64 % com variação de frequência. Novamente pode-se observar o
Reserva (depois) 0,73 %
efeito da interferência eletromagnética em 60 Hz.
IV. COMPARAÇÕES DE MEDIDAS DE CAPACITÂNCIA E FATOR
DE DISSIPAÇÃO EM 3 FASES
Foi realizada a comparação das medidas de fator de
potência entre as buchas das 3 fases de um banco de reatores
ASEA/BROWN BOVERI, tipo RM46, 2002, com Potência:
40,33 MVAr, Tensão HV: 500 kV, Corrente HV: 127 A. A
figura 9 mostra uma unidade testada. As buchas testadas forma
fabricadas em 2002 e são do tipo GOE 1675/1175/2500A
(OIP) com isolação: 550/318[kV], e valores nominais da
Capacitância C1 de 5516 pF e do fator de dissipação de C1
com 0,46%. Os resultados de Fator de Potência variando a
frequência são mostrados na figura 10. Nota-se que o Fator de
Potência tende a aumentar com o aumento da frequência,
Fig. 11. Comportamento da Capacitância pela variação de frequência -
comprovando o descrito anteriormente. Comparação entre as 3 fases A, B e V.
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Observam-se também os valores de capacitância que buchas, conforme mostra a figura 14. Os valores na frequência
praticamente não se alteram, apresentando uma variação de de 60 Hz apresentam valores conformes e esperados.
cerca de 0,7% em toda a escala de frequências. A comparação Entretanto, com a variação de frequência, fica clara a
entre as fases mostra uma diferença máxima de menos de 1% evidência de falha pelo desvio entre as buchas após 150 Hz.
entre os valores de capacitância. Como o uso de uma ponte tipo Schering, com capacitor de
referência e capacidade de variação de frequência, a equipe
V. ANÁLISE DE FALHA EM TRANSFORMADOR ELEVADOR técnica tem a sua disposição todos os dados para efetuar uma
Em uma atividade de manutenção foram realizados testes análise eficaz, como os resultados das medidas das Perdas
para análise das buchas do transformador elevador de 134,4 Watt com a variação da frequência, utilizando a técnica de
MVA - 13,8/138 kV, instalado na UHE Jupiá, CESP, Brasil. A Colar Quente, como mostrada na figura 15. A figura 16 mostra
figura 12 mostra o transformador sob teste. os resultados para a variação da Perda Watt com a frequência.

Fig. 14. Ensaio de Fator de Potência das buchas de BT.

Fig. 12. Transformador 134,4 MVA - 13,8/138 kV, UHE Jupiá, CESP.

Os resultados dos testes nas buchas de alta tensão não


evidenciarem problemas, conforme mostra a figura 13. O
ensaio foi realizado no modo UST-A, medindo a capacitância
C1 da bucha. Os valores a 60 Hz coincidem com os valores de
referência e valores de ensaios anteriores, além da
característica com variação de frequência mostrar a
Fig. 15. Conexão para ensaio de Fator de Potência das buchas de BT.
repetibilidade entre as fases e atestar a condição boa do
isolamento das buchas H1, H2 e H3.

Fig. 16. Resultados de Perda Watt nas buchas de BT.


Fig. 13. Ensaio de Fator de Potência das buchas de AT.
Nota-se que ao redor de 60 Hz a perda Watt, basicamente
Entretanto, os resultados do ensaio das buchas de baixa
composta pela corrente de fuga superficial, é desprezível.
tensão evidenciaram um sério problema no isolamento nessas
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Comparando-se as características de fator de potência e perda [3] Reference Manual CPTD1- CPC100TD1.PR.1 - OMICRON electronics
GmbH, 2005
Watt notamos uma grande semelhança. Portanto pode-se [4] Robert R., “Efeito Pelicular”, Revista Brasileira de Ensino de Física,
concluir que: vol. 22, no. 2, Junho, 2000.
 A perda Watt aumenta com a frequência devido ao efeito [5] MINGLI, W. and YU, F., “Numerical Calculations of Internal
Impedance of Solid and Tubular Cylindrical under Large Parameters”,
pelicular, então existe um caminho para estabelecimento
IEEE Proc.-Gener. Transm. Distrib., Vol. 151, No. 1, January 2004.
da corrente de fuga evidenciando falha no isolamento; [6] Paulino, M. E. C., "Avaliação do Isolamento em Transformadores de
 A diferença entre as buchas das 3 fases implica em Potência com Testes Elétricos Avançados" in Proc. 2010 9th IEEE/IAS
International Conference on Industry Applications, São Paulo, SP,
diferentes condições de falha entre elas;
Brazil, 2010.
 Como a medida foi realizada sem a influência da corrente [7] Paulino, M. E. C. and Beltrão, V. C. V. M. “Efeito Pelicular e
de fuga superficial (teste colar quente), a corrente de fuga Polarização na Avaliação do Isolamento de Transformadores e Buchas
evidenciada não flui pela superfície da bucha, mas por com Variação de Frequência”. in Anais do SBSE 2010 - Simpósio
Brasileiro de Sistemas Elétricos, Belém, PA, Brazil, 2010.
uma conexão interna. [8] Paulino, M. E. C. Fattori, I. M. Mariano C. A., Alcântara, C. Oda, P. R.,
Após a abertura da caixa de buchas (figura 17a) foi "Utilização de Técnicas com Variação de Frequência para Busca de
verificado o afrouxamento dos parafusos das barras de Defeitos em Transformador de Potência" in Proc. 2010 IEEE Power
Engineering Society Transmission and Distribution Conf., São Paulo,
conexão entre as buchas de BT e a barra do enrolamento SP, Brazil, 2010.
conforme a figura 17b, além de trincas na base de fixação. [9] IEEE Guide for Diagnostic Field Testing of Electric Power Apparatus
– Part 1: Oil Filled Power Transformers, Regulators, and Reactors.
IEEE Std 62-1995, Inc., New York, NY, 1999.
[10] Paulino, M. E. C., "Avaliação em Campo de Buchas em
Transformadores de Potência – Fator de Dissipação a 60Hz é
Suficiente?" in Proc. CIDEL Argentina 2010 International Electricity
Distribution Congress, Buenos Aires, Argentina, 2010.

VIII. BIOGRAFIAS
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino graduou-
se como Engenheiro Eletricista na Escola Federal
de Engenharia de Itajubá (EFEI). Também é
Fig. 17a. Caixa de buchas de BT. Fig. 17b. Conexão buchas de BT.
Especialista em Manutenção de Sistemas Elétricos.
Possui larga experiência em Sistemas de Controle
VI. CONCLUSÕES Convencional, Manutenção de Sistemas de
Automação Digitais de Subestação, Proteção de
Este trabalho apresentou aplicações envolvendo técnicas Sistemas Elétricos, Qualidade de Energia e
com variação de frequência capazes de realizar testes com Aplicações em Smart Grids. Manutenção, testes e
maior rapidez e eficácia. Essas técnicas permitem a realização avaliação de transformadores de potência.
Atualmente é gerente do Departamento Técnico da Adimarco, no Rio de
do teste de Fator de Dissipação em várias frequências, gerando
Janeiro, Brasil. Instrutor certificado pela OMICRON eletronics É Também
assinaturas representando o estado atual do isolamento. Isto responsável pela preparação, projeto e execução de prestação de serviço na
permite a comparação das curvas resultantes de um área de teste de proteção e equipamentos de sistemas elétricos de Usinas e
determinado teste com uma assinatura de referência. Subestações de 500/345/138/13,8 KV. Autor e co-autor de mais de 80
trabalhos técnicos em eventos no Brasil e no exterior. Membro ativo de
Os procedimentos para identificação de problemas em sociedades profissionais nacionais e internacionais. Membro da
buchas de transformadores de potência utilizando medidas ABNT/COBEI e CIGRÉ, atuando em WG B5.39, WG A2.05, WG A2.44,
com variação de frequência identificam o tipo de falha e sua WG D1.35, e IEC TC57.
localização.
Antonio Tadeu Lyrio de Almeida graduou-se
Com isto é possível detectar a degradação no isolamento como Engenheiro Eletricista na Escola Federal de
em um estágio inicial, com uma análise mais detalhada, Engenharia de Itajubá (EFEI) em 1980. Cursou
subsidiando a tomada de decisão sobre a condição do especialização em Curso de Engenharia de Sistemas
Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá em
transformador, evitando a escolha de procedimentos 1984, especialização no Curso de Engenharia de
inadequados, aumentando os custos e o tempo de Manutenção de Subestações pela Universidade
indisponibilidade. Federal de Itajubá em 1989. É mestre em
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de
O trabalho mostrou que o teste realizado apenas a 60 Hz
Itajubá em 1986 no tema Especificação de Motores
pode levar a diagnósticos errados ou incompletos e não é de Indução e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de
capaz de avaliar satisfatoriamente o isolamento de buchas de Campinas em 1993 com trabalho de Contribuição à Conservação de Energia e
transformadores. à Manutenção de Motores de Indução Trifásicos. Atualmente é professor
titular da Universidade Federal de Itajubá e Coordenador do CEMSE - Curso
de Especialização em Manutenção de Sistemas Elétricos. Tem experiência na
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência.
[1] IEEE Standard Performance Characteristics and Dimensions for Atuando principalmente nos seguintes temas: Motores de Indução,
Outdoor Apparatus Bushings, IEEE Standard C57.19.01-2000, May. Conservação de Energia, Manutenção, Manutenção Elétrica, Ensaios.
2000. Membro do IEEE.
[2] IEC Insulated bushings for alternating voltages above 1 000 V, IEC
Standard 60137 ed6.0, Jul. 2008.

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